A Homossexualidade Declarada Por Jogadores De Voleibol – Um Estudo De Caso
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UNESP UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” Faculdade de Ciências e Letras Campus de Araraquara - SP ALEXANDRE ALBERTO SCABELLO VOLPE SOU GAY E DAÍ: A HOMOSSEXUALIDADE DECLARADA POR JOGADORES DE VOLEIBOL – UM ESTUDO DE CASO ARARAQUARA – S.P. 2018 ALEXANDRE ALBERTO SCABELLO VOLPE SOU GAY E DAÍ: A HOMOSSEXUALIDADE DECLARADA POR JOGADORES DE VOLEIBOL- UM ESTUDO DE CASO. Trabalho de dissertação de Mestrado, apresentado ao Programa de Educação Sexual da Faculdade de Ciências e Letras – Unesp/Araraquara, como requisito para exame de defesa. Linha de pesquisa: Sexualidade e educação sexual: interfaces com a história, a cultura e a sociedade. Orientador: Prof. Dr. Fábio Tadeu Reina ARARAQUARA – S.P. 2018 Volpe, Alexandre Alberto Scabello SOU GAY E DAÍ: A HOMOSSEXUALIDADE DECLARADA POR JOGADORES DE VOLEIBOL- UM ESTUDO DE CASO. / Volpe, Alexandre Alberto Scabello – Araraquara SP 135 f : il. ; 297 cm Dissertação de mestrado – Faculdade de Ciências e Letras – Universidade Estadual Paulista, Araraquara, 2018. 1.Esporte 2. Gênero 3.Homossexualidade 4.Voleibol. I. Volpe, Alexandre Alberto Scabello II. SOU GAY E DAÍ: A homossexualidade declarada por jogadores de voleibol- Um estudo de caso. ALEXANDRE ALBERTO SCABELLO VOLPE SOU GAY E DAÍ: A HOMOSSEXUALIDADE DECLARADA POR JOGADORES DE VOLEIBOL- UM ESTUDO DE CASO. Trabalho de Conclusão de Dissertação de Mestrado, apresentado ao Programa de Pós em Educação Sexual da Faculdade de Ciências e Letras – UNESP/Araraquara, como requisito para exame de defesa. Linha de pesquisa: Sexualidade e educação sexual: interfaces com a história, a cultura e a sociedade. Orientador: Prof. Dr. Fábio Tadeu Reina Data da qualificação: 22/01/2018 MEMBROS COMPONENTES DA BANCA EXAMINADORA: Presidente e Orientador: Prof. Dr. Fábio Tadeu Reina Nusex – Núcleo de Sexualidade – Unesp Campus de Araraquara SP Membro Titular: Prof. Drª Luci Regina Muzetti Departamento de Didática – FCLAR – Unesp Campus de Araraquara SP Membro Titular: Prof Dr. José Henrique Mazon Universidade Estadual Paulista – UNIP Campus de Araraquara SP Dedico este trabalho de pesquisa aos meus pais, irmãos e parentes. E de modo especial ao meu filho Marcelo, bem como ao meu orientador Prof. DR. Fábio Tadeu Reina, aos membros da Banca e a todos os professores do Programa que muito contribuíram para este momento. Enfim a todos aqueles que apesar de todas as adversidades sempre acreditaram que eu seria capaz de atingir meus objetivos. AGRADECIMENTOS Aos meus pais Osmar Alberto Volpe, minha Mãe Ana Lúcia Scabello Volpe, Meu Filho Marcelo Camargo Rossato Scabello Volpe, Minhas Irmãs Luciana Scabello Volpe e Liliana Scabello Volpe e a toda Família, que sempre esteva ao meu lado em todos os momentos. À meu orientador: Prof. Drº Fábio Tadeu Reina “Mas tudo ainda era muito maior quando a gente ouvia contada, a narração dos outros [...]” João Guimarães Rosa (1994, p.35) RESUMO O esporte na maioria das vezes tem sua representatividade fixada na masculinidade como pré- requisito básico para creditar a possibilidade de prática a qualquer indivíduo. A associação a esta representação social, cria uma cultura esportiva onde se define a esteriotipação de quais práticas cabem aos homens e quais delas cabem às mulheres numa condição de personificação do esporte. Todo e qualquer movimento contrário a esta lógica imposta como legitimação social pela classe dominante subverte a ordem e instaura-se o preconceito para além do gênero, obstruindo muitos atletas a progredirem profissionalmente nestes esportes por assumirem uma postura contrária as preconizadas como ideal de virilidade. Diante deste contexto presenciado na realidade brasileira esportiva, o voleibol é um esporte que tem uma representação social como imaginário a sua prática condizente mais para mulheres do que por homens. Devido a isto, pela execução de suas habilidades motoras especializadas e o não contato físico entre os praticantes faz dele preferido pelo público feminino em detrimento ao futebol, por exemplo, onde se exige uma corporeidade voltada ao contato físico constante entre os participantes, por isso cria-se uma corporeidade de gestos mais suaves e delicados. Por esta razão vê-se uma associação de muitos atletas homens que praticam a voleibol, também serem homossexuais e explicitam essa condição nas ações motoras do jogo. Diante disso, esta pesquisa tem como objetivo principal primeiro apontar é analisar como adquiriram a homossexualidade e como isto, perpassa suas vidas na família, escola e equipes. Para alcançar este objetivo a metodologia utilizada foi composta primeira por uma revisão de literatura que nos permitiu entender sobre sexualidade, homossexualidade, gênero e esporte, todos eles deram condições de dialogar com as respostas dos entrevistados que tiveram suas identidades preservadas com nomes fictícios e, para coletar os dados, optamos por entrevistar quatro atletas de voleibol que se declararam homossexuais e que pertencem a equipes esportivas que disputam competições regionais e estaduais. Portanto trata-se de uma pesquisa de caráter qualitativo, com a elaboração de um roteiro de questões semi estruturada, onde a entrevista foi o procedimento metodológico adotado, já que ela permitiu ao entrevistado fazer colocações ampliadas a respeito da temática investigada. Após esta etapa, analisamos todas as questões e diante das respostas concluímos que todos os atletas apontaram que a homossexualidade não tem relação com o esporte em si, mas que se torna uma barreira sim para elevar-se na hierarquia esportiva, ficando restrito a equipes que disputam torneios considerados de segundo nível sem projeção nacional ou internacional, pois nesse contexto sua aceitação é maior. Palavras – chave: Esporte. Gênero. Homossexualidade. Voleibol. ABSTRACT The sport most of the time has its representativity fixed in the masculinity like basic prerequisite to credit the possibility of practice to any individual. The association with this social representation creates a sports culture where the stereotyping of which practices fit the men and which of them fit to the women in a condition of personification of the sport is defined. Any and all movement contrary to this logic imposed as social legitimacy by the ruling class subverts the order and establishes the prejudice beyond the gender, obstructing many athletes to progress professionally in these sports because they take a contrary position to those recommended as an ideal of virility. In view of this context, seen in the Brazilian sporting reality, volleyball is a sport that has a social representation as imaginary, its practice more suitable for women than for men. Due to this, the execution of their specialized motor skills and the non-physical contact between the practitioners makes it preferred by the female audience to the detriment of the soccer, for example where a corporality is demanded for the constant physical contact between the participants, therefore it is created a body héxis of gestures more gentle and delicate. For this reason it is seen an association of many athletes men who practice volleyball are also homosexuals and they explain this condition in their corporal héxis in the motor actions of the game. In view of this, this research has as main objective to identify in the life trajectory of some of these volleyball athletes, declared homosexuals, first where they acquired this homosexuality and if it becomes an obstacle to their sporting ascent. In order to reach this objective, the methodology used was first composed by a literature review that allowed us to understand about sexuality, homosexuality and for this we use, among others, Michael Foucalt, in relation to gender to understand this concept we use Guacira Louro and specifically about volleyball, we use Barros, Crisostomo, all of them were able to dialogue with the answers of the interviewees who had their identities preserved with fictitious names and, to collect the data, we chose to interview four volleyball athletes who declared themselves homosexual and that belong to sports teams which compete for regional and state competitions. Therefore, it is a research of a qualitative nature, with the elaboration of a semi-structured questionnaire, where the interview was the methodological procedure adopted, since it allowed the interviewee to make extended positions regarding the researched topic. After this stage, we analyzed all the questions and, in the face of the answers, we concluded that all athletes pointed out that homosexuality has no relation to the sport itself, but that it becomes a barrier to elevating itself in the sports hierarchy, being restricted to teams who compete in tournaments considered of second level without national or international projection because in this context the acceptance is better. Key - words: Sport. Genre. Homosexuality. Volleyball. LISTA DE QUADROS Quadro 1 QUAL FOI SEU PRIMEIRO CONTATO COM A 95 HOMOSSEXUALIDADE Quadro 2 EM SUA FAMILIA, COMO FOI SUA ORIENTAÇÃO 97 SOBRE A HOMOSSEXUALIDADE? Quadro 3 VOCÊ SOFREU ALGUM TIPO DE PRECONCEITO NA 99 FAMILIA EM RELAÇÃO DA SUA OPÇÃO SEXUAL? Quadro 4 NA ESCOLA, QUAIS FORAM AS INFORMAÇÕES 102 DADAS POR SEUS PROFESSORES? Quadro 5 VOCÊ SOFREU ALGUM TIPO DE PRECONCEITO NA 105 ESCOLA EM RELAÇÃO DA SUA OPÇÃO SEXUAL? VOCÊ JÁ TRABALHOU COM ALGUM TÉCNICO Quadro 6 HOMOSSEXUAL? SE SIM, ELE TEVE ALGUMA 108 INFLUÊNCIA EM SUA ORIENTAÇÃO SEXUAL? VOCÊ SOFREU ALGUM TIPO DE PRECONCEITO NO Quadro 7 MEIO ESPORTIVO DO VOLEIBOL EM RELAÇÃO DA 110 SUA OPÇÃO SEXUAL? DENTRO DE SUA EQUIPE, DE QUE MANEIRA OS Quadro 8 ATLETAS E A COMISSÃO TÉCNICA SE PORTAM 112 SOBRE ESTE ASSUNTO? DENTRO DO MEIO ESPORTIVO DO VOLEIBOL, DE QUE Quadro 9 MANEIRA OS ATLETAS E AS COMISSÕES TÉCNICA SE 114 PORTAM SOBRE ESTE ASSUNTO? Quadro 10 A HOMOSEXUALIDADE TEM INFLUÊNCIA SOBRE 116 SUA VIDA PROFISSIONAL, ATLÉTICA E FAMILIAR Quadro 11 EM SUA OPINIÃO, PORQUE TEMOS MUITOS 118 HOMOSSEXUAIS JOGANDO VOLEIBOL? SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 10 2. REVISÃO DE LITERATURA 16 2.1 ESPORTE: A RELEVÂNCIA DO CONTEXTO HISTÓRICO DO ESPORTE. 16 2.1.2 O ESPORTE NO BRASIL 26 2.1.3 A HISTÓRIA INSTITUCIONALIZADA DO ESPORTE NO BRASIL. 27 2.2 O ESPORTE ESCOLAR 29 2.3 O ESPORTE DE RENDIMENTO 33 3.