Universidade Federal Do Paraná Juliana Vlastuin As
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ JULIANA VLASTUIN AS “DONAS DA QUADRA”: LEITURA SOCIOLÓGICA DAS UNIDADES GERACIONAIS OLÍMPICAS DO VOLEIBOL FEMININO NO BRASIL (1980-2008) CURITIBA 2013 JULIANA VLASTUIN AS “DONAS DA QUADRA”: LEITURA SOCIOLÓGICA DAS UNIDADES GERACIONAIS OLÍMPICAS DO VOLEIBOL FEMININO NO BRASIL (1980-2008) Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Sociologia, do Departamento de Ciências Sociais, Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, da Universidade Federal do Paraná, como requisito para a obtenção do título de Doutora em Sociologia. Orientador: Prof. Dr. Wanderley Marchi Jr. CURITIBA 2013 Catalogação na publicação Fernanda Emanoéla Nogueira – CRB 9/1607 Biblioteca de Ciências Humanas e Educação - UFPR Vlastuin, Juliana As “donas da quadra”: leitura sociológica das unidades geracionais olímpicas do voleibol feminino no Brasil (1980-2008)./ Juliana Vlastuin. – Curitiba, 2013. 217 f. Orientador: Prof. Dr. Wanderley Marchi Junior Tese (Doutorado em Sociologia) – Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal do Paraná. 1. Voleibol para mulheres. 2. Voleibol – Brasil - História. 3. Mulheres atletas - Voleibol. I.Título. CDD 796.325 BANCA EXAMINADORA Prof. Dr. Wanderley Marchi Júnior, UFPR (orientador e presidente) Prof. Dr. Luiz Alberto Pilatti, UTFPR (titular externo) Prof.ª Dr.ª Ana Luisa Fayet Sallas, UFPR (titular interno) Prof. Dr. Gustavo Luiz Gutierrez, UNICAMP (titular externo) Prof. Dr. José Miguel Rasia, UFPR (titular interno) Prof. Dr. Fernando Renato Cavichiolli, UFPR (suplente externo) Prof. Dr. Ângelo José da Silva, UFPR (suplente interno) Prof.ª Dr.ª Cristina Carta Cardoso de Medeiros, UFPR (suplente externo) Prof.ª Dr.ª Maria Tarcisa Silva Bega, UFPR (suplente interno) DEDICATÓRIA Dedico este trabalho ao meu eterno espelho de vida, minha avó Clara de Castro (in memoriam). AGRADECIMENTOS Chegar ao final de um curso de doutoramento é sempre um momento de sentar, olhar pra trás e simplesmente agradecer. Começo agradecendo pelo milagre da minha vida e por ter tido a oportunidade de vivenciar quatro anos intensos de trabalho, reflexão e amadurecimento profissional e pessoal. Para isso, agradeço ao meu orientador, Prof. Dr. Wanderley Marchi Júnior, por acreditar no meu trabalho e me formar academicamente há seis anos. Foi um privilégio ter trabalhado ao seu lado durante os anos de mestrado e doutorado. Agradeço também a todos os professores e colegas da turma 2009-2012 do Curso de Doutorado em Sociologia do Departamento de Ciências Sociais (DECISO) da UFPR que me proporcionaram momentos de profundo conhecimento na área de Ciências Humanas e Sociais. Aos professores Dr. José Miguel Rasia (UFPR), Dra. Ana Luisa Fayet Sallas (UFPR), Dr. Luiz Alberto Pilatti (UTFPR) e Dr. Gustavo Luiz Gutierrez (UNICAMP), por terem aceitado o convite de participação na minha banca de doutoramento, e por serem responsáveis pela lapidação desta versão final. Agradeço também aos secretários (as) do DECISO e da PRPPG (Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós- Graduação) por me auxiliarem no andamento dos trâmites burocráticos. Agradeço também a correção minuciosa de Mário Domingues, revisor desta versão final. A todas as gerações do Grupo de Orientação do Prof. Wanderley Marchi Júnior, o qual faço parte desde o seu início, em 2006. Obrigada pelo crescimento e amadurecimento intelectual que todos vocês me proporcionaram e pelas calorosas discussões de teses, dissertações e monografias nesses anos. Às ex-atletas da seleção brasileira feminina Maria Auxiliadora Villar Castanheira, Heloísa Helena Santos Roese, Ana Maria Richa Medeiros, Hélia Rogério de Souza Pinto e Elisangela Oliveira, por serem as porta-vozes das oito unidades geracionais olímpicas desta tese. Obrigada por terem compartilhado comigo uma das experiências esportivas mais importantes de suas carreiras. Agradeço também ao superintendente da CBV, Renato D’ávilla pelas informações cedidas em sua entrevista, viabilizada pelo meu grande amigo Luiz Carlos Pessoa Nery. Aos meus colegas docentes do Departamento de Educação Física da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO), Campus Irati, por me auxiliarem na minha primeira experiência docente e pelo apoio deste último ano de doutoramento. Aos professores Atlântico Souza Ribeiro e Dulce Mari Herbst, que acompanharam e incentivaram os primeiros passos da minha caminhada acadêmica, desde a graduação. Embora distante, sou uma eterna admiradora de vocês. Aos meus colegas de mestrado Alexandre Domingues, Camile da Silva e Bruno Boschilia, e aos meus tios João e Jaque, que me auxiliaram na minha vinda para Curitiba em 2006. Obrigada pelo apoio e receptividade de vocês. À “família acadêmica” que acabei formando aqui: Tatiana Sviesk Moreira, Ana Letícia Padeski Ferreira, Bárbara Schausteck de Almeida, Ricardo Nunes Sonoda, Gilmar Francisco Afonso, Juliano Souza, Leila Salvini e Fernando Dandoro. Obrigada por compartilharem comigo momentos de aprendizados, prazos e realizações. De maneira indireta, vocês fazem parte desta tese. Agradeço a minha grande amiga, Tatiana Sviesk Moreira, pelas conversas relacionadas ao nosso objeto de estudo e por ceder seu acervo pessoal contendo várias fontes dessa pesquisa. Agradeço a minha grande amiga, Ana Letícia Padeski Ferreira, pelo comprometimento e companheirismo durante esses três anos de convivência na Sociologia. Agradeço as minhas grandes amigas, Bárbara Schausteck de Almeida e Leila Salvini, pela proximidade pessoal e profissional que cultivamos desde 2009. Com certeza, novas parcerias virão em um futuro próximo! Agradeço ao meu grande amigo Renato Cornelsen, pelo apoio e carinho nesses anos em que você faz parte da minha vida. Agradeço em especial a minha sócia Camila Porto de Camargo (http://pontocomteudo.com), por acompanhar cada passo da construção desta tese e por sempre estar ao meu lado, me encorajando a enfrentar todos os desafios dessa longa jornada. Por último, gostaria de agradecer alguns de meus familiares: meus irmãos, Marcos e Indianara e meus sobrinhos, Samuel e Israel, por alegrarem minha vida e colorirem alguns de meus finais de semana. Aos meus pais, Aurelio Pedro Vlastuin e Ilda Vlastuin, pelo amor incondicional despendido desde sempre, por entenderem minhas ausências e compartilharem comigo mais esse projeto concretizado. Muito obrigada pela dádiva de ter vocês sempre ao meu lado, sem pestanejar. E à minha avó, Clara de Castro, que durante esses quatro anos lutou contra o Mal de Alzheimer e me mostrou o verdadeiro valor da vida. Obrigada pelas lições de vida que você nos deixou e pelo exemplo de mulher inspiradora da minha vida! RESUMO Na cronologia do voleibol brasileiro, a trajetória do voleibol feminino tem demonstrado um crescimento nitidamente exponencial nos últimos trinta anos. O objetivo desta tese foi analisar a especificidade da trajetória do voleibol feminino na história do voleibol brasileiro no período de 1980 a 2008. De maneira específica, a pesquisa evidenciou o surgimento da modalidade a partir da identificação das principais estruturas e agentes sociais responsáveis pelo processo de inserção, desenvolvimento e ascensão do voleibol feminino no país. A análise qualitativa dessa trajetória foi feita por meio da coleta de dados de diferentes fontes de pesquisa, entre eles: teses de doutorado, dissertações de mestrado, artigos acadêmicos publicados em periódicos, anais de eventos científicos e sites institucionais ligados ao voleibol. Como o voleibol feminino foi representado em oito edições olímpicas neste período, realizamos cinco entrevistas semi-estruturadas com atletas participantes em, pelo menos, um ciclo olímpico, que foram: Maria Auxiliadora Villar Castanheira – atleta dos Jogos Olímpicos de Moscou (1980) e Seul (1988); Heloísa Helena Santos Roese – atleta dos Jogos Olímpicos de Los Angeles (1984); Ana Maria Richa Medeiros – atleta dos Jogos Olímpicos de Los Angeles (1984) e Seul (1988); Hélia Rogério de Souza Pinto – atleta dos Jogos Olímpicos de Barcelona (1992), Atlanta (1996), Sydney (2000), Atenas (2004) e Pequim (2008) e Elisangela Oliveira – atleta dos Jogos Olímpicos de Sydney (2000) e Atenas (2004). A pesquisa contou também com a entrevista de Renato D’ávilla, atual gestor técnico da CBV e responsável pelo planejamento das competições de clubes nacionais de voleibol feminino e masculino. Através da Sociologia Reflexiva, do sociólogo francês Pierre Bourdieu, detectamos os elementos de especificidade desse espaço social esportivo. Em conjunto com os conceitos de habitus, campo, ethos social, hexis corporal, capital, poder e reprodução social de Bourdieu, utilizamos o conceito de gênero, entendido como uma categoria de análise cultural neste contexto histórico. Para a identificação das oito seleções olímpicas do voleibol feminino, utilizamos o conceito de unidade de geração do sociólogo alemão Karl Mannheim. Essa identificação foi determinada pela descrição das oito participações olímpicas da seleção feminina, denominadas de unidades de geração olímpicas do voleibol feminino brasileiro. Com base nos resultados desta pesquisa, concluímos que o voleibol feminino brasileiro apresentou uma trajetória histórica e social singular e independente do voleibol masculino brasileiro. Embora tenha reproduzido as estratégias de investimento econômico, social e simbólico do voleibol masculino na modalidade, a trajetória do voleibol feminino apresentou especificidades fundadas na condição social inerente ao ethos e hexis da mulher, confirmando a hipótese de que o voleibol feminino brasileiro passou por um processo histórico de