4. “O Nietzschiano Lobão”
4. “O nietzschiano Lobão” João Luís Woerdenberg, carioca de 1957, apelidado na adolescência de “Lobão”, começou a tocar bateria desde os cinco anos de idade como “terapia para sua disritmia (Dapieve 1995, p.37)”, pois é epilético. Como baterista, participou do dueto de chorinho Duodeno antes de tocar, aos dezesseis anos, na banda de rock progressivo Vímana.1 Sua experiência com a música começou precocemente e sua entrada na vida cultural foi, desde o início, via música. Mesmo assim, sentia falta do plano “trágico” na música brasileira, como define: Uma coisa que sempre me preocupou é que eu me flagrava um cara colonizado. Quando comecei a tocar violão clássico com quatorze, quinze anos pensei assim: ‘Bom eu vou ver se através do violão.’ Eu queria uma coisa que não tinha tido que era o convívio com a música brasileira. O próprio Lulu Santos disse que eu estava em síndrome de dignidade e achei que era por aí mesmo. (...) Ficava muito triste porque só ouvia rock. Então o que aconteceu? Comecei a estudar violão e a gostar duma coisa do violão que eu achava que não sentia na música brasileira: faltava punch. O que a música espanhola me dava, uma coisa mais trágica. Eu sentia falta de tragédia. (Lobão apud Leoni,1995, p.132). O músico de formação Lobão tocou, ainda, como baterista itinerante de Luiz Melodia, Walter Franco, Júlio Barroso2 e Gang 90, Marina Lima, Lulu Santos e Ritchie. Participou indiretamente, portanto, das duas bandas que, segundo o jornalista Arthur Dapieve (1995), fomentaram o início do BRock 1 É interessante notar que três músicos da formação inicial do Vímana (Lobão, Ritchie e Lulu Santos) terão importância icônica na música popular dos anos de 1980.
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