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CAJETANO VERA LARVAS DE ARAMANDAY GUASU Rhynchophorus palmarum Linnaeus, 1958 (COLEOPTERA: CURCULIONIDAE) COMO ALIMENTO TRADICIONAL ENTRE OS GUARANI ÑANDÉVA, NA ALDEIA PIRAJUÍ, MUNICÍPIO DE PARANHOS, MATO GROSSO DO SUL: UMA VISÃO DE SEGURANÇA ALIMENTAR E SUSTENTABILIDADE SOCIAL CAMPO GRANDE - MS 2011 CAJETANO VERA LARVAS DE ARAMANDAY GUASU Rhynchophorus palmarum Linnaeus, 1958 (COLEOPTERA: CURCULIONIDAE) COMO ALIMENTO TRADICIONAL ENTRE OS GUARANI ÑANDÉVA, NA ALDEIA PIRAJUÍ, MUNICÍPIO DE PARANHOS, MATO GROSSO DO SUL: UMA VISÃO DE SEGURANÇA ALIMENTAR E SUSTENTABILIDADE SOCIAL Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Local Mestrado Acadêmico, como requisito para obter o título de mestre, sob a orientação do Prof: Dr. Antonio Jacó Brand e co- orientação da Profª Dra. Marney Cereda. CAMPO GRANDE - MS 2011 FOLHA DE APROVAÇÃO Título: Larvas de Aramanday Guasu Rhynchophorus palmarum Linnaeus, 1958 (coleoptera: curculionidae) como alimento tradicional entre os Guarani Ñandéva, na Aldeia Pirajuí, município de Paranhos, Mato Grosso do Sul: uma visão de segurança alimentar e sustentabilidade social Área de concentração: Desenvolvimento local em contexto de territorialidade Linha de Pesquisa: Desenvolvimento, cultura, identidade, diversidade Dissertação submetida à Comissão Examinadora designada pelo Colegiado do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Local - Mestrado Acadêmico da Universidade Católica Dom Bosco, como requisito final para a obtenção do título de Mestre em Desenvolvimento Local. Dissertação aprovada em: 22 / 02 / 2012. BANCA EXAMINADORA SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 05 1 OS GUARANI ................................................................................................................... 10 1.1 O POVO GUARANI ................................................................................................... 10 1.2 ORGANIZAÇÃO SOCIAL DO POVO GUARANI ................................................... 15 1.3 OS CONHECIMENTOS DOS INDÍGENAS SOBRE OS INSETOS ........................ 17 1.4 RESTRIÇÕES À ENTOMOFAGIA ........................................................................... 17 1.5 O CONHECIMENTO DOS GUARANI SOBRE OS INSETOS ................................ 20 1.6 O PRESSUPOSTO SUSTENTABILIDADE .............................................................. 23 1.7 DESENVOLVIMENTO LOCAL NA PERSPECTIVA INDÍGENA ......................... 26 1.8 SEGURANÇA ALIMENTAR NA VISÃO DOS INDÍGENAS GUARANI.............. 30 1.9 O ALIMENTO NA ALDEIA PIRAJUÍ ..................................................................... 35 2 OS INSETOS NA ALIMENTAÇÃO HUMANA .......................................................... 36 2.1 A ALIMENTAÇÃO HUMANA ................................................................................. 36 2.2 OS INSETOS DA ORDEM COLEOPTERA .............................................................. 43 2.3 AS CARACTERÍSTICAS DAS LARVAS COMESTÍVEIS NA COMUNIDADE DE PIRAJUÍ ................................................................................................................ 45 2.4 OS INSETOS COMO ALIMENTOS .......................................................................... 47 3 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................. 53 3.1 ASPECTOS METODOLÓGICOS .............................................................................. 53 3.2 ÁREA DE ESTUDO: ÁREA INDÍGENA PIRAJUÍ .................................................. 55 3.3 AS COLETAS DE INFORMAÇÕES E MATERIAS PARA A PESQUISA ............. 58 3.3.1 As coletas de informações e de material, análises biológicas e físico- químicas das larvas ........................................................................................... 58 3.3.2 Primeira fase da pesquisa ................................................................................ 59 3.3.3 Descrições dos substratos ou Mbukuvy ........................................................... 61 3.3.4 Avaliação da quantidade de larvas disponíveis e coleta ................................ 65 3.3.5 Mensurações ...................................................................................................... 66 3.3.6 Análises ........................................................................................................................ 66 3.4 AVALIAÇÃO DE SUBSTRATOS ALTERNATIVOS AO FUSTE DAS PALMEIRAS, COMO BASE PARA CRIAÇÃO EM CATIVEIRO .......................... 67 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES PARTE I .................................................................. 68 4.1 INSETOS NA ALIMENTAÇÃO INDÍGENA SOB A VISÃO DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL .............................................................................. 68 4.1.1 Avaliação da disponibilidade das larvas de Aramanday guasu para alimentação nas condições naturais do ambiente da aldeia Pirajuí ............. 69 4.1.2 Quantificação de larvas de besouros ............................................................... 71 4.1.3 Caracterização das larvas de Aramanday guasu ............................................ 73 4.1.4 Composição centesimal das larvas de Aramanday guasu .............................. 73 4.1.5 Confirmação do ciclo biológico em campo e laboratório usando o estipe de palmeira .................................................................................................................. 79 4.1.6 Avaliação de substratos alternativos ao fuste das palmeiras Acrocomio aculeata (Larc) Lood. Mart (1856), como base para criação em cativeiro .. 81 4.2 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 82 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO PARTE II ................................................................... 86 5.1 TRANSMISSÃO DE CONHECIMENTO ENTRE OS AVA GUARANI DE PIRAJUÍ ....................................................................................................................... 86 5.2 OS SABERES DOS GUARANI SOBRE OS INSETOS NA COMUNIDADE DE PIRAJUÍ ....................................................................................................................... 93 5.2.1 Os insetos Añay Rymba ..................................................................................... 98 5.2.2 Os insetos Tupã Guasu Rymba ......................................................................... 98 5.3 USO DE LARVAS DE ARAMANDAY GUASU NA COMUNIDADE DE PIRAJUÍ ............................................................................................................. 106 5.3.1 As coletas de larvas de Aramanday .................................................................. 106 5.4 A MULHER É RESPONSÁVEL PARA COZINHAR ............................................... 108 5.4.1 O Guarani de Pirajuí reconhece o perigo de consumir como alimento as larvas de Aramanday ........................................................................................ 108 5.5 CLASSIFICAÇÃO DOS INSETOS NA COSMOVISÃO DOS GUARANI DE PIRAJUÍ ....................................................................................................................... 110 5.5.1 Mymba’i não comestível .................................................................................... 111 5.5.2 Mymba’i da classe comestível ........................................................................... 112 5.6 CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS DO MBUKU GUASU NA VISÃO DOS GUARANI DE PIRAJUÍ ............................................................................................. 117 5.6.1 Aramanday Guasu Coleoptera comestível ....................................................... 117 5.6.2 Caracterização das larvas de Aramanday guasu ............................................ 118 5.7 A ESCOLHA DE LARVAS DE ARAMANDAY COMO ALIMENTO NA COSMOLOGIA DOS GUARANI DE PIRAJUÍ ......................................................... 119 5.7.1 Restrições Alimentícias na comunidade Pirajuí-MS ..................................... 120 5.8 O FUTURO DO USO DE LARVAS DE ARAMANDAY NA VISÃO DO GUARANI DE PIRAJUÍ ............................................................................................. 124 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 130 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 134 INTRODUÇÃO É de conhecimento geral que as populações indígenas no Brasil são numerosas, com cerca de 225 etnias e 180 línguas faladas em várias regiões do País. Segundo a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e o Instituto Brasileiro Geográfico e Estatístico (IBGE), 817 mil pessoas se declararam indígenas (IBGE, 2010). A maior parcela desta população encontra-se no estado da Amazônia, que possui a maior população indígena no país. O estado de Mato Grosso do Sul situa-se em segundo lugar em concentração de populações indígenas no Brasil. Segundo o Estudo de População Indígena do Estado de Mato Grosso do Sul, são dez as etnias que habitam este estado: Atikum, Chamacoco (Xiquitano), Guarani (Ñandéva e Kaiowá), Guató, Kadiwéu, Kamba, Kinikinauwa, Ofaié e Terena (NEPPI, 2008). Para Biffi (2002), estes povos apresentam uma grande riqueza e diversidade cultural. Dentre as etnias citadas, pelos menos três se destacam em números de populações: Guarani Ñandéva, Guarani Kaiowá e Terena. A população guarani (Ñandéva e Kaiowá)