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Fundação Casa de Rui Barbosa Programa de Pós-Graduação em Memória e Acervos Mestrado Profissional em Memória e Acervos Marcos Ferreira Vilela Antes de Goeldi Rio de Janeiro 2019 Marcos Vilela Antes de Goeldi Preâmbulo exploratório de uma recepção sinótica Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Memória e acervos da Fundação Casa de Rui Barbosa para obten- ção do grau de Mestre em Memória e Acer- vos. Área de Concentração: Práticas críticas em acervos: difusão, acesso, uso e apropriação do patrimônio documental material e imate- rial. Orientadora: Profa. Dra. Flora Süssekind Rio de Janeiro 2019 CATALOGAÇÃO NA FONTE FCRB V695 Vilela, Marcos Antes de Goeldi: preâmbulo exploratório de uma recepção sinótica / Marcos Vilela. – Rio de Janeiro, 2019. 152 f. : il. Orientadora: Profa. Dra. Flora Süssekind. Dissertação (Mestrado em Memória e Acervos) – Programa de Pós-Graduação em Memória e Acervos, Fundação Casa de Rui Barbosa, 2019. 1. Oswaldo Goeldi – Crítica de arte. 2. Modernismo (Arte) – Brasil – Séc. XX. 3. Artes plásticas – Brasil – Séc. XX. I. Süssekind, Flora. II. Título. CDD: 709.04981 Responsável pela catalogação: Bibliotecária – Carolina Carvalho Sena CRB 6329 ____________________________ ____________________________ Assinatura Data Marcos Vilela Antes de Goeldi Preâmbulo exploratório de uma recepção sinótica Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Memória e acervos da Fundação Casa de Rui Barbosa para obten- ção do grau de Mestre em Memória e Acer- vos. Área de Concentração: Práticas críticas em acervos: difusão, acesso, uso e apropriação do patrimônio documental material e imate- rial. Aprovado em __ de ______ de 2019. Orientadora: ______________________________________ Profa. Dra. Flora Süssekind FCRB Banca Examinadora: ______________________________________ Prof. Dr. Antonio Herculano FCRB ______________________________________ Profa. Dra. Glaucia Villas-Bôas UFRJ Rio de Janeiro 2019 DEDICATÓRIA À minha mãe e ao meu pai, Maria e Jimson. Agradecimentos Agradeço, muitíssimo, às pessoas e às suas respectivas instituições, as quais fize- ram este trabalho possível. Em nome de Ana Claudia Quinderé e Camila Cardozo, da secretaria do mestrado, à Fundação Casa de Rui Barbosa; em nome de Eliane Perez, da seção de manuscritos onde está depositado o Arquivo Goeldi, à Fundação Biblioteca Na- cional; em nome de Aline Siqueira, do setor de pesquisa e documentação, ao Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Aos professores da Casa de Rui Barbosa, em nome de Laura do Carmo e Soraia Reolon, cujas palavras e apoio foram muito importantes para mim, sou também muito grato. Não posso deixar de mencionar, embora de outro âmbito, Ananda Paranhos, companheira de mestrado, a quem devo e agradeço tanto o ânimo como o incentivo para enfrentar uma situação atribulada, instaurada, em determinado momento, na conclusão desta jornada de dois anos. Enfim, àqueles que se dedicaram a ler e a co- mentar os blocos de texto aqui apresentados – na qualificação, Liliane Benetti e Lia Ca- labre; na defesa, Glaucia Villas-Bôas e Antonio Herculano – meu agradecimento e dívida permanente por tornarem o que fiz mais transparente para mim mesmo. A Flora Süssekind agradeço pela orientação e pelas instigantes divergências. Fala a verdade quem diz sombra. Paul Celan, “Fala tu também”, De limiar em limiar. Verdade que a luz distorce. Samuel Beckett, Mal visto mal dito. Resumo VILELA, Marcos Ferreira. Antes de Goeldi: preâmbulo exploratório de uma recepção sinótica. 2019. 152 f. Dissertação (Mestrado em Memória e Acervos) – PPGMA, Funda- ção Casa de Rui Barbosa, Rio de Janeiro, 2019. O ensaio trata da recepção crítica à obra de Oswaldo Goeldi entre os anos 1921 e 1938. Para tanto, remonta a dois contextos nos quais é possível, direta ou indiretamente, percebê-la. O intuito é criar uma interpretação que justifique o descompasso entre um artista hoje tido como um dos principais de seu tempo e a crítica de arte de então, especi- almente a modernista. Palavras-chave: Oswaldo Goeldi; modernismo; história da arte; crítica de arte; Abstract VILELA, Marcos Ferreira. Before Goeldi: exploratory preamble of a synoptic reception. 2019. 152 f. Dissertação (Mestrado em Memória e Acervos) – PPGMA, Fundação Casa de Rui Barbosa, Rio de Janeiro, 2019. The essay deals with the critical reception of Oswaldo Goeldi’s ouvre between the years 1921 and 1938. For this, it remounts to two contexts in which it is possible, directly and indirectly, to catch its course. The intention is to create an interpretation that justifies the asymmetry between an artist today regarded as one of the main ones of his time and the art criticism made at the same period, especially the modernist. Keywords: Oswaldo Goeldi; modernism; art history; art criticism; Sumário Antes de Goeldi Fontes, método, narrativa ................................................................................... 11 1. ......................................................................................................................... 19 2. ......................................................................................................................... 56 3. ......................................................................................................................... 94 Pós-escrito: apontamentos* .............................................................................. 131 Referências ............................................................................................ 137 Fontes, método, narrativa Levei algum tempo até articular a abordagem que considerava necessária para tra- tar do assunto deste ensaio – a recepção crítica à obra do artista plástico Oswaldo Goeldi durante aquele que, a meu ver, é o momento inicial de sua atividade: o período entre 1921 e 1938. Esse intervalo, por sua vez, foi delimitado a partir do contexto de duas exposições que contaram com a participação de Goeldi: uma quase junta ao raiar “oficial” de nosso modernismo, outra na ocasião em que essa mesma voga, tal como argumento à certa altura das páginas que seguem a esta introdução, começa a dar sinais de arrefecer. Ao consultar, no acervo de manuscritos da Biblioteca Nacional, sob os números de chamada 47-01-003 e 47-01-004, as caixas do Arquivo Goeldi em cujas pastas estão organizados os documen- tos prescritos pela tarefa, me deparei com uma reunião bem heterogênea, composta, ma- joritariamente, de material distinto do que eu já conhecia. Então, com os originais desse material já conhecido também em mãos, pude novamente avaliá-los e observá-los como as fontes detentoras dos parâmetros daquilo que deveria ser coletado. Contudo, salvo ex- ceções que de imediato puderam ser conceituadas nessa linha de escritos de âmbito crí- tico, isto é, como pertencentes a um gênero que produz juízos valorativos ou compreen- sivos a respeito de objetos a que algum indivíduo deu forma, a maior parcela do que ali encontrei, à primeira vista, pouco ou nada acrescentava a um entendimento, digamos di- reto, de como os desenhos e as gravuras de Goeldi haviam sido assimilados ao longo dos anos 20 e 30. No entanto, com uma visada mais detida reparei que, nos melhores casos, os recortes de artigos de jornais e revistas inseridos nessa porção quase tida por descartá- vel conformavam, por meio de uma mescla entre sucintos perfis biográficos e descrições esquemáticas, pequenos quadros com fórmulas duais e sinóticas relativas aos desenhos e às gravuras de Goeldi. E, assim, mesmo sem demonstrarem qualquer verve crítica, con- seguiam equacionar o que, aparentemente, simulava o essencial de tais trabalhos em jogos de oposições de palavras a partir de apreensões, como então me pareceu, que não podiam ou puderam ultrapassar ora a visualidade plástica, ora a superfície temática que Goeldi tornou patentes em sua obra. Por outro lado, a apreciação feita por essa ótica trouxe a constatação de que, apesar de entremeada no caudal da prosa, igual espécie de obstrução imediata surgia nas críticas. Pela diferença de gênero entre os recortes e as críticas, vide a destinação informativa e o pendor especulativo de cada qual, essa coincidência, entre- tanto, indicava um ponto compartilhado por dois tipos dessemelhantes de textos, 11 consequentemente por seus autores, que, a meu ver, poderia estar localizado na experiên- cia da obra. Pela ordem lógica, ela teria precedido e lastreado a consolidação de signifi- cantes verbais, que, por sua vez, afinal de contas, por pressuporem um mínimo que fosse de meditação anterior às suas impressões, não se mostravam de todo espontâneos, irrefle- tidos. Ademais, sem serem contempladas pela reunião consultada, algumas remissões ad- vindas da leitura tanto desse material quanto de entrevistas concedidas por Goeldi propi- ciaram a localização e a descoberta de outros documentos. Evidentemente, como se pode aferir pela marginália circunstancial às suas peças, o Arquivo Goeldi resulta de uma com- pilação feita, em parceria, pelo seu próprio titular e por José Maria dos Reis Junior. Com efeito, ele, José Maria, que, além de ser um dos mais diletos amigos de Goeldi, era, so- bretudo, historiador e crítico de arte, sem dúvida, contribuiu em muito para tal montagem. Em seu livro Goeldi, de 1966, portanto publicado passados cinco anos do desapareci- mento do homônimo a quem relembra, ele, José Maria, entre um ensaio biográfico e um caderno com reproduções de gravuras e desenhos, insere um roteiro bibliográfico no qual estão arroladas as fontes que nortearam à sua escrita de tom um tanto memorialístico,