Ana Catarina Pereira. a Mulher Cineasta

Total Page:16

File Type:pdf, Size:1020Kb

Ana Catarina Pereira. a Mulher Cineasta A MULHER- -CINEASTA DA ARTE PELA ARTE A UMA ESTÉTICA DA DIFERENCIAÇÃO ANA CATARINA PEREIRA A MULHER- -CINEASTA DA ARTE PELA ARTE A UMA ESTÉTICA DA DIFERENCIAÇÃO ANA CATARINA PEREIRA LABCOM.IFP Comunicação, Filosofia e Humanidades Unidade de Investigação Universidade da Beira Interior Ficha Técnica Título A mulher-cineasta: Da arte pela arte a uma estética da diferenciação Autora Ana Catarina Pereira Editora LabCom.IFP www.labcom-ifp.ubi.pt Coleção ARS Direção Francisco Paiva Design Gráfico Cristina Lopes Revisão Ana Isabel Albuquerque ISBN 978-989-654-276-4 (papel) 978-989-654-278-8 (pdf) 978-989-654-277-1 (epub) Depósito Legal 406275/16 Tiragem Print-on-demand Universidade da Beira Interior Rua Marquês D’Ávila e Bolama. 6201-001 Covilhã. Portugal www.ubi.pt Covilhã, 2016 © 2016, Ana Catarina Pereira. © 2016, Universidade da Beira Interior. O conteúdo desta obra está protegido por Lei. Qualquer forma de reprodução, distribuição, comunicação pública ou transformação da totalidade ou de parte desta obra carece de expressa autorização do editor e dos seus autores. Este livro, bem como a autorização da publicação das imagens, é da exclusiva responsabilidade da autora. Por sua vontade expressa, a presente edição não segue a grafia do novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Agradecimentos Em primeiro lugar, à própria Fundação para a Ciência e Tecnologia, pelo privilégio de uma bolsa de investigação e pelo persistente incentivo ao progresso científico, mesmo em tempos tão conturbados como os actuais. Ao LabCom.IFP, enquanto laboratório de investigação/ editora que aceita a publicação da tese e que, gratuitamente, a faz chegar ao mundo, por ser esse o propósito do conhecimento. Ao Professor Tito Cardoso e Cunha, por acreditar na pertinência e actualidade do tema, bem como nas capacidades da orientanda para concretizar tão ambicioso projecto. Mas sobretudo pelo respeito, pelo compromisso e pelos valores transmitidos ao longo de quatro anos de trabalho conjunto. Ao Professor Paulo Serra, pelo apoio concedido a todos os alunos e alunas do terceiro ciclo de Ciências da Comunicação, e ao Professor António Fidalgo, pelo incentivo à investigação como meio de evolução, não apenas dos profissionais, mas também, e essencialmente, dos seres humanos. Aos membros do júri que avaliou a tese: Professores Eduardo Paz Barroso, Anabela Branco de Oliveira, Manuela Penafria e Teresa Joaquim, pela análise e ponderação demonstradas. Aos meus alunos, alunas e colegas de trabalho que partilham o gosto pela observação, leitura, pesquisa e produção de conhecimento. Aos amigos e amigas que vão fazendo questão de estar presentes e aos cinéfilos e cinéfilas que me inspiram. À minha família e, essencialmente, aos meus pais, pelo amor e pela educação que fizeram de mim a pessoa que hoje sou. Desde o primeiro dia. Índice Prefácio 9 Introdução 11 PARTE I TEORIA 15 Capítulo 1 - Direitos Humanos e Feminismo(s) 17 Historicidade dos direitos humanos 17 Primeiras tentativas de jurisdição 23 As primeiras imagens em movimento 28 As primeiras mulheres-cineastas 33 Capítulo 2 - A segunda vaga de um feminismo beauvoiriano 39 A Europa nos anos 50 39 A construção de um léxico feminista 48 Ventos de mudança no pós-Segundo Sexo e a sua influência na sétima arte 52 “Women are messed over, not messed up” 58 Quando a esfera privada se torna política 61 A primeira causa feminista internacional 63 Capítulo 3 - A fragilidade do direito à igualdade nas sociedades democráticas 73 Conceito “igualdade” em Norberto Bobbio 73 Regra de justiça 76 Sistemas de implementação do direito à igualdade 80 A opressão como mecanismo gerador de desigualdade social 83 Capítulo 4 - Arte e política: A mulher vista como o outro 89 Filmes que preservam preconceitos 89 Imagens distantes 93 O olhar de Laura Mulvey 99 Um cinema político 110 Capítulo 5 - A mente feminina num cinema masculino 113 A sensível 113 A sexualizada 118 Capítulo 6 - Do espectador universal à passividade da mulher que assiste 125 O espectador universal 125 O processo de identificação da espectadora 129 O espectador indefinido 135 O mecanismo de criação de imagens 138 Alterar o cinema dominante 141 O não-lugar da espectadora 145 Festivais de cinema de mulheres em todo o mundo 147 Capítulo 7 - A insustentável leveza de uma definição: Existirá uma estética feminina? 151 Esquecimento e subversão 152 Cinema feminino versus cinema masculino 154 A arte (e o cinema) feminista como arma política 162 Texto e contexto 168 PARTE II - METODOLOGIA 173 Capítulo 8 - O estranho caso do cinema português 175 As precursoras 175 Os filmes realizados 180 Filmar em democracia 187 Dados comparativos 196 Metodologias e desenho de uma investigação 199 PARTE III - EMPIRIA 221 Capítulo 9 - O adultério feminino pelo olhar de Monique Rutler: O charme discreto de uma burguesia republicana e falsa-moralista 223 Socialmente incorrecta 224 Um filme não assumidamente feminista 228 O olhar de Monique Rutler sobre Portugal 233 Pecados de um adultério no feminino 239 Considerações finais sobreSolo de Violino 246 Capítulo 10 - O niilismo de Cláudia Tomaz: O eterno-retorno a um cinema português centrado no miserabilismo humano 249 Imagens sufocantes 250 As influências de Teresa Villaverde e Pedro Costa 257 Niilismo e eterno retorno 263 A passividade feminina 266 A evolução no percurso cinematográfico de Cláudia Tomaz 272 Capítulo 11 - Cine-ensaios de Solveig Nordlund: Hologramas de um futuro próximo no qual tolerância e feminismo conduzem a uma mudança de paradigma 277 J. G. Ballard e Solveig Nordlund: O escritor e a realizadora da utopia no caos da pós-modernidade 278 A feminização de um conto essencialmente masculino 281 O medo como instrumento de governação 288 As autoras que marcaram a evolução de um género 294 O futuro da ficção científica 302 A recusa de uma androgenia futurista 306 A eterna procura de um feminismo inclusivo 309 Capítulo 12 - O fantasma do feminismo na obra de Catarina Ruivo 317 “O eu és tu” 318 Desigualdades que persistem 321 A urgência da felicidade e a ausência de limites 330 A presença indelével de Virginia Woolf em Daqui p’rá frente 334 Considerações finais 341 Anexos 351 Referências bibliográficas 357 Prefácio Que o feminino tem uma presença avassaladora no cinema desde os seus primórdios, isso todos o sabemos, e não é, só por si, a principal questão abordada neste livro. O problema é o de saber qual o lugar que aí, no cinema, a mulher tem ocupado. E se, no cinema, se trata sempre de um olhar que sobre o mundo da vida se lança, a pergunta é a de saber o que nesse olhar se vê. Ao que é que ele está atento. Grandes cineastas — Bergman, Antonioni, por exemplo — fizeram-nos ver o feminino através dos seus filmes. Mas quem é esse feminino que eles viram e nos fizeram ver? Se é certo que o cinema no masculino, isto é, feito e visto por homens, está desde sempre atento ao feminino — nomeadamente a todos os seus clichés imaginários — a que feminilidade está ele particularmente atento? Sobre esta questão já Laura Mulvey nos ensinou bastante. Muito desse ensinamento foi retido pela autora na sua investigação. Mas a questão que a anima está para além disso. Trata-se de interrogar o olhar feminino posto no cinema. O feminino que esse olhar vê e o(s) feminino(s) com que se fazem os filmes pelas mulheres cineastas. Tudo centrado no caso português, onde o olhar cinematográfico no feminino quase sempre escasseou, como em todo o lado. Sendo o cinema, e particularmente o “cinema ficção” — o mesmo é dizer “cinema narrativo” — um meio privilegiado para as projecções do/a expectador/a, não será de espantar que, nas suas narrativas, se reflictam distintas visões do mundo e que, nestas, o olhar feminino se exerça diferentemente sobre o mundo da vida, mostrando, porventura, o que é invisível a um olhar e a uma vivência no masculino. A autora, ao abordar estes temas, apoia-se numa dupla fundamentação: por um lado, a do cinema, e particularmente do cinema português, cujo conhecimento só muito recentemente tem sido mais aprofundado por toda uma nova geração de investigadores em que o seu nome se destaca. Por outro, uma investigação prévia em que procurou sobretudo melhor compreender a relação entre media e gender studies. Foi isso que a levou a dedicar uma particular atenção à até então pouco pensada presença da mulher na elaboração do cinema português. Se, como já dizia o sábio oriental, a gens feminina é quem suporta a metade do céu, só nos pode espantar porque é que, sendo a presença de mulheres tão central nas narrativas cinematográficas, o olhar que sobre elas e por esse meio recai não tinha até agora sido interrogado em Portugal de maneira mais extensa e aprofundada. Se as personagens femininas são tão visíveis no cinema, por que é que esse feminino era tão imaginariamente circunscrito? Pela primeira vez nesta obra, Ana Catarina Pereira encara teoricamente de frente, e em toda a sua extensão, a problemática do olhar cinematográfico, bem como o mundo da vida que esse olhar reflecte, nomeadamente na figura das realizadoras cujos filmes aqui são analisados. Este entendimento dos filmes realizados em Portugal por mulheres cineastas mostra-nos como um outro olhar sobre o mundo da vida é possível, nos chega filmicamente e nos abre novos horizontes de compreensão. Tito Cardoso e Cunha 10 Ana Catarina Pereira Introdução “Eu não falo apenas sobre mim: procuro falar sobre algo que se expande infinitamente para além da minha singularidade; procuro falar sobre tudo o que é necessário para conceber uma obra literária, sobre como é para mim criar um universal concreto, um universal singular.” Simone de Beauvoir A História do Cinema teve início nos finais do século XIX, em sociedades europeias heterogéneas com uma estrutura patriarcal comum.
Recommended publications
  • Film Database
    Film Database Ano Realizadora Título (PT) Título Cores Formato Duração (Internacional) 1946 Bárbara Virgínia Três dias sem Deus Preto&branco 35mm Original: 102 minutos; exibidas: 26 minutos 1957 Maria Emília Roteiros Líricos do Douro Documentário Castelo Branco 1958 Maria Emília A Região do Douro e o Vinho do Documentário Castelo Branco Porto 1962-3-4 Maria Luísa de Documentários para a Junta Bivar da Acção Social; para a RTP; autora do programa Nós as Mulheres (sob pseudónimo de Luísa Damya) 1965 Noémia Delgado Amoladores; Fotógrafos Preto&branco 35mm Ambulantes; Escultura de João Cutileiro 1970 Alice G. da C. Cooperativas Agrícolas Noronha Gamito 1972 Noémia Delgado Mafra e o Barroco Europeu Cores 35mm 1973 Alice G. da C. Madeira e sua Flora Noronha Gamito 1975-1976 Alice G. da C. Alguns aspectos de organização do Noronha Gamito Trabalho em Agricultura 1975 Margarida Gil Para Todos o Serviço; Barcouço - vídeo, documentário 30 minutos Como se Faz uma cooperativa; Arca de Noé - Um Manual de Zoologia Fantástica 1975 Margarida Gil Clínica Comunal Popular de Cova Preto&branco 16mm 35 minutos da Piedade 1975 Margarida Gil Empregadas Domésticas - Para Preto&branco 16 mm 25 minutos Todo o Serviço 1976 Margarida Gil Peniche - Cooperativas que Futuro vídeo, documentário 30 minutos 1978 Margarida Gil Moinhos de Maré - à Espera da vídeo, documentário 30 minutos Maré Viva 1979 Margarida Gil Uma História da Fotografia vídeo 35 minutos 1976 António Reis e Trás-os-Montes Cores 16mm 110 minutos Margarida Cordeiro 1976 Noémia Delgado Máscaras Cores 16mm
    [Show full text]
  • Modelo Formal De Apresentação De Teses E Dissertações Na FCSH
    Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Ciências da Comunicação, variante de Cinema e Televisão, realizada sob a orientação científica do Professor Doutor José Manuel Correia Costa. RESUMO O caminho do cinema português – à procura da identidade nacional Case study - a guerra colonial por Sofia Briz Carvalho Com a sua forma poética e metafórica de ir fazendo a articulação entre o mundo real e o mundo da ficção, o cinema português tem vindo a ser reconhecido na cena cinematográfica internacional como um cinema de características bastante específicas, muitas vezes reflexo de uma procura do que é ser português, algo que no dizer do grande representante dessa arte, Manoel de Oliveira, está relacionado com uma grande universalidade do povo português. Esta universalidade tem raízes históricas, assim como a forma de se fazer cinema em Portugal é fruto de um percurso que pretendemos ilustrar com este trabalho. Como case study optámos pelo tema da guerra colonial, símbolo do fim do Império português, analisando três filmes que abordam esse tema, obras de três realizadores cujas obras cobrem a cinematografia portuguesa desde os anos 30 até à actualidade. INDÍCE INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................... 1 CAPÍTULO I – ANTECEDENTES DO CINEMA NOVO ................................................................................... 6 I. 1. BREVE PERSPECTIVA HISTÓRICA .............................................................................................................
    [Show full text]
  • O DIA DO SABAT Miguel Loureiro
    O DIA DO SABAT Miguel Loureiro BIOS P T Sara Graça Nascida em Lisboa em 1973, Miguel Loureiro Actor, encenador, formou-se em Estudos Teatrais em Nova dramaturgo, dramaturgista, decorador de Iorque (1995-1998), nas escolas The Lee cena. Iniciou o percurso no teatro em 1995. Strasberg Theatre & Film Institute, Stella Nos seus trabalhos foca-se nas possibilidades Adler Conservatory e William Esper Studio. É de leitura dos clássicos e na relação com a licenciada em Ciências da Comunicação, Área história do teatro; nos textos de inscrição de Cinema, pela FCSH - Universidade Nova de cristã, tentando uma 'cena teológica'; mas Lisboa e tem o Mestrado em Comunicação e também no espasmo catártico proporcionado Artes da mesma instituição. Trabalha como pela performance, em objectos como 'Juanita tradutora desde 1990 e como actriz em teatro Castro' ou 'Minajesque' ou ainda e em cinema desde 1998. 'Experimentalismo Social'. Integrou a companhia de teatro Sensurround, Rafael Rodrigues Actor. Formado em teatro com direcção de Lúcia Sigalho. Desde 2012 que trabalha com Miguel Loureiro no pela escola profissional da Companhia de colectivo 3/quartos. Teatro A Barraca/IDS. Frequentou workshops de Bruno Schiappa, Miguel Loureiro, João Álvaro Correia Curso de Encenadores / Grosso, Juan Carlos Agudelo Plata, Nuno Formação de Atores da ESTC e o Curso de Madeira Rodrigues, João Canijo, Lara Guidetti, Atores da Comuna. Pós-Graduação em Frank Vercruyssen e Jolente De Keersmaeker Ciências da Comunicação da FCSH de Lisboa. dos TG STAN. Tem trabalhado como actor em Na Comuna – Teatro de Pesquisa de 1989 a espectáculos de teatro na companhia de 2015. Participou em séries de televisão e Teatro A Barraca, Teatro do Vestido e com o cinema.
    [Show full text]
  • Editorial: Portuguese Cinema and Philosophy
    CINEMA 5! 1 EDITORIAL: PORTUGUESE CINEMA AND PHILOSOPHY This fifth issue of Cinema: Journal of Philosophy and the Moving Image is entirely dedicated to philosophy and Portuguese cinema, with a particular focus on the philosophical perspectives about its motion pictures. We took, as our starting point, the awareness that, although the studies with this kind of focus are scarce (and brief), centred primarily on the works of Pedro Costa and Manoel de Oliveira, the majority of Portuguese films have a strong connection with philosophical inquiry. This particular encounter is revealed in a unique aesthetic, but also in a complex network, determined by circumstances of the recent political, cultural and social history, which marked Portuguese cinema at a political, ethical, aesthetic and cultural level. With this issue, we aim at helping to fulfil this gap, contributing to the philosophical inquiry on Portuguese cinema, taken here in its broadest sense, i.e., including feature films, documentary films and trends in video art. We have tried to broaden the already established dialogue between filmmakers and philosophers, widening the scope of the aesthetic- philosophical analysis to meet the disciplinary intersection of historical, political and psychoanalytic readings, also crossing intermediatic approaches to the moving image that include such disparate creators as Paul Rocha, Miguel Gomes, Alberto Seixas Santos, António da Cunha Telles, Solveig Nordlund, José Álvaro Morais, Manuel Goncalo Mozos, opening the scope to other protagonists of the moving image in our country, such as Vasco Araújo, João Onofre or Filipa César. The section of original “Essays” opens with an article that reveals a deep knowledge of Portuguese cinema and of philosophical inquiry.
    [Show full text]
  • Scenes from the Class Struggle in Portugal
    ARTICLES · Cinema Comparat/ive Cinema · Vol. III · no. 6. · 2015 · 35-38 Scenes From The Class Struggle in Portugal Jaime Pena ABSTRACT Between April 1974, when the Carnation Revolution started, and 1982, 116 films were produced in Portugal. The Film Series Despois de abril. Cine portugués 1974-1982, gathers together and relate 11 of these films to study those post-revolutionary years of upheaval. The author shows how the series not only enables a panoramic view of the cinema of those years, but projects it on the present, on Portuguese cinema of the following decades and on certain questions of representation of that cinema. One of the purposes of the film series was to show the extreme vitality of Portuguese Cinema of the time, the variety of filmmakers who coming from very different generations (that of the sixties, that of the seventies, besides from Oliviera) converge in a concrete historical moment sharing both interests and concerns around the notion of mise-en-scène, and configuring a possible national style. In the same way, the paper observes that the radicalization of these first revolutionary moments will decrease with the years, while the cinematographic radicalization, by contrast, will be accentuated. KEYWORDS Film Curatorship, Portuguese cinema, The Carnation Revolution, Political and Filmic Radicalism, National Style, José Ignacio F. Bourgón, Seixas Santos, Manoel de Oliveira Cinema Comparat/ive Cinema · Vol. III · no. 6 · 2015 35 SCENES FROM THE CLASS STRUGGLE IN PORTUGAL Even if once in a while, it is strongly recommended programming at festivals, The Filmoteca Española and The to return to the pages of El otro cine: recuerdo de José Ignacio Alphaville Cinema.
    [Show full text]
  • Jorge Silva Melo – Viver Amanhã Como Hoje Jorge Silva Melo – Viver Amanhã Como Hoje
    março de 2020 JORGE SILVA MELO – VIVER AMANHÃ COMO HOJE JORGE SILVA MELO – VIVER AMANHÃ COMO HOJE A escrita, o cinema, o teatro, têm sido as artes da vida de e ação cultural. São dados de referência obrigatória, os destes Jorge Silva Melo (nascido em 1948), homem que ocupa um parágrafos, mesmo num texto não biográfico que sobretudo lugar só dele na cultura em Portugal. Leitor, espectador, crítico, trata de cinema. Além de peças, publicou livros. Dois deles professor, autor, cronista, tradutor, ator, argumentista, realizador, discorrem memórias, regressam a escritos, ziguezagueiam com dramaturgo, encenador, diretor artístico. A frase que acaba ali o tempo – Século Passado (2007) e A Mesa Está Posta (2019), podia continuar substantiva. E chamar outra que referisse Lisboa, em que fala na primeira pessoa das décadas vividas a pensar e Londres, Paris, Berlim, Milão, Roma, pelo menos estas cidades, a fazer, numa insistência feliz e teimosa, diz ele. Gosta de citar onde nasceu, estudou cinema, estagiou em teatro com Peter Stein versos de O Conto de Inverno, de Shakespeare, “But such a day e Giorgio Strehler, foi ator de Jean Jourdheuil, criou, trabalhou, to-morrow as to-day,/ And to be boy eternal.” conviveu, passeou. Em Lisboa, onde vive, integrou o Grupo de Espectador de cinema desde novinho, sobre cinema começou a Teatro de Letras entre 1967 e 1970, fundou e dirigiu, com Luis escrever no suplemento juvenil do Diário de Lisboa pelos 15 anos, Miguel Cintra, o Teatro da Cornucópia entre 1973 e 1979; fundou a antes do princípio na crítica em O Tempo e o Modo.
    [Show full text]
  • Sobre a “Escola Portuguesa” De Cinema João Maria Mendes
    SOBRE A “ESCOLA PORTUGUESA” DE CINEMA JOÃO MARIA MENDES João Bénard da Costa. Manoel de Oliveira. Paulo Rocha. Alberto Seixas Santos. António Reis. João César Monteiro. João Botelho. João Mário Grilo. Pedro Costa. Teresa Villaverde. Manuel Mozos. Rita Azevedo Gomes. Joaquim Sapinho. Vítor Gonçalves. Manuela Viegas. [ ] Quem somos A Escola Superior de Teatro e Cinema/ESTC é uma instituição de Ensino Superior Artístico nas áreas das Artes Performativas de Teatro e de Cinema com origem na primeira Es- cola de Teatro portuguesa, a Escola de Arte Dramática, depois Escola de Arte de Representar, do Conservatório, fundado por Almeida Garrett em 1836. Desde 1971, que a instituição integra a Escola de Cinema, hoje Departamento de Cinema da ESTC. Em 1985, a ESTC foi integrada, com a Escola Superior de Música e a Escola Superior de Dança, no IPL – Instituto Politécnico de Lisboa. A ESTC continua a desenvolver o seu ensino em Teatro e em Cinema, visando a formação de profissionais altamente qualificados, desenvolvendo investigação e pesquisa, fomentando a experimentação e a criação artísticas, realizando e/ou participando em projectos de desenvol- vimento e prestando serviços à comunidade. Em 1998, a ESTC transferiu-se para o actual edifício, construído de raiz na Amadora, desenhado pelo arqº Manuel Salgado (que colaborou com o arqº Massimo Gregotti na autoria do Centro Cultural de Belém – CCB). Os dois Departamentos da ESTC oferecem formações conducentes aos graus académicos de Licenciado e Mestre (1º e 2º ciclos do Ensino Superior). A Licenciatura em Teatro garante formação específica nas áreas de Actores, Design de Cena e Produção; o Mestrado em Teatro oferece especializações em Artes Performativas, Design de Cena, Encenação, Produção e Teatro e Comunidade.
    [Show full text]
  • Cinema Comparat/Ive Cinema
    CINEMA COMPARAT/IVE CINEMA VOLUME III · no.6 · 2015 Editor: Gonzalo de Lucas (Universitat Pompeu Fabra). Associate Editors: Ana Aitana Fernández (Universitat Pompeu Fabra), Núria Bou (Universitat Pompeu Fabra), Xavier Pérez (Universitat Pompeu Fabra). Advisory Board: Dudley Andrew (Yale University, Estados Unidos), Jordi Balló (Universitat Pompeu Fabra, España), Raymond Bellour (Université Sorbonne-Paris III, Francia), Nicole Brenez (Université Paris 1-Panthéon-Sorbonne, Francia), Maeve Connolly (Dun Laoghaire Institut of Art, Design and Technology, Irlanda), Thomas Elsaesser (University of Amsterdam, Países Bajos), Gino Frezza (Università de Salerno, Italia), Chris Fujiwara (Edinburgh International Film Festival, Reino Unido), Jane Gaines (Columbia University, Estados Unidos), Haden Guest (Harvard University, Estados Unidos), Tom Gunning (University of Chicago, Estados Unidos), John MacKay (Yale University, Estados Unidos), Adrian Martin (Monash University, Australia), Cezar Migliorin (Universidade Federal Fluminense, Brasil), Meaghan Morris (University of Sidney, Australia y Lignan University, Hong Kong), Àngel Quintana (Universitat de Girona, España), Joan Ramon Resina (Stanford University, Estados Unidos), Eduardo A.Russo (Universidad Nacional de La Plata, Argentina), Yuri Tsivian (University of Chicago, Estados Unidos), Vicente Sánchez Biosca (Universitat de València, España), Jenaro Talens (Université de Genève, Suiza y Universitat de València, España), Michael Witt (Roehampton University, Reino Unido). Editorial Team: Francisco Javier Benavente (Universitat Pompeu Fabra), Alejandro Montiel (Universitat de València), Raffaelle Pinto (Universitat de Barcelona), Ivan Pintor (Universitat Pompeu Fabra), Glòria Salvadó (Universitat Pompeu Fabra) Contributors: Luis Miguel Cintra, Alfonso Crespo, Horacio Muñoz Fernández, Jaime Pena, Mariana Souto, Iván Villarmea Álvarez. Translators: Marga Carnicé, Albert Elduque, Chantal Poch, Anna Rosenberg, Carolina Sourdis. Original design and layout: Pau Masaló (original design), Sara Torrent (layout).
    [Show full text]
  • Cinema Comparat/Ive Cinema
    CINEMA COMPARAT/IVE CINEMA VOLUMEN III · Nº6 · 2015 Editor: Gonzalo de Lucas (Universitat Pompeu Fabra). Editores adjuntos (Associate Editors): Ana Aitana Fernández (Universitat Pompeu Fabra), Núria Bou (Universitat Pompeu Fabra), Xavier Pérez (Universitat Pompeu Fabra). Comité científico (Advisory Board): Dudley Andrew (Yale University, Estados Unidos), Jordi Balló (Universitat Pompeu Fabra, España), Raymond Bellour (Université Sorbonne-Paris III, Francia), Nicole Brenez (Université Paris 1-Panthéon-Sorbonne, Francia), Maeve Connolly (Dun Laoghaire Institut of Art, Design and Technology, Irlanda), Thomas Elsaesser (University of Amsterdam, Países Bajos), Gino Frezza (Università de Salerno, Italia), Chris Fujiwara (Edinburgh International Film Festival, Reino Unido), Jane Gaines (Columbia University, Estados Unidos), Haden Guest (Harvard University, Estados Unidos), Tom Gunning (University of Chicago, Estados Unidos), John MacKay (Yale University, Estados Unidos), Adrian Martin (Monash University, Australia), Cezar Migliorin (Universidade Federal Fluminense, Brasil), Meaghan Morris (University of Sidney, Australia y Lignan University, Hong Kong), Àngel Quintana (Universitat de Girona, España), Joan Ramon Resina (Stanford University, Estados Unidos), Eduardo A.Russo (Universidad Nacional de La Plata, Argentina), Yuri Tsivian (University of Chicago, Estados Unidos), Vicente Sánchez Biosca (Universitat de València, España), Jenaro Talens (Université de Genève, Suiza y Universitat de València, España), Michael Witt (Roehampton University,
    [Show full text]
  • Entrevista Ao Director De Fotografia, Acácio De Almeida.1 a Arte De Iluminar No Cinema Portugués
    Entrevista ao Director de Fotografia, Acácio de Almeida TESTIMONIOS Raquel Rato Año 5 N° 5 – Verano 2016 Pág. 121-138 ISSN 1852-4532 https://revistas.unc.edu.ar/index.php/testimonios/index ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Entrevista ao Director de Fotografia, Acácio de Almeida.1 A Arte de iluminar no cinema portugués Interview with Acácio de Almeida, photography director the art of lighting in Portuguese cinema Raquel Rato Instituto de história contemporânea, Faculdade de ciências sociais e humanas Universidade Nova de Lisboa, Portugal [email protected] Resumo A presente entrevista tem como tema central o director de fotografia, Acácio de Almeida, uma das figuras mais emblemáticas da história do cinema português com renome internacional, que trabalhou com grandes realizadores tais como: António Reis; Raúl Ruiz; João César Monteiro; Alain Tanner; Nestor Almendros, etc. O seu trabalho esteve na base do sucesso que muitos filmes obtiveram. É um director de fotografia que no meio de grandes criadores tem um enorme destaque na sua actividade de “artesão da luz”, pois tem particularidades que o diferencia e que o torna único na invenção de meios e no acto criativo. Pode dizer-se que tem uma “marca” muito forte que o distingue e que o aproxima dos grandes mestres da direcção de fotografia mundial. Acácio de Almeida, iniciou muitos realizadores portugueses, vindo estes a terem um percurso de autor. Formando os seus primeiros olhares, que vieram a realizar um cinema de autor reconhecido pelo grande público. Entre eles, João César Monteiro, João Botelho, António da Cunha Telles, Teresa Villaverde. As experiências artísticas de Acácio de Almeida são únicas e de uma riqueza singular que, se tornou urgente pesquisar e teorizá-las para que um dia sejam transmitidas e conhecidas dentro do contexto cinematográfico nacional e internacional.
    [Show full text]
  • Setembro 2017
    SETEMBRO 2017 O CINEMA E A CIDADE I | LUIS MIGUEL CINTRA: O CINEMA | 1917 NO ECRÃ I A CINEMATECA COM O MOTELX - O ESTRANHO MUNDO DO TERROR LATINO | IN MEMORIAM JEANNE MOREAU | HISTÓRIAS DO CINEMA: PETER BAGROV / FRIDRIKH ERMLER FILMES PORTUGUESES LEGENDADOS | CINEMA NA ESPLANADA | CINEMATECA JÚNIOR [2] SETEMBRO 2017 | CINEMATECA PortUGUESA-MUSEU DO CINEMA CINEMATECA JÚNIOR f ÍNDICE SALÃO FOZ - RESTAURADORES Setembro é o mês dos sustos na Cinemateca Júnior – nada é mais emocionante que darmos uns pulos na cadeira do SALA M. FÉLIX RIBEIRO / ESPLANADA cinema de vez em quando ou pormos as mãos à frente dos olhos com um bocadinho de medo. O Festival MOTELX O CINEMA E A CIDADE I 3 dá ‑nos o mote e nós acompanhamos. A parceria da Júnior com o Lobo Mau – a secção infantojuvenil do Festival –, A Cinemateca COM O MOTELX traz ‑nos duas compilações de curtas ‑metragens. Os filmes do programa pretendem estimular a imaginação dos O ESTRANHO MUNDO DO TERROR Latino 5 mais pequenos e divertir toda a família com uma grande diversidade de monstros e criaturas, mundos fantásticos e SALA M. FÉLIX RIBEIRO / SALA LUÍS DE PINA imaginários. No final da sessão de sábado à tarde, haverá um mini ‑atelier surpresa inspirado no teatro de sombras. LUIS MIGUEL CINTRA: O CINEMA 6 As sessões são abertas ao público mas também destinadas a grupos. Neste último caso, solicita ‑se marcação prévia SALA M. FÉLIX RIBEIRO até 5 de setembro. 1917 NO ECRÃ I 9 Os outros sustos do mês são o filme de animação de 2006 A CASA FANTASMA; o assombroso E.T.
    [Show full text]
  • Doce Pássaro Da Juventude
    SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL 10 A 26 ABR DE TENNESSEE WILLIAMS ARTISTAS UNIDOS DOCE PÁSSARO DA JUVENTUDE QUARTA A SÁBADO ÀS 21H00 DOMINGO ÀS 17H30 SALA PRINCIPAL; M/14 CONVERSA COM A €12 A €15 (COM DESCONTOS €5 A 10,50) EQUIPA ARTÍSTICA, SEssÃO LGP: DOMINGO, 19 ABR SÁBADO, 18 ABR, DURAÇÃO: 2H APÓS O ESPECTÁCULO 2 ACTORES DESTES DIAS JORGE SILVA MELO São tão extraordinários, tão dotados, tão livres, tão únicos os actores com quem há anos venho trabalhando uma, duas, só três ou quatro vezes, é tão extraordi- nária a liberdade e a integridade conseguidas nestes já quase 20 anos dos Artistas Unidos. E estava a ver as rugas começarem a surgir, os cabelos brancos a aparecer e pensei: não quero que estes actores a quem tudo devo, a vida, a arte, o amor, tudo, a vida de todos os dias, não quero que percam aqueles papéis que foram escritos para eles, não quero deixar passar o tempo, quero ver a Maria João Luís, quero ver a Catarina Wallenstein, sim, quero ver o Rúben Gomes, quero ver o Américo Silva, quero ver a Isabel Muñoz Cardoso, quero ver a Vânia Rodrigues e o Nuno Pardal e o Tiago Matias e o João Vaz, estes que se têm junta- do a nós, sim, quero vê-los decifrarem comigo as tortuosas peças de Tennessee Williams, aqueles papéis que só agora podem fazer, agora que o doce pássaro da idade lançou voo. Comovi-me quando li o meu adorado Peter Stein dizer ao jornal Público “nunca quis ser encenador quando era novo, queria só ajudar uns actores.” É tal qual: ajudar uns actores que admiro, encontrar teatros, dinheiro, tempo, cole- gas, roupas para eles nos darem o que só os actores sabem, lágrimas, risos, suo- res, no fundo, abraços estreitos durante a noite.
    [Show full text]