Cinara Santos Paralta Pisco O Mistério Das Origens A
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Universidade de Departamento de Comunicação e Arte Aveiro 2015 CINARA SANTOS O MISTÉRIO DAS ORIGENS PARALTA PISCO A PRODUÇÃO DE CINEMA DE TERROR EM PORTUGAL 1 Universidade de Departamento de Comunicação e Arte Aveiro 2015 CINARA SANTOS O MISTÉRIO DAS ORIGENS PARALTA PISCO A PRODUÇÃO DE CINEMA DE TERROR EM PORTUGAL dissertação apresentada à Universidade de Aveiro para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Comunicação Multimédia, realizada sob a orientação científica do Dr. António Valente, Professor Auxiliar Convidado do Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro. 2 3 Ao meu pai, O Bravo, que com valentia enfrentou a morte por duas vezes e ficou para contar a estória. À minha mãe, O Pilar, a mulher mais sensível e, ao mesmo tempo, forte que eu conheço. Ao Frederico, O meu Diabo, o meu Anjo. O meu Céu, o meu Inferno. O meu Agora, o meu Sempre. Sem ti estaria perdida neste mundo-floresta, vasto e confuso. 4 5 o júri presidente Prof. Dr Telmo Eduardo Miranda Castelão da Silva Professor Auxiliar da Universidade de Aveiro Profa. Dra. Cristina Manuela Branco Fernandes de Sá Professora Auxiliar da Universidade de Aveiro Prof. Dr. António Manuel Dias Costa Valente Professor Auxiliar Convidado da Universidade de Aveiro 6 7 agradecimentos A todos os que contribuíram, de forma directa ou indirecta, para que esta viagem dos infernos fosse possível o meu mais sentido obrigada. O que faz o Homem é a oportunidade e foi, para mim, um privilégio e um prazer poder contactar e aprender com cada um de vós. Deixo também aqui um agradecimento ao Professor Doutor António Valente, a única pessoa no Departamento que aceitou o desafio de me orientar. Eu sei que fui mais uma orientanda dos diabos do que a orientanda perfeita e só tenho a agradecer a sua generosidade. Não fosse o Professor e nada disto teria sequer começado. Por fim, gostaria de agradecer à Andreia e à Ana, que me acompanharam desde o início e ouviram pacientemente os meus queixumes sanguinários sem nunca me rogarem uma praga ou maldição. Espero um dia poder retribuir tudo aquilo que me foi dado. 8 9 palavras-chave Terror, Cinema de Terror, Cinema Português, Género, Longa- metragem, Curta-metragem, Novas Tecnologias, Plataformas Digitais. Resumo O Terror, enquanto género, tem-se vindo a disseminar e, parece que, a assegurar entusiastas no mundo inteiro. Tem-lhe sido redescoberto o potencial de gerar lucro, tanto no circuito comercial como no independente. É versátil ao ponto de se metamorfosear consoante os novos tempos, as novas formas de se pensar e percepcionar o mundo. O Terror não morre. É omnipresente. É universal. E em Portugal? Que produção existe de Terror no país? Que filmes de produção nacional foram feitos? Que cineastas portugueses ingressaram no género? Portugal permanece, pelo menos superficialmente, à margem desta realidade, mesmo tendo dois grandes festivais do género no país: Fantasporto e MOTELx. Neste sentido, impera a necessidade de um estudo sobre a produção de Cinema de Terror Português. Compreender o que foi feito e o que ficou por fazer é perceber que caminho seguir. É, ainda, importante que se perceba o Terror como produto de uma mudança social. Vivemos numa era tecnológica - é a cultura do digital, do imediato e do cómodo -, novas formas se assumem no que respeita à visualização de filmes. Neste sentido, parece urgente que se questionem e estudem estas novas plataformas, nas quais assentam os filmes e os seus realizadores. É precisamente a estas questões que o presente estudo procura dar resposta, após uma análise cuidada das mesmas. Que se escrutine o Terror Português. Que se descubra o Terror Português e que outros possam voltar a estudá-lo. 10 11 keywords Horror, Horror Cinema, Portuguese Cinema, Genera, Feature Film, Short-film, New Technologies, Digital Platforms. abstract Horror, as genre, has been spreading and, it seems, securing enthusiasts worldwide. It has been rediscovered it’s potential to generate profit in both commercial and independent circuits. It is versatile to the point that it can metamorphose according to the new times, new ways of thinking and viewing the world. Horror does not die. It is ubiquitous. It is universal. What about Portugal? What Horror production exists in the country? Which Portuguese Horror movies were made? Which Portuguese filmmakers embraced the genre? Portugal remains, at least superficially, outside of this reality even though it has two major festivals of its kind in the country: Fantasporto and MOTELx. Little is known and it is in this sense that prevails the urge for a study like this one: the Study of Portuguese Horror Cinema. To understand what was, and what remains to be done, is to realize which path to go. It is also important to comprehend Horror as a product of social change. We live in a technological age. It is the culture of digital, the instant and the convenient. New forms are claimed regarding the making and the watching of the movies and it seems urgent to understand this tendency. 12 13 ESTRUTURA I – INTRODUÇÃO da apresentação do tema das finalidades e objectivos da pertinência do estudo II – DO CINEMA DE TERROR II.I- DO FILME DE TERROR E SEUS SUBGÉNEROS do gore e do Terror do slasher e do Terror dos restantes subgéneros do filme de Terror e da sua definição de outros conceitos pertinentes II.II- DA ATRACÇÃO DO TERROR da filosofia do Terror dos Monstros e do Homem das vítimas e do Terror II.III- DO RESPEITO PELO TERROR das audiências e da violência do fascínio do Terror III- DO CINEMA DE TERROR EM PORTUGAL III.I- DO CINEMA PORTUGUÊS do Cinema mudo ao sonoro em Portugal do Cinema pré-25 de Abril ao Cinema Português da pós-revolução III.II- ENTREVISTAS da Introdução da Descrição dos casos de estudo da Análise e Discussão dos dados III.III- CASOS DE ESTUDO da Introdução da Descrição, Análise e Discussão dos casos de estudo IV – CONTEXTUALIZAÇÃO DIGITAL E TECNOLÓGICA IV.I – DA IMPORTÂNCIA DAS NOVAS TECNONOLIGAS E PLATAFORMAS DIGITAIS PARA O TERROR NACIONAL do espectador-utilizador do espectador-realizador das considerações V – CONSIDERAÇÕES FINAIS VI – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS VII – FILMOGRAFIA VIII – ANEXO 14 I – INTRODUÇÃO “Não me venham com conclusões!/A única conclusão é morrer.” - Álvaro de Campos, Lisbon Revisited1 da apresentação do tema O Cinema de Terror, à semelhança de outros géneros, pode dizer-se ter alcançado nos dias que correm um estatuto que lhe permite um lugar muito próprio. De facto, apesar de não ser algo acessível à sensibilidade de todos, o Cinema de Terror conquistou o seu espaço e não há como negá-lo. Importa, pois, perceber qual o espaço dado ao Terror em Portugal. Na verdade, pouco se sabe sobre o assunto e pouco se discute o assunto. Neste sentido, partimos com este estudo da concepção de que pouco se sabe sobre o cinema de Terror em Portugal e justamente com a vontade de contrariar esta tendência. Apesar de existirem dois grandes Festivais de renome em Portugal a explorarem o cinema de género, MOTELx e Fantasporto2 - o que poderá demostrar uma vontade e pré-disposição por parte do público português – o conhecimento sobre a produção em Portugal de filmes do género é quase nulo ou algo confuso - ou assim aparenta. Mais parece que a única forma de subsistência do género, no panorama nacional, se atribui às curtas-metragens e ao gosto de alguns, qualificados ou não, em fazerem algo com muito poucos recursos. Aquando de uma presença num qualquer dos dois festivais supramencionados facilmente se pode comprovar um alinhamento com dezenas de curtas-metragens nacionais dentro do género, porém é raro o visionamento de uma longa de Terror portuguesa - para não falar de outros circuitos mais comerciais e menos festivaleiros. A probabilidade de se ver um filme de Terror numa sessão de cinema dita “normal” vê-se, assim, reduzida e, mesmo num registo mais curto, pouco é divulgado ou sabido academicamente sobre o assunto. É neste âmbito que o estudo da produção de longas de Terror nacionais se afigura essencial. Para que melhor se possa perceber o fenómeno Cinema de Terror Português é necessário que se proceda a um estudo o mais exaustivo possível do mesmo. Assim, procurar-se-á introduzir o leitor ao Cinema de Terror Português – e muito mais, de certa forma - de modo a contrariar esta ausência de investigação, pensamento e reflexão sobre a Produção de Cinema de Terror em Portugal. da pertinência do estudo O conhecimento geral desta arte é, pois, pouco disseminado dentro do país. O mesmo parece acontecer no panorama académico e científico nacional e internacional. Não existem, tudo indica, estudos com valor científico - resultantes de uma pesquisa prévia e metodologia aprofundada - sobre o fenómeno a 1 2013. 2 Note-se que se o leitor, porventura, encontrar com maior frequência referências ao festival MOTELx, apesar do Fantasporto contar com mais anos de existência e possivelmente com maior visibilidade internacional, isto prende-se apenas com o facto de este ser um festival exclusivamente de Terror, enquanto que o Fantasporto explora essencialmente o Fantástico. 15 estudar e, assim sendo, a presente investigação assume-me essencialmente exploratória. O seu carácter exploratório ganha maior evidência considerando a metodologia que comporta. Isto é, para a presente investigação foram entrevistadas 8 pessoas3, profissionais do Cinema, no geral, e do Cinema de Terror, em particular. Estas entrevistas são precisamente o que nos permitirá compreender melhor o Estado do Cinema de Terror em Portugal; as razões para esse Estado do Cinema de Terror em Portugal; e, por fim, serão elas a providenciar e apontar para pistas relativas a um futuro do Cinema de Terror em Portugal – estando aqui evidenciado o exponente máximo do seu carácter exploratório.