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13003-LuaNova88-01_af3a.indd 1 4/12/13 2:08 PM SOBRE A REVISTA Lua Nova tem por objetivo fazer a alta reflexão de temas políticos e culturais, contribuindo assim para elevar o nível intelectual do deba- te público. Em suas páginas, o leitor encontrará elaboradas incur- sões nos campos da teoria política (clássica e contemporânea), da teoria social, da análise institucional e da crítica cultural, além de discussões dos assuntos candentes de nosso tempo. Entre seus cola- boradores típicos estão intelectuais, docentes e pesquisadores das diversas áreas das Ciências Humanas, não necessariamente vincula- dos a instituições acadêmicas. Os artigos publicados em Lua Nova estão indexados no Brasil no Data Índice, na América Latina no Clase – Citas Latinoamericanas en Ciencias Sociales y Humanidades, nos International Political Science Abstracts e na Redalyc – Red de Revistas Científicas de América Latina y el Caribe, España y Portugal. A versão eletrônica da revista está disponível na Scielo e no portal da Capes. 13003-LuaNova88-01_af3a.indd 2 4/12/13 2:08 PM revista de cultura e política 2013 | No 88 ISSN 0102-6445 CONSTITUIÇÃO E PROCESSO CONSTITUINTE 13003-LuaNova88-01_af3a.indd 3 4/12/13 2:08 PM Editor Victor Manuel Durand Ponte Elide Rugai Bastos (Unicamp) (Universidad Nacional Autónoma de México) William C. Smith (University of Miami) Comitê de redação Adrian Gurza Lavalle (USP) Preparação e revisão de texto Elide Rugai Bastos (Unicamp) Anderson Lima Rossana Rocha Reis (USP/Cedec) André Galletti Dalila Silva Conselho editorial Renata Mourão Macedo Adrian Gurza Lavalle (USP) Márcia Cunha Alvaro de Vita (USP) Projeto gráfico e Amélia Cohn (USP) editoração eletrônica Brasilio Sallum Jr. (USP) Signorini Produção Gráfica Celi Regina Pinto (UFRGS) Celina Souza (UFBA) Secretaria e assinaturas Cicero Araujo (USP) Aline Menezes, secretária Elide Rugai Bastos (Unicamp) Fones: 3569.9237, 3871.2966 – r. 23 Elisa Reis (UFRJ) e-mail: [email protected] Gabriel Cohn (USP) Comentários aos artigos? Gonzalo Delamaza (Universidad Fale com o Editor: de Los Lagos) Horácio Gonzalez (Universidad de e-mail: [email protected] Buenos Aires) O Cedec é um centro de pesquisa e reflexão John Dunn (University of Cambridge) na área de Ciências Humanas. É uma asso- José Augusto Lindgren Alves ciação civil, sem fins lucrativos e econômicos, (Ministério das Relações Exteriores) que reúne intelectuais de diferentes posições Leôncio Martins Rodrigues Netto teóricas e político-partidárias. (Unicamp) Marco Aurélio Garcia (Unicamp) Diretoria Marcos Costa Lima (UFPE) Cicero Araujo, diretor presidente Michel Dobry (Université Paris I- Aylene Bousquat, diretora vice-presidente Sorbonne) Gabriela Nunes Ferreira, diretora Miguel Chaia (PUC-SP) tesoureira Nadia Urbinati (Columbia University) Cecilia Carmen Pontes Rodrigues, Newton Bignotto (UFMG) diretora secretária Paulo Eduardo Elias (USP) † Philip Oxhorn (McGill University) Conselho Deliberativo do Cedec Philippe Schmitter (European University, Amélia Cohn, Aylene Bousquat, Brasilio Florence) Sallum Jr., Cicero Araujo, Elide Rugai Renato Lessa (Iuperj) Bastos, Gabriel Cohn, Leôncio Martins Rossana Rocha Reis (USP/Cedec) Rodrigues Netto, Luiz Eduardo Wanderley, Sebastião C. Velasco e Cruz (Unicamp) Maria Inês Barreto, Miguel Chaia, Sergio Costa (Freie Universität Berlin) Reginaldo Moraes, Sebastião C. Velasco e Tullo Vigevani (Unesp) Cruz, Tullo Vigevani 13003-LuaNova88-01_af3a.indd 4 4/12/13 2:08 PM 13003-LuaNova88-01_af3a.indd 5 4/12/13 2:08 PM Apoio: 13003-LuaNova88-01_af3a.indd 6 4/12/13 2:08 PM APRESENTAÇÃO Este número 88 da revista Lua Nova apresenta um dossiê sobre a Constituição e o processo constituinte brasileiro do final dos anos de 1980. Organizado por Cicero Araujo, constam desse dossiê nove artigos. Se a Constituição, tema dos mais importantes para a compreensão da sociedade brasileira, tem sido analisada por vários autores, o proces- so constituinte, embora tenha forte implicação no debate acerca da democracia, foi menos visitado pela bibliografia. Pensar a relação entre o processo e seu resultado constitui- -se em trabalho original, cujos passos são formulados nos textos aqui publicados. Grande parte dos artigos resulta dos trabalhos de um grupo de pesquisadores do Cedec que, a partir de um pro- jeto financiado pelo CNPq, tem produzido análises sobre a temática. Além disso, a partir do material recolhido na investigação – documentos, entrevistas com protagonistas da Assembleia Constituinte de 1987-1988, literatura sobre o tema – constrói-se importante arquivo que possibilitará uma ampliação desses estudos. Além do dossiê completa o 88º número da revista um artigo de Joaquim Falcão e Fabiana Luci de Oliveira, “O STF e a agenda pública nacional: de outro desconhecido a supremo protagonista?” e um texto em homenagem a Carlos Nelson Coutinho, importante intelectual falecido no ano passado, de autoria de Marco Aurélio Nogueira. Os textos aqui publicados foram propostos por seus autores ao comitê de redação da Lua Nova, examinados e aprovados por pareceristas externos, a quem agradecemos. O EDITOR 13003-LuaNova88-01_af3a.indd 7 4/12/13 2:08 PM SUMÁRIO 327 11 SOCIALISMO E DEMOCRACIA NO MARXISMO DE CARLOS NELSON COUTINHO (1943-2012) Marco Aurélio Nogueira 381 DOSSIÊ CONSTITUIÇÃO E PROCESSO CONSTITUINTE 25 INTRODUÇÃO 29 GENEALOGIA DA CONSTITUINTE: DO AUTORITARISMO À DEMOCRATIZAÇÃO Antônio Sérgio Rocha 429 89 O DEBATE CONSTITUINTE: UMA LINGUAGEM DEMOCRÁTICA? Tarcísio Costa 141 O SUPREMO NA CONSTITUINTE E A CONSTITUINTE NO SUPREMO 471 Andrei Koerner e Lígia Barros de Freitas 185 PROCESSO CONSTITUINTE E ARRANJO FEDERATIVO Jefferson O. Goulart 217 CONSTITUINTE E DEMOCRATIZAÇÃO NO BRASIL: O IMPACTO DAS MUDANÇAS DO SISTEMA INTERNACIONAL Ademar Seabra da Cruz Júnior 257 THE WEIGHT OF HISTORY AND THE REBUILDING OF BRAZILIAN DEMOCRACY Zachary Elkins 305 O PODER CONSTITUINTE DO POVO NO BRASIL: UM ROTEIRO DE PESQUISA SOBRE A CRISE CONSTITUINTE Gilberto Bercovici 13003-LuaNova88-01_af3a.indd 8 4/12/13 2:08 PM 327 O PROCESSO CONSTITUINTE BRASILEIRO, A TRANSIÇÃO E O PODER CONSTITUINTE Cicero Araujo 381 O ESSENCIAL E O ACIDENTAL: BODIN (E HOBBES) E A INVENÇÃO DO CONCEITO MODERNO DE CONSTITUIÇÃO Bernardo Ferreira ARTIGO 429 O STF E A AGENDA PÚBLICA NACIONAL: DE OUTRO DESCONHECIDO A SUPREMO PROTAGONISTA? Joaquim Falcão e Fabiana Luci de Oliveira 471 RESUMOS/ABSTRACTS 13003-LuaNova88-01_af3a.indd 9 4/12/13 2:08 PM 13003-LuaNova88-02_af4.indd 10 4/19/13 11:28 AM SOCIALISMO E DEMOCRACIA NO MARXISMO DE CARLOS NELSON COUTINHO (1943-2012) Marco Aurélio Nogueira Quando publicou, em março de 1979, na revista Encontros com a Civilização Brasileira, o ensaio “A democracia como valor universal”, Carlos Nelson Coutinho já era um autor de destaque no Brasil. Marxista de base lukacsiana, havia escri- to dois belos e importantes livros – Literatura e humanismo, de 1967, reunião de artigos de estética e crítica literária, e O estruturalismo e a miséria da razão, de 1972, em que submetia à crítica as ideias positivistas que se insinuavam entre a inte- lectualidade e no próprio campo marxista. Havia também elaborado vários artigos sobre cultura brasileira, filosofia e teoria política. Ainda jovem, era um autor prolífico, que se singularizava pelo texto límpido, rigoroso e erudito. Mas foi com esse ensaio (Coutinho, 1980) sobre a democracia que Carlos Nelson ingressou de vez na cena política e intelectual brasileira, para dela nunca mais sair. Poucos textos tiveram tanta influência quanto aque- le. Em plena ditadura militar no Brasil, o ensaio lançava uma luz na escuridão; era como uma golfada de ar num ambiente reprimido e sufocado, num momento em que as esquerdas (dentro e fora do país) ainda digeriam o Lua Nova, São Paulo, 88: 11-21, 2013 13003-LuaNova88-02_af4.indd 11 4/19/13 11:28 AM Socialismo e democracia no marxismo de Carlos Nelson Coutinho (1943-2012) radicalismo pouco consequente das “guerrilhas” e, sem conseguir assimilar a nova fase do capitalismo, as novas formas sociais e a dimensão revolucionária da democracia política, se envolviam em polêmicas verborrágicas sobre o caráter “burguês” ou “proletário” da democracia e sobre o “melhor caminho para o socialismo”. Dizia com todas as letras, logo nas primeiras linhas: A questão do vínculo entre socialismo e democracia marcou sempre, desde o início, o processo de formação do pensamento marxista; e, direta ou indiretamente, esteve na raiz das inúmeras controvérsias que assinalaram e assinalam a história da evolução desse pensamento (Coutinho, 1980, p.19). Tratava-se de um vínculo constitutivo do pensamento de Marx e dos grandes marxistas, que não podia, portanto, 12 ser abandonado ou menosprezado. Ao contrário, precisava ser plenamente recuperado, valorizado e atualizado. Era hora de romper o marasmo, eliminar os vetos “marxistas- -leninistas” à democracia política “burguesa” e conceber uma estratégia democrática de transformação social, supe- rando as limitações das prevalecentes teorias marxistas do Estado, da revolução e do partido. Naquela altura da his- tória das lutas sociais no mundo, não fazia mais sentido menosprezar os procedimentos formais de representação, decisão e criação de vontade política, que surgiram no curso das revoluções burguesas clássicas e adquiriram dimensão de “valor universal”, ou seja, ganharam valida- de geral e se incorporaram à experiência concreta das sociedades modernas, enriquecendo o gênero humano. O texto era claro: As objetivações da democracia – que aparecem como respostas, em determinado nível histórico-concreto Lua Nova, São Paulo, 88: 11-21,