Projeto-Piloto De Formação Política
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PROJETO-PILOTO DE FORMAÇÃO POLÍTICA Por Daniel Pereira da Silva Brasília/DF Julho, 2013 LOUVOR AO ESTUDO Estuda o elementar: para aqueles Cuja hora chegou Não é nunca demasiado tarde. Estuda o abc. Não basta, mas Estuda. Não te canses. Começa. Tens de saber tudo. Estás chamado a ser um dirigente. Frequente a escola, desamparado! Persegue o saber, morto de frio! Empunha o livro, faminto! É uma arma! Estás chamado a ser um dirigente. Não temas perguntar, companheiro! Não te deixes convencer! Compreende tudo por ti mesmo. O que não sabes por ti, não o sabes. Confere a conta. Tens de pagá-la. Aponta com teu dedo a cada coisa e pergunta: “Que é isto? E como é?” Estás chamado a ser um dirigente. (Bertold Brecht) Há de aparecer um líder, vários líderes, uma nova corrente de opinião que venha de uma educação democrática, uma educação positiva, realista, objetiva que criasse no espírito dos jovens condições para que eles assumissem o poder. Acho que o mundo marcha para uma sociedade socialista. (Carlos Drummond de Andrade) A falácia da neutralidade esconde, sempre, um apoio implícito ao statu quo, isto é, a concordância, ou pelo menos a aceitação, da situação vigente. (Menalton Braff) (...) para desmascarar a ideologia. O mais simples e direto é observar a adjetivação ou a qualificação que se aplica aos conceitos básicos do discurso, especialmente, das condenações. (Leonardo Boff) Vivo, sou militante. Por isso odeio quem não toma partido, odeio os indiferentes. (Antonio Gramsci) SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................... 6 1.1. Problema ................................................................................................... 7 1.2. Justificativa ............................................................................................... 8 1.3. Objetivos ................................................................................................... 9 1.3.1. Geral ....................................................................................................... 9 1.3.2. Específicos ............................................................................................. 9 2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................... 10 2.1. Antecedentes históricos ........................................................................... 10 2.1.1. Espaço de formação .............................................................................. 11 2.1.2. Por uma política nacional ..................................................................... 13 2.1.3. Preocupação permanente ...................................................................... 16 2.1.4. O futuro ................................................................................................ 17 2.1.5. O tempo não para ................................................................................. 19 2.2. Referencial teórico-documental ............................................................... 19 2.2.1. VII Encontro Nacional (1990) .............................................................. 19 2.2.2. I Congresso Nacional (1991) ................................................................ 21 2.2.3. II Congresso Nacional (1999) ............................................................... 26 2.2.4. III Congresso Nacional (2007) .............................................................. 27 2.2.5. IV Congresso Nacional – Extraordinário (2011) ................................... 31 2.3. Escola Nacional de Formação Política ..................................................... 31 2.3.1. Estratégia de comunicação.................................................................... 32 2.3.2. Diretrizes .............................................................................................. 34 2.3.3. Sobre a organização dos currículos ....................................................... 34 2.3.4. Concepção teórico-metodológica .......................................................... 36 2.3.5. Sobre a organização dos cursos ............................................................ 37 2.3.6. O papel das secretarias estaduais e municipais de formação e a relação com a Escola Nacional de Formação ........................ 39 2.4. 1ª Jornada de Formação Política .............................................................. 41 2.4.1. A Etapa Distrital ................................................................................... 42 3. METODOLOGIA ...................................................................................... 43 3.1. O que é e como fazer formação política ................................................... 43 3.2. Plano de atividades .................................................................................. 47 3.3. Recursos .................................................................................................. 50 3.3.1. Humanos .............................................................................................. 50 3.3.2. Materiais............................................................................................... 51 3.3.2.1. Permanente ........................................................................................ 51 3.3.2.2. Consumo ........................................................................................... 51 3.4. Espaços ................................................................................................... 52 3.5. Temas ...................................................................................................... 52 3.5.1. Lutas específicas................................................................................... 52 3.5.2. Lutas gerais .......................................................................................... 53 3.6. Cronograma ............................................................................................. 53 3.7. Metas ....................................................................................................... 58 3.7.1. Por local de moradia ............................................................................. 58 3.7.2. Por local de estudo................................................................................ 58 3.7.3. Quantitativas, por ciclo, ano e nível de atuação .................................... 59 4. BIBLIOTECA ............................................................................................ 60 5. VIDEOTECA ........................................................................................... 147 6. LINKS ...................................................................................................... 237 Projeto-Piloto de Formação Política Por Daniel Pereira da Silva 1. INTRODUÇÃO "Se você treme de indignação perante uma injustiça no mundo, então somos companheiros." (Che Guevara) O Partido dos Trabalhadores (PT) nasceu da experiência de luta e reflexão dos trabalhadores e trabalhadoras no Brasil no final dos anos 70.1 A partir das lutas por liberdades democráticas e pela conquista de direitos, centenas de trabalhadores sentiram a necessidade de ir além da organização nos sindicatos e movimentos por suas reivindicações específicas, interferindo nas decisões políticas do país também por meio de um partido político, por isso decidiram construir o PT. Respeitando e valorizando a história, a existência e a experiência de outros partidos de esquerda, o PT nasceu transformando a cultura política brasileira na medida em que trouxe as idéias e práticas dos trabalhadores e da cidade e do campo, religiosos, militantes de esquerda, intelectuais, artistas, índios, negros, jovens. Homens e mulheres que almejavam ter representação própria e autônoma na vida política. O PT, ao buscar representar e fazer ecoar essas várias vozes na sociedade se definiu por um programa comprometido com a superação das desigualdades de todas as ordens e da exploração do homem pelo próprio homem. O PT se definiu pela construção do socialismo democrático. Sua utopia não ficou, contudo, restrita ao plano das ideias. O PT, desde sua fundação, buscou se constituir como um partido democrático à imagem e semelhança da sociedade que pretendia ajudar a construir. 1 Fonte: Escola Nacional de Formação Política. “Sobre a Escola Nacional de Formação Política”. Disponível em http://www.enfpt.org.br/node/10. Acesso em 27 de novembro de 2011. Et. seq. Página 6 de 239 Projeto-Piloto de Formação Política Por Daniel Pereira da Silva Essa perspectiva permitiu ao partido dialogar de maneira sistemática com os movimentos popular e sindical apoiando e impulsionando a luta de centenas de mulheres e homens em todo país e aprendendo com elas. Nesses 31 anos, o PT tem aprendido com as experiências institucionais em governos, parlamentos e com a luta dos movimentos sociais. Essas experiências têm permitido a produção de sínteses políticas e programáticas. Durante os dois mandatos do presidente Lula e agora no mandato da presidenta Dilma o PT foi uma força propulsora no governo ao mesmo em que foi desafiado a formular e contribuir em todas as áreas. A perspectiva de construção do socialismo democrático e o programa democrático-popular foram referências para ação do PT no governo no que diz respeito à superação das desigualdades, à distribuição de renda e à afirmação de direitos como vetores essenciais do modelo de desenvolvimento em curso. Nesse processo, o PT se tornou uma referência para a democracia brasileira. Na condição de um partido de massas e democrático tem