Relatório Sobre Liderança Política E Civil Na Guiné-Bissau
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RELATÓRIO SOBRE LIDERANÇA POLÍTICA E CIVIL NA GUINÉ-BISSAU Possibilidade de estabelecimento de Academia de Treinamento para Liderança Política e Civil Rui Jorge Semedo Guiné-Bissau 2018 Ficha Técnica Rui Jorge Semedo: Consultor Boaventura Horta Vaz Santy: Assistente Lassana Sanó: Assistente ABREVIATURAS ACOBES – Associação de Consumidores de Bens e Serviços APU-PDGB – Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné- Bissau AS – Aliança Socialista AU – Academia Ubunto BP – Bassora do Povo CD – Centro Democrático CNJ – Conselho Nacional de Juventude CONAEGUIB – Confederação Nacional de Estudantes da Guiné-Bissau CSIGB – Confederação dos Sindicatos Independentes da Guiné-Bissau IC – Igreja Católica IE – Igreja Evangélica IM – Igreja Muçulmana INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa LGDH – Liga Guineense dos Direitos Humanos MC – Movimento o Cidadão MCCI – Movimento dos Cidadãos Conscientes e Inconformados MCL – Movimentos de Cidadãos Livres MDG – Movimento Democrático Guineense MIGUELAN – Mindjeris di Guiné Lanta MNSCPD – Movimento Nacional da Sociedade Civil para Paz, Democracia e Desenvolvimento MP – Movimento Patriótico OJ – Ordem dos Jornalistas OSC – Organização da Sociedade Civil PAIGC – Partido Africano para Independência da Guiné e Cabo Verde PALOP – Partido Africano para a Libertação, Organização e Progresso PDD – Partido para Democracia e Desenvolvimento PPM – Plataforma Política das Mulheres PRID – Partido Republicano para Independência e Desenvolvimento PRS – Partido da Renovação Social PUN – Partido da Unidade Nacional RENAJ – Rede Nacional de Juventude RGB-MB – Resistência da Guiné-Bissau-Movimento Bâfata SMJ – Sindicato de Magistratura Judicial SMP – Sindicato de Magistrados de Ministério Público UAC – Universidade Amílcar Cabral UC – Universidade Católica UCB – Universidade Colinas de Boé ULG – Universidade Lusofona da Guiné UM – União para Mudança UNIPiaget – Universidade Jean-Piaget UNIOGBIS – Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau UNTG – União Nacional dos Trabalhadores de Guiné UPG – União Patriótica da Guiné VP – Voz di Paz WANEP – West Africa Network for Peacebuilding LISTA DE QUADROS Quadro 1: Quadro de participação por sexo. .............................................................. 42 Quadro 2: Quadro de idade. ....................................................................................... 42 Quadro 3: Quadro de nível académico dos participantes ............................................ 43 Quadro 4: Quadro de líderes políticos escolhidos pelos participantes. ....................... 47 Quadro 5: Quadro de líderes da sociedade civil escolhidos pelos participantes... ....... 49 LISTA DE GRÁFICO Gráfico 1: Nível de democracia interna nos partidos políticos. .................................... 43 Gráfico 2: Nível de democracia interna na sociedade cívil. ......................................... 44 Gráfico 3: Fatores que contribuem para a liderança política e civil na Guiné-Bissau... 44 Gráfico 4: Processo de consolidação democrática. ..................................................... 50 SUMÁRIO CONTEXTO .................................................................................................................. 6 1.1.METODOLOGIA ................................................................................................... 10 2.2.OBJETIVO ............................................................................................................ 11 2.PARTE I - Entrevista com lideranças política e civil ................................................. 11 2.1.Opinião dos líderes Partidários sobre Liderança Política na Guiné-Bissau ........... 12 2.3.Dificuldades pessoal e estrutural de liderar organizações partidárias na Guiné- Bissau ......................................................................................................................... 16 2.4. Dificuldade de carater pessoal ............................................................................. 16 2.5. Dificuldade de carater estrutural .......................................................................... 17 2.6. Desempenho das lideranças políticas e civis no funcionamento da democracia .. 18 3.O que os líderes políticos pensam sobre possibilidades de uma liderança partilhada com mulheres e jovens? ............................................................................................. 21 3.1.Acredita nas lideranças políticas que o país tem? ................................................. 25 3.2.Perceção sobre pertinência de estabelecimento de uma academia de liderança .. 27 3.3.Opinião dos líderes das organizações da sociedade civil sobre Liderança Política na Guiné-Bissau ............................................................ Error! Bookmark not defined. 3.4.Dificuldades pessoal e estrutural de liderar organizações da sociedade civil .. Error! Bookmark not defined. 3.5.Opinião dos líderes da sociedade civil sobre a capacidade de gestão de conflitos dentro das organizações. ............................................................................................ 36 3.6.Opinião dos lideres sobre a atual liderança da sociedade Civil ............................. 38 4.Parte II - Workshop de reflexão: “Os Desafios de Liderar numa Sociedade em Mudança” .................................................................................................................... 41 4.1.Funcionamento de estrutura Interna das organizações políticas e civis (Status Papeis, Coesão, Disciplina e Circulação de Elite) ....................................................... 51 5.Mecanismo e abordagem para o estabelecimento da academia de liderança politica e civil .......................................................................................................................... 53 6.Possibilidade e mecanismos para uma liderança partilhada (mulheres e jovens) num contexto extremado de mudanças indesejáveis. ......................................................... 54 7.Papel das universidades e dos médias na produção de conhecimento e de lideres 54 8.Contribuições das lideranças política e civil no processo de consolidação democrática. ............................................................................................................... 55 Conclusão ................................................................................................................... 57 Recomendação ........................................................................................................... 59 CONTEXTO Em conformidade com o Termo de Referência produzido pelo UNIOGBIS sobre liderança política e civil na Guiné-Bissau, com o propósito de observar as abordagens a adotar e que favorece a implementação do programa de treinamento sobre liderança política e civil com vista a facilitar a criação de um ambiente propício para paz e estabilidade sustentáveis, governança democrática, estado de direito e desenvolvimento socioeconómico. Esse esforço passa necessariamente pela observação do percurso político e institucional, cujo um dos momentos mais importante foi o da abertura política registada em 1991 decorrente do decreto presidencial no 1/91 de 29 de maio que permitiu a revisão da Constituição da República de 1984, que é, sem dúvida, de uma dimensão político-social relevante. Se por um lado liberalizou o mercado político, permitindo a criação do espaço para a participação e contestação, facto que fez emergir novas organizações e lideranças, quer no âmbito político-partidário como no da sociedade civil que a partir desse período passou a assumir um papel mais formal e interventivo na estruturação e canalização das demandas sociais aos órgãos de decisão, por outro, e, não menos importante, estava a ser criada condições e mecanismos para a construção de um ambiente político estável e propício para um desenvolvimento económico e social sustentáveis. Mas, antes desse período se faz necessário não deixar perder de vista que, tal como qualquer outra sociedade humana, a Guiné-Bissau ao longo de sua história e, mais precisamente, do seu processo de formação político-social, sempre conheceu personalidades que, independentemente da avaliação que se possa fazer, destacaram e as suas lideranças foram social e politicamente reconhecidas. Do ponto de vista étnico-social, tradicionalmente enquanto uma sociedade heterogenia e multicultural, cada sociedade étnica apresenta uma divisão político-social e religiosa do poder bem definida que assegura e dinamiza através de suas lideranças a interação entre as estruturas de poderes existentes ou entre estas com as de outras sociedades. Ainda hoje na memória coletiva guineense além dos régulos e outras personalidades tradicionalmente reconhecidas como líderes, perfilam alguns 6 nomes, entre homens e mulheres, que num determinado momento histórico- político lideraram pessoas, tabancas e territórios, nomeadamente, Bakompolo Có, Nsinhate Té, Honorio Pereira Barreto, Djanké Wali, Paté Koiada, Koly Tenguela, Nkanandé Cá, Okinka Pampa, Djeri Ndepnak da Rocha, Kumeré, Bebiana Vaz, Rosa Carvalho D`Alvarenga, Aurélia Correia, Luísa da Silva, Infali Sonco, Abdu Indjai, Amilcar Cabral, etc… Essas personalidades, cada um a seu jeito, no seu próprio contexto sociopolítico e num determinado período da nossa história liderou e marcou sobretudo o processo político, social, económico e militar da época. Contudo, o marco mais importante e recente dessas contribuições foi o processo que conduziu a luta pela independência nacional liderado por