Faculdade De Letras the Reception of Hegel in Portugal
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Universidade de Lisboa Faculdade de Letras The Reception of Hegel in Portugal: The Case of Oliveira Martins Bruno Filipe Laranjeira Gonçalves Tese orientada pelo Prof. Doutor Sérgio Campos Matos, especialmente elaborada para a obtenção do grau de Mestre em História especialidade Historiografia e Teoria da História. 2016 Index Resumo.................................................................................................................................................... 3 Abstract ................................................................................................................................................... 7 Acknowledgments .................................................................................................................................. 8 1. Introduction and other notes ............................................................................................................. 9 1.1 Introduction ................................................................................................................................ 10 1.2 The present state of studies on Hegel and Oliveira Martins in Portugal .................................. 13 1.3. Theoretical considerations about Concepts and Categories in Oliveira Martins and Hegel ... 18 2. The Germanism of Oliveira Martins ................................................................................................. 24 2.1. Why This Germanism? ............................................................................................................... 25 2.2 Sources ........................................................................................................................................ 40 2.3 How he integrated Hegel ............................................................................................................ 61 3. Social and Political Thought ............................................................................................................. 79 3.1 The Socialist movement ............................................................................................................. 80 3.2 Political Theoretician and Social Preacher ................................................................................. 92 3.3 The political program for Portugal ........................................................................................... 105 4. Historiography and Philosophy of History ..................................................................................... 117 4.1 The models in History ............................................................................................................... 118 4.2 Historiographic tradition .......................................................................................................... 125 4.3 History as a whole .................................................................................................................... 130 4.4 Philosophy of History ............................................................................................................... 139 5. Conclusion ....................................................................................................................................... 146 Sources and Bibliograhy ..................................................................................................................... 150 2 Resumo O objectivo a que este trabalho se propõe abarca o tratamento da recepção de Hegel em Portugal, especificamente no pensamento do autor oitocentista Oliveira Martins. Estendendo-se em certos momentos a outros autores da chamada geração de 70 como Antero de Quental. Um primeiro capítulo introdutório debruça-se acerca do estado dos estudos sobre Oliveira Martins e Hegel em Portugal. No que toca a Oliveira Martins, tais estudos são vistos tanto de um ponto de vista de estudos que incluam Hegel, bem como outros de carácter mais geral. Em relação a Hegel é abordada a questão da sua recepção assim como é feita uma passagem por alguns autores onde a sua presença foi mais marcante. De seguida, ainda neste capítulo introdutório, são feitas algumas considerações sobre método, bem com alguns apontamentos críticos sobre conceitos e categorias. Abordagem que se prende em boa medida com a ideia de conceitos como construções históricas, à qual são dados alguns exemplos da pertinência dessa história conceptual para o trabalho em questão. No capítulo subsequente em que o Germanismo de Oliveira Martins será tema em desenvolvimento, há primeiro uma chamada de atenção para o que consiste esse Germanismo em Oliveira Martins, onde tem um significado mais cultural. Segue-se um olhar pela educação, interesses e leituras de Oliveira Martins, onde sobressaem os estudos não convencionais, que conjugados com um autodidatismo e facilitado por um ambiente eclético, o irão ajudar a furar os cânones estabelecidos e a apresentar ideias originais. Chegando assim mais facilmente às modernas ideias europeias. Uma curiosidade juvenil levá-lo-á de encontro à filosofia alemã. As linhas de evolução do pensamento filosófico em Portugal serão também alvo de preocupação, tendo como finalidade o seu enquadramento até se chegar a Oliveira Martins. Devido ao interesse pela política, o federalismo que o fascinou aquando da sua juventude, provinha enormemente da Alemanha. Temos depois a leitura inicial de Hegel e a relação que Oliveira Martins faz entre Hegel e a filosofia Alemã, próxima da concepção de idealismo alemão, dando uma certa unidade às ideias produzidas na Alemanha. São observadas algumas semelhanças entre esses pensadores, não descurando as diferenças. Oliveira Martins chega aos pensadores alemães como fruto de uma reflexão própria. O Germanismo do seu amigo Antero de Quental vinha já desde Coimbra como confessa em carta autobiográfica. Nessa carta constam importantes informações sobre Hegel e a cultura Alemã, 3 estudando inclusive a língua alemã como parte desse interesse, apesar das dificuldades no seu uso e compreensão. Um segundo momento terá como base fontes desse Germanismo. Enumerando-se as fontes disponíveis a Oliveira Martins, ainda que incertas, sabe-se contudo que terá lido com certeza Vera, Lerminier e Ahrens. Desenvolvendo-se mais pormenorizadamente acerca de Augusto Vera, principal fonte directa dos textos de Hegel, assim como acerca de problemas nas traduções de Hegel. Seguem-se as fontes liberais e socialistas que se formam à volta de Cousin, em antigos alunos seus. Começando primeiramente pelos liberais, passa-se depois para os socialistas, em que Proudhon e o seu fraco entendimento de Hegel, deixam uma marca indelével em Oliveira Martins. Sendo também mencionadas algumas figuras do socialismo francês que comungam de um certo Hegelianismo, inclinando-se Oliveira Martins no entanto para a crítica liberal de Hegel. A França será a cultura de transição entre a Alemanha e Portugal. Um último momento deste capítulo centra-se á volta da integração de Hegel no pensamento de Oliveira Martins. Para a crítica e os elogios que este lhe move, assim como a cultura alemã no âmbito deste pensar e integrar de Hegel. Fazendo-se também demarcações entre várias doutrinas e as próprias ideias de Oliveira Martins, que veremos têm origem também noutros pensadores como Fichte ou Kant. Proudhon e o entendimento que este tem de Hegel deram os fundamentos para o Hegel dos seus primeiros escritos. Concentrando-se nas diferenças e de seguida nas semelhanças entre Oliveira Martins e Hegel, é feita uma avaliação desse hegelianismo de Oliveira Martins. No próximo capítulo sobre o pensamento social e político de Oliveira Martins, começa por ser feita a referência ao socialismo de Proudhon traçando-se a sua evolução e trajectória. Com referências a alguns pontos importantes na sua concepção histórica da humanidade e a relação com o socialismo. Passando pelo caso específico de Portugal e os seus problemas económicos e sociais, em que Oliveira Martins devido aos seus fracassos reformadores, se aproxima de posições mais autoritárias. Na parte seguinte o enfoque será na doutrina política de Oliveira Martins que se vai progressivamente aproximando de um socialismo de estado. Em que a visão societária mais individualista da juventude ganha contornos colectivos e o organicismo social se mostra em força. Algumas correções de doutrina que enceta levá-lo-ão a uma outra leitura de Hegel, mais simpática quanto à concepção de estado. 4 A ideia de ditadura ou de Cesarismo paira por esta altura também em Oliveira Martins, levando-o a um aproximação da monarquia e ao abandono das teses republicanas e federalistas, assim como ao ideário Proudhoniano. Sendo um problema que se insere na relação autoridade- liberdade que vai sendo objecto de reflexão por parte de Oliveira Martins e que se pode dizer herdeira de Hegel, prosseguindo até aos nossos dias tal debate. Silva Cordeiro irá acusá-lo de ser o introdutor do Germanismo na política, ou seja, de um autoritarismo doutrinário. É feita também referência à sua actividade como pregador social, falando directamente para as classes médias apelando à reforma. Uma preocupação com o público que o levará a um projecto de educação do mesmo com a sua Biblioteca das Ciências Sociais. Por fim neste capítulo é feita uma análise do seu projecto político para Portugal, as propostas que desenvolve e algumas semelhanças com Hegel quanto a leituras políticas e concepções de estado. Bem como a sua participação política no quadro parlamentar e as propostas que lá apresenta. O lugar da monarquia