Alexandre Herculano E a Construção Do Texto Histórico: Escrita, Fontes E Narrativa
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS MICHELLE FERNANDA TASCA Alexandre Herculano e a construção do texto histórico: escrita, fontes e narrativa CAMPINAS 2018 MICHELLE FERNANDA TASCA Alexandre Herculano e a construção do texto histórico: escrita, fontes e narrativa Tese apresentada ao Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de Doutora em História na Área de Política Memória e Cidade. Supervisor/Orientador: Cristina Meneguello ESSE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA TESE DEFENDIDA PELA ALUNA MICHELLE FERNANDA TASCA E ORIENTADA PELA PROFESSORA DOUTORA CRISTINA MENEGUELLO. ______________________________________ CAMPINAS 2018 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS A Comissão Julgadora dos trabalhos de Defesa de Tese de Doutorado, composta pelos Professores Doutores a seguir descritos, em sessão pública realizada em 12 de abril de 2018, considerou a candidata Michelle Fernanda Tasca aprovada. Profa. Dra. Cristina Meneguello Prof. Dr. Luiz Estevam de Oliveira Fernandes Prof. Dr. José Alves de Freitas Neto Profa. Dra. Iara Lís Franco Schiavinatto Prof. Dr. Julio Cesar Bentivoglio A Ata de Defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no SIGA/Sistema de Fluxo de Dissertações/Teses e na Secretaria do Programa de Pós-Graduação em História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Para meus pais... AGRADECIMETOS Escrever os agradecimentos de um trabalho é atestá-lo como concluído. É uma parte fácil se pensada em relação a tudo o que trabalhamos para chegar nesse momento. Mas é também a mais difícil, pois exige a consciência do fim. Não é tarefa simples abrir mão de algo que esteve como companhia muitas vezes invisível em tantos cafés da manhã e chás de madrugada. Ter a consciência do trabalho terminado é gratificante, libertador e dolorido ao mesmo tempo. Uma ausência que passa a ser sentida. Exige um retorno, um repensar de cada etapa e de cada pessoa que direta ou indiretamente participaram desse grande processo. Agradeço primeiramente aos meus pais Natale e Cida, que sem eles nada disso teria sido possível. Foram os primeiros que realmente acreditaram em mim e no meu trabalho. Me apoiaram de todas as formas. Meu amor é imenso. Ao meu irmão Gustavo, pelas turranices e conversas controversas. À Vanessa, irmã sempre amorosa e apoiadora em todos os momentos. Ao meu cunhado André Vecchiato e à minha sobrinha Isabella que nasceu em meio à todo esse processo e me encheu de amor e vontade de me tornar cada vez melhor, por ela e por mim. Ao meu avô Antônio, exemplo de vida, e minhas queridas avós Iracema e Carmen, que infelizmente já partiram. Saudades eternas. Frida, minha pincher louca e companheirinha de todos os dias. Ligia Guido, amiga de todas as horas, agradeço pelos momentos vividos em Portugal, pela companhia nas viagens, nas aulas da pós-graduação e pela leitura interessada de meu texto nos momentos finais de preparação. À orientadora Cristina Meneguello, que me acompanha já há tantos anos. Agradeço não só pela orientação, mas também pela inspiração e amizade. Aos professores do Departamento de História da Unicamp. Agradeço em especial aos professores Aldair Rodrigues, Alessandra Pedro, Iara Lis, José Alves de Freitas Neto, Júlio Bentivoglio, Luiz Estevam de Oliveira Fernandes e Temístocles Cezar, que gentilmente aceitaram a compor a banca de defesa. Aos colegas de curso da pós-graduação. Aos coordenadores do curso de Publicidade e Propaganda e de Jornalismo da faculdade Eduvale, Marco Apollonio e Erick Fasciolli, pela oportunidade de ingressar na docência acadêmica. Aos colegas de trabalho e amigos que fiz em Avaré. Aos colegas que fiz em Lisboa e na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Ao professor Sérgio Campos Matos, que atenciosamente me acolheu em Portugal para as pesquisas feitas durante o doutorado sanduiche. Agradeço também às bibliotecas vinculadas à Universidade de Lisboa e Universidade Nova de Lisboa, assim como, ao Arquivo Nacional da Torre do Tombo, à Biblioteca Nacional de Portugal e à Biblioteca do Palácio Nacional da Ajuda. O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 5632-13-7. Construir a história é narrá-la. (H. Pirenne) Depois d’elle succedido conta-o, torna-o a contar: a poesia o vai enfeitando, a imaginação enriquecendo, o espirito associando, e no fim de annos tem a historia sahido d’esse chaos, d’essa Babel de linguas dispersas já outra, sempre para mais pasmosa e estupenda: e tanto mais o for, tanto maior certeza terá de ferir a imaginação e tocar os corações, especialmente do sexo que recolhe mais itimas sensações, e que depois nol-as transmite com o leite. O historiador só apparece mais tarde quando o povo se tem constituido e adiantado em civilização; mas d’esse facto que ao povo interessou, e pela fórma que lhe interessou, já elle tem registrado a historia n’um archivo muito mais popular, e não menos duradouro que os documentos escriptos em pergaminho: é o da tradição. (Francisco Adolfo de Varnhagen) RESUMO Este trabalho propõe um estudo sobre a escrita da História de Portugal de Alexandre Herculano. A fim de melhor compreender a obra abordada e sua relação com o autor e seu contexto de produção, buscamos inicialmente apresentar a trajetória do historiador português, sua formação e escolhas profissionais. Salientamos também, os anos iniciais de aprendizado e a importância da experiência do exílio, para então, adentrar ao seu desenvolvimento profissional e à junção dos afazeres de bibliotecário aos de historiador. Pretendemos demonstrar a conciliação entre as duas instâncias, ao mesmo tempo em que discutimos o processo de construção da historiografia oitocentista em que o historiador, para escrever sua síntese histórica, deveria antes de tudo reunir os materiais necessários através de incessantes buscas, catalogações e estudos de documentos que ainda não haviam sido adequadamente manuseados para servir a tais propósitos. Nosso objetivo foi demonstrar a importância dada por Herculano para as fontes documentais e compreender como as utilizava para construir sua narrativa histórica. A partir da compreensão das relações estabelecidas entre o historiador e seu material de pesquisa, intentamos delinear os caminhos percorridos pelo autor para a construção de seu discurso. Estabelecemos, por fim, uma relação entre história, imaginação e literatura, a fim de perceber as distinções possíveis de um mesmo tema abordado a partir do viés histórico, no caso, o primeiro livro da História de Portugal, e do viés literário em O Bobo. Palavras Chave: Herculano, Alexandre, 1810-1877; Historiografia; Portugal– século XIX ABSTRACT This work proposes a study on the writing of the História de Portugal by Alexandre Herculano. In order to better understand the work dealt with and its relationship with the author and his context of production, we initially seek to present the trajectory of the Portuguese historian, his training and professional choices. We also emphasize the initial years of learning and the importance of the experience of exile, and then, to enter into his professional development and the joining of the tasks of librarian to those of historian. We intend to demonstrate the conciliation between the two instances, at the same time as we discuss the process of construction of eighteenth century historiography in which the historian, to write his historical synthesis, should first of all gather the necessary materials through incessant searches, catalogs and studies of documents that had not yet been properly handled to serve such purposes. Our objective was to demonstrate the importance given by Herculaneum to documentary sources and to understand how he used them to construct his historical narrative. From the understanding of the relations established between the historian and his research material, we try to delineate the paths taken by the author for the construction of his discourse. Finally, we establish a relation between history, imagination and literature, in order to perceive the possible distinctions of the same theme approached from the historical bias, in the case, the first book of the História de Portugal, and the literary bias in O Bobo. Keywords: Herculano, Alexandre, 1810-1877; Historiografy; Portugal– 19th century SUMÁRIO INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 13 CAPÍTULO I -A CONSTRUÇÃO DE ALEXANDRE HERCULANO ................................. 17 1.1.Escolhas e experiências................................................................................................... 18 1.2.Biblioteca do Porto ......................................................................................................... 21 1.3.Biblioteca da Ajuda ........................................................................................................ 23 1.4.Principais obras ............................................................................................................... 32 1.5.Sobre a História de Portugal .......................................................................................... 36 1.6. Historiografia francesa e alemã ..................................................................................... 41 1.6.Bibliografia sobre Alexandre Herculano .......................................................................