Memórias Sobre Rio Branco

Total Page:16

File Type:pdf, Size:1020Kb

Memórias Sobre Rio Branco Barão do Rio Branco Guardados da Memória Memórias sobre Rio Branco Alvaro Lins Quarto ocupante da Cadeira 17 na Academia Brasileira de Letras. uem houvesse de se encontrar pela primeira vez com a vida Q cultural brasileira logo sentiria a falta de documentos pes­ soais, daqueles livros ou papéis que servem para estudar um homem ou uma obra nas suas fontes mais originais. Esta seria a ausência mais sensível, e se refere tanto aos escritores como aos homens de Estado. Uns e outros morrem sem nada deixar além das obras que lançaram ou realizaram; quase nunca deixam aqueles documentos íntimos que muito serviriam para a compreensão dos seus atos. Em qualquer as­ sunto, em qualquer sentido, nada existe de mais raro no Brasil do que a documentação. Principalmente a documentação de ordem pessoal. Não temos nem o gosto, nem o hábito da correspondência, do diário, do volume de memórias, das notas profissionais. E estes papéis são os que constituem mais tarde aqueles livros de documentação: os mais necessários para os estudos e as exegeses. Mas a maior vigilância não será excessiva quando estamos em face de volumes dessa espécie. Há sempre o perigo de se tomar 293 Alvaro Lins por um documento natural aquilo que foi conscientemente preparado para a posteridade. E um livro de memórias ou um diário que alguém escreveu com o propósito de causar “efeito”, com um propósito de qualquer natureza que não seja de escrever para si mesmo, sem pensar em mais ninguém – um livro destes não apresenta mais nenhum valor como documento pessoal. Pode constituir até uma importante realização literária, mas perderá todo o seu interesse como fonte original de estudo de personalidade. A propósito de memórias, diários e correspondências – devemos sempre distinguir o que tem caráter literário e o que tem caráter simplesmente documentário. Os de caráter documentário são os mais raros no Brasil, são aqueles que mais falta têm feito para o estudo e a compreensão de algumas figuras nacio­ nais. Imagine­se o que representaria o conhecimento de um diário íntimo ou de um volume de memórias para a maior compreensão de um espírito tão misterioso e complexo como o de Floriano Peixoto, na categoria de homem de Estado, ou como o de Raul Pompeia, na categoria de escritor. Confesso que tenho uma invencível predileção por esses livros documentá­ rios que não têm literatura, nem arte. O que me causa horror é a confusão ou a falsificação, de um lado ou do outro: o livro de literatura que se apresenta como um documento espontâneo, ou o livro simplesmente de documentação que se apresenta como uma obra de arte literária. E este último caso é o que se repete com mais insistência. Nada seria mais útil ou mais oportuno do que o reconhecimento de vocação e possibilidades em todos os homens. Estimo por isso os autores que logo reconhecem que não está na literatura, como construção artística, o seu destino. Aqueles que não se sentem escritores – no sentido estrito e rigoroso da palavra – e dedicam o seu gosto de escrever aos livros que estão mais de acordo com as suas tendências: os de documentação, as memórias, os diários, as notas íntimas, as cartas. A leitura de livros dessa espécie me dá sempre um prazer especial, ao lado da utilidade que encontro nas suas páginas. Toda literatura precisa desses livros que não de literatura. Ao Brasil não faria mal nenhum se tivéssemos menos poetas, menos romancistas, menos ensaístas, contanto que fossem substituídos por alguns memorialistas, por alguns autores de diários e correspondências. Mas devemos repetir: todos 294 Memórias sobre Rio Branco esses autores de documentos naturais, e não autores falsificados pela literatice. As qualidades de um livro desta ordem devem ser a naturalidade, a esponta­ neidade, a veracidade. Já fiz uma vez o elogio do que chamei os livros nus, isto é: os livros que têm sentimentos, ideias ou imaginação, mas no seu estado primitivo e virgem, sem os recursos da arte literária. Uma obra dessa espécie, por exemplo, foi a que realizou o sr. Julio Bello com as suas Memórias de um senhor de engenho. Outra obra dessa espécie é o livro de reminiscências – o livro de memórias, podemos dizer – do embaixador Raul do Rio Branco sobre o seu pai1. Representa este livro, por todos os mo­ tivos, o tipo exato do documento. Nada mais é do que um documento íntimo, e nada pretende além desse fim que muito o recomenda ao nosso interesse. Nessa simplicidade está a sua significação, está o seu mérito. Vê­se logo que o seu autor não se apresenta como um escritor, que o seu livro não tem outra pretensão além do seu título. O sr. Raul do Rio Branco teve a inteligência e o senso de tirar do que escreveu qualquer possibilidade de confusão com a arte literária. Este reconhecimento não vem apenas da declaração que faz no prefácio, o que poderia ser o sinal de uma falsa modéstia. Vem da leitura do livro, onde não se sente nenhum sinal de falsificação, onde não se sente nunca o propósito de fazer literatura. É um dos livros mais naturais, mais espontâneos, mais ingênuos – no bom sentido da palavra – que conheço. E somente não gostarão da sua leitura os que estiverem muito intoxicados de arte literária, os que forem incapazes de reconhecer interesse nos documentos simples e puros. Dir­se­ia que nem se destinavam à publicação estas Reminis- cências do Barão do Rio Branco. Elas não têm estilo, nem construção literária: são observações e lembranças do Barão do Rio Branco escritas num à­vontade de quem está em família. Dir­se­ia relatório de caráter privado numa linguagem de intimidade. Nem lhe falta, nos assuntos mais sérios, um certo acacianismo em ideias e expressões, até às vezes atribuídas ao Barão; em outros aspectos, a ingenuidade revela­se enorme, o que dá ao leitor o sabor de um contato direto 1 Reminiscências do Barão do Rio Branco por seu filho, o embaixador Raul do Rio Branco – Livraria José Olympio Editora – Rio de Janeiro – 1942. 295 Alvaro Lins com a realidade. Dessa maneira é que se pode apreciar bem esse livro do sr. Raul do Rio Branco, sem colocar na sua leitura qualquer exigência literária ou artística. Deve ser apreciado, antes de tudo, sob um critério de utilidade, des­ de que o seu caráter é o de documento. Tem assim um inegável valor, e acho que todos os filhos de homens ilustres ou representativos deveriam seguir este exemplo. O seu fim foi o de contribuir para o estudo e o conhecimento da personalidade do Barão do Rio Branco; e apresentou um documento auxiliar que terá sempre a sua significação para todos aqueles que desejem conhecer a figura principal do Itamarati. Que desejem conhecer o Barão do Rio Branco em alguns dos seus aspectos mais íntimos, como o observava o seu próprio filho. As Reminiscências do sr. Raul do Rio Branco, com efeito, não têm um ca­ ráter biográfico, não se destinam mesmo a apresentar um retrato completo do Barão ou uma reconstituição em bloco da sua vida pessoal ou de homem de Estado. Elas se limitam a certos aspectos isolados, a certos episódios que mais se fixaram na memória. Têm uma natureza fragmentária, arbitrária, pessoal. E todas as páginas vêm realmente das reminiscências exclusivas do seu autor, que escreveu longe dos arquivos, dos papéis e dos livros com os quais trabalhou o seu pai. Toda essa documentação se encontra no Itamarati. De qualquer for­ ma, o livro do sr. Raul do Rio Branco tem o dom de nos transmitir uma visão do Barão do Rio Branco; e esta visão sugere que lembremos algumas linhas principais da vida desse grande homem de Estado, sobretudo pela atualidade de haver situado a sua ação naquele plano de vida em que o Brasil joga hoje seu destino, como todos os países: o da política internacional. Para falar sobre Rio Branco num artigo de jornal, tenho a desvantagem de o estar estudando para um livro. Tenho comigo muitos cadernos com as notas que me foram sugeridas pelos estudos que estou realizando sobre a sua figura e a sua obra, ao lado de uma documentação que não poderia resumir ou utilizar em páginas tão rápidas. Tomo o partido de escrever agora sobre Rio Branco sem recorrer aos cadernos, aos livros, a qualquer elemento mais poderoso de documentação. Escreverei de memória, procurando me limitar às sugestões que o livro do sr. Raul do Rio Branco apresenta a qualquer lei­ tor, somente citando dos documentos de que disponho algumas cartas que 296 Memórias sobre Rio Branco possam completar ou sustentar certas afirmações, menos conhecidas, destas Reminiscências. E a sugestão inicial vem logo a ser a da importância do Barão do Rio Branco como assunto de estudo. Já dissera o sr. Gilberto Amado, numa conferência, que era este “o maior assunto do Brasil”. E por que este assunto não foi até hoje estudado e revelado? Fiz esta pergunta a mim mesmo logo que o ministro Oswaldo Aranha me honrou com um convite para escrever a história do Barão do Rio Branco. Examinando a documentação, encontrei alguns artigos e ensaios excelentes, mas nenhum estudo completo sobre a vida e a sua obra. Logo depois pude compreender onde estava a dificuldade fora do comum que tem assombrado todos aqueles que se sentem tentados pelo “maior assunto do Brasil”. Dificuldade que não decorre somente da exten­ são e da complexidade dessa obra; que decorre antes de tudo do seu caráter especializado, dos seus aspectos técnicos. Para compreender os seus atos no Itamarati e os volumes e documentos que elaborou ou reuniu para as questões de limites do Brasil, será necessário acompanhar o Barão do Rio Branco em conhecimentos científicos e técnicos, a cujo domínio ele chegou através de uma vida inteira de estudos: os de Direito Internacional, os de História, os de Geografia.
Recommended publications
  • Translating Brazil: from Transnational Periodicals to Hemispheric Fictions, 1808-2010
    Translating Brazil: From Transnational Periodicals to Hemispheric Fictions, 1808-2010 By Krista Marie Brune A dissertation submitted in partial satisfaction of the requirements for the degree of Doctor of Philosophy in Hispanic Languages and Literatures in the Graduate Division of the University of California, Berkeley Committee in charge: Professor Natalia Brizuela, Co-chair Professor Candace Slater, Co-chair Professor Scott Saul Spring 2016 Abstract Translating Brazil: From Transnational Periodicals to Hemispheric Fictions, 1808-2010 by Krista Marie Brune Doctor of Philosophy in Hispanic Languages and Literatures University of California, Berkeley Professor Natalia Brizuela, Co-chair Professor Candace Slater, Co-chair This dissertation analyzes how travel and translation informed the construction of Brazil as modern in the 19th century, and how similar processes of transnational translation continue to shape the cultural visibility of the nation abroad in the contemporary moment. By reading journals, literary works, and cultural criticism, this study inserts Brazilian literature and culture into recent debates about translatability, world literature, and cosmopolitanism, while also underscoring the often-overlooked presence of Brazilians in the United States. The first half of the dissertation contends that Portuguese-language periodicals Correio Braziliense (London, 1808-1822), Revista Nitheroy (Paris, 1836), and O Novo Mundo (New York, 1870-1879) translated European and North American ideas of technology and education to a readership primarily in Brazil. The transnational circulation of these periodicals contributed to the self- fashioning of intellectuals who came to define the nation. To suggest parallels between Brazil and the United States in the late 19th century, the analysis of O Novo Mundo focuses on discourses of nation, modernity, and technological progress emerging in the hemispheric travels of scientists, intellectuals, and the Brazilian empire Dom Pedro II, and in the national displays at the 1876 Centennial Exhibition in Philadelphia.
    [Show full text]
  • 1 Entre a Sociedade E a Política: a Produção Intelectual De Arthur
    Entre a sociedade e a política: a produção intelectual de Arthur Azevedo (1873-1897) Giselle Pereira Nicolau* Arthur Azevedo viveu uma época de mudanças. Nascido em São Luís do Maranhão, em 14 de julho de 1855, este deixou a terra natal aos 18 anos, em busca de oportunidades na Corte.1 No Rio de Janeiro, foi jornalista, cronista e funcionário público, mas destacou-se como autor de teatro. Arthur testemunhou a passagem do Império à República, fazendo desse conjunto de acontecimentos, matéria e cenário para suas crônicas, contos e peças teatrais, em especial, em suas Revistas de Ano. Quando chegou ao Rio de Janeiro em 1873, com o objetivo de trabalhar no jornalismo e no teatro, o jovem de apenas 18 anos, iniciou suas atividades na folha A Reforma, dirigido por Joaquim Serra,2 um dos precursores da moderna imprensa política brasileira. Periódico de cunho liberal tinha, entre os colaboradores, nomes como os de Joaquim Nabuco, Rodrigo Otávio e Cesário Alvim. A redação do semanário era ponto de encontro de políticos, como Francisco Otaviano, Afonso Celso, que posteriormente veio a se tornar o Visconde Ouro Preto, e Tavares Bastos, além de outras figuras ligadas ao Partido Liberal. Não obstante a baixa remuneração, o trabalho jornalístico abria as portas para jovens que desejavam seguir carreira literária. Algo muito comum nessa época, o apadrinhamento ou mecenato, para usar a expressão de Machado Neto, dava oportunidades na imprensa para jovens que desejavam ganhar a vida com as letras (NETO, 1973: 11). Com Arthur Azevedo não ocorreu de outra maneira. Recém-chegado do Maranhão, onde havia desempenhado funções de jornalista, encontrou espaço no periodismo carioca, por intermédio de seu conterrâneo, Joaquim Serra.
    [Show full text]
  • Carlos De Laet E a Intelectualidade Carioca Na Virada Do Século XIX Para O XX
    Carlos de Laet e a intelectualidade carioca na virada do século XIX para o XX Helena Ramalho Crispiniano Mestranda do PPGHS/UERJ. e-mail: [email protected] Introdução Este trabalho busca apresentar o personagem histórico Carlos de Laet, situando-o nas suas principais esferas de atuação e levando em consideração as turbulências que balançaram as estruturas políticas e culturais do entre séculos XIX e XX. Dividido em três subtítulos, o primeiro deles faz uma breve reflexão sobre os aspectos necessários para a escrita de uma biografia atenta e próxima da verdade, como o trabalho do historiador deve ser. O segundo subitem inserem-se dentro da apresentação da vida de Carlos de Laet, contemplando sua atuação como jornalista e educador, já o terceiro caracteriza-se por fazer uma breve apresentação dos conceitos “intelectuais” e “rede de sociabilidade” tendo como destaque a participação de Laet no processo de fundação da Academia brasileira de Letras (ABL). Considerações sobre o uso da biografia como escrita da História As biografias, nas últimas décadas, em decorrência de seu caráter atrativo, expressaram-se em um crescente número de publicações (GOMES, 2005, p.9). Juntamente com elas, os estudos biográficos recuperaram um lugar de prestígio na produção dos historiadores (AVELAR, 2010, p.157). Entretanto, para o historiador, a biografia, como escrita da história, não se limita a uma narração dos fatos em ordem cronológica, apesar de também poder sê-lo. Assim como na escrita da História em que a “intenção de construção de um discurso próximo da verdade é uma das marcas de sua prática, podendo ser percebida desde o momento da pesquisa documental, passando pela elaboração explicativa até se consolidar na construção textual, o historiador biógrafo (RICOUER, 1994, p.169-171)”.
    [Show full text]
  • REPÚBLICA SIM, ESCRAVIDÃO NÃO: O Republicanismo De José Do Patrocínio E Sua Vivência Na República
    UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CENTRO DE ESTUDOS GERAIS INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA RITA DE CÁSSIA AZEVEDO FERREIRA DE VASCONCELOS REPÚBLICA SIM, ESCRAVIDÃO NÃO: O Republicanismo de José do Patrocínio e sua vivência na República Niterói 2011 2 RITA DE CÁSSIA AZEVEDO FERREIRA DE VASCONCELOS REPÚBLICA SIM, ESCRAVIDÃO NÃO: O Republicanismo de José do Patrocínio e sua vivência na República Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal Fluminense. Mestrado em História Contemporânea I na Universidade Federal Fluminense. Orientador: Prof. Dr. Humberto Fernandes Machado 3 Niterói 2011 Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Central do Gragoatá V331 Vasconcelos, Rita de Cássia Azevedo Ferreira de. República sim, escravidão não: o republicanismo de José do Patrocínio e sua vivência na República / Rita de Cássia Azevedo Ferreira de Vasconcelos. – 2011. 214 f. Orientador: Humberto Fernandes Machado. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal Fluminense, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, Departamento de História, 2011. Bibliografia: f. 208-214. 1. Abolição da escravatura, 1888. 2. Proclamação da República, 1889. 3. Patrocínio, José do, 1854-1905. I. Machado, Humberto Fernandes. II. Universidade Federal Fluminense. Instituto de Ciências Humanas e Filosofia. III. Título. CDD 981.04 4 REPÚBLICA SIM, ESCRAVIDÃO NÃO: O Republicanismo de José do Patrocínio e sua vivência na República Rita de Cássia Azevedo Ferreira de Vasconcelos Dissertação de Mestrado
    [Show full text]
  • Breve Panorama Histórico Da Imprensa Literária No Maranhão Oitocentista Ricardo André Ferreira Martins*
    View metadata, citation and similar papers at core.ac.uk brought to you by CORE provided by Universidade Federal de Santa Maria: Portal de Periódicos... Breve panorama histórico da imprensa literária no maranhão oitocentista Ricardo André Ferreira Martins* Resumo: O presente artigo tem como objetivo realizar um breve panorama histó- rico da atividade jornalística da imprensa literária ao longo do Maranhão oitocen- tista, no sentido de demonstrar como o mundo literário maranhense foi fundado e consolidado pari passu ao jornalismo político, disputando espaço nos jornais e periódicos do século XIX da capital maranhense, em que homens de letras e jor- nalistas confundiam-se. Palavras-chave: Jornalismo. Imprensa Literária. Maranhão. Resumén: Este trabajo pretende realizar una breve reseña histórica del periodis- mo de la prensa literaria en todo el siglo XIX en el estado brasileño del Maranhão, para demostrar cómo el mundo literario fue fundado y consolidado pari passu al periodismo político, así como la lucha por el espacio en los periódicos y revistas de la capital del Maranhão, en los cuales literatos y periodistas se confundieron. Palabras clave: Periodismo. Prensa Literaria. Maranhão. Abstract: This paper is an attempt to carry out a brief historical overview of jour- nalism in the literary press of Maranhão throughout the nineteenth century, in order to demonstrate how the literary world in Maranhão was founded and con- solidated in the same time to political journalism, fighting for space in news- papers and journals of the nineteenth century in Maranhão’s capital, in which literary men and journalists became confounded. Keywords: Journalism. Literary press. Maranhão. Breve panorama histórico da imprensa literária..
    [Show full text]
  • Um Mar À Margem: O Motivo Marinho Na Poesia Brasileira Do Romantismo
    Comunicação apresentada no Con- gresso Internacional La Lusophonie: Voies/Voix Océaniques, Université Libre de Bruxelles, 16-19 de se- tembro de 1998. Um mar à margem: o motivo marinho na poesia brasileira ANTONIO CARLOS SECCHIN do Romantismo ANTONIO CARLOS Para procurar a resposta, percorremos a SECCHIN é ononom nom obra de 52 poetas (2) do Romantismo bra- onomn mon mon omnm sileiro, uma vez que o centramento exclu- onm onm onm onm onm onm onm onm sivo nos autores canônicos nos parecia in- suficiente para revelar a dimensão da inci- dência (ou da ausência) do mar na produ- ção do período. Foram lidos todos os poe- inha terra tem palmeiras, / mas que fizessem no título menção explíci- Onde canta o sabiá” (1). Nos ta ao mar, ou implícita, através de campos famosíssimos versos da metonímicos como praia, concha, areia, “Canção do Exílio”, Gonçal- barco. Desse total, nada menos do que 22 ves Dias fala de terra, aves, poetas não assinaram textos com motivo “Mestrelas, bosques: fala de quase tudo, mas marinho; dos 30 restantes (3), 23 possuem não do mar. A natureza do Brasil, na sua poemas efetivamente dedicados ao tema, e idealização exemplar, já surge celebrada nos demais o mar comparece na condição com o mar a menos. E nos outros poetas de coadjuvante, seja no contexto mais 1 G. Dias, 1957, p. 83. Para românticos? O mar teria sido elemento im- amplo de uma baía ou de um litoral, seja evitar excessiva remissão às portante na constituição de um espaço num cenário protagonizado pela lua. Pre- notas, doravante as citações serão acompanhadas, no cor- paradisíaco, ou, ao contrário, acabou re- sença, portanto, relativamente moderada, po do texto, do número da página do livro em que se en- traindo-se como um convidado modesto que vem de encontro às expectativas de uma contram.
    [Show full text]
  • SILVA, Michelle Samuel Da. a Metodologia Da Academia Brasileira De Letras Na Descrição De Arquivos Pessoais: Um Estudo Do Arquivo De José Veríssimo Dias De Matos
    UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO E CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS ESCOLA DE ARQUIVOLOGIA MICHELLE SAMUEL DA SILVA A METODOLOGIA DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS NA DESCRIÇÃO DE ARQUIVOS PESSOAIS: um estudo do arquivo de José Veríssimo Dias de Matos. Rio de janeiro 2018 MICHELLE SAMUEL DA SILVA A METODOLOGIA DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS NA DESCRIÇÃO DE ARQUIVOS PESSOAIS: um estudo do arquivo de José Veríssimo Dias de Matos. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Arquivologia, como requisito parcial para obtenção do Grau de Bacharel em Arquivologia. Orientadora: Profa. Me. Patrícia Ladeira Penna Macêdo. Rio de Janeiro 2018 Catalogação informatizada pelo(a) autor(a) Silva, Michelle Samuel da. S A metodologia da Academia Brasileira de Letras na descrição de arquivos pessoais: um estudo do arquivo de José Veríssimo Dias Matos. / Michelle Samuel da Silva . - - Rio de Janeiro, 2018. 58 f. Orientadora: Patrícia Ladeira Penna Macêdo. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Graduação em Arquivologia, 2018. 1. Descrição Arquivística. 2. José Veríssimo. 3. Academia Brasileira de letras. I. Ladeira Penna Macêdo, Patrícia, orient . II. Título. MICHELLE SAMUEL DA SILVA A METODOLOGIA DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS NA DESCRIÇÃO DE ARQUIVOS PESSOAIS: um estudo do arquivo de José Veríssimo Dias de Matos. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Arquivologia, como requisito parcial para obtenção do Grau de Bacharel em Arquivologia. Aprovado em: BANCA EXAMINADORA ___________________________________________________ Orientadora: Profa. Me. Patrícia Ladeira Penna Macêdo ____________________________________________________ Prof. Me. Bruno Ferreira Leite ____________________________________________________ Prof. Dr. Eliezer Pires Silva Rio de Janeiro 2018 AGRADECIMENTOS Chego ao final de mais uma etapa.
    [Show full text]
  • Special List 412: Nineteenth-Century Brazilian Imprints
    special list 412 1 RICHARD C.RAMER Special List 412 Nineteenth-Century Brazilian Imprints 2 RICHARDrichard c. C.RAMER ramer Old and Rare Books 225 east 70th street . suite 12f . new york, n.y. 10021-5217 Email [email protected] . Website www.livroraro.com Telephones (212) 737 0222 and 737 0223 Fax (212) 288 4169 May 17, 2021 Special List 412 Nineteenth-Century Brazilian Imprints Items marked with an asterisk (*) will be shipped from Lisbon. SATISFACTION GUARANTEED: All items are understood to be on approval, and may be returned within a reasonable time for any reason whatsoever. VISITORS BY APPOINTMENT special list 412 3 Special List 412 Nineteenth-Century Brazilian Imprints INDEX OF PRINTING PLACES Rio de Janeiro ................................ Pages 4-132, Items 1-146 Bahia ....................................... Pages 133-142, Items 147-153 Pernambuco ........................... Pages 143-148, Items 154-160 Recife ...................................... Pages 149-156, Items 161-167 Maranhão ............................... Pages 157-160, Items 168-172 Ouro Preto ....................................... Page 161, Items 173-174 São Paulo ................................ Pages 162-164, Items 175-177 Santo Amaro (São Paulo) .......................Page 165, Item 178 Ceará ................................................ Pages 165-166, Item 179 Pará . ...................................... Pages 167-184, Items 180-184 4 richard c. ramer Item 1 special list 412 5 Special List 412 Nineteenth-Century Brazilian Imprints ☞ Rio de Janeiro, 1808 Changes Status of Cabo Verde—Early Rio de Janeiro Imprint *1. [PORTUGAL. Laws. D. João, Prince Regent of Portugal 1799-1816, then D. João VI King of Portugal and Brazil, 1816-1826]. Decreto. Con- vindo muito ao bem do Estado nas circunstancias actuaes, muito mais graves do que no tempo, em que as Ilhas de Cabo Verde se governavão com Capitania General, que aquellas Ilhas sejão novamente regidas por hum Governador e Capitão General ….
    [Show full text]
  • Escrivaninha Do Poeta Olavo Bilac, Conservada Na Biblioteca Da Academia Brasileira De Letras
    Escrivaninha do poeta Olavo Bilac, conservada na Biblioteca da Academia Brasileira de Letras. Guardados da Memória A morte de Eça de Queirós Machado de Assis 23 de agosto de 1900. Machado de Assis, que recusava os Meu caro H. Chaves. – Que hei de eu dizer que valha esta ca- direitos autorais, lamidade? Para os romancistas é como se perdêssemos o melhor legados ou da família, o mais esbelto e o mais válido. E tal família não se supostamente legados – quem compõe só dos que entraram com ele na vida do espírito, mas trata da questão também das relíquias da outra geração e, finalmente, da flor da é Josué Montello nova. Tal que começou pela estranheza acabou pela admiração. – por Eça de Queirós, Os mesmos que ele haverá ferido, quando exercia a crítica direta admirou-o. e quotidiana, perdoaram-lhe o mal da dor pelo mel da língua, Quando lhe pelas novas graças que lhe deu, pelas tradições velhas que con- chegou a notícia de seu servou, e mais a força que as uniu umas e outras, como só as une falecimento, a grande arte. A arte existia, a língua existia, nem podíamos os escreveu esta dois povos, sem elas, guardar o patrimônio de Vieira e de Ca- página sobre o grande mões; mas cada passo do século renova o anterior e a cada gera- romancista. ção cabem os seus profetas. (N. da Redação) 307 Machado de Assis A antiguidade consolava-se dos que morriam cedo considerando que era a sorte daqueles a quem os deuses amavam. Quando a morte encontra um Goethe ou um Voltaire, parece que esses grandes homens, na idade extrema a que chegaram, precisam de entrar na eternidade e no infinito, sem nada mais dever à terra que os ouviu e admirou.
    [Show full text]
  • 176 – São Paulo, 63 (220) Diário Oficial Da Cidade De São Paulo
    176 – São Paulo, 63 (220) Diário Ofi cial da Cidade de São Paulo sábado, 24 de novembro de 2018 8237557-00-1 FERNANDA RISTON ALONSO 091570-EMEI EDUARDO GOMES, BRIG. 091740-EMEI JOSE BONIFACIO DE ANDRADA E SILVA 8237735-00-1 ALICE BEZERRA SILVA 019011-EMEF LINO DE MATTOS, SEN. 019011-EMEF LINO DE MATTOS, SEN. 8237751-00-1 EDILENE APARECIDA DOS SANTOS 018546-EMEF DAMIAO, FREI 093190-EMEF CARLOS DE ANDRADE RIZZINI 8237760-00-1 LUCIMARA BARONI DA SILVA 019248-EMEI WILSON REIS SANTOS 019666-EMEI DINAH GALVAO, PROFA. 8237905-00-1 FABIANA DO NASCIMENTO SILVA 091553-EMEI NELSON MANDELA 019658-EMEI FERNANDO CAMARGO SOARES, PROF. 8237930-00-1 IVETE GOMES DA ROCHA 091219-EMEI ALBERTO MENDES JUNIOR, CAP. 091146-EMEI GRACILIANO RAMOS 8238006-00-1 RENATA FERREIRA SANTOS FRANCISCO 094668-EMEFM DERVILLE ALLEGRETTI, PROF. 019322-EMEF CITY JARAGUA IV 8238022-00-1 FABIANA BERTOLOTTI TAVARES LENZI 093254-EMEF JOAO SUSSUMU HIRATA, DEP. 092304-EMEI MACHADO DE ASSIS 8238120-00-1 KAMILA DE CASSIA SOUZA IVON 099210-EMEI CHARLES CHAPLIN 092517-EMEI ORIGENES LESSA 8238146-00-1 SANDRA CRISTINA DA SILVA REBELO 019419-EMEF ANA MARIA ALVES BENETTI, PROFA 093157-EMEF CHIQUINHA RODRIGUES 8238375-00-1 GISELLE DE FREITAS MIRANDA LIMA 019401-EMEF JARDIM FONTALIS 094811-EMEF ROMAO GOMES, CEL. 8238405-00-1 ANA CRISTINA DOS SANTOS 019346-EMEI NAJLA CURI IZAR 090794-EMEI ANTONIO GONCALVES DIAS 8238430-00-1 DALILA GONCALVES LUIZ 091430-EMEI MANOEL PRETO 094170-EMEF PLINIO AYROSA 8238481-00-1 CINTIA SAKUMA ARAKAKI 092312-EMEI CASIMIRO DE ABREU 090344-EMEI JEAN PIAGET 8238561-00-1 MARIA ADELAIDE OLIVEIRA MENDES 093211-EMEF JOAO GUALBERTO DO AMARAL CARVALHO 015423-EMEF PRESTES MAIA 8238600-00-1 FABIANE BARBARA ARANEGA 016519-EMEFM RUBENS PAIVA 019358-CEU EMEI ERIKA DE SOUZA BRITO MATOS, PROFA.
    [Show full text]
  • Sábado, 24 De Novembro De 2018 Diário Oficial Da Cidade De São Paulo São Paulo, 63
    sábado, 24 de novembro de 2018 Diário Ofi cial da Cidade de São Paulo São Paulo, 63 (220) – 213 7386311-01-2 KATIA BRANDAO DA SILVA BALBINO 095001-EMEF JOAQUIM NABUCO 400049-CEI DIRET FRANCISCO PEREZ, VER. 7394772-04-5 LUCY AMORIM REBOLLEDO ESPINOZA 092991-EMEF AIRTON ARANTES RIBEIRO, PROF. 092975-EMEF OTONIEL MOTA 7399987-00-1 REJANE BORIERO DA SILVA RAFAEL 019299-CEU EMEI ROSA DA CHINA 019408-EMEF PARQUE BOA ESPERANCA II 7402295-00-1 SOLANGE DAS GRACAS SENO 400550-CEI DIRET VILA CURUCA II 092461-EMEI AFONSO CELSO 7427476-01-2 FRANCISCO XAVIER DE JESUS JUNIOR 091189-EMEI JOSE DE ALENCAR 400025-CEI DIRET CHACARA DONA OLIVIA 7437030-00-1 CAMILA SILVINO SANTOS 094889-EMEF ANTONIO SANT ANA GALVAO, FREI 091537-EMEI ROSA E CAROLINA AGAZZI 7437471-00-1 SORAIA DA SILVA ROCHA 019339-EMEI CIDADE A E CARVALHO 091057-EMEI LUIZ PEREIRA, PROF. 7439580-00-1 CRISTIANE DOS SANTOS 400062-CEI DIRET JACOB SALVADOR ZVEIBIL, VER. 400108-CEI DIRET JARDIM PANAMERICANO 7440065-00-1 HAJAR CHAABAN PARPINELLI 019373-CEU EMEF JOSE REZENDE, PROF. 093254-EMEF JOAO SUSSUMU HIRATA, DEP. 7440600-00-1 TALITA PAULA RAMOS SOUSA 011851-EMEF ANALIA FRANCO BASTOS 400180-CEI DIRET MARIO DA COSTA BARBOSA 7441444-00-1 ALINE CRISTINA GODOI VALENTE 093025-EMEF PALIMERCIO DE REZENDE, CEL. 400164-CEI DIRET JOSE SALVADOR JULIANELLI, DEP. 7442947-00-1 ALESSANDRA LIMA ALVES DE OLIVEIRA 400511-CEI DIRET PAULO COCHRANE SUPLICY 400184-CEI DIRET NATHALIA PEDROSO ROSEMBURG, DRA. 7445466-01-3 REGINA CELIA GUANDALINI 400188-CEI DIRET CEI NINHO ALEGRE 098990-EMEI JONISE MAXIMO DA FONSECA, PROFA.
    [Show full text]
  • As Lições Dos Escritores: Literatura E Ensino a Partir De Pedro Nava, Manuel Bandeira E Afonso Arinos1
    PERcursos Linguísticos • Vitória (ES) •v. 7 •n. 17 • 2017 • Dossiê- O texto em sala de aula: práticas e sentidos • ISSN: 2236-2592 AS LIÇÕES DOS ESCRITORES: LITERATURA E ENSINO A PARTIR DE PEDRO NAVA, MANUEL BANDEIRA E AFONSO ARINOS1 Júlio Valle* Resumo: Este artigo tem como objetivo discutir o ensino literário a partir de três escritores que, em diferentes incursões memorialísticas, escreveram sobre as suas respectivas experiências pessoais na mesma escola, o Colégio Pedro II: Manuel Bandeira (Itinerário de Pasárgada), Afonso Arinos (A Alma do Tempo) e Pedro Nava (Balão Cativo e Chão de Ferro). Esses trabalhos nos mostram que o ensino de literatura, há cerca de um século, costumava associar o texto literário a diferentes "lições" (especialmente sobre o país, a moral e a norma culta). Por fim, o texto examina a presença dessas "lições" aplicadas à literatura na escola contemporânea. Palavras-chave: Ensino de Literatura. Literatura Brasileira. Pedro Nava. Abstract: This article aims to discuss the literary teaching based on three authors who wrote about their personal experience in the same school: Manuel Bandeira (Itinerário de Pasárgada), Afonso Arinos (A Alma do Tempo) and Pedro Nava (Balão Cativo and Chão de Ferro). These works show us that literature teaching, about a century ago, was used to combine literary text with different “lessons” (especially about nationality, morality and grammar). Lastly, this text examines the presence of these “lessons” apllied to literature in contemporary education. Keywords: Literary Teaching. Brazilian Literature. Pedro Nava. Manuel Bandeira, Afonso Arinos e Pedro Nava: três memorialistas do Colégio Pedro II Fundado em 1837, o tradicional Colégio Pedro II, sediado no Rio de Janeiro, ostenta em sua galeria de alunos e professores um panteão de escritores ilustres.
    [Show full text]