MEMÓRIA E IDENTIDADE INSULAR : Religiosidade, Festividades E

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MEMÓRIA E IDENTIDADE INSULAR : Religiosidade, Festividades E MEMÓRIA E IDENTIDADE INSULAR Religiosidade, Festividades e Turismo nos Arquipélagos da Madeira e Açores MEMÓRIA E IDENTIDADE INSULAR Religiosidade, Festividades e Turismo nos Arquipélagos da Madeira e Açores Coordenação Duarte Nuno Chaves CHAM — Centro de Humanidades Santa Casa da Misericórdia das Velas Velas, S. Jorge 2019 FICHA TÉCNICA Título MEMÓRIA E IDENTIDADE INSULAR Religiosidade, Festividades e Turismo nos Arquipélagos da Madeira e Açores Coordenação Duarte Nuno Chaves Autores Vários Edição – CHAM – Centro de Humanidades | Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e Universidade dos Açores – Santa Casa da Misericórdia das Velas, S. Jorge Capa e Paginação CEHA (Gonçalo Mendes) Fotografia da capa Paulo Rafael Tiragem 400 Depósito Legal 457109/19 ISBN 978-989-20-9631-5 Data de Saída 2019 Execução Gráfica Nova Gráfica Artes Gráficas Rua da Encarnação, 21 Fajã de Baixo 9500-513 Ponta Delgada São Miguel - Açores Apoios Esta edição foi financiada pela Secretaria Regional do Mar, Ciência e Tecnologia do Governo Regional dos Açores (M3.3.c/Edições/002/2019) e contou com o apoio da Direção Regional da Cultura | Centro de Estudos de História do Atlântico Alberto Vieira, no âmbito do projeto de Pós- doutoramento com a referência “M3.1.a/F/003/2016” do Fundo Regional da Ciência e Tecnologia. In Memoriam Alberto Vieira Avelino de Freitas Meneses Graça Alves Carlos Guilherme Riley Margarida Sá Nogueira Lalanda Cláudia Faria Maria Beatriz Rocha-Trindade Cadernos Temáticos Alberto Vieira Igor França Aline Bazenga Joana Couto Ana Nolasco Luísa Antunes Paolinelli Andreia Silva Margarida Vaz do Rego Machado António M. Martins de Almeida Maria Beatriz Rocha-Trindade Carla Devesa Rodrigues Mónica Tavares Carlos Barradas Naidea Nunes Nunes Carlos Guilherme Riley N´Zinga Oliveira Cláudia Faria Paula Almeida Mendes Cláudia Neves Pedro Pascoal Cristina Trindade Rita Rodrigues Duarte Nuno Chaves Rui Faria Federico Maciel Sofia Lapa Graça Alves Susana Serpa Silva Graça Delfim Tiago Silva Helena Rebelo Vitória Raposo Hélio Soares A Coordenação decidiu respeitar a opção de cada autor em adotar ou não o atual acordo ortográfico. A responsabilidade pelo conteúdo dos textos é única e exclusivamente dos autores. Religiosidade, Festividades e Turismo nos Arquipélagos da Madeira e Açores ÍNDICE 11 Abertura 13 In Memoriam Alberto Vieira I TURISMO, CULTURA E RELIGIÃO – DIMENSÕES LOCAIS E DIÁSPORA 23 Em honra dos Migrantes, Sagrado e Profano nas Celebrações Anuais – Maria Beatriz Rocha-Trindade 43 Da Economia do Céu e as mobilidades no espaço insular. Peregrinação, romarias e festividades – Alberto Vieira (CEHA) 53 Turistas ou peregrinos (Caminhos de fé? – um olhar sobre o turismo religioso) – Graça Alves (CEHA) 67 A emigração açoriana e o património religioso – uma relação de futuro? – Rui Faria (CMRG) 79 O percurso histórico da capela do Senhor Santo Cristo dos Milagres como local de expressão da fé – Hélio Soares (UAc) 89 Emigração açoriana: entre a história e a memória – Susana Serpa Silva (CHAM-Açores) 7 MEMÓRIA E IDENTIDADE INSULAR II ARTE, DEVOÇÃO E FÉ CONTRIBUTOS PARA A PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA COLETIVA 119 Proteção e inventário das relíquias históricas e monumentos artísticos [e] obras de interesse nitidamente turístico e de embelezamento da terra: políticas para o património em S. Miguel e S. Maria, no lustro 1946-1950 – Sofia Lapa (CHAM) 137 Nossa Senhora da Candelária na Ilha da Madeira: devoção e represen- tação artística – Rita Rodrigues (DRC- Madeira) 163 A memória de varões e mulheres “ilustres em virtude”, dos Açores e da Madeira à luz de fontes hagiográficas (séculos XVI-XVIII): exemplos de uma “santidade insular”? – Paula Almeida Mendes (CITCEM) 175 A apropriação de formas de artesanato ligadas à religiosidade popular na obra de Catarina Branco – Ana Nolasco (UNIDCOM/IADE) 191 A arte Sacra na ilha do Faial: proposta (s) para um roteiro – Tiago Simões da Silva (CHAM) 203 Do Bom Despacho ao Livramento: singularidades festivas marianas a oeste da Madeira – Martinho Mendes (MASF) III RELIGIOSIDADE E TRADIÇÕES. IDENTIDADE POPULAR 219 Festa do Divino Espírito Santo nos Açores e sua Expressão Identitária: Símbolos, Ritos Religiosos e Populares, Celebrações – Lélia Nunes (UFSC) 227 O culto do Espírito Santo no Corvo – Andreia da Silva (EcMC) 8 Religiosidade, Festividades e Turismo nos Arquipélagos da Madeira e Açores 239 Da Páscoa ao Pentecostes, a função das “saloias” na Festividade do Es- pirito Santo no Arquipélago da Madeira – Helena Rebelo (UMa) 249 O Espírito Santo na Ilha de São Jorge. A ténue fronteira entre o religioso e o profano – Frederico Maciel (SCMV) 263 A procissão das cinzas em São Bernardino: Um reflexo do processo de evangelização franciscana na Madeira – Duarte Nuno Chaves (CHAM), Cláudia Faria (CEHA) e Graça Al- ves (CEHA) IV LITERATURA, VIAGENS E VIAJANTES 277 A literatura de viagens e os olhares femininos sobre os Açores setecentis- ta e oitocentistas – Margarida Machado (CHAM) 291 Transatlânticos: viajantes norte-americanos nos Açores. Séc. XIX-XX – Carlos Riley (CHAM) 299 Visita dos Intelectuais aos Açores em 1924. A promoção turística da Ilha de S. Miguel – Graça Delfim (CHAM-Açores) 309 Um Grand Tour Atípico: A Viagem à Europa de José Caetano Dias do Canto e Medeiros e de João Silvério Vaz Pacheco de Castro (Dezembro de 1836 – Setembro de 1837) – Joana Couto, Mónica Tavares, Pedro Pascoal, Vitoria Raposo 323 Turismo e Romance na Literatura Popular Cor-de-rosa tendo por cená- rio a ilha da Madeira – Aline Bazenga (UMa) 337 A identidade sociocultural e linguística madeirense através da memória da «Festa» e dos arraiais madeirenses no contexto das mobilidades – Naidea Nunes (UMa) 9 MEMÓRIA E IDENTIDADE INSULAR 357 A Peregrinação Madeirense de 1923. De Roma a Lourdes – Carlos Barradas e Cláudia Neves (Clepul) 371 Maria Celina Sauvayre da Câmara – turista e peregrina – Cristina Trindade (Clepul) e Luísa Antunes Paolinelli (UMa) V PARA UM ROTEIRO DO PATRIMÓNIO INSULAR CONSTRUÍDO 383 As Quintas da Madeira como fator de promoção do turismo cultural regional – António de Almeida (UMa), Tiago Silva (UMa) 397 Os mosteiros femininos micaelenses e a tipologia arquitectónica do tor- reão mirante – Igor Espínola de França (CML) 411 Arqueologia e Património Religioso: potencialidades de uma ciência para a valorização turística do património religioso – N’Zinga Oliveira, João Araújo (CHAM) 10 Religiosidade, Festividades e Turismo nos Arquipélagos da Madeira e Açores MEMÓRIA E IDENTIDADE INSULAR Religiosidade, Festividades e Turismo nos arquipélagos da Madeira e Açores NOTA DE ABERTURA O imaginário histórico-cultural do mundo insular alimenta-se, em grande parte, de memórias comuns que constroem a sua identidade singu- lar e coletiva. Resgatá-las e interpretá-las foi o desafio proposto aos autores dos textos que compõem esta obra. A partir de duas matrizes da alma do povo – a Religião e a Festa – que abrem caminho para o desenvolvimento do Turismo, motor da vida económica deste mundo das ilhas, estabelecemos diálogos entre várias áreas do saber – a História, a Etnografia, a Arte, a Lite- ratura, o Património e a Religião. Estão inscritos, nestes artigos, elementos da identidade dos Açores e da Madeira, o seu modo de viver dentro e fora dos seus espaços insulares, com a consciência de que o viver ilhéu se reveste ora de encantamento, ora de maldição, num (des)equilíbrio constante entre a terra e o mar. São olhares sobre a religião e as formas insulares de a viver; são igrejas e imagens que se revestem de sentidos que ultrapassam o sagrado; é a secularização de bens e de rituais que se tornam objetos de consumo e abrem portas para o Turismo; são as festividades religiosas que se transformam em arraiais e fazem mover a economia. 11 MEMÓRIA E IDENTIDADE INSULAR Nestes percursos, os lugares. E o modo como se entrelaçam com as vi- vências: “Somos gente nascida na infância eterna da nossa ilha. (…) do cimo da ilha da minha infância, via-se o mar (…) parecia até não ter caminhos de ida nem de regresso” escreveu João de Melo (2016). Nestes percursos, as memórias. E a forma como permitem sedimentar as identidades, atribuindo-lhes novas significações, diálogos diferentes. Nestes percursos, investigadores de diversas áreas do saber partem à procura das linhas que tecem a(s) História(s) dos Açores e da Madeira. O conhecimento aproxima os arquipélagos, constrói pontes e consolida laços, aproveitando o mesmo mar e a irmandade insular, permitindo, por outro lado, a diversidade com que se constrói a matéria com que somos esculpidos. Estes estudos têm as ilhas dentro. Preservar o seu acervo cultural e ar- tístico é, pois, ativar as memórias e sedimentar as identidades. A meio desta viagem, fomos surpreendidos com o inesperado falecimento do Professor Alberto Vieira, pelo que incluimos neste volume uma modesta homenagem ao Investigador Coordenador do CEHA - In Memoriam. Agradecemos, pois, todos os contributos que permitiram que esta obra se concretizasse: os patrocinadores e os autores. Entre os Açores e a Madei- ra, o Atlântico, que alimenta as ilhas e permite que nelas circule uma seiva comum. 12 Religiosidade, Festividades e Turismo nos Arquipélagos da Madeira e Açores IN MEMORIAM ALBERTO VIEIRA (1956-2019) 13 Religiosidade, Festividades e Turismo nos Arquipélagos da Madeira e Açores RECORDANDO ALBERTO VIEIRA Avelino de Freitas de Meneses Conheci Alberto Vieira no ano já longínquo de 1982, aquando do seu ingresso, na condição de assistente estagiário, na Universidade dos Açores. Da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, trazia o gosto pela His- tória dos Descobrimentos, que lecionou até ao seu retorno à Madeira, muito determinado pela criação em 1985 do Centro de Estudos de História do Atlântico. Também amante dos temas da economia, estudou as culturas do açúcar e do vinho, e igualmente as práticas da escravatura, que lhe serviram de tema de dissertação de doutoramento, ainda defendida na Universidade dos Açores, mas já em 1991. Na dimensão espacial, Alberto Vieira partiu sempre da averiguação da sociedade madeirense, mas confrontou-a constantemente com as realidades açoriana e canária.
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