Notas Da Biblioteca
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
1 de Ju lho de 2 019 Número 17 NOTAS DA BIBLIOTECA Biblioteca, Arquivo e Museu, Rua da Mãe de Deus, 9500-321 Ponta Delgada (Açores) http://biblioteca.uac.pt | [email protected] | 296650059 NESTE NÚMERO Exposições Temporárias Perfis de Autores Açorianos 2 Figura em Destaque 3 Mostras Bibliográficas Lançamantos | Livros 4 Leitura Sazonal Inverno 5 Comunidade de Leitores 6 Exposições Temporárias 7 A Biblioteca, Arquivo e Museu celebra, através de pequenas AMERICAN CORNER ATIVIDADES 8 exposições e mostra bibliográficas, efemérides e registos da Acesso Aberto 9 cultura açoriana. Aquisições Recentes – Monografias 10 Aquisições Recentes – Periódicos 33 Nos meses de abril a junho de 2019, estiveram expostos no hall da biblioteca: 25 de Abril de 2019 NOVIDADE História do chá em S. Miguel (século XIX) Autor: Mário Moura DL: 456988/19 Ano de edição: 2019 Editor: Câmara Municipal da RG Páginas: 586 Localização: SD 946.99 M888h Edição da Tese de Doutoramento O título original que dá origem a esta edição é “A introdução da cultura do Os Emigrantes Espírito Santo nos Açores chá na Ilha de S. Miguel no século XIX (subsídios históricos)”. Abril 2019 Maio 2019 Deixamos de fora as restantes oito Ilhas dos Açores porque, excetuando-se o caso da do Faial, nos finais do século XIX, a cultura e a produção do chá é um fenómeno da ilha de São Miguel. A História que propomos desta bebida estimulante não alcoólica, a segunda mais consumida no planeta, sendo a água a primeira, segue um percurso que começa no global e culmina no particular. Este trabalho articula-se em torno de dois eixos, à volta dos quais agem e interagem os demais temas: um institucional, centrado na acção da Sociedade Promotora da Agricultura Micaelense (SPAM), outro biográfico, centrado na figura de José do Canto. Permite-nos vislumbrar o contexto global do chá. Seguimo-lo do seu presumível berço original, situado numa vasta região montanhosa dos Himalaias, hoje partilhada por diferentes países, tais como a China, o Vietname e a Índia, até ao seu cultivo, uso e consumo. Muito embora recue aos primórdios asiáticos do chá, este trabalho situa-se, essencialmente, entre a década de sessenta do século XIX, tempo inicial das iniciativas dos irmãos José do Canto (1820-1898) e Ernesto do Canto (1831- 1900) e do primo José Jácome Correia (1816-1886), e o ano de 1898, ano da morte do primeiro. (do RESUMO da Tese de Doutoramento) N.º 17 (jul./ set. 2019) NOTAS DA BIBLIOTECA Perfis de Autores Açorianos Bettencourt, Francisco Joaquim Moniz de [N. Praia da Vitória, ilha Terceira, 8.12.1847‐ m. Évora, 9.9.1905] Poeta e Contista. Assinou a obra com o pseudónimo de Mendo Bem. Feitos os estudos primários e secundários, parte em Angra do Heroísmo e parte em Coimbra, abraçou a carreira de funcionário da Fazenda Pública, desempenhando funções em Angra, Ponta Delgada e Funchal e vindo a ascender à categoria de Delegado do Tesouro. Em 1880 seguiu para o Continente e esteve em Lisboa, Porto, Guarda e, por fim, Évora. Estreou‐se nos periódicos da terra natal (1868‐ 80), fundando, de parceria com António Gil e Augusto Ribeiro, o Almanaque Insulano (1874‐75). Tem vasta colaboração dispersa em jornais dos Açores (destacam‐se A Persuasão e A Actualidade) e do Continente (sobretudo, o Correio Português e o Distrito da Guarda). Dedicou‐se à crónica jornalística, ao ensaísmo literário e ao conto, mas foi sobretudo na poesia que veio a distinguir‐se. Poeta essencialmente lírico, de um lirismo bucólico e romântico, a sua obra acusa a tendência para um certo convencionalismo de temas e formas poéticas. São inegáveis a espontaneidade e a delicadeza de alguns dos seus versos, escritos em linguagem simples e vazados em ritmos de sabor clássico. O encantamento sentimental pela paisagem das ilhas é nele dominante. Procurou contribuir para uma literatura de temática regionalista, como também foi pretensão de Augusto Loureiro e Ernesto Rebelo, mas, sem grandes inovações, manteve‐se demasiado preso a uma estética romântica de motivos convencionais. A sua prosa ficcional não ultrapassou o retrato circunstancial da vida insular, em quadros onde as personagens carecem de funda densidade psicológica. MANUEL CÂNDIDO PIMENTEL (JAN.1999) Obras Principais: (1878), Esmola aos Náufragos [poesia]. Angra do Heroísmo, Imp. do Governo Civil. (1895), Vale das Furnas: Miniaturas em Verso [poesia]. Ponta Delgada, Typ. Elzeviriana. (1895), Viana da Mota e Moreira de Sá em Ponta Delgada: Um feixe de versos de Mendo Bem, Alice Moderno e Manuel Augusto do Amaral. Ponta Delgada. (1896), Florilégio Mariense [poesia]. Ponta Delgada. (1898), Cozinha Económica [poesia]. Ponta Delgada. (1899a), Marienses: Trovas Açorianas [poesia]. Lisboa, Imp. Libânio da Silva. (1899b), Notas de Viagem [notas autobiográficas e familiares]. Ponta Delgada, Typ. Popular. (1899c), O Coronel Sousa e Silva: Cartas Açorianas dirigidas à Redacção da Actualidade [biografia]. [Ponta Delgada], Typ. Ferreira. (1902), Os primeiros versos de Garrett [ensaio]. Porto, Ed. Livraria Magalhães & Moniz. (1907), Insulares: Contos e Histórias [ficção]. Lisboa, Parceria António Maria Pereira. In: Enciclopédia Açoriana [Em linha]. [Consult. 14 de junho de 2019]. Disponível em WWW: <URL http://www.culturacores.azores.gov.pt/ea/pesquisa/Default.aspx?id=6337> ‐ 2 ‐ NOTAS DA BIBLIOTECA N.º 17 (jul./ set. 2019) Figura em Desta que Arriaga, Manuel de (ARRIAGA, Manuel (José) de (Brum da Silveira) (M. J. de A. Brum da Silveira) [N. Horta?, 8.7.1840 ‐ M. Lisboa, 5.3.1917] Advogado, professor, político e escritor. O local de nascimento de Manuel de Arriaga continua por desvendar. O facto de ter sido baptizado na Horta levou os biógrafos a registar o seu nascimento nesta cidade, mas há testemunhos da época que referem ter nascido na ilha do Pico, na localidade do Guindaste, na casa de veraneio da família. Viveu a infância e a juventude no seio de uma família aristocrática e legitimista, mas o seu espírito romântico e liberal foi‐se formando com as leituras orientadas por uma educadora americana. Na Universidade de Coimbra, onde se formou em Direito, em 1865, distinguiu‐se como estudante de elevada craveira e, desde logo, propagandeou os ideais republicanos. Dificuldades económicas e desavenças políticas com o pai levaram‐no a recorrer ao ensino para angariar os meios necessários ao seu sustento. Exerceu com prestígio a actividade de advogado em Lisboa, conjuntamente com a de professor de Inglês, no Liceu, depois de ter sido preterido nos concursos que fez para ingressar no magistério superior. Como pedagogo, fez parte da comissão encarregada da reforma da instrução secundária, em 1876. Reconhecido pelas suas qualidades, chegou a ser convidado por D. Luís para perceptor dos príncipes, mas recusou o convite por razões ideológicas. Empenhado, desde cedo, na vida política, andou ligado, em Coimbra, aos grupos de Antero de Quental e Teófilo *Braga e, em Lisboa, continuou a sua militância destacando‐se como orador brilhante. Participou na criação dos primeiros centros republicanos; foi um dos signatários do programa das Conferências Democráticas do Casino Lisbonense, em 1871; foi deputado pelo círculo do Funchal, nas legislaturas de 1882‐84 e 1890‐92; fez parte do Directório do Partido Republicano em 1891‐94 e 1897‐99. Em 5.10.1910, Manuel de Arriaga contava 70 anos de idade e não tomou parte activa no movimento que derrubou o regime monárquico. Foi incluído nas listas de deputados para a Constituinte, tendo sido eleito pelo Funchal, e exerceu os cargos de reitor da Universidade de Coimbra (23.10.1910 a 2.2.1911) e de procurador‐geral da República (nomeado a 27.10.1910). Nas eleições para a Presidência da República não tomou a iniciativa de apresentar candidatura, mas também não recusou a proposta feita pelos seus apoiantes. Acabou por ser eleito, por escassa maioria, com os votos do Bloco Conservador, em 24.8.1911. Exercendo o mandato num período agitado da vida nacional e internacional, foi obrigado a renunciar ao cargo de presidente em 26.5.1915, na sequência de um movimento revolucionário. A atitude conciliadora que manifestou ao longo do mandato nem sempre foi bem sucedida, num período de forte luta política pela conquista do poder, em que se sucederam golpes, contragolpes e governos de várias tendências políticas. A situação agravou‐se quando nomeou Pimenta de Castro para chefe do governo e este iniciou uma ditadura. A revolta bem sucedida contra Pimenta de Castro, a 14.5.1915, acabou por atingir o presidente da República, que foi obrigado a demitir‐se. No relatório/memória sobre a sua passagem pela Presidência procurou justificar as atitudes tomadas, mostrando‐ se bastante desgostoso com a vida política portuguesa. Revelou‐se, também, como escritor e poeta, desde a sua juventude. Nas obras de poesia e prosa estão patentes as marcas da insularidade, a influência positivista, romântica e o seu espírito religioso e idealista. CARLOS ENES (NOV.1995) Obras principais: (1866), Sobre a Unidade da Família Humana debaixo do Ponto de Vista Económico. Lisboa, Imp. Nacional. (1878), Renovações Históricas. Lisboa, Imp. Rua da Rosa. (1887), Canto ao Pico. S.l. (1899), Cantos Sagrados. Lisboa, Manuel Gomes, Ed. (1901), Irradiações. Lisboa, Typ. do Dia. (1907), Harmonias Sociais. Coimbra, F. França Amado. (1916), Na Primeira Presidencia da Republica Portugueza, Um Rapido Relatorio. Lisboa, Liv. Clássica Ed. Bibl. Dias, U. M. (1931), Literatos dos Açores. Vila Franca do Campo, Emp. Tip. Lda. Marques, A. H. O. (1977), Arriaga, Manuel de, In Cochofel, J. J. (ed.), Grande Dicionário da Literatura Portuguesa e de Teoria Literária. Lisboa, Iniciativas Editoriais, I. Santos, A. M. A. M. (1916), A Ordem Pública e o 14 de Maio. Lisboa. Serrão, J. V. (1989), História de Portugal [1910‐1926]. Lisboa, Verbo, XI. Veríssimo, N. (1987‐89), O deputado do povo Manuel de Arriaga (1882). Islenha, Funchal, 1 e 4. In: Enciclopédia Açoriana [Em linha].