Maria Lacerda De Moura Na Revista Estudios (1930-1936): Anarquismo Individualista E Filosofia Da Natureza

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Maria Lacerda De Moura Na Revista Estudios (1930-1936): Anarquismo Individualista E Filosofia Da Natureza UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA NABYLLA FIORI DE LIMA MARIA LACERDA DE MOURA NA REVISTA ESTUDIOS (1930-1936): ANARQUISMO INDIVIDUALISTA E FILOSOFIA DA NATUREZA DISSERTAÇÃO CURITIBA 2016 NABYLLA FIORI DE LIMA MARIA LACERDA DE MOURA NA REVISTA ESTUDIOS (1930-1936): ANARQUISMO INDIVIDUALISTA E FILOSOFIA DA NATUREZA Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Tecnologia, do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Área de Concentração: Tecnologia e Trabalho. Orientador: Prof. Dr. Gilson Leandro Queluz CURITIBA 2016 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação L732ma Lima, Nabylla Fiori de 2016 Maria Lacerda de Moura na Revista Estudios (1930-1936): anarquismo individualista e filosofia da natureza / Nabylla Fiori de Lima.-- 2016. 167 f.: il.; 30 cm Texto em português, com resumo em inglês. Dissertação (Mestrado) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Programa de Pós-Graduação em Tecnologia, Curitiba, 2016. Bibliografia: f. 160-167. 1. Moura, Maria Lacerda de, 1887-1945. 2. Colección Revista "Estudios". 3. Filosofia da natureza. 4. Anarquismo e anarquistas. 5. Individualismo. 6. Libertarismo. 7. Tecnologia - Aspectos sociais. 8. Tecnologia - Dissertações. I. Queluz, Gilson Leandro, orient. II. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Programa de Pós-Graduação em Tecnologia. III. Título. CDD: Ed. 22 – 600 Biblioteca Central da UTFPR, Câmpus Curitiba Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Diretoria Geral do Campus Curitiba Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação PR UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Programa de Pós-Graduação em Tecnologia TERMO DE APROVAÇÃO Título da Dissertação Nº 448 Maria Lacerda de Moura na Revista Estudios (1930-1936): Anarquismo individualista e filosofia da natureza por Nabylla Fiori de Lima Esta dissertação foi apresentada às 14h00 do dia 15 de fevereiro de 2016 como requisito parcial para a obtenção do título de MESTRE EM TECNOLOGIA, Área de Concentração – Tecnologia e Sociedade, Linha de Pesquisa – , Programa de Pós-Graduação em Tecnologia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. A candidata foi arguida pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho _ ____APROVADO___________________________ (aprovado, aprovado com restrições, ou reprovado). ____________________________________ ___________________________________ Prof. Dr. Mário Lopes Amorim Prof. Dr. Clóvis Mendes Gruner (UTFPR) (UFPR) ___________________________________ Prof. Dr. Patrícia Lessa dos Santos (UEM) ___________________________________ Prof. Dr. Gilson Leandro Queluz (UTFPR) Orientador Visto da coordenação: _________________________________ Profª. Drª. Faimara do Rocio Strauhs Coordenadora do PPGTE O documento original encontra-se arquivado na Secretaria do PPGTE UTFPR - PPGTE Av. Sete de Setembro, 3165 80230-901 Curitiba PR Brasil www.utfpr.edu.br/curitiba/estrutura-universitaria/diretorias/dirppg/programas/ppgte Fone: +55 (41) 3310-4785 AGRADECIMENTOS Ao meu pai e àquela que foi minha mãe, Dudi, o primeiro agradecimento: o apoio de vocês foi sempre fundamental para cada passo que eu tenha dado. Chá, obrigada por sempre me apoiar, apesar de sempre discordar! Gabi, obrigada por sempre estar de volta e por sempre me ensinar a amar e rir de tudo. Anandinha, obrigada por ser sempre tão você. Sua paciência comigo (e com tudo) deixa minha vida mais fácil. Lelo, obrigada por sempre deixar tudo mais colorido. Dayse, por poder compartilhar com você e te ver sorrir, só tenho a agradecer (e sorrir de volta). Uma enorme gratidão ao meu orientador, Prof. Gilson Queluz. Espero que o resultado deste trabalho tenha de algum modo retribuído as suas orientações. Sem nunca abandonar o rigor acadêmico e a criticidade, você sempre me permitiu ser livre para que eu encontre o meu próprio caminho e paixão na pesquisa. Estar no ambiente acadêmico faz mais sentido para mim ao passo que questionamos e modificamos a nossa própria prática. Obrigada por sempre possibilitar isto! Por todas as contribuições a este trabalho, agradeço à Profª Patrícia Lessa (que gentilmente compartilhou comigo seu material da Maria Lacerda) e aos professores Clóvis Gruner e Mario Amorim. Foi um prazer ter meu trabalho lido e discutido por vocês. Agradeço também: Às companheiras e companheiros da turma de 2014 do PPGTE: Pelas parcerias nas disciplinas, no RU, na salinha, nas discussões sobre CTS, nas reclamações da vida e nas muitas risadas! Ao corpo docente e coordenação do PPGTE pelas discussões nas aulas ou conversas fora delas e por alargarem nossos horizontes! Às estagiárias do PPGTE - Bruna, Vitória, Karen – pelo café e pela disposição! Às e aos participantes do GETEC e do CHTS por possibilitarem discussões ricas e ambientes acolhedores. Àquelas e àqueles que construíram e participaram do Coletivo Anália Franco, a fim de construir uma universidade livre de opressões, e aos militantes da Insurgência: as reflexões e sonhos compartilhados certamente permeiam este trabalho. E à CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) pela bolsa concedida para a realização dessa pesquisa, sem a qual outras dificuldades teriam surgido. Para quê ler os chamados livros anarquistas? Não para salvar a humanidade, não para descrever como o mundo poderia ser perfeito. Para quê? Não se trata disto: o anarquismo [...] não nos ensina a viver. Lê-se um livro destes como um golpe no crânio [...] (MONTEBELLO, Natalia, 2002). RESUMO LIMA, Nabylla Fiori de. Maria Lacerda de Moura na revista Estudios (1930-1936): Anarquismo Individualista e Filosofia da Natureza. 2016. 167f. Dissertação (Mestrado na linha Tecnologia e Trabalho) - Programa de Pós-Graduação em Tecnologia, Universidade Federal Tecnológica do Paraná. Curitiba, 2016. Este trabalho apresenta uma análise dos artigos publicados pela pensadora brasileira Maria Lacerda de Moura na revista espanhola Estudios (1930-1936). Nestes artigos identificamos elementos para a constituição de uma filosofia unicista libertária da natureza, de onde vem o nosso objetivo de compreender a proposta desta autora, além das suas contribuições críticas à relação estabelecida entre natureza e humanidade na sociedade burguesa industrial. A imprensa foi instrumento privilegiado no final do século XIX para a organização do movimento anarquista bem como difusão de conhecimento e ideais e valores contraculturais à ideologia dominante. Visando a transformação social, editoriais de viés anarquista emergiram trazendo elementos críticos à sociedade vigente e atentos às descobertas científicas da época. Além da difusão do conhecimento, os libertários também questionavam o papel da classe científica e ressignificavam conhecimentos e conceitos a fim de transformá-los em instrumentos para a mudança revolucionária. Neste sentido, identificamos nos artigos publicados na Revista Estudios, ligada ao campo do anarco-individualismo espanhol, a construção de diversas filosofias da natureza com vistas à sociedade libertária. Neste período de fortalecimento a nível mundial dos Estados-nação após a Primeira Guerra Mundial e a ascensão dos Estados totalitários, os militantes e pensadores anarquistas questionavam o avanço tecnológico, a democracia e as instituições da sociedade burguesa. Nesta perspectiva, constituíam diferentes visões da natureza que se opunham à das classes dirigentes, base de um conhecimento científico normalizador e de uma sociedade de controle. Releituras críticas e emancipatórias de temas científicos tão diversos como a eugenia, o neomalthusianismo, o naturismo, a educação sexual, o vegetarianismo, o proteanismo, a plasmogenia, aliados ao combate anticlerical e a um pacifismo radical, baseavam a crítica libertária às políticas autoritárias exercidas pelos governos fascistas. A partir dos artigos da brasileira Maria Lacerda de Moura, publicados neste periódico entre os anos de 1930 e 1936, procuraremos demonstrar a constituição de saberes e de uma “ciência radical”, crítica à sociedade vigente e voltada para a construção de uma nova ética, de uma nova sociedade harmônica através da cooperação, educação, emancipação, avanço tecnológico e participação democrática direta. Na revista Estudios, Maria Lacerda de Moura constrói pontes ibero-americanas a fim de combater inimigos em comum e desativar quaisquer mecanismos de dominação. Neste caminho, a partir das resistências locais e cotidianas, a construção de uma filosofia unicista da natureza se faz evidente. Palavras-chave: Filosofia da natureza. Anarquismo individualista. Maria Lacerda de Moura. ABSTRACT LIMA, Nabylla Fiori de. Maria Lacerda de Moura in the journal Estudios (1930-1936): Individualist Anarchism and Philosophy of Nature. 2016. 167f. Dissertação (Mestrado na linha Tecnologia e Trabalho) - Programa de Pós-Graduação em Tecnologia, Universidade Federal Tecnológica do Paraná. Curitiba, 2016. This work presents an analysis of articles published by brazilian thinker Maria Lacerda de Moura in the spanish journal Estudios (1930-1936). In these articles we identified elements for the creation of a libertarian unicist philosophy of nature, hence our goal to understand the purpose of this author beyond their critical contributions to the relationship established between nature and humanity in the industrial bourgeois society. The press was a privileged instrument in the late nineteenth century to the organization of the anarchist movement and diffusion
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