Dissertação Completa

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Dissertação Completa 11 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS ALFREDO WERNEY LIMA TORRES A RELAÇÃO ENTRE MÚSICA E PALAVRA: UMA ANÁLISE DAS CANÇÕES DE CHICO BUARQUE E TOM JOBIM MESTRADO ACADÊMICO EM LETRAS Teresina - PI 2013 11 ALFREDO WERNEY LIMA TORRES A RELAÇÃO ENTRE MÚSICA E PALAVRA: UMA ANÁLISE DAS CANÇÕES DE CHICO BUARQUE E TOM JOBIM Dissertação apresentada ao Mestrado Acadêmico em Literatura do Programa de Pós- Graduação da Universidade Estadual do Piauí, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Letras. Área de concentração: Literatura, Memória e Cultura, sob a orientação do Prof. Doutor Feliciano José Bezerra Filho. Teresina – PI 2013 11 Todos os direitos reservados. É proibido a reprodução total ou parcial do trabalho sem a autorização do autor, do orientador e da universidade. 11 11 A meu avô, Alfredo da Costa Lima (in memoriam), o verdadeiro mestre. 11 Palavra prima Uma palavra só, a crua palavra Que quer dizer Tudo Anterior ao entendimento, palavra Palavra viva Palavra com temperatura, palavra Que se produz Muda Feita de luz mais que de vento, palavra (Chico Buarque) Como o arco que vibra tanto para lançar longe a flecha, como pra lançar perto o som: a voz humana tanto vibra pra lançar perto a palavra, como pra lançar longe o som musical. E, quando a palavra falada quer atingir longe, no grito, no apelo e na declamação, ela se aproxima caracteristicamente do canto e vai deixando aos poucos de ser instrumento oral para se tornar instrumento musical. (Mário de Andrade) 11 AGRADECIMENTOS Agradeço, primeiramente, a toda minha família pelo apoio de sempre, em especial aos meus pais, Francisco Barbosa Torres e Francisca Maria de Jesus Lima Torres. À Raimunda Maria de Lima (avó), fonte de sentido. Ao meu orientador Feliciano Bezerra, pelas importantes contribuições e sugestões. À CAPES, pelo incentivo dado a minha pesquisa. À professora Marly Gondim, grande estudiosa das relações entre música e literatura, pelo apoio intelectual e pela indicação bibliográfica. Ao professor e irmão Wanderson Lima, pelas valiosas sugestões e correções. Aos “meus caros amigos” da música, Dimas Bezerra, Severino Santos, Pizeca, Juroba, Pedro Felipe e Família Valeriano, Emanuel Nunes, Adelino Frazão, Beto Boreno, Gilson Fernandes, Wilker Marques, Victor Carvalho, Ravi Anael, Láryos Lima (irmão), Bruno Farias, Chicão Batera, Ravel Rodrigues, José Rodrigues, Maria Bezerra, Paulo Dantas, Vitor de Medeiros, Vazinho, Saquá e Dôga (Os Olivêra), Adriano Monteiro, Josemir, “Orquestra de Violões de Teresina”, Neto Tenório, Igor Lima, Euclides Valença, Natan Ferreira, Dodô Valença, Davi Solano, Ranildo Lopes, Wilton César, Dedé, Francisco, Carlinhos, Domingos, Geraldo Brito, Elládio Jardas, Jorjão, Sivuquinha e Aloísio César. Aos meus avós paternos, Ernestina Torres e Antonio Barbosa Lima, pela simplicidade e carinho. A todos os professores que contribuíram para a minha formação, em especial: Paulo de Tarso Libório, Antônio José, Etevalda Oliveira, Marly Gondim, Socorro Rios Magalhães, Vladimir Silva, João Berchmans, Iracy Lima, Aracy Lima, Jane Moreira, João Paulo Macedo, Socorro Baptista, Erisvaldo Borges, Evaldo Passos, Emanuel Nunes, Maria Aparecida, Teotônio Rodrigues. Aos “meus caros amigos” da Literatura, Herasmo Braga, Adriano Lobão, Alexandre Bacelar, Ranieri Ribas, Ruimar Batista, João Kennedy Eugênio, Fabrício Flores, Misael Rodrigues (in memoriam), Laís Romero e demais colegas do Mestrado. Aos “meus caros amigos” da sétima arte e do Clube de Vídeo “Olho Mágico”, Eduardo Sousa, Francisvaldo, Luciana Soares, Alan Sampaio (in memoriam), Cícero Filho, Alderon Marques. À minha prima Denise de Sousa Lima, “com açúcar e com afeto”, pelo apoio no estudo da língua inglesa. A todos os amigos do Instituto Federal do Piauí (Campus Floriano-PI). 11 Às amigas Silvana Ferreira e Daíse Cardoso, pela imensa contribuição na elaboração das figuras e das partituras que compõem este trabalho. À Andreia Maykeline, Josinete e toda a família, pela força que sempre me deram. Aos amigos e amigas do Centro de Ensino “Artur da Costa e Silva”, no estado do Maranhão, pelo companheirismo e pela alegria irradiante. Aos meus dois times do coração “Sport Club Corinthians” e “Ferrugem Futebol Clube”, principalmente aos jogadores-amigos Alberto Salviano, Breno, Roberto, Romário, Casimiro, Leandro, Ádan, Ricardinho, Wendel, Wyre, Tilu, Marcelo, Luis Ângelo, Zezinho, João, Zé Alfredo. Aos amigos Wellyton Paraíba, Alexandre Gabriel (in memoriam), Silvana Lima e família, Francisco das Chagas Barbosa, Professor Gildásio Guedes, Lindomar Pereira, Walterly Barbosa, pela presença amiga. Ao grande Francisco Filho (in memoriam), gente humilde, pela alegria gratuita e pelos assovios melodiosos “cantando coisas de amor”. Aos meus amigos de luta e militância, que têm “voz ativa” para nosso destino mudar, Madalena Nunes, Zilton, Patrícia Lima (irmã), Gisvaldo Oliveira e Claudete, Jonas Rodrigues, Wesley Rodrigues, Alberto Monção, Adriana Sousa, Suely Rodrigues, Norma Suely, Adalberto Pereira, Antônio Pereira. Às minhas tias e tios de Valença-PI, pelos ensinamentos valorosos. Aos professores e amigos Jonas Moraes e Maria José, pelas sugestões de livro, pela dedicação e por “todo sentimento” que sempre tiveram por mim. Aos amigos da Quadra 240 (Bairro Dirceu II), com seus personagens místicos que entornam poesia em cada paralelepípedo do chão. Aos meus sobrinhos Arthur, Eduarda, Ícaro e Ana Vitória, por me ajudarem a valorizar cada vez mais essa “aventura maravilhosa” que é a vida. A Henrique Lima, Ícaro de Hollanda e Gissela Lima, afilhados. A todos os grandes cancionistas, intérpretes e instrumentistas brasileiros: Chico Buarque, Cartola, Noel Rosa, Tom Jobim, Milton Nascimento, Gilberto Gil, Caetano Veloso, João Gilberto, Djavan, Edu Lobo, Luiz Gonzaga, Moacir Santos, Lenine, Egberto Gismonti, Pixinguinha, Dorival Caymmi, Leila Pinheiro, Ná Ozzeti, Elis Regina, Chico César, Arnaldo Antunes, Vinicius de Moraes, Donga, Sinhô, Raphael Rabêlo, Raul Seixas, Baden Powell, Dilermando Reis, Garoto, João Pernambuco, Catulo da Paixão, que encantam o mundo com suas sonoridades. 11 RESUMO Esta dissertação objetiva estudar as relações entre palavra e música na canção popular brasileira. Para tanto, escolhemos a obra de Chico Buarque e Tom Jobim, dois importantes compositores da história da música popular brasileira, por terem dilatado as possibilidades de articulações entre o sistema de signos verbal e o musical. Das canções compostas em parceria por eles, selecionamos três (“Retrato em branco e preto”, “Imagina” e “Sabia”), pelo fato de que nelas a relação entre letra e melodia mostrou-se de forma mais patente. Tomamos como base os estudos de melopoética de Solange Ribeiro de Oliveira e, principalmente, a semiótica da canção, teoria erigida pelo músico e professor Luiz Tatit. Estas teorias nos permitiram compreender a construção de sentido do discurso dos dois cancionistas de forma mais coesa e abrangente. Isto porque, em nossa análise, contemplamos tanto os elementos linguísticos quantos os musicais, pois entendemos que a leitura de um texto de uma canção fora da sua estrutura musical pode gerar efeitos de sentido diferentes de quando a ouvimos com todos os seus componentes. A partir da audição analítica das canções selecionadas e da pesquisa bibliográfica, pudemos perceber que as composições de Chico Buarque e Tom Jobim se pautam por uma rigorosa articulação entre palavra e música, o que gera uma organicidade estética, um resultado estilístico homogêneo. Além disso, trata-se de composições que dialogam intensamente com a moderna literatura brasileira, mormente no que concerne ao uso de coloquialismos e prosaísmos, à busca de uma simplicidade, à utilização de uma linguagem mais concisa e visual e a inserção da ironia e da paródia. PALAVRAS-CHAVE: Canção popular. Melopoetica. Semiótica da canção. Chico Buarque. Tom Jobim. 11 ABSTRACT This work aims at studying the relations undertaken between word and music in Brazilian popular song. Therefore, we chose the works of Tom Jobim and Chico Buarque , two fundamental composers in the history of MPB ( Brazilian Popular Music), for having expanded the possibilities of articulation between the system of verbal and musical signs. Out of all the songs they composed we selected three (“Retrato em Branco e Preto”, "Imagina" and "Sabiá"), by the fact that in them the relation between lyrics and melody proved more patent. We have taken as basis the studies of Solange Ribeiro de Oliveira on melopoetics, and especially the semiotic of the song , theory raised by the musician and professor Luiz Tatit. The theories used allowed us to understand the meaning construction of the speech of the two composers more cohesive and comprehensive. This is because, in our analysis, we contemplate both the linguistic and musical elements, we understand that reading a text of a song out of its musical structure may generate effects of meaning different from when we listen to it with all its components. From the analytical hearing of the selected songs and bibliographical research, we realized that the work of Tom Jobim and Chico Buarque is guided by a strict connection between word and music, which generates an aesthetic organicity, a homogeneous stylistic result. Furthermore, they are compositions which dialogue intensely with the modern Brazilian literature, especially with regard to the use of colloquialisms and prosaisms, the search for simplicity, the use of a more concise and visual language and the insertion
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    Page 1 of 18 SOCIOLOGIA DA CULTURA - CELEBRIDADES BOTAFOGUENSES Vinicius de Moraes Vinicius de Moraes, em foto tirada em 1970 Informação geral Apelido Poetinha Data de 19 de outubro de 1913 nascimento Origem Rio de Janeiro, RJ País Brasil Data de morte 9 de julho de 1980 (66 anos) Rio de Janeiro p.br/borges Gêneros MPB, bossa nova, samba Afiliações Carlos Lyra, Tom Jobim, http://www2.unifa Page 2 of 18 Toquinho Vinicius de Moraes (Rio de Janeiro, 19 de outubro de 1913 - Rio de Janeiro, 9 de julho de 1980) foi um diplomata, dramaturgo, jornalista, poeta e compositor brasileiro. Poeta essencialmente lírico, o poetinha (como ficou conhecido) notabilizou-se pelos seus sonetos. Conhecido como um boêmio inveterado, fumante e apreciador do uísque, era também conhecido por ser um grande conquistador. O poetinha casou-se por nove vezes ao longo de sua vida. Sua obra é vasta, passando pela literatura, teatro, cinema e música. No campo musical, o poetinha teve como principais parceiros Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, João Gilberto, Chico Buarque e Carlos Lyra. Vida Marcus Vinicius de Moraes nasceu em 1913 no bairro da Gávea, no Rio de Janeiro, filho de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, funcionário da Prefeitura, poeta e violinista amador, e Lídia Cruz, pianista amadora. Vinícius é o segundo de quatro filhos, Lygia (1911), Laetitia (1916) e Helius (1918). Mudou-se com a família para o bairro de Botafogo em 1916, onde iniciou os seus estudos na Escola Primária Afrânio Peixoto, onde já demonstrava interesse em escrever poesias.[3] Em 1922, a sua mãe adoeceu e a família de Vinicius mudou-se para a Ilha do Governador, ele e sua irmã Lygia permanecendo com o avô, em Botafogo, para terminar o curso primário.[4] Vinicius de Moraes ingressou em 1924 no Colégio Santo Inácio, de padres jesuítas, onde passou a cantar no coral e começou a montar pequenas peças de teatro.
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