A Transição À Democracia No Chile: Rupturas E Continuidades Do Projeto Ditatorial 1980-1990

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A Transição À Democracia No Chile: Rupturas E Continuidades Do Projeto Ditatorial 1980-1990 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA ERIC ASSIS DOS SANTOS A TRANSIÇÃO À DEMOCRACIA NO CHILE: RUPTURAS E CONTINUIDADES DO PROJETO DITATORIAL 1980-1990 Dissertação de Mestrado NITERÓI 2014 ERIC ASSIS DOS SANTOS A TRANSIÇÃO À DEMOCRACIA NO CHILE: RUPTURAS E CONTINUIDADES DO PROJETO DITATORIAL 1980-1990 Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós- Graduação em História da Universidade Federal Fluminense, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre. Orientadora: Profª. Drª. Samantha Viz Quadrat NITERÓI 2014 S237t Santos, Eric Assis dos A transição à democracia no Chile: rupturas e continuidades do projeto ditatorial 1980- 1990/ Eric Assis dos Santos. — 2014. 194 f. Dissertação(Mestrado) Programa de Pós-Graduação em História - UFF —Universidade Federal Fluminense. Orientador: Samantha Viz Quadrat. Inclui bibliografia. 1. Ditadura - Chile. 2. Chile – Política e governo 1980-1990. 3. Processo de redemocratização chilena. I. Título. CDD 320.983 ERIC ASSIS DOS SANTOS A TRANSIÇÃO À DEMOCRACIA NO CHILE: RUPTURAS E CONTINUIDADES DO PROJETO DITATORIAL 1980-1990 BANCA EXAMINADORA Profª. Drª. Samantha Viz Quadrat (Orientadora) Universidade Federal Fluminense Profª. Drª. Maria Paula Nascimento Araújo Universidade Federal do Rio de Janeiro Profº. Drº Ricardo Antonio Souza Mendes Universidade do Estado do Rio de Janeiro Profª. Drª. Alessandra Carvalho Universidade Federal do Rio de Janeiro Profª. Drª Ana Maria Mauad de Souza Andrade Essus Universidade Federal Fluminense NITERÓI 2014 À minha mãe Bernadete e à minha avó Jovana por acreditaram em mim até o fim Agradecimentos A conclusão dessa jornada seria impossível se não fosse pela companhia de pessoas tão incríveis e que me incentivaram desde sempre a seguir em frente no mundo acadêmico me fazendo acreditar, mesmo quando eu duvidava, que valeria a pena toda a dedicação e esforço empregados na conclusão dessa dissertação. Ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense pelo suporte técnico e rotineiro da vida acadêmica. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico por fomentar a bolsa de estudos através da qual foi possível realizar essa pesquisa. Agradeço a minha orientadora, Samantha Viz Quadrat, que esteve ao meu lado durante todo o processo de amadurecimento dessa pesquisa. Obrigado por ter inspirado aquele jovem graduando que no segundo semestre de universidade teve contato com sua tese de doutorado e não deixou mais o tema dos autoritarismos e da luta por direitos humanos de lado. Obrigado pelo tempo dedicado, pela compreensão em todos os momentos, e pela motivação de que essa dissertação seria possível. Aos professores Maria Paula Nascimento Araújo e Ricardo Souza Mendes pelas contribuições para a dissertação. As críticas sempre construtivas auxiliaram no encaminhamento das questões no exame de qualificação e no resultado final dessa pesquisa. Aos funcionários da Biblioteca Nacional do Chile e do Arquivo Nacional da Administração Pública pela prontidão e eficiência na prestação dos serviços ao longo da pesquisa em Santiago. Ao professor Pablo Rubio Apiolaza pela atenção dedicada à minhas questões e por me ajudar no acesso ao Centro de Documentación y de Investigación de Chile Contemporáneo-Universidad Finis Terrae. Agradeço à minha família, que mesmo sem compreender o tempo dedicado aos estudos, sempre se orgulhou de mim por ser um dos primeiros membros da família a completar o ensino superior público e gratuito. À Pili Espinosa Méndez , Fernanda Cambara de Dios e Sofía Haro Salazar por serem as “garotinhas” mas eficientes de Santiago, me socorrendo sempre que possível na busca de bibliografia e documentação nas bibliotecas e livrarias da capital chilena. Aos amigos Gustavo, Thaís, Daniele, Ingrid e Stéphanie que desde o segundo período da graduação me suportam ouvindo falar de ditaduras e de Pinochet. Obrigado por me acompanharem nessa longa caminhada. À Erika à Talita por tornarem este período na pós-graduação um período de alegrias, em meio a correria e o desespero do mestrado. Obrigado por tornarem esse período sério num momento alegre e prazeroso. Ao grande amigo Ricardo Freitas sem o qual essa dissertação seria impossível. Obrigado por me dar suporte para a viagem ao Chile e por sonhar comigo, desde o princípio, a realização dessa pesquisa. À Andres Espinosa Méndez por tornar Santiago do Chile a minha segunda casa. A você minha gratidão por compartilhar comigo os anseios, e temores do desafio em estudar outro país. Obrigado pelas horas de conversas, de debates, de assessoria jurídica, além de ampliar meus horizontes sobre esse tenso período do século XX para os chilenos. Obrigado por esse grande encontro. RESUMO O objetivo desse estudo é analisar o processo de transição democrática no Chile no período compreendido entre 1980 e 1990. Visamos compreender como o governo de Pinochet e das Forças Armadas, através das instituições e do texto da Constituição de 1980, construiu um modelo específico de transição para a democracia. Partindo da perspectiva na qual existe uma distância entre o projeto político da ditadura e o processo histórico da sociedade chilena, pretendemos identificar os movimentos sociais e políticos que se opuseram ao projeto autoritário. Da mesma forma, objetivamos identificar os mecanismos e as estratégias por parte do regime para conservar-se no poder e manter o seu cronograma político. Sendo assim, analisaremos a formação do projeto político da ditadura civil-militar no final da década de 1970, a crise econômica e social que catalisou os protestos contra o regime entre 1983 e 1987, impondo uma nova agenda de abertura política, os acordos políticos entre os movimentos políticos de oposição, a organização e as consequências do plebiscito de 1988 que impediu que Pinochet permanecesse mais oito anos no governo, e por fim, a negociação política entre governo e oposição entre 1988 e 1989. Palavras-chave: Chile; ditadura; transição; RESUMEN El objetivo de esta investigación es analizar el proceso de transición democrática en Chile durante el periodo comprendido entre 1980 y 1990. Se busca comprender como el Gobierno de Pinochet y las Fuerzas Armadas, a través de la institucionalidad y el texto constitucional de 1980, construyó un modelo específico de transición hacia la democracia. Partiendo de la perspectiva del distanciamiento del proyecto político de la Dictadura y el proceso histórico de la sociedad chilena, se pretende identificar los movimientos sociales y políticos que se opusieron al proyecto autoritario. De esta forma, se busca identificar los mecanismos y las estrategias por parte del régimen para mantenerse en el poder y conservar su cronograma político. Por lo mismo, se analiza la formación del proyecto político de la dictadura cívico militar durante el final de la década de 1970, la crisis económica y social que catalizó las protestas en contra del régimen entre 1983 y 1987, imponiendo así una nueva agenda de apertura política, los acuerdo políticos entre los movimientos de oposición y la organización y consecuencias del Plebiscito de 1988, que impidiera a Pinochet permanecer ocho años más en el poder, resultando en la negociación política entre el Gobierno y la Oposición durante los años de 1988 y 1989. Palabras clave: Chile; dictadura; transición;. LISTA DE SIGLAS AD- Alianza Democrática Nacional ANEF- Asociación Nacional de Empleados Fiscales CEP – Centro de Estudios Públicos CERC- Centro de Estudios de la Realidad Contemporánea CNI- Central Nacional de Información CODECOS- Consejo de Desarrollo Comunales COREDES- Consejo Regionales de Desarrollo CSN – Consejo de Seguridad Nacional CTC- Confederación de los Trabajadores del Cobre DICOMCAR- Dirección de Comunicaciones de Carabineros DINA- Dirección de Información Nacional DINACOS- Dirección Nacional de Comunicación Social DSN- Doutrina de Segurança Nacional FECH- Federación de Estudiantes de Chile FNT- Frente Nacional del Trabajo FPMR – Frente Patriótico Manuel Rodríguez GOPE- Grupo de Operaciones Especiales MAPU-OC- Movimiento de Acción Popular Unificado-Obrero-Campesino MDP- Movimiento Democrático Popular MIR – Movimiento de Izquierda Revolucionario MUN- Movimiento Unión Nacional ODEPLAN- Oficina de Desarrollo y Planificación PAIS – Partido Amplia de la Izquierda Unida PEM- Programa de Empleo Mínimo PLACCINAC- Plano de Accion Cívica Nacional POJH- Programa de Empleo para Jefes de Hogar UDI – Unión Democratica Independiente UFA- Unidad Fundamental Antisubversiva SUMÁRIO Introdução 1 Capítulo 1 – A proposta da transição democrática do projeto ditatorial chileno: 1978-1990 8 1.1 – O projeto político e sua institucionalização1975- 1980 9 1.2 –Os debates sobre a transição e sua relação com o projeto político autoritário 34 Capítulo 2 – “Apertura-Apretura-Cerradura”: crise, protestos sociais e a abertura limitada 1981-1985 45 2.1 – Do “milagre” à crise do projeto econômico entre 1981 e 1983 48 2.2 – As Jornadas de Protestas 1983-1987: a sociedade desafia o projeto da ditadura 59 2.3 – Da “apertura” à “cerradura”: o ministério Jarpa e o primeiro ensaio de uma abertura política. 81 Capítulo 3 –“Do desejo de projeção” do regime à derrota no plebiscito de 1988 84 3.1 – O Acuerdo Nacional de 1985: a busca do consenso 85 3.2 – As tensões políticas no interior do regime: os dissensos no interior do regime sobre o Acuerdo Nacional 94 3.3 – “No vamos entregar el poder por puro gusto”: repressão e consagração da “Mentalidad 89” 102
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