Maria Alice Lucena De Gouveia.Pdf
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE DE SĀO PAULO PUC/SP MARIA ALICE LUCENA DE GOUVEIA A CONSTRUÇĀO DA ATUAÇĀO NO CINEMA: UM ESTUDO A PARTIR DAS EXPERIÊNCIAS DOS ATORES IRANDHIR SANTOS E HERMILA GUEDES. DOUTORADO EM COMUNICAÇĀO E SEMIÓTICA SÃO PAULO 2016 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE DE SĀO PAULO PUC/SP MARIA ALICE LUCENA DE GOUVEIA A CONSTRUÇĀO DA ATUAÇĀO NO CINEMA: UM ESTUDO A PARTIR DAS EXPERIÊNCIAS DOS ATORES IRANDHIR SANTOS E HERMILA GUEDES. DOUTORADO EM COMUNICAÇĀO E SEMIÓTICA Tese apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de Doutor em Comunicação e Semiótica, na linha de pesquisa Processos de Criação nas Mídias, sob a orientação da Prof. Dra. Cecília Almeida Salles, desenvolvido com auxílio de bolsa CAPES. SÃO PAULO 2016 ERRATA GOUVEIA, M. A. L.. A construção da atuaçãoo no cinema: um estudo a partir das experiências dos atores Irandhir Santos e Hermila Guedes. Tese (Livre-docência) 227 f. - PUC-SP, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2016. Folha Linha Onde se lê Leia-se 02 08 Começei Comecei 03 08 Começei Comecei 05 11 Vejo o diretor Vejo o diretor como uma espécie de como uma espécie de arquiteto, regente, arquiteto, regente, visionário num visionário num processo complexo processo complexo onde cada passo dado onde cada passo dado é uma luta, cada é uma luta, cada escolha implica em escolha implica em um novo um novo agenciamento e, no agenciamento. decorrer do processo, o roteiro Ficha Catalográfica Gouveia, Maria Alice Lucena. A construção da atuação no cinema: um estudo de caso a partir das experiências dos atores Irandhir Santos e Hermila Guedes. São Paulo: 2016, 227 f. Tese (Doutorado) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Área de concentração: Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica Orientadora: Professora Cecília Almeida Salles Palavras-chave: Crítica de processo- Redes de criação- Atuação no cinema BANCA EXAMINADORA PROFA. DRA. CEÍÍLIA DE ALMEIDA SALLES (ORIENTADORA) Essa tese é dedicada ao amigo, Rutílio. Meu ator distante. AGRADECIMENTOS Inicialmente agradeço a minha orientadora, a professora Cecília Almeida Salles, pela generosidade e dedicação ao trabalho realizado ao longo de tanto tempo. Agradeço aos amigos pesquisadores, aos colegas de ensino e, principalmente, aos meus alunos, pelas perguntas renovadas quando se falava em sala de aula sobre o trabalho do ator. Agradeço aos amigos diretores, produtores, roteiristas e atores que contribuíram imensamente para esse trabalho. Em especial, destaco a produtora e parceira Carla Francine, criatura fundamental na fase final desta pesquisa. Agradeço a professora Fátima Lucena, minha mãe, pelas correções na madrugada e pelo estado de alerta em que me manteve estimulada e focada. Agradeço ao meu companheiro Flávio, pelos cuidados e pela paciência nos dias em que eu estive distante. Agradeço a coletividade de amigos e família e, em especial, a Toinho, meu filho, pelos momentos de alegria. Agradeço por fim, a CAPES, sem a qual esta tese não seria possível. RESUMO Esta pesquisa deriva da minha necessidade de entender o processo de preparação do ator no cinema pernambucano a partir da sua desconstrução. Dessa forma, tomarei como objeto de estudo o trabalho de imersão do ator Irandhir Santos, protagonista dos filmes Febre do Rato (2011), do diretor Cláudio Assis; Tatuagem (2013), do diretor Hilton Lacerda; O Som ao Redor, 2013, de Kléber Mendonça e História da Eternidade (2014), de Camilo Cavalcante. Além desses, existe o trabalho da atriz Hermila Guedes, Era uma vez eu, Verônica, 2014, de Marcelo Gomes e O Céu de Suely, (2006), de Karim Aïnouz. Esse corpus compreende a recente produção cinematográfica de filmes produzidos no estado de Pernambuco que nasceram de um processo colaborativo no qual o ator exerce uma posição de destaque na estruturação do discurso final. Como procedimento metodológico, proponho utilizar a “Crítica de Processos”, elaborada pela pesquisadora Cecília de Almeida Salles (2006), que busca entender o processo de criação artística por meio de seus relatos, rastros e da observação ativa da realização de um filme. Palavras-chave: Crítica de processo- Redes de criação- Atuação no cinema ABSTRACT This research derives from my need of understanding the actor’s preparation process in the Pernambuco cinema, by means of its deconstruction. Therefore, my object of study will be the immersion work of actor Irandhir Santos, who played the main character of the following movies: Rat Fever (2011), by Cláudio Assis; Tattoo (2013) by Hilton Lacerda; Neighboring Sounds (2013) by Kléber Mendonça and História da Eternidade (2014), by Camilo Cavalcante. In the same manner, I will study the works of actress Hermila Guedes: Once Upon A Time Veronica, (2014) by Marcelo Gomes and Love for Sale, (2006), by Karim Aïnouz. This corpus focuses on the cinema produced recently in the state of Pernambuco, Brazil, that were conceived through a collaborative process - in which the actor finds itself being in a highlighted position, while formatting the final structure of the movie’s narrative. As a methodological approach, I propose the use of “Crítica de Processos”, elaborated by researcher Cecília de Almeida Sales (2006). It seeks to understand the process of artistic creation through its testimonies, its footprints and the active observation of the elaboration of a movie. Keywords: Criticism of creative process. Networking os creations. Acting in cinema SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 01 2 AS PEDAGOGIAS TEATRAIS E SUA INFLUÊNCIA NO 06 TRABALHO DOS ATORES 2.1.1 Stanislavski 08 2.1.2 Grotowski 20 2.2 Particularidades do ator de cinema 27 2.3 Processos de testes e seleção do elenco 41 2.4 Processo em rede de criação 44 3 O TRABALHO DE CONSTRUÇÃO DA PERSONAGEM A PARTIR 49 DO ATOR. A TRADUÇÃO DO ROTEIRO, OS LABORATÓRIOS E OS ENSAIOS 3.1 A moldura textual 49 3.2 Tratamentos 51 3.3 Traduções 53 3.3.1 Ivo 54 3.3.2 Zizo 61 3.3.3 Verônica 72 3.3.4 Clodoaldo 77 3.4 Além da moldura 87 3.4.1 Suely 89 3.4.2 Clécio 93 4 A MISE-EN-SCÈNE CINEMATOGRÁFICA E A ATUAÇĀO 99 4.1 A atuação sob a mediação da fotografia 105 4.2 A mise-em-scene aberta e a atuação 110 4.3 A iluminação na construção da atuação 117 4.4 Visualidade construída nas filmagens com o ator 122 4.5 A câmera-sujeito e o olhar narrativo 129 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 137 REFERÊNCIAS 139 APÊNDICES 143 APÊNDICE A - Entrevista concedida por GABRIEL, Amanda. APÊNDICE B - Entrevista concedida por CAVALCANTE, Camilo. APÊNDICE C - Entrevista concedida por GUEDES, Hermila. APÊNDICE D - Entrevista concedida por LACERDA, Hilton. APÊNDICE E - Entrevista concedida por GOMES, Marcelo. APÊNDICE F - Entrevista concedida por LACCA, Leonardo. APÊNDICE G - Entrevista concedida por ASSIS, Cláudio. APÊNDICE H - Entrevista concedida por TENÓRIO, Albert. APÊNDICE I - Entrevista concedida por MARTINS, Beto. APÊNDICE J - Entrevista concedida por ARAÚJO, Cecília. ANEXOS ANEXO A - A HISTÓRIA da Eternidade ANEXO B - AMIGOS de Risco. ANEXO C - FEBRE do Rato. ANEXO D - TATUAGEM. ANEXO E - O SOM ao Redor. ANEXO F - ERA uma vez eu, Verônica ANEXO G - DÉCIMO Segundo. ANEXO H – PERMANÊNCIA ANEXO I - O CÉU de Suely 1 INTRODUÇÃO Esta pesquisa nasceu de uma busca que, para mim, como diretora de filmes, sempre me intrigou: o processo de construção da atuação. Na minha vivência de set, o espaço de composição do ator remete-me a algo privado, ligado à intimidade do artista, obscuro, a ponto de não ser verbalizado, e inacessível, uma vez que pertence a campos de saberes que eu desconhecia. Começei esta pesquisa movida por muitos não-saberes. Aberta, como um diretor que começa a ler um roteiro para um ator e, enquanto fala, percebe que reconhece nas palavras um caminho cujas direções serão escolhidas num processo complexo e no qual o andar terá o contorno do artista que me escutou. Algumas questões reverberavam da minha sensação de não saber. Como esse ator ativa um roteiro? Como cria uma memória que vai ancorar essa personagem? Como traduz, a partir do verbo, vozes e partituras gestuais? Outras questões surgiram da minha experiência enquanto diretora. Como o roteiro se adensa, ao ser traduzido pelo ator? Como a atuação se transmuta, ao ser mediada pela direção e pela fotografia? Inicialmente, despertei meus afetos para o processo de realização, a partir de minha experiência como realizadora de curtas-metragens em Pernambuco, desde 2002, e pela minha proximidade com a obra do diretor Cláudio Assis, que estudei na minha dissertação defendida no ano de 2009. Em “A Construção do Protagonismo Feminino no Cinema Pernambucano na Contemporaneidade: uma análise sobre o Édipo, a perversão e a prostituição na construção do imaginário sobre a mulher pernambucana” analisei o filme Baixio das Bestas (2006) e percebi uma necessidade de aprofundar a minha análise com ênfase na mise-en-scène do autor e de sua equipe. Este filme, marca o início das carreiras dos atores Irandhir Santos e Hermila Guedes que desempenharam papéis coadjuvantes. Somando-se à minha experiência profissional e à pesquisa realizada, leciono, há sete anos, as disciplinas de Direção e de Montagem no curso de Cinema do Departamento de Artes e Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco. Parte do meu interesse pelo tema foi motivada pela falta de publicações na área de realização cinematográfica dos filmes nacionais e, em particular, pela escassez de textos publicados sobre a atuação no cinema. 1 Dessa forma, um estudo sobre a construção da atuação e sua relação com a mise-en- scène, com foco na análise e na desconstrução do processo dos longas-metragens realizados se faz pertinente para contribuir para a renovação de conhecimentos sobre o ator no cinema. Iniciei esta pesquisa a partir da ideia de que o ator vai muito além do domínio técnico, descolando-se da superfície de um roteiro e colocando-se como um vidente, como alguém que extrai significados, como um compositor em busca.