Gabriela Braga
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE LETRAS CLÁSSICAS E VERNÁCULAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOLOGIA E LÍNGUA PORTUGUESA GABRIELA BRAGA Prosódia do português de São Tomé: o contorno entoacional das sentenças declarativas neutras Versão Corrigida São Paulo 2018 ii UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE LETRAS CLÁSSICAS E VERNÁCULAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOLOGIA E LÍNGUA PORTUGUESA Prosódia do português de São Tomé: o contorno entoacional das sentenças declarativas neutras Versão Corrigida GABRIELA BRAGA Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Filologia e Língua Portuguesa do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Univeridade de São Paulo como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Letras. Área de Concentração: Filologia e Língua Portuguesa De acordo: Orientadora: Professora Doutora Flaviane Romani Fernandes Svartman 4 de abril de 2018 São Paulo 2018 iii Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. iv BRAGA, Gabriela. Prosódia do português de São Tomé: o contorno entoacional das sentenças declarativas neutras. 2018. Dissertação (Mestrado em letras) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018. Dissertação apresentada à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Univeridade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Letras. Aprovado em: 05 de fevereiro de 2018 Banca Examinadora Profa. Dra. Flaviane Romani Fernandes Svartman (Presidente) Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo Profa. Dra. Manuele Bandeira de Andrade Lima Instituto de Humanidades e Letras do campus dos Malês da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira Profa. Dra. Carolina Ribeiro Serra Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro Profa. Livre-docente Luciani Ester Tenani Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas de São José do Rio Preto da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” v “Linguagem - a fala humana - é uma inesgotável riqueza de múltiplos valores. [...] Para o bem e para o mal, a fala é a marca da personalidade, da terra natal e da nação, o título de nobreza da humanidade” Louis HJELMSLEV (1975) vi AGRADECIMENTOS Antes de tudo, agradeço a Deus e ao Universo por todas as pessoas maravilhosas que encontrei pelo caminho. Sem elas não seria quem sou hoje e não teria chegado até aqui. Agradeço imensamente aos meus pais, Lucilene e Luis Antonio, por terem me ensinado com palavras e ações que estudar é a melhor forma de se tornar alguém. Muito obrigada por me criarem em um lar cheio de amor e de livros. Lucilene e Luis Antonio, sem o carinho, exemplo, apoio e ajuda diários de vocês eu não teria conseguido. Meu eterno ‘obrigada’! Agradeço com todo meu coração ao meu companheiro Rodrigo, meu mais que marido e amigo, meu “parça”. Obrigada por acreditar em mim, pelas risadas, pelas conversas sem fim sobre linguística, o universo e tudo mais, e por achar um barato tudo isso, tanto quanto eu. Obrigada pelas revisões e edições deste e de tantos outros trabalhos. Somos um lindo time e você é uma das minhas pessoas favoritas no mundo. Agradeço também ao meu pequeno lindo filho, por tornar a vida mais bonita, mesmo quando este trabalho parecia não ter fim. Lucas, obrigada pelo seu sorriso, pela sua vontade de aprender coisas novas (que me inspira tanto) e por produzir novos fones a cada dia. Meu ‘muito obrigada’ também à minha irmã Mariana, por seu exemplo de dedicação em tudo o que faz e por fazer parte da minha vida e da minha família. Agradeço muito a Marta e Nilson, Bruno e Janaína, por me darem apoio e retaguarda para a escrita deste trabalho, cuidando do pequeno e sendo sempre tão gentis comigo. Agradeço à minha querida orientadora, professora Flaviane R. Fernandes Svartman, por ter me acolhido como orientanda e “filha acadêmica” e por tanto ter me ensinado sobre prosódia e a beleza da música das línguas. Obrigada por ser sempre gentil diante das minhas dúvidas e por acreditar no meu potencial. Agradeço imensamente às professoras Carolina Serra, Luciani Tenani e Manuele Bandeira, membros da banca de defesa desta dissertação, pela leitura atenta, pelos comentários e sugestões que enriqueceram tanto este trabalho. Quaisquer erros remanescentes são de minha inteira responsabilidade. Agradeço também aos professores Gabriel Antunes de Araujo, Ana Lívia Agostinho e Margarida Petter, por terem aceitado nosso convite para membros suplentes da banca de defesa. Ao grupo de estudos de prosódia da USP, com quem dividi problemas, dilemas, risadas e congressos, obrigada por todo conhecimento construído e dividido. Meu agradecimento vii especial ao Vinícius, por ter me ensinado muito sobre Praat e seus scripts, pelos insights sobre partes complicadas da análise de dados e por ser uma voz da prosódia sobre o português na África; à Carol, por ter dividido comigo as angústias de cursar as disciplinas de pós-graduação, pelos cafés, conversas e exemplo de como uma capricorniana deve ser; e ao Matheus, pelo seu jeito leve e jovial de encarar a pós-graduação, que me fez rever minha postura muitas vezes. Obrigada pelo time maravilhoso, eficaz e divertido que formamos. Agradeço também aos meus professores de graduação e pós-graduação do curso de Letras da FFLCH, por tanto me ensinarem sobre as línguas e como elas recortam e moldam sociedades, em especial à professora Margarida Petter, que me inspira como africanista, e ao professor Gabriel Antunes de Araujo, quem primeiro me apresentou a minha menina dos olhos, que é a Fonologia, e São Tomé, a ilhazinha pela qual me apaixonei. Meu muito mais que obrigada aos meus queridos amigos e amigas, Manu, Shika, Rogerio, Renata, Wallace, Silmara, Karina, Vivian e Kaye, pela paciência comigo durante todos esses anos (não só de mestrado) e por sempre me inspirarem a ser uma pessoa melhor, em todas as instâncias. Agradeço muito o carinho de cada um de vocês e carrego vocês sempre comigo, por mais distante que o trabalho me faça ficar. Amo vocês. Um agradecimento especial à Ana, madrinha e amiga tão querida, a quem tenho como modelo de mulher, linguista e pesquisadora. Agradeço à Unilab – campus da Liberdade (Redenção - CE), que me acolheu e me disponibilizou salas e auditórios em que eu pudesse realizar as gravações necessárias para a realização deste trabalho. Agradeço imensamente às estudantes santomenses que se disponibilizaram a me ajudar na adaptação do corpus do RLD, e principalmente à MAQJ, NDR e JRB, que colaboraram como informantes deste trabalho. Por último, mas igualmente importante, agradeço à CAPES pelo apoio financeiro através da bolsa de mestrado DS e aos funcionários da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, por serem sempre tão solícitos nas necessidades acadêmicas cotidianas. viii RESUMO Esta dissertação tem como objetivos (i) descrever e analisar o contorno entoacional das sentenças declarativas neutras do português falado na ilha de São Tomé (PST), em São Tomé e Príncipe, especificamente a relação entre associação de eventos tonais ao contorno entoacional e a formação de domínios prosódicos, tanto em fala controlada quanto em fala espontânea, assim como (ii) comparar os resultados encontrados para o PST com aqueles descritos na literatura para outras variedades de português já estudadas sob a mesma perspectiva teórica: variedades lusitanas, brasileiras e de Guiné-Bissau, variedade africana assim como o PST. Nossa hipótese é que do ponto de vista entoacional o PST se distancie do SEP (standard european portuguese, o português falado em Lisboa), embora esta seja considerada a variedade de prestígio no país e tida como alvo pela população, ensinada nas escolas e veiculada na mídia. Para alcançar os objetivos estabelecidos, nos valemos do aparato teórico da Fonologia Entoacional Autossegmental e Métrica, para a investigação da associação de eventos tonais ao contorno entoacional, numa abordagem integrada à Fonologia Prosódica, para verificarmos a formação dos constituintes prosódicos e identificação dos domínios relevantes na atribuição de eventos tonais. Dentre as características prosódicas e entoacionais que encontramos, destacamos (i) a alta densidade tonal do contorno entoacional das sentenças declarativas neutras em PST; (ii) a associação de acentos tonais (pitch accents) a todas as palavras prosódicas nas sentenças de fala controlada;(iii) a associação obrigatória de acento tonal à palavra prosódica cabeça de sintagma entoacional, seguido de um tom de fronteira associado à sua fronteira direita; (iv) a possibilidade de associação de acento frasal (phrasal accent) à fronteira de sintagmas fonológicos; (v) a configuração de contorno nuclear majoritariamente baixa (L* L%), embora também seja possível a realização de um contorno nuclear descendente (H+L* L%) para as sentenças declarativas neutras dessa variedade de português. Através desta dissertação, apontamos características entoacionais e prosódicas do PST que o afastam do SEP e que podem ser consideradas como argumentos para a consolidação do PST como uma variedade que possui (assim como o PB) uma gramática entoacional própria, não se tratando de uma produção considerada irregular da variedade tida como padrão. Palavras-chave: Fonologia; Prosódia; Entoação; português de São Tomé. ix ABSTRACT This study aims to (i) describe and analyze the intonational contour on neutral declarative sentences in the Portuguese spoken on São Tomé island, in São Tomé & Principe (PST), specifically the relation between the association of tonal events with the intonational contour and the formation of prosodic domains, either on controlled or spontaneous speech and (ii) compare the results achieved on PST with the ones described on previous papers on other Portuguese varieties already studied under the same theoretical perspective: lusitanic varieties, Brazilian varieties, and from Guinea-Bissau, an African Portuguese variety, like PST.