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Eduardo Dias Fonseca e Fábio Allan Mendes Ramalho (Organizadores) Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil 2020 © 2020 EDUNILA – Editora Universitária Catalogado na Publicação (CIP) T772 Trânsitos e subjetividades latino-americanas no cinema/ Eduardo Dias Fonseca (Org.); Fábio Allan Mendes Ramalho (Org.). Foz do Iguaçu: EDUNILA, 2020. 189 p.: il. ISBN: 978-65-86342-02-4 1. Cinema. 2. América Latina. 3. Cultura Latino-Americana. Socie- dade Latino-Americana I. Fonseca, Eduardo Dias. II. Ramalho, Fábio Allan Mendes. II. Título. CDU 791.43(7/8=6) Catalogação na fonte: Bibliotecário Leonel Gandi dos Santos CRB 11/753 Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. É proibida a reprodução total ou parcial por quaisquer meios sem autorização prévia, por escrito, da editora. Direitos adquiridos pela EDUNILA – Editora Universitária. EDUNILA – Editora Universitária Av. Tancredo Neves, 6731 – Bloco 4 Caixa Postal 2044 Foz do Iguaçu – PR – Brasil Editora associada à CEP 85867-970 Fones: +55 (45) 3529-2749 | 3529-2770 | 3529-2788 [email protected] www.unila.edu.br/editora UNIVERSIDADE FEDERAL DA INTEGRAÇÃO LATINO-AMERICANA Gleisson Pereira de Brito Reitor Luis Evelio Garcia Acevedo Vice-reitor EDUNILA – EDITORA UNIVERSITÁRIA Mario René Rodríguez Torres Coordenador-geral Edson Carlos Thomas Administrador Francieli Padilha B. Costa Programadora visual Leonel Gandi dos Santos Bibliotecário-documentalista Natalia de Almeida Velozo Revisora de textos Nelson Figueira Sobrinho Editor de publicações Ricardo Fernando da Silva Ramos Assistente em administração CONSELHO EDITORIAL Mario René Rodríguez Torres Coordenador da Editora Universitária Natalia de Almeida Velozo Representante da Coordenação Executiva Elaine Aparecida Lima Representante dos técnico- administrativos em educação da UNILA Yuli Andrea Ruiz Aguilar Representante dos discentes da UNILA Ulises Bobadilla Guadalupe Instituto Latino-Americano de Tecnologia, Infraestrutura e Território (ILATIT – UNILA) Laura Márcia Luiza Ferreira Instituto Latino-Americano de Arte, Cultura e História (ILAACH – UNILA) Marcela Boroski Instituto Latino-Americano de Ciências da Vida e da Natureza (ILACVN – UNILA) Debbie Guerra Universidad Austral de Chile Norma Hilgert Universidad Nacional de Misiones (Argentina) María Constantina Caputo Universidade Federal da Bahia (UFBA) Daniela Birman Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) EQUIPE EDITORIAL Natalia de Almeida Velozo Revisão de textos (português) Pedro Henrique Araújo Arantes [D A Matzkin] Revisão de textos (português e espanhol) Francieli Padilha B. Costa Projeto gráfico, capa e diagramação Leonel Gandi dos Santos Normalização bibliográfica SUMÁRIO 5 APRESENTAÇÃO 10 parte I POLÍTICA E TEMPORALIDADES DA IMAGEM 11 1. História e memória em primeira pessoa Por Pablo Piedras 2. El Nudo del Nosotros: la puesta en escena de la intersubjetividad en 45 El Etnógrafo, de Ulysses Rosell (Argentina, 2012) Por Andrea Molfetta 57 parte II CINEASTAS, CULTURAS NACIONAIS E IMAGINÁRIOS 58 3. O passado já não é mais o que era: No (2012), de Pablo Larraín Por Ignacio Del Valle Dávila 4. Carlos Hugo Christensen y la posibilidad de un cine “espectacular” en el Brasil 69 de las décadas de 1950 y 1960 Por Cecilia Gil Mariño 5. Poesia Cinematográfica e canção popular em Júlio Bressane 82 Por Virginia Osorio Flôres 6. Imaginários raciais e de gênero no cinema brasileiro: articulações entre os 103 filmesOrfeu e O Maior Amor do Mundo, de Cacá Diegues Por Ceiça Ferreira parte III 122 CRÍTICA DA NAÇÃO E DA COLONIALIDADE: ALTERIDADES, FRONTEIRAS E PAISAGENS 123 7. María: entre el campo literario y el cinematográfico Por Maria Fernanda Arias Osorio 8. Resonancia de voces indígenas en el cine chileno: Ahora te Vamos a Llamar 141 Hermano (1971), de Raúl Ruiz Por Andrea Salazar Vega e Cristian Vargas Paillahueque 9. Fronteiras no cinema: deslocamentos territoriais, de gênero e cinematográficos 158 em filmes produzidos na Argentina e no Paraguai Por Francieli Rebelatto 10. As paisagens sonhadas em Lisandro Alonso 174 Por Ângela Prysthon Apresentação A partir da nossa atuação na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), uma universidade que tem como pilares de sustentação a integração regional, a interculturalidade e o bilinguismo, é que o projeto para publicar uma obra que tematiza nossos trânsitos pelos temas que são caros à nossa práxis foi tomando corpo. Em conso- nância com o projeto da UNILA, priorizamos trabalhos que manifestam um patente enfo- que inter/transdisciplinar. São textos que aproximam os estudos fílmicos de campos tão diversos como estudos historiográficos, teoria e história da arte, estudos culturais, música, linguística, literatura, entre outros. Preferimos evitar o agrupamento das contribuições aqui reunidas segundo recortes cronológicos e territoriais estritos. De fato, escolhemos não aproximar os trabalhos mediante o critério das cinematografias nacionais. Na maior parte das vezes, também, as próprias categorias da ficção e do documentário se interpenetram e dialogam. Tampouco recorremos à separação, já bem estabelecida no campo, entre as pesquisas com ênfase em som e aquelas que se dedicam, sobretudo, ao registro imagético. Apostamos na multipli- cação de pontos de conexão e interfaces de diálogo, de modo que capítulos como os de Virginia Osorio Flôres e de Andrea Salazar Vega e Cristian Vargas Paillahueque, nitidamente irmanados no seu interesse pelos registros musicais e sonoros das películas analisadas e nos sentidos e efeitos estéticos que suscitam, permanecem em seções separadas. Tais textos entram em outros arranjos conceituais e analíticos, ao mesmo tempo em que revelam linhas evidentes de diálogo que ajudam a prolongar as formas de conversação entre as distintas seções do livro. Buscamos a proposição de marcos temporais peculiares, estabelecendo fios entre questões tradicionalmente relevantes para as culturas e sociedades latino-americanas e suas reverberações no presente. Atribuímos também uma especial ênfase à questão da colonialidade, no que ela tem de estruturante de regimes audiovisuais, bem como aos debates sobre as subjetividades que se colocam mediante algumas categorias políticas e culturais determinantes para o nosso tempo, tais como gênero e raça. Ficamos contentes em constatar que tais categorias não aparecem aqui como um segmento apartado, mas se misturando com outras variantes, um tipo de combinação que resulta em instigantes perguntas: como podemos indagar certos discursos nacionais/regionais a partir da negritude? Que lugar ocupam os estereótipos de gênero nos discursos canônicos que fundam um imaginário de nação? Como podemos pensar conjuntamente as fronteiras territoriais e as diferenças de gênero? Os trânsitos, conforme nomeados no título da nossa publicação, são entendidos, por- tanto, em múltiplos sentidos: entre disciplinas, categorias, materialidades, territórios, temporalidades, cinematografias. Para o entramado das seções, preferimos optar pelo agrupamento de problemas de ordem conceitual e metodológica que são enfrentados por esse grupo de pesquisadoras e pesquisadores aqui reunidos, e em cujos pressupostos encontramos os ecos de muitas das inquietações que vemos reiteradas no nosso cotidiano de trabalho e atuação no contexto da UNILA. São, no sentido pleno do termo, linhas de força dos debates latino-americanistas, que se encontram formuladas pela via do cinema, entendido aqui como fenômeno estético-político e também como campo de produção e circulação de sentidos, regimes de visibilidade, imaginários e modos de intervenção. É fundamental ressaltar que, apesar de tratarmos de questões que estão territorialmente ligadas ao sul latino-americano, entendemos que a amplitude da diversidade continental pode ser visualizada e tematizada nesta publicação. Dentro do ponto de vista da nossa circularidade nos eventos acadêmicos, surge outra visão do trânsito a que nos referimos no título deste livro, que pode ser lida como lite- ral, mas que abre para as possibilidades de acessar as questões aqui apresentadas, assim como uma noção de fluxo de pensamentos e ideias que coadunam com a nossa existência latino-americana. O que tentamos propor é, assim, um duplo movimento: estabelecer algu- mas linhas de força dos debates que temos vivenciado e testemunhado com entusiasmo e assombro, à medida que nos engajamos no exercício de pensar e fazer cinema numa universidade orientada por um projeto integracionista, mas, ao mesmo tempo, evitando a endogenia. Não queríamos uma coletânea de textos composta apenas pelo nosso corpo docente. Gostaríamos de publicizar algumas ideias e pesquisas que estão sendo desenvol- vidas aqui, mas também convidar outras pessoas para uma aproximação; pessoas cujas falas ou escrituras nos atravessaram em algum momento e nas quais identificamos algu- mas das inquietações que são não apenas de docentes em seu exercício de ensino, pesquisa e extensão, mas também do corpo discente. Os estudantes e as estudantes nos desafiam cotidianamente a confrontar problemas que nem sempre havíamos enxergado com cla- reza ou sequer tínhamos como elementos norteadores ao início de cada ciclo de trabalho. Nesse sentido, o livro é tanto um início de conversa quanto um dispositivo de reconhe- cimento. Ele se estabelece em torno de temas que nos são caros: a crítica da colonialidade, a questão de gênero e raça, os limiares das identidades e subjetividades, os pontos de ten- são nos discursos nacionais e regionais, as dinâmicas de representação e o deslocamento do olhar e da escuta rumo