Nas Trilhas De Sambistas E “Povo Do Santo”: Memórias, Cultura E Territórios Negros No Rio De Janeiro (1905-1950)
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Universidade Federal Fluminense Instituto de Ciências Humanas e Filosofia Programa de Pós-Graduação em História Leandro Manhães Silveira Nas trilhas de sambistas e “povo do santo”: memórias, cultura e territórios negros no Rio de Janeiro (1905-1950). Niterói 2012 Universidade Federal Fluminense Instituto de Ciências Humanas e Filosofia Programa de Pós-Graduação em História Leandro Manhães Silveira. Nas trilhas de sambistas e “povo do santo”: memórias, cultura e territórios negros no Rio de Janeiro (1905-1950). Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense, como parte dos requisitos para a obtenção do grau de Mestre em História Social. Nível: Mestrado Área de concentração: História Social Orientadora: Profa. Dra. Laura Antunes Maciel Niterói 2012 Universidade Federal Fluminense Instituto de Ciências Humanas e Filosofia Programa de Pós-Graduação em História Leandro Manhães Silveira. Nas trilhas de sambistas e “povo do santo”: memórias, cultura e territórios negros no Rio de Janeiro (1905-1950). BANCA EXAMINADORA _____________________________________ Profa. Dra. Laura Antunes Maciel (Orientadora) Universidade Federal Fluminense __________________________________ Profa. Dra. Magali Engel Universidade Federal Fluminense _____________________________ Prof. Dr. Leonardo Affonso de Miranda Pereira Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Niterói 2012 Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Central do Gragoatá S587 Silveira, Leandro Manhães. Nas trilhas de sambistas e “povo do santo”, memórias, cultura e territórios negros no Rio de Janeiro (1905-1950) / Leandro Manhães Silveira. – 2012. 184 f. Orientador: Laura Antunes Maciel. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal Fluminense, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, Departamento de História, 2012. Bibliografia: f. 178-184. 1. Brasil. 2. Cultura afro-brasileira. 3. Cultura brasileira; influência africana. 4. Samba; aspecto antropológico. 5. Candomblé. 6. Território. 7. Rio de Janeiro (RJ). I. Maciel, Laura Antunes. II. Universidade Federal Fluminense. Instituto de Ciências Humanas e Filosofia. III. Título. CDD 305.896081 Dedicatória e Agradecimentos: Dedico esta dissertação aos meus pais Neuza Manhães Silveira e Paulo da Silveira que são os responsáveis pela caminhada estudantil e também no samba e na vida. Obrigado pelo carinho e amor diários além de toda atenção que sempre me ofertam. Agradeço a todos os orixás do Candomblé, Umbanda e Omolocô, em especial a Oxalá, Oxossi, Omolu, Ogum, Xangô, Oxum e Yemanjá. Também a todos os pretos-velhos, caboclos e exus. A todos eles, o meu respeito. Todo trabalho de pesquisa é feito com a ajuda das pessoas que direta ou indiretamente ajudam a abrir caminhos através das orientações, na busca e no acesso às fontes pesquisadas e pelo apoio que nos trazem através de suas amizades. Desta forma gostaria de agradecer o carinho, a confiança, paciência e o respeito com os quais a Professora Dra Laura Antunes Maciel conduziu as orientações deste trabalho, o que foi fundamental para que ele se concretizasse. Agradeço aos Professores Doutores Magali Engel e Leonardo Pereira pelas considerações e contribuições durante a banca de qualificação. Também gostaria de agradecer a Elisabete Nascentes, Angela Maria Carvalho Santos, Cely Chaffin, Fátima Torres, Fátima Borges, Iris Delmar de Souza, Jussara, Winnie, Mirian Goes, Maria Lúcia de Oliveira, Carolina Camargo de Jesus, Wellington Teixeira, Wilma Pessoa, Marília Salles, Inêz, Maria José Petrilho Silveira, Elizabeth Gama, Arliny Rochete, Gilda Rodrigues, Lilian Koplin, Jorge Miguel Mayer, Márcia Motta, Théo Lobarinhas, Edileia dos Santos, Carlos Gabriel Guimarães, Cezar Honorato, Gisele Venâncio, Hebe Mattos, Carolina Vianna, Mario Jorge Bastos, Fernando Faria, Mario Grynszpan, Andréia Mattoso, Danielle Quintanilha, Sâmia, Rosa Ignez Novais, Lúcia Ramalho, Danielle Bittencourt, Rubem Confete, Agnes Serafim, Fernando Dumas, Izabel Mazzini, Zora Zanuzo, Laura Almeida, Márcia Magalhães, Viviane Alcântara, Sônia Mendonça, Cecília Azevedo, Martha Abreu, Fernanda Bicalho, Ana Laura e também a todos os funcionários que me atenderam nos locais de pesquisa e bibliotecas onde pesquisei. Agradeço a vocês por ter participado comigo dessas trilhas, incentivando, torcendo, esclarecendo dúvidas e compartilhando, cafés, sambas, trabalho, fé e alegrias. Axé e saravá! RESUMO: Esta pesquisa busca mapear experiências de homens e mulheres, em sua maioria negros, empenhados na criação e manutenção de terreiros, sambas e batuques na cidade do Rio de Janeiro entre 1905 e 1950. Problematizando a imagem e a memória da “Pequena África” como “único território negro” na cidade, segregado e fechado em si mesmo, procuro neste trabalho reconhecer e dar visibilidade histórica a outras redes de sociabilidade e territórios constituídos por eles. Recorrendo a depoimentos orais e outros conjuntos documentais, produzidos por instituições e pesquisadores diversos e em diferentes conjunturas, acompanhei trajetórias de pessoas e grupos organizados em torno do samba e da religiosidade afro-brasileira - particularmente do candomblé e do omolocô -, para identificar e reconhecer formas de organização e sobrevivência social e cultural desta população na cidade do Rio de Janeiro. Através das memórias de sambistas e pessoas de santo, formados dentro de tradições culturais diversas, procurei recuperar algumas praticas sócio religiosas (re)criadas e preservadas analisando o que e como cada um rememorou estas experiências, para compreender como elas ganham novos contornos e significados ao longo dos anos. A pesquisa evidenciou ao longo desse período histórico, diversas matrizes e experiências culturais negras em franco processo de (re)organização e (re)enraizamento nos subúrbios e, também, em outros municípios da região metropolitana do Rio de Janeiro. Esse movimento de expansão geográfica e cultural se deu de forma simultânea a partir de laços de solidariedade e de pertencimento constituídos por sambistas e membros de terreiros de diferentes filiações e matrizes étnicas e grupais em meio a trocas, tensões e reinvenções de práticas sócio culturais. A partir da análise das marcas e especificidades de cada nação religiosa, as escolhas e negociações definidas pelos grupos, busquei entender as diferentes estratégias de expansão e articulações das experiências partilhadas e as variadas formas de organização dos modos de viver, trabalhar, cultuar e fazer samba. Sumário Introdução................................................................................................................9 Capitulo1. Problematizando as memórias hegemônicas em torno do Samba e Candomblé.................................................................................................................29 1.1. A Patrimonialização do Candomblé..............................................................29 1.2. Depoimentos para a Posteridade: Sambas e sambista no Museu.............40 1.3. “Povo do santo” no Museu: Do dialogo ao esquecimento.........................50 1.4. Avaliando as memórias produzidas pelo IPHAN e MIS sobre Candomblé e Samba........................................................................................................................54 Capitulo2. Mapeando territórios de Samba e fé...................................................57 2.1. Os terreiros da nação Ketu: da Pequena África a disseminações e diversificações no Rio de Janeiro e em seu entorno.....................................................................................................................63 2.1.1. O Culto Jejê Mahin do Benin: Guaiaku Rozena e suas descendentes...........................................................................................................86 2.1.2. O alufá Assumano Mina do Brasil.........................................................................................................................89 2.1.3. Os sincretismos do “canjerista” João Gambá e de sua descendência no Rio de Janeiro e em Niterói.....................................................................................................................91 2.2- Os caminhos trilhados pelos bantos na cidade e no Omolocô....................94 2.2.1-“Mangueira - um território afro-brasileiro que gerou muitos frutos”........................................................................................................................95 2.2.2- Madureira, Dona Clara e Serrinha.................................................................................................................. 102 2.2.3- Para Osvaldo cruz, no trem das 18h04min................................................108 2.2.4- Do “berço do Samba” ao Salgueiro...........................................................114 Capitulo3. Para além dos terreiros...................................................................................................................124 3.1.-As Festas dos Cachorros e os Gurufins em Madureira e em Mangueira............................................................................................................. ..125 3.2- As rodas de Jongo na Serrinha, na Mangueira e no Salgueiro: Religiosidade luta e festa......................................................................................134 3.3- Entre cordões, blocos e Escolas de Samba......................................................................................................................144 3.4-Outras formas de transmissão de saberes: os Candomblés