Beechcraft Queen Air 65-B80 Na FAB
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Edição Vice-Direção Editor Responsável Manuel Cambeses Júnior Projeto Gráfico Mauro Bomfim Espíndola Wânia Branco Viana Jailson Carlos Fernandes Alvim Abdias Barreto da Silva Neto Revisão de Textos Dirce Silva Brízida Nossa Capa Monumento em homenagem a Alberto Santos-Dumont, inaugurado em 23 de outubro de 1942 pelo Presidente da República Dr. Getúlio Vargas, com a presença do Ministro da Aeronáutica Dr. Salgado Filho e do Prefeito do Distrito Federal Dr. Henrique Dodsworth. O mesmo encontra-se situado na Praça Salgado Filho, em frente ao Aeroporto Santos-Dumont, na cidade do Rio de Janeiro. Crédito da fotografia: Mara Lolobrígida de Oliveira Impressão Ingrafoto Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca do Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica Idéias em Destaque / Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica. – n.1, 1989 – v. – Quadrimestral. Editada novamente pela Vice-Direção do INCAER a partir de 2007. Irregular: 1991–2004. 1. Aeronáutica – Periódico (Brasil). I. Instituto Histó- rico-Cultural da Aeronáutica. II. INCAER. CDU 354.73 (05) (81) Apresentação Apraz-me apresentar aos nossos leitores o exemplar de núme- ro 28 da revista “Idéias em Destaque”, uma publicação quadrimestral elaborada pela Vice-Direção de nosso Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica. Desta feita, apresentamos 22 excelentes artigos da lavra de pres- tigiosos autores nacionais, contumazes colaboradores deste já consa- grado periódico. Os artigos publicados nesta edição contemplam uma ampla gama de assuntos que julgamos relevantes e importantes de enfatizar, quer pela importância de resgatar acontecimentos marcantes da Histó- ria quer como forma de transmitir conhecimentos de fatos vivenciados por nossa Força Aérea, além de inocular instigantes idéias sobre temas de natureza estratégica, pautados sempre na utilização de uma lingua- gem escorreita, atraente e agradável. Focados nesses objetivos, cremos estar contribuindo, sobrema- neira, para a divulgação de nossos feitos históricos, para o registro de acontecimentos marcantes da Aeronáutica brasileira e, acima de tudo, para a difusão de cultura geral. Faz-se mister destacar a grande quantidade de manifestações que temos recebido com relação à excelente qualidade dos artigos apresentados em nossas últimas edições. Certamente esses gentis en- cômios muito nos sensibilizam e estimulam a prosseguir na caminhada, no sentido de disseminar cultura no seio da Família Aeronáutica. Informamos que estamos receptivos àqueles que desejarem co- laborar com a nossa revista, nos remetendo artigos que sejam de real interesse de nosso público-alvo e, sempre que possível, dentro da linha editorial de “Idéias em Destaque”. Aproveito a oportunidade para formular aos nossos prezados leitores os melhores votos de um Feliz Natal e um Ano Novo repleto de alegrias, saúde, felicidades e continuadas realizações, extensivos aos entes queridos. Ten Brig Ar Refm Octávio Júlio Moreira Lima Diretor do Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica Nº 28 set./dez. 2008 Sumário 1. Reaprendendo com a Geopolítica ........................................................7 Manuel Cambeses Júnior 2. Beechcraft Queen Air 65-B80 na FAB................................................. 9 Aparecido Camazano Alamino 3. Ianomâmi! Quem? ..............................................................................14 Roberto Gama e Silva 4. Lealdade e Disciplina .........................................................................19 Luiz Eduardo Rocha Paiva 5. O Extremo Nordeste de Roraima ..................................................... 22 Roberto Gama e Silva 6. Ordem do Dia alusiva à comemoração do Jubileu de Ouro da Quinta Força Aérea .............................................................. 27 Jaime Glacir Taranto 7. Exército Popular de Libertação (EPL) – Considerações Políticas e Doutrinárias ......................................... 30 Marcelo Hecksher 8. O Futuro do Poder dos Estados Unidos ............................................. 41 Rubens Barbosa 9. Ícaro Redimido: A Falsa Vida de Santos-Dumont no Plano Espiritual ................................................................................ 44 Rodrigo Moura Visoni 10. Aspectos da Logística de Saúde na Mobilização e Defesa Nacionais ........................................................................................... 51 Antonio Celente Videira 11. Pilotos em Comando ou... Gerentes de Sistemas?....................................... 69 Lauro Ney Menezes 12. Traição ao Brasil ................................................................................79 Marcos Coimbra 13. Guerra do Yom Kippur: Princípio de Guerra da Surpresa “versus” Capacidade Operacional e Doutrina de Emprego Precisa................................................................................................ 82 Mauro Barbosa Siqueira 14. A FAB no Brasil Central ..................................................................127 Pasqual Mendonça 15. Brasil - Registros de uma Caminhada ..............................................129 Sérgio Xavier Ferolla 16. Força Aérea: Interdisciplinaridade e Formação para uma Liderança Pós-Moderna ............................................................139 Afonso Farias de Sousa Júnior 17. O Artista e a Cultura .........................................................................153 Araken Hipólito da Costa 18. Estados e Conflitos Étnicos ..............................................................155 Manuel Cambeses Júnior 19. Disciplina Militar: O Piloto de Caça - Um Caso à Parte ..................158 Delano Teixeira Menezes 20. Questões Desafiantes no Rumo da História do Ocidente .................171 Nilton Freixinho 21. A Logística de Transportes da Zona Franca de Manaus ...................175 Telmo Roberto Machry 22. Nossa Maior Vulnerabilidade: O Ensino Fundamental Oficial .........................................................185 João Soares Nunes Manuel Cambeses Júnior Reaprendendo com a Geopolítica Manuel Cambeses Júnior As grandes transformações que ocorreram no mundo nas duas últimas décadas, dentre as quais tem um grande peso a expansão univer- sal do espaço cibernético, carrearam, como conseqüência natural, notá- veis transformações na Geografia Humana no planeta. Essas mudanças se traduzem em uma reinterpretação histórica da Geopolítica e no ques- tionamento de muitos de seus pressupostos, os quais eram conceituados de forma determinística pelo discurso clássico das Ciências Políticas. Denominamos de Geopolítica a ciência que pretende interpretar os fenômenos que permeiam a Política nacional ou internacional no es- tudo sistemático dos fatores geográficos, econômicos, raciais, culturais e religiosos. Desde a criação do termo pelo renomado geógrafo sueco Rudolf Kjëllen, em 1916, em seu famoso livro em que consagra o Es- tado como organismo vivente, a Geopolítica desenvolveu seu conceito básico segundo o qual os Estados possuem muito das características dos organismos viventes. Ao mesmo tempo, se anuncia a idéia de que um Estado teria de crescer, expandir-se ou morrer dentro das “fronteiras vi- vas”. Devido a isso é que tais fronteiras têm uma natureza dinâmica e são susceptíveis a mudanças. A Geopolítica é uma ciência que, por meio da Geografia Política, da Geografia Descritiva e da História, estuda a causa- lidade espacial dos acontecimentos políticos e de seus futuros efeitos. A Geopolítica teve grande aceitação na Alemanha, no alvorecer do século XX, e atingiu grande difusão durante a primazia do regime nazista. O General alemão Karl Hausshofer modernizou a Geografia Política utilizando-a como instrumento que justificasse a expansão da Alemanha durante o Terceiro Reich e desenvolvendo as teorias do es- paço vital do Geógrafo alemão Friedrich Ratzel (Lebensraum), apoiadas por Rudolf Kjëllen. Países como a Rússia, a China e o Japão também deram grande importância a esta ciência durante os anos 30 e 40 do século passado, como meio para atingir o poder global. A utilização propagandística da Geopolítica acarretou, após a derrota alemã na Se- gunda Guerra Mundial, seu descrédito e esquecimento, sobretudo no âmbito acadêmico. Não obstante, alguns segmentos, principalmente mi- litares e diplomatas, seguiram interessados por este ramo da Geografia, na qual se podiam ler os acordos explicitados na Conferência de Yalta, Id. em Dest., Rio de Janeiro, (28) : 7-8, set./dez. 2008 7 Manuel Cambeses Júnior onde ditaram as premissas ordenadoras do mundo pós-guerra e que, certamente, moldaram os paradigmas mantenedores da Guerra Fria. Entretanto, as condições que emolduravam o conflito Leste- Oeste e os ideais democráticos do mundo ocidental fizeram modificar substancialmente seus fundamentos e objetivos. Daí novas teorias se originaram, emanadas por potências como Inglaterra, França e Estados Unidos, que se orientaram basicamente a exercer o controle em determinados espaços terrestres e marítimos considerados chaves, o que se materializa por meio de uma gravitação estratégica e econômica, sem necessidade de perpetrar uma anexação territorial do tipo formal. A expressão prática desta visão está consolidada no Tratado de Defesa do Atlântico Norte (OTAN), e foi sobejamente testada com a crise dos mísseis, ocorrida em 1962. Fica bastante claro que sem os parâmetros ordenadores da Geopolítica, o mundo teria sido arrasado por uma hecatombe nuclear. Após a queda do Muro de Berlim, que pôs fim à Guerra Fria, a Geopolítica retomou o interesse perdido e voltou a crescer ao amparo das tensões internacionais, surgidas com o desmembramento