A Coluna Prestes Vista Por O Paíz E O Correio Da Manhã (1924 - 1927)
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
Instituto de Ciências Humanas PPGHIS Programa de Pós-Graduação em História EDUARDO PEREZ TEIXEIRA A COLUNA PRESTES VISTA POR O PAÍZ E O CORREIO DA MANHÃ (1924 - 1927) BRASÍLIA 2018 Eduardo Perez Teixeira A COLUNA PRESTES VISTA POR OPAÍZ E O CORREIO DA MANHÃ (1924 - 1927) Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade de Brasília como pré- requisito para a obtenção de título de Mestre. Linha de Pesquisa: Política, Instituições e Relações de Poder. Orientador: Prof. Dr. Francisco Doratioto Brasília 2018 Eduardo Perez Teixeira A COLUNA PRESTES VISTA POR O PAÍZ E O CORREIO DA MANHÃ (1924 - 1927) Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em História da Universidade de Brasília como pré-requisito para a obtenção de título de Mestre. Linha de Pesquisa: Política, Instituições e Relações de Poder. Orientador: Prof. Dr. Francisco Doratioto Aprovado em: 28.02.2018 BANCA EXAMINADORA Prof. Dr. Francisco Doratioto Prof. Dr. Antônio José Barbosa Prof. Dra. Ione de Fátima Oliveira A todas e todos que deram muita força, qualquer que tenha sido, tudo foi importante: (“E aí, como está indo? É assim mesmo, continua! Boa!”) Como isso fez a diferença! Meus filhos: Luíza, Pedro e Guilherme. Por vocês meu horizonte sempre se amplia; Lola: silenciosa, mas fiel companheira das horas de escrita; Minha linda: desculpe o tempo roubado. Mas, como já previa uma velha, desbotada, mas atualíssima tatuagem, Angela pra sempre! AGRADECIMENTOS Ao professor e orientador Francisco Doratioto, que há dois anos demonstrou sincero interesse numa ainda incerta defesa de projeto. Orientador presente, gentilmente crítico e colaborativo, a evolução do trabalho tem a sua inestimável marca; Ao amigo e doutorando Vinícius Borbs Januzzi, pela presteza na formatação do sumário e paginação, em cima da hora; A minha querida sobrinha e doutoranda Paloma Abelin, pelo possível recorde mundial na versão do abstract, minutos antes da entrega desta dissertação; E ao professores Ione e Barbosa: ela acompanhando minhas pesquisas desde a graduação; ambos extremamente gentis e colaborativos desde a qualificação deste projeto. A todos, minha gratidão. Quem quer passar além do Bojador, Tem que passar além da dor. Fernando Pessoa RESUMO A década de 1920 foi marcada no Brasil pelo movimento tenentista, série de revoltas militares contra presidentes da república que envolveram, principalmente, jovens oficiais das forças armadas. Naquele momento eram tensas as relações entre eles e o governo federal, e viam principalmente no presidente Arthur Bernardes (1922-1926) o inimigo a ser derrotado. A maior daquelas revoltas militares foi a Coluna Prestes, marcha revolucionária que entre 1924 e 1927 percorreu em torno de 25 mil quilômetros pelo interior do país. Apesar de duramente combatidos, não foram derrotados e quando se asilaram na Bolívia seus jovens comandantes já possuíam bastante prestígio no Brasil. E esse é o questionamento que essa dissertação pretende responder: se o governo combateu duramente aquela tropa revolucionária e se a imprensa oposicionista também sofria forte repressão oficial, como se construiu a imagem positiva que a Coluna Prestes possuía ao final da jornada militar? Qual o papel da imprensa naquele processo? Para isso, foram analisados dois importantes jornais do Rio de Janeiro da época, o governista O Paíz e o oposicionista Correio da Manhã. Ambos eram históricos inimigos na então capital federal, e sempre foram muito agressivos na defesa de seus interesses políticos. O Correio da Manhã nem sempre pôde atuar contra o governo naquele momento, porém a campanha do jornal governista contra a tropa revolucionária foi bastante intensa durante quase todo aquele período. O que essa pesquisa demonstra é como a frequência e virulência das matérias contra os revolucionários dava-lhes mais espaço no governista O Paíz que no próprio Correio da Manhã, jornal oposicionista muitas vezes atingido pela repressão oficial. Essa pesquisa demonstra, portanto, como a grande rivalidade entre aqueles importantes jornais do Rio de Janeiro foi fundamental para a construção de uma imagem heróica da Coluna Prestes. E como o desenrolar daquela jornada militar consolidou Luiz Carlos Prestes, já naquele momento, como inquestionável comandante da coluna revolucionária que leva seu nome. Palavras-chave: Movimento tenentista, O Paíz, Correio da Manhã, Coluna Prestes. ABSTRACT The 1920 decade in Brazil was marked by Lieutenents Movement, a series of military revolts against presidents, that was mainly carried on by young military officers. At that moment, relations between the army and the government were strained and the president Arthur Bernardes (1922-1926) was considered the enemy to be defeated. The most important military revolt was the Prestes Column, a revolutionary march that covered around 25 thousand kilometers from 1924 to 1927 across the country. Despite the several battles, the Prestes Column was not defeated. When the young officers received asylumin in Bolívia, the Column commanders already enjoyed prestige in Brazil. Therefore, the central question that this reasearch intends to answer is: as the government fought hardly the revolutionary group and as the press had to deal with strong repression from the government, how did the Prestes Column ended up having such a positive image by the end of their journey? What role did the press play during this period? To answer these questions, two important newspapers from Rio de Janeiro were analysed: the opposicionist Correio da Manhã and the ruling O Paíz. The Correio da Manhã could not always react against the government, but O Paíz, on the otherhand, had a strong campaign against the revolutionary group during this period. This research shows that the amount and intensity of critics upon the movement made by the ruling O Paíz resulted in increase of visibility of the Column in this paper when compared to the limited possibilities that the oppositionist Correio da Manhã had to publish about the movement, considering the persistent repression that Correio da Manhã suffered. The results show that rivality between these newspapers was essential to build the heroic image of the Prestes Column. Events that happened during the movement consolidated Luiz Carlos Prestes, at that moment, as unquestionable commander of the revolutionary column named after him. Keywords: Lieutenent Movement, O Paíz, Correio da Manhã, Prestes Column SUMÁRIO INTRODUÇÃO............................................................................................................................................9 CAPÍTULO 1 – A Primeira República: os anos iniciais por O Paíz e pelo Correio da Manhã................21 1.1 Café e política.......................................................................................................................................21 1.2 O “Bota-Abaixo”..................................................................................................................................24 1.3 Os tenentes............................................................................................................................................27 CAPÍTULO 2 – Os jornais.........................................................................................................................37 2.1 A imprensa escrita................................................................................................................................37 2.2 O Paíz...................................................................................................................................................42 2.3 Correio da Manhã................................................................................................................................51 2.4 As Cartas Falsas..................................................................................................................................60 CAPÍTULO 3 –“O que nos movia era a luta contra o Bernardes”............................................................67 3.1 O Segundo Cinco de Julho..................................................................................................................67 3.2 Os revolucionários abandonam São Paulo.........................................................................................80 3.3 ... um certo capitão Prestes..................................................................................................................98 CAPÍTULO 4 –“Não vencemos, mas não fomos vencidos.” .................................................................123 4.1 As batalhas no Congresso..................................................................................................................123 4.2 Prestes e Lampião..............................................................................................................................131 4.3 A oposição no ataque.........................................................................................................................136 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................................................153 REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................167 a) Primárias..............................................................................................................................................167 b) Secundárias..........................................................................................................................................167