Flavio Da Rocha Benayon Revolução Em 1930: Sentidos
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE ESTUDOS DA LINGUAGEM FLAVIO DA ROCHA BENAYON REVOLUÇÃO EM 1930: SENTIDOS EM DISPUTA NA CONSTITUIÇÃO DA HISTÓRIA CAMPINAS, 2017 FLAVIO DA ROCHA BENAYON REVOLUÇÃO EM 1930: SENTIDOS EM DISPUTA NA CONSTITUIÇÃO DA HISTÓRIA Dissertação de mestrado apresentada ao Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas para obtenção do título de Mestre em Linguística. Orientadora: Profa. Dra. Suzy Maria Lagazzi Este exemplar corresponde à versão final da Dissertação defendida pelo aluno Flavio da Rocha Benayon e orientada pela Profa. Dra. Suzy Maria Lagazzi. CAMPINAS, 2017 Agência(s) de fomento e nº(s) de processo(s): CAPES ORCID: http://orcid.org/0000-0002-7965-4239 Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas Biblioteca do Instituto de Estudos da Linguagem Crisllene Queiroz Custódio - CRB 8/8624 Benayon, Flavio da Rocha, 1992- B431r BenRevolução em 1930 : sentidos em disputa na constituição da história / Flavio da Rocha Benayon. – Campinas, SP : [s.n.], 2017. BenOrientador: Suzy Maria Lagazzi. BenDissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem. Ben1. Análise do discurso. 2. Movimentos sociais - Brasil - 1920-1930. 3. Designação (Lingüística). 4. Memória coletiva - Brasil. 5. Brasil - História - Tenentismo - 1922-1934. 6. Brasil - História - Revolução, 1930. 7. Brasil - História - Aliança liberal - 1930. I. Lagazzi, Suzy,1960-. II. Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Estudos da Linguagem. III. Título. Informações para Biblioteca Digital Título em outro idioma: Revolution in 1930 : senses in dispute in the constitution of history Palavras-chave em inglês: Discourse analysis Social movements - Brazil - 1920-1930 Designation (Linguistics) Collective memory - Brasil Brazil - History - Tenentism - 1922-1934 Brazil - History - Revolution, 1930 Brazil - History - Liberal alliance, 1930 Área de concentração: Linguística Titulação: Mestre em Linguística Banca examinadora: Suzy Maria Lagazzi [Orientador] Vanise Gomes de Medeiros Guilherme Adorno de Oliveira Data de defesa: 12-05-2017 Programa de Pós-Graduação: Linguística Powered by TCPDF (www.tcpdf.org) BANCA EXAMINADORA: Suzy Maria Lagazzi Vanise Gomes de Medeiros Guilherme Adorno de Oliveira Claudia Regina Castellanos Pfeiffer Luciana Nogueira IEL/UNICAMP 2017 Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no processo de vida acadêmica do aluno. AGRADECIMENTOS Aos meus pais, Nilda Rocha e Flavio Rodrigues, obrigado pelo esforço, sacrifício e confiança, além do amor e segurança, que me possibilitaram constituir um percurso acadêmico e de vida. Ao IEL, pelo espaço que proporcionou encontros extraordinários. Agradeço pelas derivas que tiveram ocasião nas aulas, a partir da exposição do confronto singular de diferentes professores com os saberes que se arriscavam a enunciar; às conversas acompanhadas de cafés; às reuniões para a escrita de cartas-manifesto nos tempos de luta – que perduram; às discussões, que não devem cessar. Em meu percurso pelo IEL, a presença de Suzy Lagazzi, minha orientadora, foi imprescindível. Agradeço pelas aulas instigantes, pelas leituras atentas de minha dissertação – que foram determinantes para a constituição de meu trabalho – e pelos textos de sua autoria, que me consumiam vorazmente, possibilitando-me uma compreensão outra da prática materialista. Também sou grato por sua leveza e humanidade enquanto orientadora. Aos professores da UNICAMP, especialmente aos que tive a oportunidade e o prazer de escutar em suas aulas provocantes: Suzy Lagazzi, Lauro Baldini, Mónica Zoppi, Nina Leite, Sheila Elias, Eduardo Guimarães e Aquiles Tescari. Agradeço também a Juanito Avelar, por me permitir acompanhá-lo como PED e pelas excelentes aulas na graduação. Sou igualmente grato aos funcionários da UNICAMP, pela eficiência e disposição. Às valiosas amizades constituídas na pacata Barão Geraldo. Além de serem preciosas pela relação singular criada, foi o motivo fundamental para que a alegria existisse no cotidiano de Campinas. Pelas conversas, pelos cafés, pelas brigas, pelos cinemas, pelas viagens, pela embriaguez, não posso deixar de nomear aqueles com quem pretendo manter uma amizade por um tempo infinito, para além do trabalho acadêmico: Ricardo Bezerra, Vinícius Castro, Aline Machado, Mirielly Ferraça, Arnaldo de Lima, Felipe Nascimento, Renata Brandão, Guilherme Adorno, Lilian Braga, Sérgio Toledo. Em meu percurso pela UFF, espaço por onde circulei antes de chegar ao IEL, tive a oportunidade de me deparar com encontros inesquecíveis. Agradeço, especialmente, à Vanise Medeiros, por ter me encantado quando entrei em contato, pela primeira vez, com a Análise do Discurso, em suas aulas na graduação. Posteriormente, por desenvolver comigo uma pesquisa de iniciação científica, cujo objeto retorna até hoje. Sou grato, igualmente, por seu bom humor e seriedade com a prática discursiva. O LAS-UFF foi fundamental para o começo de minha formação como analista do discurso. Os encontros e grupos de estudo que debatiam animadamente em torno da teoria fundada por Pêcheux tiveram grande importância para mim. Agradeço, particularmente, pelo contato com a sedutora psicanálise, através das aulas de Bethania Mariani, e às frutíferas aulas de Silmara Dela Silva. Tenho certeza que encontrarei, por anos a fio, os amigos de Niterói, do LAS-UFF, que continuam sempre carinhosos, divertidos e especiais. Espero poder continuar num movimento constante de influência mútua, especialmente com Sarah Casimiro, Milene Leite, Wellton da Silva, Fernanda Mello, Elisa Guimarães, André Cavalcante e Mariana Vita. Em particular, agradeço aos amigos do Rio, que me acompanham por muitos anos e que, incontáveis vezes, parte de suas histórias se confundem com as de minha vida. A esses amigos, Daniel Capecchi, Ísis Paes e Flávio Max, espero que, apesar da distância, sempre tenhamos a afinidade e a ternura que nos une. Outros amigos, por quem também tenho grande carinho e com quem espero contar até o fim da vida, são Gabriel Andrade, Juliana Barros, Priscilla Fróes, Iana Assumpção e Ana Paula Caamaño. Faço um agradecimento especial a Gabriel Aires, um amigo muito próximo contra o qual as intempéries da vida foram muito violentas e cruéis. Seu nome fica aqui cravado. Agradeço à minha família. Agradeço à banca, constituída por Suzy Lagazzi, Vanise Medeiros e Guilherme Adorno. Obrigado pela preciosa leitura e pela possibilidade de debate. Agradeço à Capes pela bolsa concedida. Esse financiamento foi decisivo para a constituição deste trabalho. RESUMO A partir da Análise do Discurso Materialista, esta dissertação questiona a história institucionalizada sobre a designação revolução, em 1930, na formação social brasileira. Esse período foi marcado pelo movimento revolucionário que levou Getúlio Vargas ao poder da República após a deposição de Washington Luís e impedimento de posse de Júlio Prestes. Ao recortar e analisar sequências discursivas enunciadas ao longo da década de 1920 e em 1930, defendo o caráter contraditório que constitui a designação revolução. Em 1930, posições em relação complexa constituíram o movimento revolucionário, produzindo efeitos de sentido em disjunção. Essa relação complexa compareceu na produção de determinações discursivas em disputa para revolução, principalmente em torno das designações luta, ordem e eleições, analisadas a partir da enunciação de Vargas, Borges de Medeiros e Juarez Távora, que configuram posições representativas do movimento. Em minhas análises, destaca-se também o retorno de uma memória de revolução ao longo da década de 1920. Essa designação, sob diferentes formas linguísticas, compareceu na Revolta do Forte de Copacabana, na guerra civil do Rio Grande do Sul, no movimento revolucionário paulista e na Coluna Prestes. Alguns desses eventos filiam-se ao tenentismo, de forma que a memória dessas manifestações, não somente pela designação revolução, é atualizada no movimento revolucionário. Além de alguns tenentistas comporem a fileira militar do evento de 1930, designações e práticas retornaram, possibilitando a chegada de Vargas ao poder. Esse retorno atualizou o prestígio do tenentismo que estava em jogo, ao menos, desde a Coluna Prestes. Outros eventos também foram atualizados em 1930, como a formação de uma coligação que tentou produzir uma ruptura na política do café com leite, o retorno da questão da fraude eleitoral e a constituição de um movimento que tentou impedir a posse de um candidato do Partido Republicano. Os sentidos de revolução enunciados por Vargas foram os institucionalizados, contudo outras possibilidades de significação foram produzidas no período, como as que comparecem na enunciação de Carlos Prestes, cuja posição de sujeito produz sentidos em relação de oposição à oficial. Devido ao retorno de diferentes significações de revolução, à produção de sentidos em disjunção no interior do movimento revolucionário e à disputa de sentidos pelo mesmo evento a partir de posições em relação de oposição em 1930, defendo, neste trabalho, o caráter dividido do objeto revolução. Palavras-chave: Análise do Discurso. Revolução em 1930. Movimento revolucionário. Retorno da memória de revolução. Objeto dividido. ABSTRACT From the Materialistic Discourse Analysis point of view, this dissertation inquires the institutionalized history about the revolution denomination, in 1930, inside Brazilian social formation. This period was marked by the revolutionary movement, which took Getúlio Vargas to the Republic power after