Exploração Vocal No Teatro Invisível De Meredith Monk
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ENTRE VOZES VIAJANTES: exploração vocal no Teatro Invisível de Meredith Monk. Versão corrigida (Versão original disponível na Biblioteca da ECA/USP) Inés Terra Brandes São Paulo – 2019 O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento Universidade de São Paulo de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001. Inés Terra Brandes ENTRE VOZES VIAJANTES: exploração vocal no Teatro Invisível de Meredith Monk. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Música, Área de Concentração Processos de Criação Musical, Linha de Pesquisa Sonologia: criação e produção sonora, da Escola de Comunicações e Artes da Universida- de de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de Mestre em Música, sob orientação do Prof. Dr. Rogério Luiz Moraes Costa. Banca Examinadora Prof. Dr. _______________________ Instituição: ________________ Julgamento: ____________________ Assinatura _________________ Prof. Dr. _______________________ Instituição: ________________ Julgamento: _____________________ Assinatura ________________ Prof. Dr. _______________________ Instituição: ________________ Julgamento: _____________________ Assinatura ________________ São Paulo – SP – 2019 3 Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. AGRADECIMENTOS Ao Garrison Institute por ter me concedido à bolsa para participar do retiro Voice as Practice com Meredith Monk. À Meredith Monk, por ter autorizado a digitalização de documentos da Biblioteca Pública de Nova York, pelo retiro em Garrison e por tudo aquilo que me fez fazer esse trabalho. À Lanny Harrison e Deborah Kavash, pela disponibilidade e confiança. À Phil Minton, à Lilian Campesato, Flora Holderbaum, Lea Taragona, Wânia Sto- rolli, Ligia Liberatori, Barbara Togander, Ute Wassermann, por terem respondido os meus formulários. Ao meu orientador Rogério Luiz Moraes Costa, por ter confiado na minha proposta de pesquisa desde o início e ter respondido com tanta tranquilidade os meus constan- tes questionamentos. À banca de qualificação: Janete El Haouli e Lilian Campesato, por terem lido o meu trabalho com tanto envolvimento e por terem apontado possibilidades para a pesquisa. À Pedro Campanha, amigo e parceiro nesse trabalho, por se dispor a diagramar a dissertação. À Beatriz Sano, pela colaboração e por me incentivar a continuar e transformar. À Julia Teles, pela cumplicidade e amizade, e pelas inúmeras parcerias do passado, presente e futuro. Catalogação na Publicação À Lea Taragona, pela profunda amizade, agora antiga, suas vozes, e especialmente pela Serviço de Biblioteca e Documentação escrivaninha “histórica” que me acompanhou nesse processo de escrita. Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo Dados inseridos pelo(a) autor(a) À Asiya Wadud, Vanessa Grecco, Bernardo Barros, por me receberam em Nova York ________________________________________________________________________________ e pela amizade. Brandes, Inés Terra À Enric Llagostera, Agnes Hvizdalek, Raíza Sanctis, Daiana Carvalho e Olguinha, ENTRE VOZES VIAJANTES: Exploração vocal no Teatro Invisível Tetembua Dandara, Greg Slivar, Lucas Ogasawara, Meghie Rodrigues, Adriana de Meredith Monk / Inés Terra Brandes ; orientador, Rogério Luiz Moraes Costa. -- São Paulo, 2019. Amaral, Cadós Sanchez, Rubinha, Nina Giovelli, Larissa Ballarotti, Daniela Alves, 148 p.: il. + CD. Sol Martincic, Henrique Cartaxo, Isabel Nogueira, Maíra Martinez, Regiane Ishi, Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Música Gustavo Lemos, Valéria Bonafé, pela amizade e parceria. Às amigas de pesquisa, sons - Escola de Comunicações e Artes / Universidade de São Paulo. Bibliografia e cafés, Flora Holderbaum, Clarissa Moser, Alexandre Nakahara, Renata Oliveira e Versão original Stenio Biazon. Às parceiras de som e amigas: Nahnati Francischini, Mariana Carvalho, 1. Meredith Monk 2. Key (1971) 3. Exploração Vocal 4. Marina Mapurunga, e Bella. Composição Vocal I. Moraes Costa, Rogério Luiz II. Título. Ao projeto DISSONANTES, organizado por Natacha Maurer e Renata Roman. À CDD 21.ed. - 780 residência Campo Comum da companhia Keyzetta e cia. À CASA LÍQUIDA e à Ju- ________________________________________________________________________________ lia Feldens, por me acolher e pela troca. Ao LEVIATÃ, por receber a série LÍNGUA Elaborado por Sarah Lorenzon Ferreira - CRB-8/6888 FORA. À ORQUESTRA ERRANTE, pelos sons compartilhados. Às minhas alunas e alunos, porque tudo o que eu faço se encontra atravessado pela potência desses encontros. À Solange Tola, pelo apoio constante e a confiança. Aos meus pais, à Gloria, Lucas, e aos meus sobrinhos Rafi e León. À Caetano Tola, por existir e pelas incontáveis conversas que me fizeram dizer em voz alta aquilo que não conseguia colocar em palavras. 4 5 CONSIDERAÇÕES INICIAIS Todas as transcrições e traduções do inglês e do espanhol para o português foram realizadas por mim especialmente para esse trabalho, quando não for descrimi- nado no texto. A diagramação desse trabalho foi realizada pelo artista Pedro Campanha e pretende facilitar a leitura, propondo uma distinção entre as palavras de Meredith Monk, as referências de outras autoras e as experiências e reflexões pessoais. 6 7 RESUMO ABSTRACT BRANDES, I.T. ENTRE VOZES VIAJANTES: exploração vocal no Teatro Invisível de Meredith Monk. 2019. Dissertação (Mestrado) - Instituto de Música. Universidade Notes on the Voice it´s an artistic statement that Meredith Monk (United de São Paulo, São Paulo, 2019. States, 1942) wrote during the first years of her career on procedures present in her vocal compositions and on her understanding of voice until then (1976). The Notes As Notas sobre a Voz são enunciados que a artista Meredith Monk (Estados Uni- present a chronology of the discoveries of the artist, and by highlighting the intersec- dos, 1942) escreve durante os primeiros anos de carreira sobre procedimentos presentes tion between different areas of knowledge (performing arts, psychology, linguistics, nas suas composições vocais e sobre o seu entendimento de voz até então (1976). As Notas philosophy), allow bibliographical unfoldings for a reflection between the artist’s initial apresentam uma cronologia de descobertas da artista, e ao evidenciar o cruzamento entre practice and other compositional works from the exploration of voices. Understand- diferentes áreas de conhecimento (artes performáticas, psicologia, linguística, filosofia), ing the Notes as an artist statement of fundamental questions, regarding the creation possibilitam desdobramentos bibliográficos para uma reflexão entre a prática inicial da processes from the vocal possibilities, I investigate the modes of vocal exploration pres- artista e outros trabalhos composicionais a partir da exploração de vozes. Entendendo as ent in the compositions of the album Key (1971), and I create dialogues between the Notas como uma declaração indicadora de questões fundamentais, no que se refere aos poetics of Monk and my experience as a vocal performer. These dialogues are possible processos de criação a partir da potência vocal, investigo os modos de exploração vocal by the artistic relevance in Monk´s Notes, and by emphasizing the transformations that presentes nas composições do disco Key (1971), e crio diálogos entre a poética de Monk the voices present during their exploration, understanding it as a compositional process. e a minha experiência como performer vocal. Esses diálogos são possíveis pela relevância In Key, Monk creates an ever-changing environment called as “Invisible Theater.” In artística das Notas de Monk, e pela ênfase nas transformações que as vozes apresentam the words of the composer: “Each song presents a vocal character, a landscape, a technical durante a sua exploração, entendendo a mesma como um processo composicional. Em concern and a different emotional quality.” As part of the dialogue with Monk’s propos- Key, Monk cria um ambiente em constante mudança que ela chama de “Teatro invisí- als, two pieces of my own are presented in the third chapter. vel”. Nas palavras da compositora: “Cada canção apresenta uma personagem vocal, uma paisagem, uma preocupação técnica e uma qualidade emocional diferente.” Como parte do Key words: Meredith Monk, Notes on the Voice, Travelling Voices, Invisible Theater, diálogo com as propostas de Monk, no terceiro capítulo são apresentadas duas peças da Key (1971). minha autoria. Palavras chave: Meredith Monk, Notas Sobre a Voz, Vozes Viajantes, Teatro Invisível, Key (1971). 8 9 SUMÁRIO página Introdução Trajetória pessoal e motivações 17 As Notas sobre a Voz 23 Escolha de Key (1971) 28 Entre vozes viajantes 29 Sobre as vozes 33 Percurso do trabalho 34 Capítulo I: Meredith Monk Apresentação 37 Key (1971) 48 Teatro Invisível, Espacialidade e Continuidade 52 Procedimentos para a exploração vocal 59 Categorias para as análises das vozes 61 Capítulo II: As Notas sobre a voz (1976) e Key (1971) A voz como ferramenta para descobrir, ativar, lembrar, desvelar, demonstrar uma consciência pré-lógica/primordial: Porch (faixa um, 2:14) 65 Trabalhando com um companheiro: What does it mean? (faixa três, 3:58) 73 10 11 A voz como linha direta para as emoções. Todo o espectro da emoção.Sentimentos para os quais não temos palavras: Fat Stream (faixa cinco, 7:28) 77 A voz como linguagem: Visões, Vision #2 (faixa seis, 2:03) 80 A voz como manifestação do Self, Persona ou Personas: Do You Be