CINEMA HOLLYWOODIANO NO SÉCULO XXI: O Ritmo Em Abordagem Semiótica E Os Filmes Mais Vistos De 2001 a 2010
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
Unesp UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” Faculdade de Ciências e Letras Campus de Araraquara - SP LEVI HENRIQUE MERENCIANO CINEMA HOLLYWOODIANO NO SÉCULO XXI: O ritmo em abordagem semiótica e os filmes mais vistos de 2001 a 2010 ARARAQUARA – S.P. 2015 LEVI HENRIQUE MERENCIANO CINEMA HOLLYWOODIANO NO SÉCULO XXI: O ritmo em abordagem semiótica e os filmes mais vistos de 2001 a 2010 Tese de Doutorado, apresentada ao Programa de Pós-graduação em Linguística e Língua Portuguesa, da Faculdade de Ciências e Letras, Unesp/Araraquara, como requisito para obtenção do título de Doutor em Linguística. Linha de pesquisa: Estrutura, organização e funcionamento textuais e discursivos. Orientador: Renata Coelho Marchezan Bolsa: CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior ARARAQUARA – S.P. 2015 Levi Henrique Merenciano CINEMA HOLLYWOODIANO NO SÉCULO XXI: O ritmo em abordagem semiótica e os filmes mais vistos de 2001 a 2010 Tese de Doutorado, apresentada ao Programa de Pós-graduação em Linguística e Língua Portuguesa, da Faculdade de Ciências e Letras, Unesp/Araraquara, como requisito para obtenção do título de Doutor em Linguística. Linha de pesquisa: Estrutura, organização e funcionamento textuais e discursivos. Orientador: Renata Coelho Marchezan Bolsa: CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Data da defesa: 27/04/2015 MEMBROS COMPONENTES DA BANCA EXAMINADORA: Presidente e Orientador: Renata Coelho Marchezan - Doutora Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – Campus Araraquara Membro Titular: Arnaldo Cortina – Doutor Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – Campus Araraquara Membro Titular: Matheus Nogueira Schwartzmann - Doutor Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – Campus Assis Membro Titular: Maria de Lourdes O. G. Baldan - Doutora Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – Campus Araraquara Membro Titular: Rubens César Baquião - Doutor Local: Universidade Estadual Paulista Faculdade de Ciências e Letras UNESP – Campus de Araraquara AGRADECIMENTOS À Unesp, Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara, instituição notável, por meio da qual foi possível a construção de minha competência profissional (como pesquisador e professor) e de minha competência pessoal, pois concedeu todos os recursos essenciais para as minhas formações subjetivas e objetivas, mais imediatas e mais duradouras. Às instituições financiadoras de pesquisa e aos professores da faculdade de Ciências e Letras, que, prontamente, atenderam ao meu interesse de pesquisa na grande área das Letras. Por meio do incentivo inicial do PROEX (desde a concessão de moradia à iniciação científica), o projeto de teoria e análise linguística foi se desenvolvendo e tomando forma no entorno de outros incentivos: o CNPq, pela iniciação científica de 2003 a 2006, a FAPESP, pelo mestrado de 2007 a 2009, a CAPES, pelo doutorado de 2012 a 2015. A minha orientadora de doutorado Renata M. F. C. Marchezan, profissional competente que confiou no meu projeto e pelas reuniões do grupo liderado por ela, o SLOVO, que permitiu discussões brilhantes sobre texto, discurso, intertexto e cultura. Ao orientador de iniciação científica e de mestrado, professor Arnaldo Cortina, por permitir participar do grupo GELE e, durante as reuniões, modalizarnos com o saber e o poder, em torno das possiblidades analíticas da semiótica de inspiração francesa. Aos professores das disciplinas de doutorado e mestrado, em ordem alfabética, Arnaldo Cortina, Bento Carlos Dias da Silva, Jean Cristtus Portela, Maria do Rosário Gregolim, Marina Célia Mendonça e Renata Marchezan. Aos professores avaliadores das diferentes etapas da minha tese, nos eventos de linguística e semiótica, Geraldo Vicente Martins, Iara Rosa Farias, Loredana Limoli, Vera Abriata, e durante a banca de qualificação: Arnaldo Cortina, Renata Marchezan e Ude Baldan. Aos periódicos CASA, Estudos Linguísticos, Semiotix e Revista do GEL, por permitirem a divulgação online de minha pesquisa em andamento e de seus resultados. Às iniciativas dos grupos CASA, GELE, GES-COM, GES-USP, SLOVO, SSU, sem os quais a semiótica e as teorias do discurso teriam uma dimensão menos significativa ou até mesmo coadjuvante em nossas práticas semióticas e discursivas (corriqueiras e profissionais) de cada dia. A todos os professores do curso de gradução, que também me inspiraram e preparam meu espírito para as teorias com que tive que lidar e saber aplicar, desde os níveis mais fundamentais de análise linguística até as conjunções entre teorias discursivas diversas. Aos funcionários da pós-graduação, seção técnica, administrativa e do departamento de pós- graduação, por garantirem o funcionamento constante do curso que frequentamos. Aos colegas discentes da pós-graduação, pelas discussões instigantes nos cafés vespertinos, nos momentos dos eventos de linguística e de semiótica. À minha linda esposa, Priscila, pela importância essencial que exerce em minha vida, no decorrer da qual tua presença me dá forças, estímulo, coragem, carinho, amor... Resumo Tanto sucesso de bilheteria quanto possível desafeto da crítica canônica, de fato, o cinema hollywoodiano é um tema pouco presente em teses brasileiras. Nos entornos dessa relação, ora contratual, ora polêmica (entre público, crítica e arte), serão descritas as estratégias semióticas no âmbito dos processos de significação inerentes ao cinema, de maneira a explicar, a partir dos processos semióticos visuais, a organização dos ritmos de expressão e de conteúdo possíveis que os filmes de Hollywood contemporâneos são capazes de manifestar. Ao explicar a organização dos planos de conteúdo e de expressão dos filmes mais vistos na primeira década deste século, defendem-se hipóteses em torno dos diferentes tipos de estrutura fílmica, conforme a incidência de ritmos paratáticos e hipotáticos (com efeito predominantemente sintagmático ou paradigmático), de aspecto contínuo ou descontínuo. Essas noções terão como ponto de partida os conceitos estruturalistas (Saussure, Roman Jakobson, Christian Metz) e como ponto de chegada a semiótica discursiva (Algirdas J. Greimas e Joseph Courtés), a plástica (Jean-Marie Floch), e a do ritmo (Louis Hébert). O corpus é organizado a partir dos filmes mais vistos na última década, de 2001 a 2010 (segundo o site Box Office Mojo). Será examinado um conjunto de unidades significantes (as sequências relevantes) de quatro filmes mais vistos: Avatar (2009), de James Cameron, Piratas do Caribe – o baú da morte (2006), de Gore Verbinski, Toy story 3, de Lee Unkrich (2010), e O Senhor dos anéis – o retorno do rei, de Peter Jackson (2003). Tendo como meta a descrição dos processos de significação na linguagem cinematográfica, serão estabelecidos critérios semióticos que ajudem a observar as relações estruturais pertinentes nos filmes em questão (quando possível, comparando-os a outras semióticas visuais e verbovisuais), a fim de indicar diferenças e aproximações, tanto com respeito ao seu plano de conteúdo (composto pelos processos de narratividade, de temas e figuras do discurso), como no que se refere àqueles relacionados ao seu plano de expressão visual (composto por suas unidades significantes, em torno de organizações sintagmáticas próprias). Ao comparar um filme de conteúdo mais autoral, do período do Cinema Novo, São Paulo Sociedade Anônima (1965), com os filmes hollywoodianos do corpus, observou-se que estes produzem um tipo de ritmo paratático, cuja visualidade reside nos efeitos do corte e, assim, na sintagmatização e na descontinuidade entre significantes visuais, fato que gera um ritmo mais acelerado. Por sua vez, o filme brasileiro preza por um tipo de ritmo predominantemente hipotático (com efeitos de projeção do paradigma sobre o sintagma), cuja continuidade entre cortes preza por elementos visuais de ligação entre os planos, fato que produz, assim, um ritmo desacelerado na expressão. Palavras-chave: cinema hollywoodiano; ritmo; semiótica; semiótica plástica. ABSTRACT Both box office success and possible disaffection of canonical criticism, in fact, the Hollywoodian cinema is a theme not too attractive in Brazilian academic theses. In the surroundings of this relationship – sometimes contractual, sometimes controversy (since they involve different opinions amongst public, critics and art) – it is necessary to describe the semiotics strategies within the meaning processes inherent to the movies, in order to explain, by means semiotics visual processes theory, the organization of expression rhythms and content rhythms that contemporary Hollywood films are able to manifest. In explaining the organization of plane of content and plane of expression of the most viewed films on the first decade of this century it is possible to defend hypotheses on different types of film structure, as the incidence of paratactic and hypotactic rhythms (with predominantly syntagmatic or paradigmatic effects), which aspect can be continuous or discontinuous. These concepts have a starting point on the structuralism (Saussure, Roman Jakobson, Christian Metz) and an arrival point on discursive semiotics (Algirdas J. Greimas and Courtes Joseph), also on the plastic approach (Jean-Marie Floch ) and on the studies of rhythm (Louis Hébert). The corpus is organized from the most viewed films in the last decade, from 2001 to 2010 (according to Box Office Mojo website). A set of significant units (the relevant sequences) four most watched movies will be analized: James Cameron’s Avatar (2009), Gore