Ficção Seriada Televisiva No Espaço Lusófono Isabel Ferin Cunha Fernanda Castilho Ana Paula Guedes (Orgs)
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ISABEL FERIN CUNHA FERNANDA CASTILHO ANA PAULA GUEDES (ORGS) LABCOM.IFP Comunicação, Filosofia e Humanidades Unidade de Investigação Universidade da Beira Interior FICÇÃO SERIADA TELEVISIVA NO ESPAÇO LUSÓFONO ISABEL FERIN CUNHA FERNANDA CASTILHO ANA PAULA GUEDES (ORGS) LABCOM.IFP Comunicação, Filosofia e Humanidades Unidade de Investigação Universidade da Beira Interior Ficha Técnica Título Ficção Seriada Televisiva no Espaço Lusófono Organização Isabel Ferin Cunha, Fernanda Castilho e Ana Paula Guedes Editora LabCom.IFP www.labcom-ifp.ubi.pt Colecção LabCom Série Pesquisa em Comunicação Direcção José Ricardo Carvalheiro Design Gráfico Cristina Lopes ISBN 978-989-654-372-3 (papel) 978-989-654-374-7 978-989-654-373-0 (epub) Depósito Legal 423536/17 Tiragem Print-on-demand Universidade da Beira Interior Rua Marquês D’Ávila e Bolama. 6201-001 Covilhã. Portugal www.ubi.pt Covilhã, 2017 © 2017, Isabel Ferin Cunha, Fernanda Castilho e Ana Paula Guedes. © 2017, Universidade da Beira Interior. O conteúdo desta obra está protegido por Lei. Qualquer forma de reprodução, distribuição, comunicação pública ou transformação da totalidade ou de parte desta obra carece de expressa autorização do editor e dos seus autores. Os artigos, bem como a autorização de publicação das imagens, são da exclusiva responsabilidade dos autores. Este livro mantém os textos originais, nas duas vertentes do português – europeu e brasileiro. Índice Prefácio 9 PARTE I - ENQUADRAMENTOS E CONCEITOS 13 (Des)continuidades: o sistema mediático lusófono 15 Isabel Ferin Cunha O contributo dos Estudos Narrativos para a compreensão da ficção narrativa do século XXI 43 Ana Teresa Peixinho Da caça aos conceitos: uma viagem de Certeau a Jenkins no entendimento das novas relações entre texto e leitor 65 Fernanda Castilho Explorações conceituais acerca de narrativa transmídia e ficção seriada televisiva 87 Rodrigo Lessa PARTE II - TRÂNSITOS NO ESPAÇO LUSÓFONO 107 A ficção televisiva no Espaço Lusófono: rotinas produtivas, parcerias e coproduções 109 Catarina Burnay Autoria na minissérie Os Maias e a recriação da lusofonia: o caso de Maria Adelaide Amaral 133 Maria Carmen Jacob de Souza e Kyldes Batista Vicente Era uma vez Windeck: apropriação do modelo brasileiro de narrativa de telenovela na teleficção angolana 155 Ana Paula Guedes PARTE III - QUALIDADE E MÚLTIPLAS PLATAFORMAS 181 A qualidade na ficção seriada lusófona 183 Gabriela Borges e Daiana Sigiliano Crítica especializada e crítica popular: autoridade e gosto no debate sobre qualidade na TV 203 Clarice Greco Teledramaturgia brasileira e TV Social: articulações entre Televisão e Internet nas estratégias transmídia da Rede Globo 227 Yvana Fechine e Gêsa Cavalcanti Resumos 251 Biografias 271 Prefácio O livro Ficção Seriada no Espaço Lusófono constitui um trabalho inédito que pretende reunir reflexões teó- ricas e estudos de caso de vários autores, portugueses e brasileiros, sobre a ficção seriada nesta comunidade imaginada. A obra resulta da solicitação de artigos a pesquisadores que em grande parte se conhecem pro- fissional e intelectualmente, a partir da participação em atividades do Obitel (Observatório Ibero-Americano de Ficção Televisiva). Este núcleo inicial permitiu cons- truir uma rede informal em Portugal e no Brasil que se expressa nesta obra, a que se juntaram outros pesqui- sadores que desenvolvem trabalhos nesta temática ou temáticas de interesse para o estudo da ficção seriada televisiva. Três partes constituem esta obra, organizada e coor- denada por Isabel Ferin Cunha, Fernanda Castilho e Ana Paula Guedes. Na primeira parte, intitulada Enquadramentos e conceitos, encontram-se quatro textos que contextualizam, refletem e discutem a emer- gência da ficção seriada tendo em conta a diversidade dos sistemas midiáticos, os estudos narrativos e o sur- gimento de novos conceitos interpretativos. Assim, o texto (Des)Continuidades: o sistema mediático lusófono, da autoria de Isabel Ferin Cunha, apresenta uma pri- meira abordagem aos sistemas midiáticos no Espaço Lusófono dentro de uma perspectiva histórica compara- da. O objetivo é sintetizar de forma comparativa, a partir das categorias definidas por Hallin e Mancini (2004) e numa perspetiva longitudinal, o papel do Estado, as ca- racterísticas do sistema político, o desenvolvimento dos mercados midiáticos e da profissionalização. O segun- do texto, intitulado O contributo dos Estudos Narrativos para a compreensão da ficção narrativa do século XXI de Ana Teresa Peixinho, faz um ponto da situação sobre os Estudos Narrativos no sentido de identifi- car as linhas de investigação mais pertinentes para o estudo das narrativas ficcionais da contemporaneidade. A autora considera, ainda, que os novos dispositivos tecnológicos, vieram alterar formatos e linguagens, sendo ne- cessário novas ferramentas e metodologias para a compreensão destas atuais narrativas. Fernanda Castilho desenvolve no terceiro texto, Da “caça” aos conceitos: uma viagem de Certeau a Jenkins no entendimento das novas relações entre texto e leitor, uma reflexão sobre os fundamentos do concei- to de “textual poacher”, cunhado por Jenkins a partir do pensamento de Certeau no sentido de aprofundar os estudos sobre de fãs e compreender a sua dinâmica na sociedade contemporânea. No último texto desta primei- ra parte, intitulado Explorações conceituais acerca de narrativa transmídia e ficção seriada televisiva, Rodrigo Lessa explora noções conceituais acerca da narrativa transmídia, associando-a com características da ficção seria- da televisiva. O artigo objetiva não só demarcar o que compreendemos por narrativa transmídia, mas também oferece exemplos de como a Rede Globo utiliza as extensões transmídia. A segunda parte Trânsitos no Espaço Lusófono apresenta um conjunto de textos que se debruça sobre os fluxos e refluxos da ficção no Espaço Lusófono, com maior incidência entre Brasil e Portugal, mas também ini- ciando um percurso de triangulação entre Brasil, Portugal e Angola. O artigo de Catarina Burnay A ficção televisiva no Espaço Lusófono: rotinas produtivas, parcerias e co-produções, pretende identificar e caracterizar os trânsitos, que nestes últimos anos, têm despontado entre Portugal, Brasil, Angola e Moçambique, quer na perspetiva das empresas e da produção, quer dos profissionais envolvidos, demonstrando que há uma grande circu- lação e uma crescente adesão ao conceito de ficção do Espaço Lusófono. Em seguida, Maria Carmem Jacob de Souza e Kyldes Batista Vicente discutem no artigo intitulado Autoria na minissérie os Maias e a recriação da lusofonia: o caso de Maria Adelaide Amaral, as experiências identitárias desta autora na minissérie Os Maias (TV Globo, 2001). As autoras pretendem neste texto 10 Ficção Seriada Televisiva no Espaço Lusófono observar como Maria Adelaide Amaral, portuguesa radicada no Brasil, lida com a posição autoral e problematiza os imaginários que servem de substra- to para as identidades culturais em mutação no Espaço Lusófono. No último texto desta segunda parte, Ana Paula Guedes escreve Era uma vez Windeck: apropriação do modelo brasileiro de narrativa de telenovela na teleficção an- golana. Trata-se de um artigo que apresenta uma telenovela produzida por Angola, à maneira do Brasil, e onde os enredos estão mais relacionados com a estetização corporal e comportamental do que com a realidade angolana. A autora ressalta como o fluxo e contrafluxo da ficção brasileira em Angola envolve brasileiros, portugueses e angolanos. A terceira e última parte deste livro foca a Qualidade e Múltiplas Plataformas e integra três artigos. Os dois primeiros sobre a Qualidade da ficção no Espaço Lusófono e o último artigo sobre os desafios que envolvem as múl- tiplas plataformas. As autoras Gabriela Borges e Diana Sigiliano escrevem A Qualidade na Ficção Seriada Lusófona : análise de Beat Girl e Latitudes, um artigo que pretende trazer para a academia lusófona e adequar à rea- lidade deste espaço os debates anglo-saxônicos sobre esta temática. Com este objetivo as autoras analisam as produções Beat Girl (2013) da produtora portuguesa beActive, e Latitudes (2013), do canal TNT no Brasil, produções lusófonas que exploram os universos ficcionais em multiplataformas. No artigo Crítica especializada e crítica popular: autoridade e gosto no deba- te sobre qualidade na TV, Clarice Grego discute a importância das críticas especializada e popular para a avaliação da qualidade dos programas de televisão, salientando o argumento da autoridade da primeira e a manifes- tação do gosto popular da última. O artigo debate, ainda, os conceitos de qualidade, participação pública e gosto. No último artigo da terceira parte e também da obra apresentada, Teledramaturgia brasileira e TV Social: arti- culações entre Televisão e Internet nas estratégias transmídia da Rede Globo, as autoras Yvana Fechine e Gêsa Cavalcanti escrevem sobre a chamada TV Social desenvolvida pela Rede Globo, que articula num ambiente de conver- Prefácio 11 gência, internet e televisão. O texto objetiva não só chamar a atenção para este fenómeno como problematizar ideia de TV Social diante da imprecisão conceitual no emprego dessa expressão. Reafirmando o ineditismo desta obra, é necessário ressaltar a importância e a lacuna que vem preencher em estudos temáticos e comparados nos dias de hoje, principalmente em trabalhos colaborativos entre Portugal e Brasil sobre a ficção seriada televisiva. E, finalmente, e não menos importante, a sua contribuição para a literatura internacional dos television fiction studies. São Paulo, Setembro