Museu Afro Brasil No Contexto Da Diáspora

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Museu Afro Brasil No Contexto Da Diáspora UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – UnB Instituto de Artes – IdA Programa de Pós-Graduação em Arte MUSEU AFRO BRASIL NO CONTEXTO DA DIÁSPORA: dimensões contra-hegemônicas das artes e culturas negras Nelson Fernando Inocencio da Silva Brasília 2013 Universidade de Brasília – UnB Instituto de Artes - IdA Programa de Pós-Graduação em Arte MUSEU AFRO BRASIL NO CONTEXTO DA DIÁSPORA: dimensões contra-hegemônicas das artes e culturas negras Nelson Fernando Inocencio da Silva Tese apresentada ao Programa de Pós Graduação em Arte da Universidade de Brasília, em cumprimento parcial dos requisitos para obtenção do grau de Doutor em Arte, sob a orientação do Prof. Dr.Roberto Luís Torres Conduru. Brasília 2013 BANCA EXAMINADORA DATA:__________/_________/ ________ ___________________________________________ Prof. Dr. Roberto Luís Tores Conduru (Presidente) ___________________________________________ Profa. Dra. Grace Maria Machado de Freitas (Membro Interno) ___________________________________________ Profa. Dra. Suzete Venturelli (Membro Interno) ___________________________________________ Prof. Dr. Kabengele Munanga (Membro Externo) ___________________________________________ Prof. Dr. Ivair Augusto Alves dos Santos (Membro Externo) Dedicada Aos meus antepassados, Alzira Inocencio dos Santos, Ana Glória Gomes, Antonieta Gomes, Carlos Eduardo Gomes Belmiro, Claudio Severiano da Silva, Delphina Pereira Trindade, Elaine Innocencio da Silva Nascimento, Elcinéia Pereira de Souza, Fernando Innocencio, Gustavo Pereira da Silva, Júlio Cesar da Silva Gomes, Maria Joaquina Inocencio, Maria Magdalena Gomes, Nelson Pereira da Silva, Nilton Pereira da Silva, Raul Innocencio, Rita Conceição da Silva, Suzana Innocencio da Silva Gregory e aos demais que estão no òrun. Sem vocês indubitavelmente não haveria caminho. Aos ancestrais cujo conhecimento de suas existências me fora negado por força das circunstâncias históricas. Aos seres humanos africanos em qualquer faixa etária, os quais não conseguiram concluir a travessia da ‘calunga grande’. Aos que sobreviveram à ‘passagem do meio’ povoando o lado de cá do Atlântico com ‘ilhas de Áfricas’ por todos os cantos. AGRADECIMENTOS Agradeço à minha mãe Jurema Innocencio Gomes, pelos eternos ensinamentos. Depois de tantos vendavais tive ainda a grata oportunidade de contar com a sua significativa presença no momento da Qualificação de Tese. Estou certo de que hoje, mesmo fragilizada pela doença, permanecerás atenta a mim no encerramento deste ciclo. À Claudia Maria Graciano, esposa e companheira, pela transcrição da entrevista com Emanoel Araújo, além do estímulo constante no período de elaboração desta tese. Sei que lhe sobrecarreguei, assim como estou ciente de que sem a sua cumplicidade este trabalho não seria possível. Aos meus filhos menores, Amandla e Kiluanji, os quais poderiam até mesmo duvidar da existência paterna não fossem minhas constantes desculpas, abdicando de tantos fins de semana em suas companhias. Espero tê-los feito compreender as motivações de tamanho sacrifício. Ao Omowalê, meu filho adulto, na expectativa de que este momento sirva como estímulo para o seu projeto de vida. A Emanoel Araújo pela receptividade e por dispor do tempo que não havia para me receber, concedendo entrevistas necessárias ao desenvolvimento da pesquisa. Tais momentos, apesar de raros, foram extremamente proveitosos e inesquecíveis. Ao Prof. Dr. Kabengele Munanga por ter se prontificado a colaborar com a sua sapiência para a avaliação da tese desde que soube da minha aprovação no Programa de Pós- Graduação em Arte da UnB. Ao orientador Prof. Dr. Roberto Luís Torres Conduru pela confiança e paciência de me acompanhar, apesar das incertezas. Agradeço pelas provocações com o intuito de fazer o trabalho de pesquisa progredir, quando parecia não haver mais horizontes. À Banca de Qualificação de Tese. Ao Prof. Dr. José Jorge de Carvalho, pelas contribuições em prol do ativismo negro. À Profa. Dra. Maria Eurydice Barros Ribeiro, pelas observações pertinentes em torno da coerência histórica, além de questões formais percebidas emtempo hábil. Ao Prof. Dr. Emerson Dionísio Gomes de Oliveira pelas críticas no que se refere à museologia e ao rigor formal. À Banca de Defesa de Tese. A Profa. Dra. Grace Maria Machado de Freitas pelas observações auspiciosas e pela deferência. A Profa. Dra. Suzete Venturellipelos comentários relevantes. Ao Prof. Kabengele Munanga pelas críticas necessárias ao crescimento acadêmico. Ao Prof. Dr. Ivair Augusto Alves dos Santos pelas questões apresentadas e porsugerir ampliação dos conceitos pertinentes ao trabalho. À Coordenação e ao Colegiado do PPG-Arte, por deferirem as prorrogações de prazos, pela aprovação do recredenciamento ao programa do orientador externo, Prof. Dr. Roberto Conduru, bem como pela flexibilidade quanto às questões de ordem pessoal. À Maria Cristina de Oliveira Bruno, museóloga e Vice-Diretora do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo – MAE/ USP, por ceder horas do seu precioso tempo para entrevista, enquanto preparava a inauguração do memorial das vítimas da ditadura militar no prédio do antigo DEOPS, atual Estação Pinacoteca. Aos membros da equipe do Museu Afro Brasil: Ana Lúcia Lopes, pesquisadora e consultora, Claudia Alexandre, assessora de comunicação, Claudio Roberto Nakai, assistente de curadoria, Fátima Gomes, coordenadora do núcleo de museologia, Juliana Ribeiro, assistente de coordenação, aos educadores, Marcelo de Salete, Milton Silva dos Santos, Renato Araújo, Solange Ardila e Vanessa Lambert, às assistentes de educação Renata Aparecida Felinto, e à Sarah Ruth Barbosa (em memória), e à Romilda Silva, bibliotecária. Grato por prestarem informações e/ou concederem entrevistas. Aos colaboradores do Museu Afro Brasil, Luís Carlos dos Santos, editor responsável pela Revista Afro B, e Luís Paulo Lima, fotógrafo, tendo o primeiro informado sobre a difusão e o segundo fornecido dados acerca do processo de construção da instituição. Ao pesquisador e ativista Acácio Sidinei Almeida dos Santos, vinculado à Casa das Áfricas, pelos diálogos profícuos, pelas sugestões de leitura a pela concessão de publicações produzidas por sua entidade. À Professora Renata Azambuja cúmplice no artivismo e colaboradora no trabalho de elaboração da tese, disponibilizando-me textos elucidativos sobre o assunto durante esta trajetória. Ao Júlio Galhardo e Irene Carvalho pela receptividade ao me acolherem e por todo auxílio que prestaram durante minha permanência naquele mundo chamado São Paulo, no primeiro momento em que fui a campo estudar o Museu Afro Brasil. Aos colegas de jornada (ABPN, CONNEABs, UnB), por assumirem a responsabilidade de estudar até a exaustão as relações raciais nas suas áreas específicas, transitando por um terreno muitas vezes árido como tem sido o meio acadêmico. Vocês são meu estímulo. À Professora Elizabeth Silver pela correção de tradução referente ao resumo do português para o inglês e ao Professor Vilson Ramon pela correção de tradução alusiva ao resumo do português para o francês. Ao Professor Alexandre Fernandes Corrêa pela doação do seu libro Museu Mefistofélicoe a distabuzação da magia, além das demais colaborações. Ao Ex-Presidente da Palmares, Zulu Araújo, à Maria Celeste M.. Queiroz e a José Carlos Capinan - AMAFRO, pelas informações prestadas acerca do Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira - MUNCAB. Ao atual Presidente da Fundação Palmares Hilton Cobra e à Elen Sandra R. Oliveira servidora da FCP, pelas informações prestadas acerca do Memorial Zumbi. Por último, mas não menos relevante, quero fazer um agradecimento especial ao Babalawo, sacerdote do culto à Orunmila Ifá, Sebastião Fernando da Silva e a sua equipe do Instituto Brasil Floresta Sagrada - IBRAFS pelo apoio permanente, mesmo nos momentos mais árduos deste percurso que pareceu não ter fim. Resumo O presente trabalho é um exercício que implica na investigação acerca dos processos individual e coletivo que culminaram na fundação do Museu Afro Brasil em 2004. Além de um estudo que lida com os antecedentes que pavimentaram o caminho rumo à consolidação de um projeto construído para superar as invisibilidades da população negra no país, por meio de um modo artístico de ver, a pesquisa possui outra ambição: compreender o conceito que dá sentido às mostras de longa duração exibidas na instituição mencionada. Estes são os dois eixos desta tese que se ocupa de questões alusivas à representação da alteridadeafrodescendente no ambiente específico do museu em estudo. As exposições de artes e culturas afro-brasileiras patrocinadas por museus locais são conhecidas e, muitas das vezes, elas expressam problemáticos pontos de vista de tais instituições. Evitando essencialismos é possível dizer que existem diferenças significativas entre as identidades criadas para um grupo de pessoas e as identidades construídaspor elas mesmas, enquanto sujeitos da própria história.Seguindo esta perspectiva o estudo, que toma o Museu Afro Brasil como referência, pode ajudar no alcance de uma compreensão. O percurso se inicia com uma abordagem sobre Emanoel Araújo, a pessoa que concebeu o Museu e trabalhou por mais de duas décadas atrás para torná-lo realidade. Posteriormente, o contexto histórico é analisado, considerando as demandas sociais que contribuem para fortalecer a proposta da instituição em destaque. Por fim, a visita pelas exposições de longa duração serve como um convite na procura de pistas que levem a entender o discurso visual adotado pelo Diretor/ Curador do Museu Afro Brasil. O Objetivo é o
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