1 Pontifícia Universidade Católica De São Paulo
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO - PUC-SP Benedito Antônio Genofre Prezia Os Tupi de Piratininga Acolhida, resistência e colaboração SÃO PAULO 2008 1 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO - PUC-SP Benedito Antônio Genofre Prezia Os Tupi de Piratininga Acolhida, resistência e colaboração Tese apresentada à Banca Examinadora como exigência para a obtenção do título de Doutor em Ciências Sociais (Antropologia), sob a orientação da Prof. a Dr. a Lucia Helena Vitalli Rangel SÃO PAULO 2008 2 BANCA EXAMINADORA ------------------------------ ------------------------------ ------------------------------ ------------------------------ 3 AGRADECIMENTOS Meus sinceros agradecimentos a todos que me acompanharam durante meu doutorado, especialmente minha orientadora, Prof. Dra. Lúcia Helena Rangel, minha família, meus amigos do Projeto Pindorama da PUC-SP, tanto os da coordenação, como Marisa Pena, Luciana Galante, Cícera de Oliveira e Ana Battaglin, assim como os alunos indígenas, além da equipe do Expediente Comunitário da PUC-SP, como as professoras Célia Forghieri e Cleide Canhadas Martins. À amiga Maria Helena Coelho, pela inestimável colaboração que me deu ao longo deste trabalho, especialmente na etapa final, que envolveu comentários pertinentes e a revisão dos originais. A todos aqueles que me apoiaram nesta empreitada, como a equipe da Pastoral Indigenista, especialmente o Dr. Newton Santos, o Cimi da Grande São Paulo, o Secretariado Arquidiocesano de Pastoral, os amigos João Paulo e Camilo Lelis, além de algumas pessoas que fizeram gestos concretos, como Claude Perreau, Paulo Suess, John Clark, Josefa Gonçalves, Nilce Oliveira, Mitiko Sato, Margareth Gaffney, Inácio e Mioko Campo. Finalmente a todas as comunidades indígenas de São Paulo, que continuam a luta iniciada pelos povos Tupi de Piratininga, esperando que um dia esta história possa ser contada por eles e de outra maneira. 4 RESUMO Este trabalho tem como objetivo mostrar como os Tupi de Piratininga se posicionaram na segunda metade do século XVI frente ao projeto colonial português. Possui duas grandes unidades. A primeira, com os capítulos 1, 2 e 3, onde serão apresentados os protagonistas deste embate: o povo Tupi, o colono e o missionário jesuíta. Dos Tupi serão apresentadas algumas de suas características sócio-culturais, como a chefia, a religião e a mobilidade, com sua rede de caminhos entre as aldeias e as diversas regiões do interior com as quais tinha contato. Do colono, formado na sua maioria por degredados e aventureiros, será apresentado brevemente o projeto comercial, implantado no litoral vicentino, e que era baseado na cultura da cana de açúcar e na escravidão indígena. Por sua vez o pequeno número de povoadores que viviam isolados em São Paulo de Piratininga propiciou a formação de uma sociedade mestiça, que se dedicará, a partir do final do século XVI, ao tráfico de indígenas Do jesuíta será apresentado seu projeto missionário, trazido da Europa no espírito da reforma tridentina. A segunda unidade, capítulos 4 e 5, onde serão apresentadas as respostas indígenas frente a estes agentes da colônia: a acolhida, a adesão ao projeto missionário e colonial, e a resistência, na suas duas formas, a dissimulada e a guerreira. Quanto à adesão ao projeto missionário serão apresentados os dois primeiros aldeamentos reais, o de Nossa Senhora da Conceição de Pinheiros e o de São Miguel de Ururay, e a ligação destes indígenas que se tornaram cristãos com a vida colonial. Quanto à resistência, será mostrada a importância das lideranças religiosas Tupi nos levantes guerreiros, sobretudo na guerra de Piratininga, e a resistência dos Tupi autônomos, que pressionaram belicamente a vila de São Paulo até o final do século XVI . E finalmente a participação de um importante seguimento Tupi no projeto colonial paulista, que resultou no bandeirismo escravista. Em anexo s erão apresentadas as traduções, ainda inéditas, dos mitos Tupinambá, recolhidos por Thevet, no século XVI; o texto da primeira demarcação de terra indígena no planalto paulista; e o primeiro levantamento populacional do Brasil, feito pelo jesuíta Pe. Luís da Fonseca, por volta de 1592. Palavras chaves: Tupi - São Paulo – jesuíta - resistência indígena. 5 ABSTRACT The objective of this study is to show the position of the Tupi of Piratininga on the Portuguese colonization project in the second half of the sixteenth century. It is constituted by two large units. The first one (chapters 1, 2 and 3), where the protagonists of this conflict will be presented: the Tupi people, the colonists and the Jesuit missionaries. Some sociocultural characteristics of the Tupi will be presented, such as the leadership, the religion and the mobility, with their net of paths between the villages and the several areas of the countryside with which they had contact. The commercial project of the colonists, who were mainly expatriates and adventurers, will be discussed briefly. The project was implemented in the coast of Sao Vicente, and was based on sugarcane culture and Indian slavery. On the other hand, the small number of settlers who lived isolated in Sao Paulo de Piratininga favoured the formation of a mixed-race society, which will, from the end of the sixteenth century on, engage in Indian traffic. The missionary project of the Jesuits, brought from Europe in the spirit of the Tridentine reform, will also be described. The second unit (chapters 4 and 5), where the indigenous response to these colony agents will be presented: the welcome, the compliance with the missionary and colonial project, and the two types of resistance, veiled and bellicose. With regard to the compliance with the missionary project, the first two royal villages, “Nossa Senhora da Conceição de Pinheiros” and “Sao Miguel de Ururay” will be described, as well as the connection between these Indians who became Christians and the colonial life. As for the resistance, the importance of the religious Tupi leaderships during the insurrections will be shown, especially in the Piratininga War, and the resistance of the autonomous Tupi, who pressured bellicosely the village of Sao Paulo until the end of the sixteenth century . Finally, the participation of an important Tupi segment in the colonial project in Sao Paulo, which resulted in the pro-slavery expeditions will be discussed. Attached, the translations, previously unpublished, of the Tupinambá myths collected by Thevet in the sixteenth century will be presented: the text of the first indigenous land demarcation in the plateau of Sao Paulo, and the first populational survey in Brazil, conducted by the Jesuit Father Luis da Fonseca around 1592. Uniterms: Tupi Indian - São Paulo – jesuit - indigenous resistance. 6 RESUMÉ Ce travail a pour objetif montrer comme les Tupi de Piratininga se sont positionnés dans la seconde moitié du XVI siecle en face au projet colonial portugais. Il y a deux parties : la première, avec les chapitres 1, 2, 3, où seront presentés les protagonistes de ce confront : les indiens Tupi, le colon et le misionaire jésuite. Des Tupi seront presentés quelques caracteristiques socio-culturelles, comme le rôle du chef, la religion, et la mobilité, avec le reseau de chemins. entre ses villages et les diverses régions de l´interier avec lesquelles ils avait des contacts. Du colon , formé en majorité par les déportés et aventuriers, ce sera presenté brievement son projet comercial , implanté sur la côte dans la région de São Vicente, qui sera basé dans la culture de la cane-à- sucre et dans l´esclavage des indiens. D’autre part, le petit nombre d´habitants que vivaient isolés à São Pablo de Piratininga a permis la formation d´une societé métise, que va se spécilisé dans le trafique d`indiens a partir du final du XVIème siécle. Des jésuites sera presenté son projet missionaire, qui au même temps será un auxiliaire de la conquête portuguaise. A la deuxième partie, avec les chapitres 4 e 5, seront presentés les reponsés que les indiens ont donné aux agents de la colonie : l´accueil, l´adhesion au projet missionaire et colonial, et la resistence, dans ses deux formes, la desimulée et la guérrière. Quant à l´adhesion au missionaire seront presentés les deux premiers villages royaux ( Aldeias do Padroado Real ), celui de Notre Dame de La Concépcion de Pinheiros et celui de San Miguel de Ururay, et le rapport de ces indiens devenues chretiens avec la vie coloniale. Quant à la resistence, il sera montrée l´importance des liders religieux Tupi dans les revoltes guerrières, surtout dans la guerre de Piratininga (1562), et la resistence des Tupi autonomes, qui iront pressionnés le village de SãoPaulo jusqu’à la fin du XVI ème siècle. Finalement la participation d´un groupe Tupi dans le projet colonial paulista, qui a aidé l’établissement du « bandeirismo», c’est è dire, le trafic d’esclaves indiens. En complement, ils seront presentés : la traduction inédites des mythes Tupinambá, recueilliés par Thevet, au XVI ème siécle; le texte de la premiére démarcation de la terre des indiens du plateau paulista ; et le premier tableau de la population brésiliènne, faite par le jesuite Pe. Luiz de Fonseca, autour de 1592. Mots clefs: Indien Tupi – São Paulo – jésuite – resistence indiènne 7 INDICE Introdução .......................................................................................... 4 Abreviaturas . ...................................................................................... 18 Epígrafe ..............................................................................................