O 'Sambão-Joia'

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O 'Sambão-Joia' 12 JornaldaUnicamp Campinas, 21 a 27 de novembro de 2011 OO ‘sambão-joia’‘sambão-joia’ pedepede passagempassagem MARIA ALICE DA CRUZ Eles lançam um samba de sucesso afi rmando sentem/ canto mais um samba/que é pra todo [email protected] que estão fazendo samba romântico mesmo, mundo ver/a minha bandeira do samba/Deus não-intelectualizado.” ajuda a defender. aralelo ao cenário marcado pelo Mas o fato é que as possibilidades não Alguns críticos, como Sérgio Cabral, samba sofi sticado e engajado da eram as mesmas para os novos sambistas e os chegam a valorizar os sambistas da época. MPB, surgiram na década de artistas já consagrados. Repetir “tirou o partido Na abertura de uma entrevista com a dupla 1970 outras produções despre- de mim” talvez não fosse tão permitido quanto Antônio Carlos e Jocafi , publicada no Jornal zadas pela crítica, entre as quais repetir “eu vou só, eu vou só, eu vou só”, de O Pasquim, o crítico arrisca: “Muita gente fala um samba mais romantizado. Dorival Caymmi. Ouvir um samba bolerado que Antônio Carlos e Jocafi têm uma fórmula Contemporâneo ao requinte de Antônio Carlos de Benito de Paula também era diferente de para compor as músicas. Ouvi e não achei PJobim, Chico Buarque, bossa nova, tropicália, ouvir Dois pra lá, dois pra cá, com João Bosco fórmula nenhuma. Agora eles estão com a pa- entre outros, esse tipo de samba esteve sujeito e Elis Regina, para a classe mais engajada. lavra”, opina. Diante da oportunidade, então, a indagações por parte de historiadores de mú- Já Martinho da Vila foi benefi ciado pela a dupla não hesitou em responder às críticas: sica brasileira, mas encontrou espaço impor- divisão de opiniões entre os críticos na década “Fórmula? Então venham ver quando estamos tante na indústria fonográfi ca e na sociedade, de 1970. “Não encontrei crítica clara ao Mar- compondo para ver se tem fórmula. Fórmula desenvolvendo uma produção relevante para tinho da Vila como as que li sobre Benito e a coisa nenhuma. Duvido que algum escritor compreender os confl itos musicais da década dupla”, revela Machado. Apesar dos percalços gosta de ver seu livro parado na prateleira. A de 1970, na opinião do musicista Adelcio Ca- de início de carreira, o compositor obteve gente é profi ssional”, posicionam-se. milo Machado, autor da dissertação “Quem te maior grau de consagração artística. “Para viu, quem te vê: o samba pede passagem para muita gente, Martinho da Vila não é do sambão Diversidade a década de 1970”, orientada pelo professor joia de jeito nenhum, como citara Gilberto Quando chega a censura e, logo em segui- José Roberto Zan . Vasconcelos, em seu livro. Muitos acreditam da, a indústria cultural, dois tipos de reação são De acordo com Machado, esses cancionis- que ele seja um sambista tradicional, que manifestados, de acordo com os documentos tas foram nomeados como sendo de um seg- resgata as raízes”, pondera Machado. analisados por Machado. Por um lado, o da mento desprestigiado do samba, rotulado por Mas a própria estreia de Martinho na MPB, que tenta injetar uma crítica política, críticos musicais do período como “sambão- música também registra passagem importante e, por outro, o da despolitização da canção. A joia”. Dentre eles, encontrava-se o sociólogo para mostrar o confl ito na MPB no período. partir de então, o referencial de legitimidade Gilberto Vasconcellos, que considerava Benito Já na primeira faixa do primeiro LP, Marti- não fi ca somente na questão política. di Paula, Martinho da Vila e a dupla Antônio nho emenda três sambas por meio de falas “Nesse momento, Martinho não faz um Carlos e Jocafi , dentre outros, participantes que atuam mais como respostas. A primeira samba nacional como fez Ary Barroso, mas desse segmento. Esses foram os quatro sam- delas diz respeito aos jurados de seu samba um samba da Vila Isabel, que tem a identida- bistas escolhidos pelo musicista para serem Carnaval das Ilusões por não terem entendido de daquele grupo”, revela Machado. Assim estudados em sua pesquisa. as transformações que teria feito no samba como Antônio Carlos e Jocafi , cancionistas da Para Machado, Vasconcelos olhava para enredo da Vila Isabel: “Botar música nessa Bahia, também não estão pensando em fazer a produção despolitizada dos compositores poesia do Gemeu não foi mole, não! E os crí- música nacional-popular, que leve à revolução fazendo uma série de críticas, que, porém, ticos meteram o pau no novo estilo de samba nacional, mas estão fazendo a música do ijexá não foram sufi cientes a ponto de impedir que enredo, e a Vila perdeu o carnaval. O meu ou do candomblé. Benito di Paula e Martinho da Vila superassem amigo Chico Buarque de Hollanda dormiu. O A produção dos sambistas ajuda a perceber Roberto Carlos em vendagem por muitos me- resto da comissão não entendeu nada. No dia algo como uma crise da nação na década de ses, de acordo com acervo do Ibope visitado do resultado, eu fi z o meu primeiro samba de 1970, que joga por terra a ideia de unidade e por Machado. E muito menos que permane- protesto”, diz Martinho. Chico Buarque, um leva a uma fragmentação em identidades es- Antonio Carlos e Jocafi , cessem entre os dez mais vendidos durante dos jurados, também aparece no texto cantado: pecífi cas locais, segundo o musicista. “Nesse Benito di Paula e um ano inteiro. Vendiam, como observou Caramba, caramba/Nem o Chico entendeu/O momento, o que compõe o Brasil passa a Martinho da Vila: Machado nos documentos, desde compactos enredo do meu samba. “Ele provoca esse ser a diversidade”, acrescenta. Até mesmo na linha evolutiva da simples e duplo a LPs. E ainda puderam apro- pessoal que tinha direito de decidir o que era a Aquarela Brasileira, de Silas de Oliveira, música popular brasileira? veitar a catalogação de fi tas cassete na época. um bom ou mau samba”, acrescenta Machado. interpretada por Martinho, trata de uma nação Fotos: Antoninho Perri/Reprodução De acordo com a pesquisa, sua produção é Em entrevista com o instrumentista, arran- regionalizada, enaltecendo as belezas diversas contemporânea de um grande crescimento jador e produtor musical Rildo Hora, produtor de seus estados. Em Ary Barroso, a letra enal- da indústria cultural e do auge da repressão de alguns dos primeiros discos do composi- tece um Brasil unifi cado. do regime militar, fatores que modifi caram tor, Machado observou a construção de um Mesmo defendendo a proposta de um o cenário musical brasileiro, difi cultando a “personagem”. Ao contrário de seu primeiro samba romântico, logo na chegada, a dupla entrada de músicas politizadas no mercado, disco, feito de forma artesanal, e do segun- Antonio Carlos e Jocafi , assim como Benito di a não ser no caso de artistas já consagrados. do, com uma orquestração mais carregada, Paula, tentava se aproximar da MPB, segundo Se de um lado a análise musical realizada ambos exclusivamente autorais e produzidos Machado, principalmente por meio da fi gura por Machado revela composições simples, por Romeo Nunes, seu terceiro disco, já nas da cantora Maria Creuza, na época esposa de com progressões harmônicas, frases melódicas mãos de Hora, é composto de 12 faixas, sendo Antônio Carlos, uma das intérpretes de com- e até mesmo textuais repetidas, a sociologia que seis são criações de compositores antigos posições de Vinícius e Toquinho, na década revela material importante para entender a e já consagrados, como Paulinho da Viola. de 1970. Conforme constatado pelo musicista produção musical da época, de acordo com No quarto álbum, Martinho resgata o partido na análise, mesmo fazendo sambão-joia, An- as conclusões do pesquisador. E foi com a alto, samba focado nas manifestações afro- tônio Carlos e Jocafi não davam tratamento orientação do sociólogo Zan que Machado brasileiras, atingindo posição de maior ven- melodramático, mas usavam intimismo e percebeu a necessidade de atentar para um dagem no Ibope. “Martinho vai à Vila Isabel, delicadeza. objeto que costuma ser colocado à margem que foi bairro de Noel Rosa, e constrói toda Outra característica de suas composições, da linha evolutiva da música brasileira: o uma ligação identitária com a comunidade, observadas por Machado, é a relação entre samba romantizado. “O foco da pesquisa é transformando-se num sambista considerado elementos nacionais e internacionais, pois, justamente entender que esta produção se como autêntico”, explica Machado. além das tradições baianas, a dupla também liga com discurso cultural, político, simbóli- Já Benito di Paula, apesar de adotar um incorporou elementos de rock e soul em suas co, com todos os confl itos que aconteciam”, procedimento típico da MPB refi nada, prin- peças, apesar de os grandes sucessos terem explica Machado. cipalmente em composições como Tributo a sido alcançados por canções que apresentam um rei esquecido, em homenagem a Geraldo “brasilidade”. Luta de classes Vandré, exilado na época em que a música Em Benito di Paula também é possível A partir dos anos 1960, era comum foi composta, permaneceu com a fama de um perceber a intenção de se aproximar da MPB, identifi car uma produção de MPB focada no compositor menor. A letra em homenagem a principalmente quando escreve letras como a cenário político, mas uma das constatações de Vandré, na opinião de Machado, é uma mostra de Banda do Povo, quando, ao se referir a Chi- Machado é de que, mesmo num registro de que no repertório de Benito também tinham co Buarque, afi rma: “Esse amigo, camarada, música popular que não tem a ver com a MPB letras que, poeticamente, não deixavam a sabe do meu paradeiro / eu confesso, de verda- culta (dos universitários), a produção desses desejar à linguagem da fresta. “Sabendo que de, sempre fui seu companheiro”.
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