SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO - SUED DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE

Ficha para identificação da Produção Didático-Pedagógica Professor PDE/2012 Título O skate enquanto fenômeno esportivo, cultural, social e contemporâneo: uma abordagem pedagógica nas aulas de Educação Física no ensino fundamental. Autor Alvaro Luiz Penteado Santos

Disciplina/Área Educação Física

Escola de Implementação do Projeto Col. Estadual Humberto de Alencar Castelo Branco - EFMEPROF e sua localização

Município da Escola Pinhais Núcleo Regional de Educação Área Metropolitana Norte

Professor Orientador Profº Ms. Carlos Eduardo da Costa Schneider Instituição de Ensino Superior UTFPR Relação Interdisciplinar Artes, História, Geografia, Sociologia, Português.

Resumo: O Skate é utilizado nas ruas como forma de lazer e estilo de vida, mas a realidade encontrada na escola é a sua utilização como meio de transporte e muitas vezes o mesmo fica guardado em um canto até o sinal de pegá-lo e voltar para casa. Assim o presente projeto pretende desmistificar os preconceitos ainda existentes em relação aos Esportes Radicais, em especial à modalidade Skate nas aulas de Educação Física no 8º ano período vespertino, dando ênfase aos aspectos contemporâneos que a modalidade enquanto fenômeno esportivo, cultural e social abrange na comunidade local, desta forma articulando a sua prática com as abordagens pedagógicas nas aulas, propiciando uma formação global dos alunos e que constitui num processo digno de formação humana. Caracteriza-se como pesquisa ação, qualitativa e de cunho social. Com a difusão do Skate, é necessário o aprimoramento do conhecimento de suas técnicas de ensino, mais seguras e eficientes, a fim de ampliar as formulações teóricas a este respeito. Acreditamos que o Skate pode ser inserido no contexto escolar, oferecendo aos alunos a possibilidade de vivenciar novas práticas esportivas. Tendo nos conteúdos uma abordagem complexa e crescente, porque em cada um dos níveis de ensino os alunos trazem consigo múltiplas experiências relativas ao conhecimento sistematizado, que devem ser consideradas no processo de ensino e de aprendizagem. Palavras-chave Esportes Radicais, Skate, Cultura, Educação Física.

Formato do Material Didático Caderno Temático

Público Alvo Abrange: Professores de Educação Física, alunos e comunidades do skate. UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ-UTFPR

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ – SEED PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO ESCOLAR – PDE ALVARO LUIZ PENTEADO SANTOS

O SKATE ENQUANTO FENÔMENO ESPORTIVO CULTURAL, SOCIAL E CONTEMPORÂNEO: UMA ABORDAGEM PEDAGÓGICA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO FUNDAMENTAL.

PINHAIS 2012

AGRADECIMENTOS

Primeiro agradecer o nosso Deus Jeová, pela oportunidade de poder estar nesta vida com saúde e disposição, aos meus pais Sebastião e Iolanda pelo que eles representam na minha formação acadêmica e como cidadão brasileiro, a minha querida esposa que esta comigo nas boas e nas horas difíceis, a SEED-PR por fazer parte do quadro de professores que muito honra, ao meu orientador Professor Carlos Eduardo da Costa Schneider da UTFPR que em muito contribui para a minha formação acadêmica e pessoal no PDE turma 2012-2013, a professora Josiane Nogueira representante do PDE no NRE AMN pela sua cordialidade, e profissionalismo nas suas orientações e informações, a todos os demais professores da UTFPR da UFPR e da SEED-PR pela formação recebida, agradecer também aquelas pessoas e demais profissionais que colaboração com esta produção didático-pedagógica. O meu muito obrigado.

SUMÁRIO INTRODUÇÃO ...... 10 UNIDADE I ...... 13 1. A HISTÓRIA DO SKATE NO MUNDO ...... 13 1.1 O skate no Brasil ...... 13 1.2 As Modalidades que compreendem o ...... 15 a) Bowl ...... 15 b) Banks ...... 16 c) Downhill- ...... 16 d) Downhill-Speed ...... 17 d) Megarampa...... 18 E) Mini-Ramp...... 19 e) Slalon ...... 20 f) Street ...... 21 h) ...... 22 i) Mountainboard ...... 23 1.3 O Skate e seus componentes ...... 23 2 EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA ...... 26 UNIDADE II ...... 30 3 FUNDAMENTOS DO SKATE ...... 30 A. Fundamentos primários ...... 30 B. Fundamentos secundários ...... 30 C. Fundamentos terciários ...... 30 3.1 Bases e posições do Skateboard ...... 30 4. BENEFÍCIOS DA PRÁTICA DO SKATE ...... 32 A – Benefícios sobre a parte física: ...... 32 B – Benefícios psíquicos ...... 33 C – Benefícios sociais ...... 34 5 MANOBRAS NO SKATE ...... 35 5.1 TAIL DROP ...... 38 6 TIPOS DE PISTAS ...... 39 UNIDADE III...... 43 7 O CONDICIONAMENTO FÍSICO NA PRÁTICA DO SKATE ...... 43 8 O AQUECIMENTO ...... 44 9 LESÕES NO SKATE...... 45 10 O TÊNIS...... 46 UNIDADE IV ...... 48 11 A CULTURA DO SKATE ...... 48 11.1 Skate a moda Street ...... 50 11.2 A Música dos skatistas ...... 51 12 O SKATE E OS ESPAÇOS PÚBLICOS ...... 53 12.1 O skate nas ruas ...... 55 12.2 O skate nas escolas ...... 56 13 ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS ...... 57 14 REFERÊNCIAS ...... 58 ANEXOS ...... 62

APRESENTAÇÃO

A produção deste Caderno Temático decorreu das dificuldades que os educadores têm em ministrar na disciplina de Educação Física aulas que contemple os esportes radicais, assim o autor enfatizará uma destas modalidades, mais especificamente o Skate. Segundo o autor sempre buscou trabalhar a teoria e prática nas aulas de Educação Física, para isso abordava o conteúdo em sala de aula e posteriormente levava os alunos até a quadra de esportes para que colocassem em prática o que fora visto em sala, contemplando assim a associação teórico/prática. Mas, o autor considera que este procedimento não tem sido suficiente para uma apreensão dinâmica dos conteúdos. Por isso não estava satisfeito com suas práticas, pois não saia do modelo de aulas preestabelecidos na disciplina de Educação Física. Precisa contemplar modalidades que superasse o método tradicional para isso recorreu à pesquisa para que pudesse contemplar novas modalidades de esportes nas aulas que ministrava. O autor dialogou com os professores de Educação Física da escola que trabalha, e descobriu que estes profissionais apresentam o mesmo anseio e concordam que as aulas têm que ser mais dinâmicas para atender as expectativas dos jovens e adolescentes do século XXI. A formação do educando mais do que nunca precisa ser significativa, para que ele possa fazer leitura do mundo em que está inserido. No cotidiano do aluno, são inúmeras as modalidades de esportes que lhes são apresentadas nas aulas de Educação Física, a escola não deve ignorar esta realidade, para tanto é necessário que contemple as modalidades que são sugeridas pelas DCEs e pelos PCNs.

Pensando nisso o autor deste caderno apresentará uma proposta da reflexão se é possível a inserção do Skate nas aulas de Educação Física para que seja dada a oportunidade aos alunos da prática deste esporte, e consequentemente, rompendo com modelos de praticas esportivas tecnicistas. Assim promoverá a prática do Skate como fenômeno esportivo educacional cultural e social, por meio da sistematização e organização deste esporte de forma ampla dentro da escola, tornando o Skate uma modalidade pedagógica, para além das ruas. O Skate como alternativa curricular faz-se necessária quando observamos a forma preconceituosa como a modalidade é tratada dentro e fora da escola.

Este caderno apresentará quatro Unidades. Na UNIDADE I será apresentada a história do Skate e suas modalidades. Os fundamentos, benefícios manobras e pistas de skate serão abordados na UNIDADE II. Na UNIDADE III serão abordados o condicionamento físico, lesões e calçados para práticas do skate tanto para iniciantes quanto para praticantes experientes da modalidade. Na UNIDADE IV apresentará a cultura do skate e sua inserção no espaço escolar. Espera-se que por meio dessa metodologia os alunos possam expor suas ideias prévias a partir da nova modalidade, com o intuito de levá-los a reflexão, as ponderações e as explicações, não só dos conceitos, mas de diferentes formas de pensar e falar sobre esta mudança no cotidiano das escolas e das aulas de Educação Física.

INTRODUÇÃO

O maior desafio da educação na contemporaneidade é romper como modelos educacionais ultrapassados que já na cabem mais aos anseios da sociedade contemporânea. Romper com uma educação tradicional focada num currículo que prioriza conteúdos descontextualizados e desestimulantes para os estudantes, já que consideram inútil o que aprendem, pois não veem utilidade prática no que aprendem. A escola por sua vez não é alheia a esta realidade, mas não ousa mexer no currículo, e ou inovar sua metodologias para uma escola que atenda realmente sua especificidade e rompa com um modelo excludente e estagnado para os parâmetros da sociedade atual. A Educação Física escolar, como disciplina curricular, não está fora desta realidade. Foca sua prática em modelos de práticas desportivas que contempla as atividades em grupo, não contempla atividades que sejam individuais. Não inova, não traz para a escola os esportes radicais. Sabe que as crianças, adolescentes e jovens gostam de esportes que produzem adrenalina, que acelera o coração, que gera fortes emoções. Sabe-se que entre os anos de 1970 até o final dos anos de 1980 a Educação Física priorizou, as suas práticas nos moldes tecnicistas com abordagens na ciência do movimento, nas práticas desportivas, na formação de atletas e no resultado esportivo sustentado pelos modelos dominantes da época. No entanto já surgiam outras modalidades esportivas que surgiam e caminhavam para um novo modelo de prática esportiva. Dentre estas modalidades estavam os ER, que tomaram um rumo importante já neste período, compreendendo o fator histórico e social da própria política nacional pós-ditadura. Foi uma época que começaram a ser vivenciadas e praticadas com mais regularidade as modalidades como, o Skate, o Surf, o BMX, o Patins e outras, onde se desenvolviam em locais abertos, campos, praças, avenidas e no litoral. Essas modalidades vieram se popularizando e sendo praticadas intensamente de forma popular lúdica e de lazer.

Trata-se de uma tendência mundial, que tem sua maior comprovação no crescimento do número de praticantes de esportes radicais. Entre as várias formas de exercícios, essa é a modalidade que mais ganha adeptos no planeta. Nem todos os radicais têm problemas psicológicos e nem todos os problemas são radicais. O que empurra um esportista para o perigo, muitas vezes, é o simples fato de o pai, a mãe ou o irmão mais velho já praticarem uma modalidade perigosa, mas, no fundo, a prática do risco intenso, com possibilidade de um desfecho fatal, tem raízes complexas e, na maioria dos casos, está atrelada a um fascínio pela morte que a pessoa nem sabe que possui (Martins, 2006).

Buscar novas alternativas se mostra como um caminho a seguir, pois com a oportunidade de inserir novas modalidades de esportes na escola, faz do professor PDE um privilegiado, pois além de efetuar a referida pesquisa, tem contato com professores e alunos que contribuam para a implementação de um novo modelo de conhecimento na disciplina de Educação Física superando o modelo tradicional, e os medos que lhe embutem na cabeça, de inserir nas suas aulas esportes novos e que nos fazem melhorar em cotidiano escolar. Sobre o skate Martins (2006) afirma que o skate, é considerado um esporte

radical, é um esporte que faz com que seus praticantes, além de terem emoção, adrenalina, prazer e divertimento, alcancem o profissionalismo, uma vez que há, atualmente, vários atletas que vivem do skate, pois, através de patrocínios, conseguem ter uma vida digna, sustentar suas famílias e ainda praticar esporte. Infelizmente, muitas pessoas ainda não reconhecem o skate como esporte. Acredita-se que isso ocorra devido à continuação de um pensamento de épocas anteriores, nas quais os skatistas eram considerados vândalos, bagunceiros, arruaceiros, etc. Sabe- se que, hoje em dia, ainda há skatistas que realizam pichações, depredam prédios, etc, mas isso ocorre em um número bem menor, quase mínimo em relação a épocas passadas.

Portanto as aulas de Educação Física devem propiciar ao aluno o contato com todas as modalidades esportivas, pois na contemporaneidade não cabe mais ficar apenas ensinado vôlei, basquete e futebol. Os alunos querem praticar atividades novas e que lhes cause adrenalina. O skate tem sua tribo e muitos alunos fazem parte desta, ou querem fazer, mas não tiveram a oportunidade de serem apresentados ao esporte.

“O professor ao entrar em sala de aula, não encontra somente cérebros para ensinar, lida principalmente, conforme a faixa etária, com os corpos e nesse sentido qualquer conhecimento, qualquer conteúdo, atravessarão, obrigatoriamente o canal corporal. Durante a prática inserida no plano, um momento livre, espontâneo e supervisionado, para realização de auto- descobertas é indicado, pois podemos perceber que elas mesmas, desenvolvem formas de se movimentar com o skate, que para elas é mais um brinquedo divertido, que pode proporcionar por meio da vivência diferentes sensações e emoções”. (MATTOS, 1999, P. 20).

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O professor então deverá ter a percepção que a educação física é uma atividade dinâmica que tem grande importância na formação dos sujeitos socialmente e lúdico. Tem também a função de desenvolver as habilidades motoras. Logo, trabalho pedagógico desenvolvido na educação física estará sendo voltado para a construção da cidadania de sujeitos críticos e participativos socialmente.

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UNIDADE I

1. A HISTÓRIA DO SKATE NO MUNDO

Dados obtidos através da Confederação Brasileira de Esportes Radicais (CBER, p.1) relatam os primeiros aparecimentos do skate em Los Angeles (Califórnia) e no interior dos EUA na década de 1930, em que algumas lojas de brinquedos perceberam que as crianças quando quebravam a parte de cima do patinete, continuavam brincando com a parte de baixo do brinquedo, algo muito parecido com o skate. Mas o surgimento efetivo para o mundo deu-se nos meados dos anos de 1960, quando surfistas californianos redescobriram o skate colocando rodinhas de patins em uma madeira que imitava uma prancha. Nessa época, o mercado de surf já estava em alta, o que ajudou a impulsionar o skate. No inicio era chamado sidewalk surfing, ou surf de calçada, e rapidamente se espalhou pelos Estados Unidos. Em 1965 o sidewalk surfing já era praticado por um grande número de adolescentes, tinha criado identidade, suas próprias manobras, e assim ganhou o nome definitivo, Skateboard. Em 1974 o skate teve sua primeira grande evolução, o engenheiro químico Frank Nash Worthy descobriu uma composição chamada uretano, material que deu origem às verdadeiras rodinhas de skate. Essa invenção deu ao skate um enorme impulso para que definitivamente se consolidasse como um esporte popular.

O professor de Educação Física Matheus Martins Lopes dos Santos em sua monografia defendida em novembro de 2008, com o título: Efeitos do Feedback Extrínseco na Performace da Manobra em Skatista, defendida na cidade de Irati-PR, Define a modalidade Skateboard, em inglês “skate” significa patinar e “board” significa “tábua”, como ato de patinar sobre uma tábua.

1.1 O skate no Brasil

Relatos da CBER descrevem que surfistas internacionais que viajavam aos estados unidos para surfar conheceram o skate e levaram a novidade ao resto do mundo, e em 1965 o skate chegou no Brasil. Honorato (2004, p.1) coloca que a 13 prática do skate no Brasil pode ter se iniciado em meados da década de 1960, justamente com os surfistas locais e estrangeiros, influenciados pelos anúncios na revista Surfer, revista americana especializada na modalidade Surf, chamada na época de “surfinho”. Numa tábua eram adaptadas rodinhas de borracha (patins) ou de ferro (os famosos rolimãs). Segundo CBER, não existiam regras, pois todos queriam apenas se divertir com a novidade. Em 1974, foi realizado no clube Federal do Rio de Janeiro o primeiro campeonato de skate brasileiro e no mesmo ano foi inaugurada a primeira pista no Brasil. No ano de 1986 o Skateboard brasileiro teve um grande crescimento, marcas de vários segmentos investiram no mercado nacional e assim houve uma expansão do esporte. Mas foi na década de 1990 que o skate teve a sua maior evolução no Brasil, não só em termos de mercado, mas também em crescimento de praticantes, organização do esporte e exposição na grande mídia. Hoje podemos afirmar que o skate é uma grande tendência no país, com o skate e os skatistas brasileiros representando a segunda potência mundial do esporte.

Saiba mais nos links:

http://www.youtube.com/watch?v=iEiqnmD6RRI/

http://www.youtube.com/watch?v=uIKjxjgeCC8 http://www.skoitoskateboards.com.br/skate/historia-do-skate

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1.2 As Modalidades que compreendem o Skateboard

A Confederação Brasileira de Skate (CBSK) define as seguintes modalidades de seu programa.

a) Bowl

Fonte da Fotografia http://www.cbsk.com.br/

Praticada em pistas com no mínimo 3,50 m de altura, podendo ser de concreto ou madeira, em formato de half-pipes (meio tubo e com formato parecendo um gigantesco U) ou bowls (bacia), havendo entre o coping (cano de ferro) e a parede em curva (transição) uma parede com vertical (90º com o chão, ou seja, reta) dando nome para a modalidade. Originalmente começou a ser praticada em piscinas nos Estados Unidos (que diferente das brasileiras, possui paredes com transição) durante um período de secas no Estado da Califórnia ocorrido no início dos anos 1970. Com o sucesso da experiência, foram construídas as primeiras com imitações destas piscinas, que foram chamadas de bowls. No final da década de 1970, a maioria destas pistas foi fechada, o que levou os skatistas a construírem em suas casas, os half-pipes, transformando-os no mais conhecido tipo de rampa de skate. Esta modalidade conta com poucos adeptos pela necessidade do praticante possuir vasta experiência e alto nível técnico, havendo no Brasil cerca de 40 competidores profissionais e 100 competidores amadores.

15 b) Banks

Fonte da Fotografia http://www.cbsk.com.br/

Uma variação dos bowls, mas não possuindo o vertical e com altura geralmente até 2,50 m. É uma das modalidades mais democráticas do Skate, pois é praticada por adeptos de Street, Vertical, Mini-Ramp, Longboard e Downhill, como também por crianças, jovens e adultos. No Brasil foi bastante popular no meio dos anos 80 e recentemente, há três anos, voltou ao auge com a construção de dezenas destas pistas. c) Downhill-Slide

Fonte da Fotografia http://www.cbsk.com.br/

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Assim como o Downhill-Speed, também é praticado em ladeiras, mas a intenção é descer dando slides (derrapadas ou cavalos de pau) com o skate, de diversas formas diferentes e estendendo as “deslizagens no asfalto” (manobras) o máximo possível, sem perder muito da velocidade. O Downhill Slide teve seu auge no Brasil durante a década de 80 e nos dias de hoje o melhor skatista do mundo na modalidade é o brasileiro Sérgio "Yuppie" Marcelino. Uma nova geração de “downhillzeiros” brasileiros está retomando o crescimento da modalidade junto com experientes veteranos. A exemplo do Freestyle, o Downhill- Slide é uma das modalidades mais baratas de organizar campeonatos pelo fato de não necessitar da construção de rampas.

d) Downhill-Speed

Fonte da Fotografia http://www.cbsk.com.br/

Modalidade praticada em ladeiras de diferentes comprimentos em que o objetivo é descê-las o mais rápido possível. Daí o nome, Downhill-speed, que traduzido ao pé da letra significa: descer uma colina rapidamente. É a modalidade mais antiga do Skate, pois segundo reza a lenda deu origem ao esporte, quando os surfistas californianos colocaram eixos e rodas de patins num pedaço de madeira para sentir as emoções do Surf descendo ladeiras. Também é conhecido como 17

Downhill Stand-Up (descer colinas de pé) para diferenciar do , os modernos “carrinhos de rolimã”. Atualmente é uma das modalidades que mais cresce no mundo, sendo que existem muitos competidores profissionais brasileiros disputando o Circuito Mundial da IGSA (International Gravity Sports Association). O Speed requer atenção especial em segurança, tanto por parte dos organizadores de competições quanto dos próprios praticantes, já que, juntamente com a Megarampa, é uma das modalidades mais perigosas do Skate. d) Megarampa.

Megarampa foi montada na Praça da Apoteose, no Rio de Janeiro- 08/2012 Fonte da Fotografia: http://www.cbsk.com.br/pags/mega_12.htm

Idealizada pelo skatista norte-americano Danny Way e projetada pelo compatriota e especialista em construção civil, John Tyson, em pouco tempo a Megarampa tornou-se a modalidade de maior visibilidade do Skate. Mesmo sem nunca ter competido de skate, Tyson apresentou um croqui para Danny que disse que seria impossível montar aquele “monstro”. O projetista não desistiu do intento e logo convenceu o skatista que, com a Megarampa, seria possível provar que o Skate não tem limites. Danny e Tyson arregaçaram as mangas, venderam a ideia para alguns amigos ligados aos esportes de ação e criaram aquela que hoje é a modalidade mais radical do Skate. As dimensões de uma Megarampa variam um pouco, mas em média a rampa de drop (descida) possui 27 metros de altura, onde o skatista pode atingir 80

18 km/h e em seguida, usando outra rampa, salta sobre um vão livre de 20m de comprimento, aterrissando em mais uma rampa de descida que o impulsiona para um quarter-pipe (metade de um "half-pipe") com aproximadamente 9 metros de altura, e que faz com que o skatista possa atingir uma altura de até 16 metros do solo.

E) Mini-Ramp

Fonte da Fotografia http://www.cbsk.com.br/

É uma variação dos half-pipes, mas não possuindo vertical e com altura geralmente até 2,50 m. Assim como o Banks, é uma das modalidades mais democráticas do Skate, pois é praticada por adeptos de Street, Vertical, Banks, Longboard e Downhill, também por crianças, jovens e adultos. Há quase duas décadas é o segundo tipo de rampa mais construído no Brasil, perdendo apenas para as de Street. Pela facilidade de construí-las e relativo baixo custo, se comparados com outros tipos de pistas, existem muitas Mini-Ramps particulares tanto em residências quanto em condomínios e clubes.

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9) Freestyle

Fonte da Fotografia http://www.cbsk.com.br/

O Freestyle (estilo livre) é a segunda modalidade mais antiga do Skate com cerca de 40 anos. Consiste em realizar manobras consecutivas, como uma coreografia acompanhada por música e sem colocar o pé no chão, em lugares planos como cerca de no mínimo 300 m2. Até a metade década de 80 era uma das duas mais importantes modalidades no mundo e depois de 10 anos de hibernação, foi retomado seu desenvolvimento. Atualmente no Brasil conta com cerca de 20 competidores profissionais e 60 competidores amadores. É uma das modalidades mais baratas de organizar campeonatos pelo fato de não necessitar da construção de rampas. e) Slalon

Fonte da Fotografia http://www.cbsk.com.br/

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Modalidade que utiliza um skate bem mais estreito e menor que os “tradicionais”. Consiste em passar por vários cones alinhados fazendo zigue-zague, tentando ser o mais rápido sem derrubá-los. f) Street

Fonte da Fotografia http://www.cbsk.com.br/

Surgiu entre o final da década de 70 e começo de 80 nos Estados Unidos. Modalidade com a maior quantidade de adeptos, com aproximadamente 95% dos praticantes. Consiste em praticar o Skate em obstáculos que são encontrados nas ruas das cidades como: monumentos, praças, bancos, corrimãos, muretas, escadas, rampas de entrada de garagens, palcos, buracos, barrancos, guard-rails, paredes com inclinação entre 30º e 80º, entre outros. Também é praticado em Skateparks (pistas de Skate) onde existem rampas que simulam a arquitetura urbana de um modo adaptado ao Skate. Existem no nosso país mais de 300 competidores profissionais e mais de 10 mil competidores amadores. g) Vertical

Fonte da Fotografia http://www.cbsk.com.br/

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Praticada em pistas com no mínimo 3,50 m de altura, podendo ser de concreto ou madeira, em formato de half-pipes (meio tubo e com formato parecendo um gigantesco U) ou bowls (bacia), havendo entre o coping (cano de ferro) e a parede em curva (transição) uma parede com vertical (90º com o chão, ou seja, reta) dando nome para a modalidade. Originalmente começou a ser praticada em piscinas nos Estados Unidos (que diferente das brasileiras, possui paredes com transição) durante um período de secas no Estado da Califórnia ocorrido no início dos anos 70. Com o sucesso da experiência, foram construídas as primeiras Skateparks com imitações destas piscinas, que foram chamadas de bowls. No final da década de 70, a maioria destas pistas foi fechada, o que levou os skatistas a construírem em suas casas, os half-pipes, transformando-os no mais conhecido tipo de rampa de Skate. Esta modalidade conta com poucos adeptos pela necessidade do praticante possuir vasta experiência e alto nível técnico, havendo no Brasil cerca de 40 competidores profissionais e 100 competidores amadores.

Duas modalidades que não são citadas pela CBSK e são abordadas pela CBER são as seguintes:

h) Longboard

Fonte da Fotografia: http://www.evom.com.br/category/longboard

Esta modalidade é praticada com skates maiores, com 40 polegadas, onde o praticante realiza manobras de slide.

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i) Mountainboard

Fonte da Fotografia : http://fgskt.files.wordpress.com/2009/11/mountainboard.jpg

O Mountainboard é um esporte que os atletas descem montanhas com um skate adaptado. Criado na Califórnia, mountainboard no Brasil está ganhando cada vez mais espaço entre os amantes não só de skate. Um dos destaques e maiores incentivadores é Bzinho, atleta que luta pelo crescimento desta modalidade.

1.3 O Skate e seus componentes

O skate é formado por seis partes, as quais são divididas da seguinte forma:

Shape: É a tábua de madeira que serve como base para os pés. Composto por madeira leve e resistente disposto em folhas de compensado. Existem vários tipos de shapes de acordo com as ramificações ou modalidades. O côncavo da tábua é a curvatura antes do tail e do nose, essa curvatura influência no tipo de estilo de preferência do skatista;

Nose e Tail: São as extremidades da tábua, sendo o nose a parte dianteira e o tail a parte traseira do skate;

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Mesa: é a peça na qual o “truck” é encaixado. Há duas mesas em cada skate;

Trucks: São os eixos do skate, a parte onde se encaixam as rodas, os rolamentos e o amortecedor que ameniza os impactos de um pulo;

Amortecedores: São quatro (dois pares de truck), são colocados nas partes superiores pontiagudas dos trucks e dois em formatos circulares, que são postos entre a mesa e o truck e outros dois de forma irregular, uma parte maior do que a outra que são usados entre o truck e a porca do parafuso central;

Rodas: São feitas geralmente de poliuretano ou de uretano. Possuem duas cavidades, uma de cada lado, onde são dispostos os rolamentos;

Rolamentos: permitem as rodas girarem livremente e deslizarem o skate no solo. São confeccionadas de ligas de aço;

Parafusos: Responsáveis por fixar as partes do skate;

Lixa: Fica aderida a superfície da tábua, fazendo com que aumente o atrito entre o calçado e a tábua do skate, possibilitando assim a execução das manobras e impedindo que o calçado deslize involuntariamente sobre a tábua.

Saiba como é fabricado um shape no link:

http://www.youtube.com/watch?v=T73ejPiDPao

Saiba mais sobre o shape nos Links: http://www.youtube.com/watch?v=IzM1W2rzD1g http://sk84life.flogbrasil.terra.com.br/foto16870189.html

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Shape

Truck Rolamento

Roda Amortecedores

Parafusos Lixa

Fonte da Fotografia: http://www.monstersports.com.br/navegacao.php?categoria_busca=141&inicio=48

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2 EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA

Os equipamentos de segurança segundo a EVOM (Blog, 2012) são fundamentais na prática das modalidades que compõem o Skateboard, esses equipamentos previnem pequenas lesões, até as mais graves, como também a vida do skatista. O que acontece que alguns skatistas não estão utilizando os equipamentos necessários para a prática regular do esporte, sendo negligentes com a sua segurança, considerando os equipamentos desnecessários. O uso mínimo de equipamentos traz grandes benefícios, tanto para os mais experientes quantos para quem está iniciando, evitando maiores traumas. O equipamento pode gerar algum desconforto no início, mas a utilização de capacete, luvas, joelheiras e cotoveleiras transmitem maior segurança, e com o transcorrer da prática o equipamento vai se tornando parte do skatista.

1. Capacete: existem variedades de modelos e opções de capacetes para o skate disponíveis no mercado. A qualidade deste equipamento deve ser excelente, pois o capacete é peça fundamental para a proteção do skatista em caso de quedas leves ou graves, prevenindo a cabeça do praticante. Não deixe de usar.

2. Luvas: as luvas são equipamento essencial para todas as modalidades do Longboard e Downhill-Slide e de todos os equipamentos de segurança é o mais barato. A luva tem os dedos cortados para facilitar segurar o shape em algumas manobras, e possui um casquilho de acrílico ou poliuretano que

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ficam presos na palma da luva por meio do velcro. Algumas luvas para Downhill-Speed não têm os dedos cortados e possuem casquilhos na ponta dos dedos. Os casquilhos podem ser substituídos conforme são gastos no contato com o asfalto.

3. Joelheiras: a joelheira é considerada um equipamento desconfortável no início, mas é fundamental para quem anda de skate em Bowl, Half ou Miniramp. Os adeptos do Longboard não gostam muito. Elas protegem de raspadas leves até lesões mais graves. Antigamente eram gigantes e desconfortáveis, hoje as luvas evoluíram e são atraentes dependendo do modelo. Algumas joelheiras possuem proteção para a canela, elas são modelos utilizados por praticantes de Downhill-Speed e skatistas de Mega Rampa. (não deixe de usar para a segurança dos seus joelhos, lembrem eles são tudo para a prática esportiva).

4. Cotoveleiras: esse é outro equipamento pouco usado por skatistas, são fundamentais para quem anda em Half, Miniramp e Bowl onde as quedas em transições são frequentes.

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5. Wristguard: ou protetor de pulso, é muito usado por skatistas que andam em pista com Half e Bowl. Protege o pulso nas quedas e serve como apoio para manobras que usam as bordas das rampas.

6. Protetor de coluna: considerado equipamento primordial como o capacete, é usado por skatistas de Longboard-Speed, onde a velocidade pode superar 100 km/h, e por skatistas de Mega Rampa onde a queda pode causar fratura na coluna e bacia.

7. Macacão de couro para Longboard: é um item fundamental para quem pratica o Longboard-Speed, modalidade onde os longboarders andam o tempo todo no limite da velocidade, protegendo-se de grandes raspadas na pele. São reforçados nas áreas dos joelhos e cotovelos.

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Lembre-se skatista, a sua integridade física é de suma importância, pois, as quedas e as lesões as vezes são inevitáveis no skate.

Os equipamentos de segurança expostos no trabalho estão disponíveis no site http://www.evom.com.br/equipamentos-de-seguranca-para-skate-e- longboard

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UNIDADE II

3 FUNDAMENTOS DO SKATE

Segundo o autor Figueiredo (2005, p.24-25) em sua dissertação de Pós- Graduação Latu Sensu com o tema, Aspectos Psicomotores na Prática do Skate aborda os seguintes Fundamentos que compõe a modalidade skate:

A. Fundamentos primários: os fundamentos primários são as manobras ou (tricks) que todo skatista iniciante realiza, por meio de movimentos corporais mais simples, desta forma para que o skatista possa passear ou se movimentar com o skate sob superfícies planas ou não. O autor cita alguns exemplos: curva, batida, wheelie, fakie, drop e paradas;

B. Fundamentos secundários: os fundamentos secundários são as manobras especializadas em que o skatista realiza por meio de movimentos corporais mais complexos ou conjunto destes, objetivando um melhor rendimento individual com uma técnica mais apurada. Ex: ollies, grinds, flips, varials, jumps, airs, rotações, quedas e grabs;

C. Fundamentos terciários: os fundamentos terciários são as manobras mais complexas em que o skatista realiza de forma conjunta de duas ou mais manobras secundárias, objetivando um movimento tecnicamente muito mais complexo e de difícil execução. Ex: ollie one footed tal grab, flip Indy, varial flip, flip nose , heel flip, rock slide, mc twist, ollie 360°flip e tantas outras.

3.1 Bases e posições do Skateboard

Segundo o site skoitoskateboards as bases e as posições do skate são as seguintes: 1- Base Regular: É a base em posição normal, com a perna esquerda à frente (aproximadamente no meio) e a direita no tail, no qual o skatista melhor se adapta.

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2- Base Goofy: É o inverso da regular, o skatista apóia a perna direita à frente e esquerda no tail.

Dentro destas duas bases existem bases diferentes em que os skatistas realizam as manobras.

1- Ollie: É o coração a modalidade street, é à base da maioria das manobras, consiste em empurrar o tail do skate para o chão com o pé de trás, e controlar o vôo do skate com o pé da frente, fazendo assim o skatisita pular com o skate para frente.

2- Nollie: É praticamente um ollie ao contrário com o pé da frente empurrando o nose contra o solo, elevando o tail, praticamente um vôo com o pé de trás elevado, movimento do skate para trás.

3- Fakie: É a base em que o skatista praticamente anda com o skate para trás, ou seja, de costas sem mudar os pés no shape.

4- Switch Stance: É a mudança da base regular para goofy ou vive-versa para realizar as manobras, (é como o destro escrever com a mão esquerda e vice-versa).

Posicionamento do corpo em relação às manobras:

1- Frontside: O skatista encaixa de frente a manobra para o obstáculo;

2- Backside: O skatista encaixa de costas as manobras para o obstáculo.

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4. BENEFÍCIOS DA PRÁTICA DO SKATE

Trataremos neste momento os benefícios do skate na prática cotidiana desse esporte segundo Thiago Zanoni Neves “Pino” que é formado em Educação Física, Fisioterapeuta e skatista. O professor cita em seu site skatesaude (2012), que a prática constante do skate proporciona um grande número de benefícios para quem anda e que vão além da parte física. O skate proporciona um grande gasto calórico e ajuda a tonificar a musculatura, também é uma das atividades físicas mais completas que existem, pois trabalha o corpo, a mente e sociabilização do praticante.

A – Benefícios sobre a parte física:

Exercício aeróbico/anaeróbico – o skate trabalha estas duas potencias de forma simultânea, o que trás um grande benefício para a parte cardíaca e respiratória do organismo, o skate trabalha a resistência aeróbica enquanto os skatistas remam pelas ruas ou em direção a algum obstáculo, e a resistência anaeróbica quando se produz um esforço extremo em curto espaço de tempo para realizar alguma manobra. Flexibilidade – a flexibilidade pode ser definida como a capacidade dos tecidos corporais em permitir, sem danos ou lesões, a ampla movimentação em uma articulação, mover-se com facilidade em sua amplitude de movimento, estes realizados durante toda a prática do skate desde um simples ollie até uma manobra de giro complexa. Resistência e força muscular – o skate trabalha um grande número de grupos musculares do corpo. São utilizados os membros inferiores e do core para realização de manobras e membros superiores para se esquivar e se proteger durante as quedas. Em uma sessão de treinamento, o skatista agacha e salta diversas vezes ganhando resistência muscular. A força muscular é trabalhada durante a realização de manobras, onde os saltos e chutes no skate precisam ser potentes para atingir a altura e quantidade de giros e serem suficientes para voltar na manobra com precisão, este movimento é muito importante, pois o skatista absorve um impacto muito grande ajudando a desenvolver a força.

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Lateralidade – a lateralidade é a predisposição à utilização preferencial de um dos lados do corpo, a preferência pela utilização de um dos lados do corpo ocorre em razão da dominância de um dos hemisférios cerebrais. Os movimentos bilaterais envolvem o uso de ambos os lados de modo simultâneo e paralelo, como por exemplo, pegar uma bola com as duas mãos, já os movimentos unilaterais envolvem o uso de apenas de um lado do corpo, como por exemplo, bater a mão num alvo. Esta capacidade é de grande importância para a formação de conceitos complexos como de espaço em especial nas crianças. Com a evolução do skate e das manobras na base, fakie, nollie e switch, assim de forma mais eficaz consegue- se trabalhar todos os hemisférios do cérebro de forma conjunta e divertida. Propriocepção – também denominada como cinestesia, é o termo utilizado para nomear a capacidade em reconhecer a localização espacial do corpo, sua posição e orientação, a força exercida pelos músculos e a posição de cada parte do corpo em relação às demais, sem utilizar a visão. Este tipo específico de percepção permite a manutenção do equilíbrio postural e a realização de diversas atividades práticas. Durante as manobras de skate, tanto as que saem com perfeição como as que saem erradas, utiliza-se a propriocepção para continuar sobre o skate ou evitar uma lesão quando caímos errado, o skate é uma excelente ferramenta para o desenvolvimento dela. Coordenação Motora – é a capacidade de usar de forma mais eficiente os músculos esqueléticos (grandes músculos), resultando uma ação global mais eficiente, plástica e econômica. Este tipo de coordenação permite a criança ou o adulto dominar o corpo no espaço, controlando os movimentos mais rudes. Podemos perceber uma boa coordenação motora verificando a agilidade, velocidade e a energia que se demonstra. Este é outro pré-requisito para qualquer skatista e o skate é uma forma de desenvolver e apurar ainda mais esta coordenação.

B – Benefícios psíquicos

O skate é um esporte que além do uso do corpo trabalha bastante a mente dos seus praticantes, e isso é notório durante qualquer sessão de skate.

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Concentração – é o ato de aplicar a atenção a alguns assuntos, e o skate requer muita concentração em tudo, no obstáculo, na manobra, posição do pé, giro do corpo, aumentando assim o poder de concentração do praticante. Tomada rápida de decisões – saber desviar-se, parar, manobrar em velocidade no meio da rua ou em uma pista com vários skatistas andando simultaneamente, fazem refinar esta importante qualidade, pois qualquer descuido pode resultar em acidentes. Confiança – é a segurança intima em um procedimento. Apesar de radical o skate é uma atividade de muito treino e poucos erros, então ter confiança naquilo que se faz é fundamental. Ninguém desce um corrimão ou pula uma gap sem ter confiança na sua base de skate. Criatividade – é uma das principais qualidades do skate. Inventar manobras, olhar a arquitetura da cidade e imaginar obstáculos skataveis, são alguns dos fatores que aguçam a criatividade dos skatistas. Talvez por isso muitos skatistas, acabam se tornando grandes artistas, designs, músicos entre outras profissões, onde a capacidade de criar, são colocadas a prova. Determinação – no skate o aprendizado é duro e às vezes dolorido, ter determinação na hora de andar, é primordial para a evolução. Segurança – este é um dos principais pontos do skatista. Ter segurança naquilo que se faz é fundamental para a conclusão das manobras e superar novos desafios, saber sua capacidade e conhecer seus limites são importantes para andar de skate sem colocar nada em risco.

C – Benefícios sociais

Idade – o skate não tem idade inicial ou limite, ninguém é muito jovem ou muito velho para começar a andar de skate. No skate a classe social, condição física ou técnica não interferem na prática, o importante é se divertir. Amizade – é o maior benefício que o skate proporciona. A relação de amizade entre os skatistas é algo muito forte, se unem em prol da evolução e dentre outros objetivos. Competição – o skate é um esporte onde a principal competição é contra você mesmo, é muito comum em competições ver skatistas comemorarem as 34 manobras de seus adversários, coisa que não acontece em nenhum outro esporte. Isso faz do skate uma atividade extremamente sadia e sem rivalidade, onde o respeito sempre prevalece. Objetivos – diferente de outros esportes, ninguém começa a andar de skate pensando em emagrecer, aumentar massa muscular ou qualquer outro objetivo parecido, o skate é uma atividade divertida e você acaba tendo inúmeros benefícios físicos fazendo apenas aquilo que gosta e sente prazer. O autor coloca que o skate é uma atividade completa e muito prazerosa que trás vários benefícios que foram citados no texto, e se você ainda não andou não perca mais tempo e comece a andar de skate agora mesmo, seu corpo e sua mente agradecem. Lembre-se: ande de skate, evolua e divirta-se. “Pino”

5 MANOBRAS NO SKATE

Segundo Gifford (2008), o skate (skateboard) é um esporte espetacular. Dá liberdade de “viajar” pó aí e experimentar proezas incríveis. Por melhor que seja o skatista, haverá sempre lances novos para aprender e arriscar e lugares diferentes para conhecer e desbravar. Mesmo skatistas experientes e profissionais podem encontrar novos desafios. Gifford (2008) cita que andar de skate na rua (street skate) permite aproveitar a arquitetura da cidade, dos bancos aos meios fios, degraus e grades. O autor sugere que o skatista deve certificar-se do lugar, se é seguro e permitido (atenção na dica do autor). Há duas modalidades básicas de skate street (skate de rua) e vert (vertical). Nas ruas, os skatistas usam parte do cenário urbano, como meios-fios, declives cimentados e corrimãos. No vertical, o skatista se vale de bowls, rampas e pipes para realizar as manobra específicas da modalidade. Veja algumas manobras, pois existem muitas variações, e sempre os atletas da modalidade procuram criar e desenvolver outras e unir as manobras

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MANOBRAS BÁSICAS

1- Flip – consiste em fazer com os pés que o skate saía do chão em parafuso;

2- Ollie – manobra básica do street, o salto, e consiste em bater a rabeta no chão e pular para frente, mantendo o pé dianteiro colado no shape. Para realizar ollies cada vez mais alto, necessário força e agilidade, sincronizando os movimentos. Uma variação do ollie, o nollie consiste, nos mesmos movimentos, só que pressionando o nose (parte da frente) do shape;

3- Grinds – consiste em fazer que o skate deslize com os eixos sobre uma superfície ou borda metálica ou de concreto;

4- Board slide – consiste em fazer que o skate deslize com uma parte da prancha sobre uma superfície ou borda metálica ou de concreto;

5- Flip Ollie – conhecido também como kick-flip pelos americanos, é dar um ollie usando a ponta do pé e virando o skate no seu eixo longitudinal. Na maioria das vezes é a primeira manobra que um skatista iniciante aprende;

6- Fakie Hardflip – depois de dar uma acelerada no skate, vir de costas e mandar um ollie flip. Deve-se ficar atento porque, enquanto o skate precisa girar o flip em 180° para trás, o corpo gira para frente;

7- 360° Kick Flip – posicione o pé de trás no tail e o da frente um pouco atrás dos parafusos, como se fosse dar um flip. Dê um gás para se aproximar do obstáculo. Pressione o tail como se fosse dar um shove-it 360 e, ao mesmo tempo dê um toque no pé da frente para girar o flip. Espere o skate a volta completa para encaixar nos pés. Volte na base;

8- Frontside Ollie 180° - pegue uma velocidade razoável e posicione os pés como no ollie normal. O seu corpo é a grande ferramenta para executar a rotação. Portanto, quando bater o ollie, vire o corpo para frente. Como no ollie, mantenha o corpo equilibrado e vire o corpo acompanhando o movimento de 180° do skate. Seu tronco, auxiliado pelo movimento dos braços, vai ser o giro para inverter a base. O seu pé de trás carrega o tail para frente, quase com o calcanhar. Quando estiver no chão, equilibre-se na perna de apoio da frente;

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9- 50/50 – inicialmente dependendo do tamanho do obstáculo é preciso dar um ollie e encaixar com os eixos (trucks) e arrastá-los sobre o obstáculo, podendo ser uma caixa, um ferro, um corrimão, etc. É uma manobra fácil de aprender, mais é preciso muita prática;

10- Axle Drop – desta vez encaixe os dois eixos na borda do coping, ao contrário do tail drop, posicione o pé da frente primeiro e tente encontrar o ponto de equilíbrio para que o skate não caia para dentro da rampa. Tire o outro pé da plataforma e coloque sobre o tail. Quando sentir que está equilibrado, vem à hora de descer. Como fosse dar uma batida, alivie o pé da frente e force o pé de trás, flexionando os joelhos, direcionando o skate para o centro da rampa. Quando perceber que o nose está embicado para o centro da rampa, pressione o nose do skate até as rodas encostarem, na parede da transição, mantendo os joelhos flexionados. Naturalmente, o eixo traseiro vai desconectar da borda ou coping e vai acompanhar a transição;

11- Smith Grind – manobra utilizada para descer em corrimãos. A manobra consiste, em deslizar com o truck traseiro do skate sobre a superfície. O primeiro passo, para o Smith grind é o impulso, se posicione próximo ao cano, o movimento inicial para o Smith, é o ollie, que depende da altura da superfície. Após o ollie, encaixe o skate no corrimão, mas o encaixe deve ser feito de uma forma diferente, ou seja, execute um ollie que ultrapasse a frente do nose, encaixando apenas o truck traseiro. Mantendo-se sobre o obstáculo, controle-se para se manter em cima do corrimão, concentre o seu peso, sobre o truck traseiro, e mantendo o equilíbrio, controle o nose para que não embique para baixo. Controle o skate para não cair, o truck traseiro irá deslizar sobre o corrimão. Se prepare para sair do corrimão, uma das formas mais simples de sair do Smith é levantar o nose, dar um impulso com a parte traseira. Outra forma que é de reverse consiste em girar o truck de trás para frente. Uma boa dica é sempre manter-se no skate, e flexionar os joelhos para dar maior estabilidade;

12- Nose Grind – manobra muito parecida com crocket grind é dado de backside. Enquanto o nose grind é dado de from, ou seja, tendo um pequeno caixote ou um fun-box, pegue um gás e direção ao caixote vindo de from. Seu corpo ficará de

37 frente para o obstáculo. Chegando próximo do obstáculo mande um ollie sobre o obstáculo forçando o pé da frente com o nose sobre a ponta do caixote. Possivelmente o skate irá deslizar apenas com o truck e nose dependendo da forma que encaixar no obstáculo. Para concluir esta manobra basta soltar levemente forçando para frente o nose ou mandando um pequeno nollie. O segredo desta manobra é saber como encaixar o nose sobre o obstáculo. Uma forma de aprender esta manobra rápido é estudar o noseslide ou crocketgrind, manobras que utilizam o nose do skate para deslizar sobre um obstáculo.

Street style – praticada nas ruas ou em quadras esportivas que simulam a arquitetura encontrada nas ruas através de rampas.

Veja diversas manobras detalhadas em vídeo no site: www.manobrasdeskate.com

5.1 TAIL DROP

O Tail Drop não é uma manobra. È uma forma de iniciar a session em rampas, bowls, banks, quarters etc, para pegar velocidade na descida da transição. É fundamental quando se trata de dropar uma transição. Posicionando na plataforma da pista ou rampa segure firme o skate pelo nose e encaixe o tail na borda ou sobre o coping. Ajuste o seu pé de trás no tail e pressione para segurar o skate na posição de drop, mantenha a pressão nesse pé, tire o outro pé da plataforma, o da frente, e o posicione na altura dos parafusos do eixo dianteiro. Mantenha seu peso no pé de trás, para que ainda fique com o skate encaixado na borda. O lance é transferir o peso de pé traseiro, para o pé da frente, pisando na parte dianteira. Flexione os joelhos para ter maior equilíbrio no drop. Mantenha o seu corpo acompanhando a trajetória do skate. Fique atento para que seu corpo não caia nem para frente e nem para trás, mantendo o equilíbrio ao acompanhar a velocidade do seu skate.

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6 TIPOS DE PISTAS

O autor Gifford (2008, p. 56-57) em seu livro Skate (Guia passo a passo ilustrado) coloca que as Pistas de Skate são ótimas para aprender novas manobras e aprimorar as que o skatista já desenvolveu. O mesmo cita que o primeiro contato pode ser muito estimulante, mas também, um pouco assustador. O segredo é começar com cautela e calma, de preferência, observando os outros skatistas e aprender gradativamente. Existem pistas de skate de vários tamanhos e tipos. As menores e cobertas geralmente apresentam rampas e banks (bowls mais rasas) de madeira. Usa-se concreto nos half-pipes, e grandes bowls ao ar livre para manobras vert. À maior parte das pistas proporcionam ótimas condições para street skate, como blocos, meio-fios e corrimãos em declive, para dar grinds e slides. Pode haver rampas de lançamento que ajudam na execução de uma manobra aérea. Segundo o autor citado, o mesmo relata que projetistas de pistas de skate continuam tentando sempre inovar. Em 2005, a maior pista de skate do mundo foi inaugurada na China, chamada SMP , tem mais de 13 mil metros quadrados e uma rampa vertical de 50 metros.

Veja essas fotos de alguns modelos de pistas para o skate.

Pista do Clube de Campo Santa Mônica- Colombo/PR 2012

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Pista do Clube de Campo Santa Mônica- Colombo/PR 2012

Pista da Vila Perneta- Pinhais/PR 2012

Pista da Vila Perneta- Pinhais/PR 2012

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Pista do Gaúcho- Curitiba/PR 2012

Pista do Gaúcho- Curitiba/PR 2012

Pista da Baixada- Curitiba

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Pista da Baixada- Curitiba 2012 Fonte das fotos: O autor do trabalho

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UNIDADE III

7 O CONDICIONAMENTO FÍSICO NA PRÁTICA DO SKATE

O skate é um esporte extremamente dinâmico, e sua evolução se materializa muito rapidamente, a cada dia que passa as manobras vão se tornando mais radicais e arriscadas, solicitando do skatista muita destreza, e versatilidade. Desta forma as consequências são sentidas no físico do praticante, onde o desgaste é evidente, e as consequências podem ser várias, desde uma pequena lesão até uma aposentadoria precoce, ou seja, o skatista é obrigado a se desligar do esporte ou praticar uma atividade mais leve, isto seria o fim para um esportista radical. Segundo Neves “Pino” (2012), o condicionamento físico é fundamental e extremamente necessário no acompanhamento da evolução técnica do skate, onde é necessário preparar o físico para suportar uma boa carga de treinamentos, tanto para skatistas amadores quanto para profissionais, obrigação e prevenção para quem planeja andar de skate por muitos anos e acompanhar o nível atual do skate. Segundo o autor uma boa preparação física possibilita um melhor rendimento técnico, também um menor tempo de reabilitação em caso de lesões. Mesclar exercícios de musculação, treinamento funcional e um bom trabalho cardiorrespiratório, somados a sessões de alongamento, são indicados pelo professor “Pino” na preparação física dos skatistas.

Skatista, procure seguir as orientações do “Pino”, treine também a parte física, ela será importante para a sua performance quanto para a sua saúde geral. Busque informações com um professor de Educação Física, se possível que já conheça o skate, hoje já existem muitos skatistas que estão se formando na área.

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8 O AQUECIMENTO

O aquecimento é uma das partes essências antes do início da prática especifica de qualquer atividade física ou esportiva. O professor Marcos André da Luz (2001), em sua monografia de conclusão de curso em Educação Física pela UFPR, aborda o assunto, colocando que o aquecimento é um dos aspectos mais importantes, quando senão o primeiro passo na execução de uma atividade. Os praticantes das mais variadas atividades físicas e esportivas quando bem orientados sabem muito bem, que não devem deixar de realizar o aquecimento prévio antes da parte especifica do treinamento, de uma competição ou até mesmo de um momento de lazer que vai envolver o movimento ou um jogo, principalmente neste tema que aborda a modalidade Skateboard. O professor coloca que os praticantes atletas ou não atletas do skate, pulam essa tarefa, supondo que para muitos, com certeza, a escassez de informação dessas atividades provoca tais atitudes. O aquecimento prévio prepara o skatista tanto na parte física quanto mental para desafios mais intensos, atua também na prevenção das lesões que podem surgir durante a prática das manobras do skate. Sugiro realizar um aquecimento de no mínimo 10 minutos, onde o skatista deva realizar movimentos articulares do corpo todo, começando pelo tornozelo até a coluna cervical. Realizar alongamentos de forma geral um pouco mais dinâmico do que estático, e para finalizar um aquecimento específico com o skate, assim o skatista poderá partir para a pista. Um alongamento no final do treinamento ou da competição seria importante realizar com objetivo de relaxamento. Atenção skatista, não deixe o aquecimento de lado, priorize também esta prática.

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9 LESÕES NO SKATE

O skate é um esporte de auto-impacto que pode acarretar inúmeras lesões. É importante que o skatista esteja a par da necessidade de utilizar os equipamentos de segurança, e desenvolva também os movimentos técnicos do skate com muita concentração e responsabilidade. Abordaremos neste item de forma resumida as lesões que podem ocorrer na prática constante do skate.

Dados retirados do site Skate Saúde:

1- Entorses: é a ruptura parcial ou completa das fibras de um ligamento, uma lesão traumática de uma articulação, com distensão, arrancamento ou laceração de um ou vários ligamentos, sem deslocamentos das superfícies articulares. No skate os locais de maior índice deste tipo de lesão são o tornozelo e o joelho, geralmente causadas devido a movimentos bruscos de giro sobre a articulação, principalmente por fraqueza muscular; 2- Lesões no pé: uma lesão muito comum no skate são as lesões nos pés, ocasionando geralmente fraturas em alguns dos 26 ossos do pé; 3- Fratura da patela: geralmente ocasionada quando o skatista cai batendo diretamente o joelho no solo; 4- Fraturas por estresse: são fissuras microscopias dos ossos, causadas por uma soma de quantidades de impacto. Os ossos dos membros inferiores são os mais acometidos; 5- Subluxação ou luxação: ocorre quando as superfícies articulares são parcialmente separadas, mas ainda fica alguma parte de cada superfície em contato, diferente da luxação em que ocorre uma lesão mais grave com separação da superfície articular com maiores danos ortopédicos; 6- Lesões na pele: causadas por quedas em que a pele é raspada, muito comum em virtude do piso, ser de cimento ou asfalto; 7- Lesões nos membros superiores (ombros, cotovelos, punhos e mãos): esta questão é bem lógica, afinal quando o skatista não acerta a manobra pretendida, a primeira reação a ser feita na hora da queda é colocar os braços como recurso de defesa para se proteger;

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8- Edema ósseo: ocorre dentro do osso e esta associado a traumas periarticulares. As principais causas deste tipo de lesão em skatistas são os traumas diretos (pancadas no local), trauma indireto (entorse na região envolvendo outros ligamentos) ou por estresse; 9- Trauma cranioencefálico (TCE): um dos maiores medos entre todos os skatista é o da lesão, principalmente se ela ocorrer na região da cabeça. Bater a cabeça no chão ou em alguns obstáculos podem acarretar lesões tanto externas, como internas na cabeça.

Se você quer saber mais especificamente sobre o assunto, entre no site www.skatesaude.com.br, em lesões no skate.

10 O TÊNIS

Daremos ênfase neste tópico ao equipamento que é extremamente importante e necessário para à pratica esportiva do skate, o tênis. Segundo Da Luz (2001), o skate enquanto esporte é caracterizado por movimentos finos e complexos realizado diretamente pelos pés, ou seja, contato direto com o shape, daí a importância de se escolher o tênis adequado. “O tênis do skatista é tão importante quanto o próprio skate” (DA LUZ, p. 28). Deve ser um calçado de boa qualidade, possuir conforto, segurança e ser adequado para esta prática específica esportiva. Segundo Biehl (2000) apud Da Luz (2001) cita que:

O desenho interno deve oferecer um espaço confortável ao pé, evitando pontos de pressão excessiva, os quais podem causar calosidades e deformidades como o joanete, por exemplo. A palmilha deve ser especial, de preferência associada a um sistema de absorção de impacto o que irá prevenir até lesões nos joelhos. O revestimento externo deve ser resistente e reforçado em locais que sofrem um maior desgaste, além da sola que deve ter uma boa aderência para dar segurança na realização das manobras e boa flexibilidade para que o contato com o skate fique o mais preservado possível. Os tênis assim como o próprio skate, são peças fundamentais para a evolução do atleta.

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Atenção skatista, leve a sério esta informação, e adquira um tênis adequado e específico para a prática do seu esporte.

Dicas para escolher os melhores tênis de skate:

Para escolher os tênis para skate deve ter em conta os seguintes fatores:

 Tipo de rider (modelo);  Durabilidade dos sapatos;  Amortecimento, estabilidade;  Sensibilidade/Resposta;  Acomodação. Fotografia disponível em: http://www.evom.com.br/dicas- para-quem-quer-comprar-um-longboard

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UNIDADE IV

11 A CULTURA DO SKATE

Documentos da PUC-RJ em que aborda o tema pós-modernidade, tribos urbanas, skate e design, retratam o skate idealizado por surfista na Califórnia, inicialmente, concebido como alternativa para os dias que não houvesse ondas para surfar, verdadeira prática esportiva e uma das grandes tribos urbanas pós- modernas, sendo contemporâneo dos movimentos contraculturais e antimodernistas nos anos de 1960. A partir do skateboard, houve uma criação de uma conduta específica, com códigos e valores próprios, que resultou numa cultura particular que envolve música, arte, moda e política. Uma citação que define o skate e sua cultura:

O skate é contemporâneo à contracultura e fez parte da revolução Cultural que marcou este período (...), momento de choque de gerações, mudanças de mentalidade e manifestação do novo. Assim não é de se estranhar o fato de muitos skatistas terem sido marginalizados no passado (...). O fato de o skate ter tido sua imagem construída de forma depreciativa pelo contexto histórico em que surgiu fez com que amplos setores mais conservadores da sociedade identificassem skatistas como possíveis marginais soltos e tresloucados pelas ruas. (BRANDÃO, 2006 apud PUC RJ).

O skatista com sua prática perigosa e incomum e também a aproximação com outras culturas aliada a má reputação, foram responsáveis pela formação do caráter dos skatistas, insólito aos de outros atletas. Com o intuito de desafiar a de andar em lugares proibidos, com a sua intransigência do sistema, acabou fazendo com que surgisse um espírito de rebeldia e independência, automaticamente propenso a rejeitar aquilo que não faça parte do mundo do skateboard, esta rejeição ainda existe, mas com menos influência. O Skateboard apresenta um mercado voltado para um público específico e bem definido, que busca autonomia e identidade própria, dessa forma como integrantes de outras tribos urbanas teriam sua identidade assegurada. A formação da indústria do skateboard geralmente são idealizadas por pequenas empresas, comandadas por praticantes, atletas e ex-atletas da modalidade.

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Foto Disponível em: www.cienciadoskate.com/paper/0298.pdf

O movimento Punk e Hip-Hop foram influentes na formação da conduta dos skatistas, os quais geraram idéias, e identificação com estes grupos, de forma que o skateboard se desvencilhou da cultura do surf, adquirindo identidade até se tornar uma atividade exclusivamente urbana. A identificação como o movimento Punk que pregava o niilismo, a anarquia, duras críticas, protestos e ironias em relação ao sistema, fez com que esta cultura marginalizada e de rebeldia atraísse os skatistas, o que fortificou a contestação na sua personalidade. Outra grande influência deu-se como o movimento hip-hop em meados de 1980, em que envolve o rap, o break e o grafite, movimento com forte apelo político da população negra e pobre dos Estados Unidos, em protesto a segregação social. A ligação com estas duas tribos é um exemplo decisivo na construção do perfil e singularidade da tribo Skateboard. Esta tribo apresenta versatilidade e muito potencial criativo, podendo praticar as diferentes modalidades do esporte em pisos variados, utilizando diversos obstáculos para realizar as inúmeras manobras do esporte. É, portanto, “uma atividade muito espontânea e inspiradora, e como a própria vida, flui de modo imprevisível, irregular e criativo”. (DAVIS, Loc. Cit apud PUC, RJ).

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Os skatistas geralmente apresentam opções diferentes daquelas escolhidas por outros esportistas ou pessoas de fora da comunidade, o tipo de música que ouvem, das roupas que vestem, os locais que frequentam, embora seja difícil falar em estereótipo, em virtude da dimensão que o esporte tomou na atualidade, esporte de abrangência internacional e de muita veiculação na mídia esportiva e social. Outra ligação dos praticantes da modalidade é com o design ou linguagem gráfica que começou a ser desenvolvido, no inicio da década de 1980, quando os skates passaram a ter pranchas mais largas, e os fabricantes aproveitaram a face interior destas para aplicar estampas relacionadas à sua prática. O documento (PUC, RJ) descreve que após, o design gráfico ser utilizado nos shapes, o design foi adotado para qualquer produto industrial relacionado com o skate, dando-lhe uma espécie de atestado de autenticidade. Alheios à citada pressão da indústria da moda, os praticantes da moda criaram sua própria arte pop, numa resposta niilista a qualquer tentativa externa de impor-lhes algum código de conduta. O skateboard tem sua própria identidade, o seu próprio público, seu próprio mercado, o qual é uma referência em termos de evolução esportiva e social.

11.1 Skate a moda Street

Segundo Mendonça (2012), em meados dos anos 90, ser skatista era

sinônimo de vagabundagem – não dava dinheiro, só uma reputação não muito boa, se você quisesse um emprego. A ideia de que, uma década depois, a moda ia voltar os olhos pro skate parecia absurda, mas foi isso que rolou mesmo. Assim a moda de rua e o skate se aproximaram cada vez mais, graças ao hype que envolve o esporte. Grandes metrópoles como Londres, Nova York e São Paulo já tem essa cultura infiltrada na moda há mais de 10 anos. Isso começou no próprio esporte. Tony Hawk e Mark Gonzales foram alguns dos responsáveis por levar os adolescentes a venerarem o skateboard novamente. Tempos depois, marcas como Vans e DC se tornaram símbolos alternativos e nomes como Nike e Adidas rapidamente pegaram carona nisso, patrocinando skatistas e se aproximando dessa cultura. Depois disso, a moda skate chegou com tudo nas ruas. E é nessa onda que o fotógrafo londrino Sam Ashley abriu o The Skartorialist, blog no mesmo esquema dos blogs de moda de rua, que mostra a moda de quem gosta de surfar no concreto. 50

Os skatistas apresentam o seu próprio estilo, não abrem mão de uma moda descontraída e confortável. Tem marcas que investem muito dinheiro em roupas para skatistas, pois o estilo introvertido dos atletas faz o estilo da moçada e dos praticantes da modalidade. Um bom exemplo disso é o blog do fotógrafo londrino Sam Ashley, nesteo blog o fotógrafo apresenta a moda skate do mundo inteiro. O estilo é marca do praticante ou simpatizante do esporte independente do país que mora.

11.2 A Música dos skatistas

Segundo o skatista Scott Robson a música sempre esteve envolvida no mundo do skate, desde a sua história mais antiga. Ou seja, o skate tem seu estilo musical, sendo este bem variado. Atualmente há vários gêneros musicais que estão intimamente ligados ao skate. No entanto o esporte exige um estimulo musical com batidas rápidas para estimular a rapidez e adrenalina comum em esportes radicais. De acordo com pesquisas em sites de Skate um dos estilos musicais primeiros a ser associados especificamente com skate foi reggae. No final de 1980, os SMA skatistas Divisão Rocco, incluindo Jesse Martinez e Hartsel Jef, ajudou a inaugurar a emergente cultura reggae-skate. A música "Estilo INI" foi creditada a Jef Hartsel e skatistas companheiros de Rocco, Jamie Zebulon e Naftali Albert. Ao longo da década de 1980 e início de 1990, vários dos envolvidos na indústria do skate registrado reggae no estilo canções. O skate tem sido tradicionalmente associado com a música punk ou rock, recentemente hip-hop e cultura de rua adotaram o esporte, tendo uma enorme influência sobre a música apreciada por skatistas. Hoje, o skate cresceu para abranger uma fusão de culturas diversas, incluindo punk rock. Como resultado, há uma grande variedade de estilos musicais que são usufruídos por skatistas de todo o mundo, embora haja também um estilo popularizado em lojas de skate que é específico para skate e esportes relacionados. Mas um dos movimentos mais recentes dentro da cultura do skate é a tendência "emo" ou "pop-punk”, bandas como Fall Out Boy ou Dia Verde. Essas bandas são muito populares, não só dentro da comunidade de skate, mas também no resto do mundo. Os skatistas curtem ouvir 51 a sua música favorita quando vão realizar uma session em torno da cidade, ou tentar obter-se bombeado para cima para tentar novos truques. Um eterno favorito entre os skatistas é a banda "CKY". O irmão do skatista profissional popular e dublê Bam Margera (conhecido por seus filmes "Jackass") está na banda, uma das razões para a popularidade contínua da banda dentro da subcultura do skate. Formada em 1996, vídeos e música CKY têm sido os favoritos dos skatistas. Há também MXPX, música pilar dos skatistas na hora de fazer manobras. Para os skatistas que particularmente aproveitam, começar sua adrenalina antes de uma grande corrida ou realizar um novo truque, confira Offspring, NOFX, Rancid, Dropkick Murphys, ou Flogging Molly. Todos são bastante populares entre a multidão de skate. Muitos skatistas afirmam que é quase impossível praticar skate sem uma música para acelerar a adrenalina. O skatista tem muito mais inspiração se pratica o esporte com um som no ouvido que tem as batidas aceleradas do coração e no ritmo do esporte. Assim pode perceber que a música faz parte do cotidiano de todas as tribos, o skate não fica fora do poder influenciador da música.

Uma das bandas brasileiras favoritas dos nossos skatistas Disponível em: http://www.lastfm.com.br/music/Charlie+Brown+JR./+images/66235478

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12 O SKATE E OS ESPAÇOS PÚBLICOS

De acordo Lynch, (1997) apud Silva (2009) o espaço público é aquele de acesso irrestrito, no qual as pessoas vão para realizar atividades individuais ou em grupos. Segundo da Silva (2009), os espaços públicos podem ter várias formas e assumir vários nomes tais como rua, praça, parques, largo, playground, jardim público, e etc. Carr.(1992) e Albenaz, (2007), apud Silva (2009), argumentam que os espaços públicos organizam a malha urbana, permitem a mobilidade para circulação, permanência e lazer da população e coincidem de apoio aos serviços urbanos. Santos & Voguel (1985), apud Silva (2009), colocam que simbolicamente os espaços públicos se tornam, com frequência, o lugar da novidade do inesperado, o lugar onde se dá o social também como espetáculo que permite aos cidadãos assumirem identidades, desempenhar determinados papéis e, até certo ponto, escolher os enredos dos quais desejam participar. Saldanha (1993), apud Silva (2009), cita que é no passado Grego e Romano que se dão as origens dos espaços públicos, como o palco ao exercício das funções sociais, sendo a rua um ambiente de comércio e circulação e a praça o lugar de encontro social, nobre e de prestigio, que se chamava Ágora na Grécia e Fórum em Roma. O Blog Mobilidade Urbana (2011) do Diário de Pernambuco descreve que uma das belezas da arquitetura é justamente a incerteza do seu uso. Espaços públicos de qualidade contem sempre o imprevisto, o erro, a arte que não antecipada e que só se faz pelo uso. Há, no entanto, tendências a desumanizar os espaços para restringir usos e ordenar fluxos e comportamentos. Em são Paulo andar de skate já chegou a ser proibido, afinal ia contra a ordem estabelecida, mas a proibição deu brecha para o debate e acabou por fim, contribuir para a profissionalização do esporte. O que pode ser mais valioso para uma cidade, espaços públicos herméticos e que aos poucos acabam tomados por indesejados, ou espaços públicos de qualidade com vidas que circulam, brincam e usufruem da cidade. Em Auckland, cidade mais importante da Nova Zelândia, o embate está definido entre a vontade e necessidade do poder público de conter o ímpeto dos skatistas, e a tendência desta tribo de subverter os usos do mobiliário urbano, elementos questionáveis pra se refletir sobre a ideia de arquitetura vs. skate. Desta forma a prefeitura da cidade investe na construção de “Skate Parks”, ou seja, pista 53 com infraestrutura adequada, para a pratica das diversas manobras técnicas da modalidade, em um local determinado ou praça. O blog descreve que ao mesmo tempo em que se realizam adaptações anti-skate nos locais perfeitos (skate parks), infraestrutura segregada planejada para prática, o que a princípio soa interessante, é na verdade uma miopia em relação aos desejos reais da comunidade das rodinhas. Na verdade o skatista está sempre em busca de novos locais para os seus desafios, ter um skate park é bom para novos adeptos, mas é na dificuldade de pular uma nova escadaria ou em voar por um corrimão inexplorado que reside o desafio. Manobras radicais em grandes obras arquitetônicas podem parecer uma grande heresia, contribuindo para o desgaste prematuro da infraestrutura, mas a realidade é que uma cidade precisa ser adequada para o uso democrático do espaço, pensar em maneiras de integrar diversos usos é sempre mais eficiente do que se segregar cada grupo social ou tribo. Dias (2011), em um estudo sobre a relação dos jovens de Curitiba, que praticam a modalidade skate com o espaço urbano, relatam as mudanças ocorridas na cidade pela apropriação dos lugares como praças, ruas, bosques em busca do esporte, vêm gerando uma atenção extra dos governantes e dos cidadãos. Curitiba ganhou fama de ser a capital brasileira do skate, o que gerou um planejamento urbano e social voltado para os jovens. A construção de pistas, o patrocínio de torneios, são algumas das ações da Prefeitura Municipal. Os perfis desses skatistas são de maioria estudantes, ainda menores de idade, que desejam levar o que é uma prática de lazer para um patamar profissional. A busca por reconhecimento e patrocínio é marcante dado os eventos que ocorrem muitos por marcas de tênis e skate, outros com shows de hip hop. Dias (2011) descreve o skate como um esporte radical que vem sendo inserido no urbano da cidade com o objetivo de baixar os índices de criminalidade entre esses grupos jovens. A Gazeta do Maria Antonieta (junho, 2012), jornal do bairro localizado no município de Pinhais/PR, relata que jovens da comunidade reivindicam uma pista de skate. Os jovens descrevem que antes eles andavam de skate pelas ruas do bairro, mas devido ao perigo e ao incômodo dos vizinhos, acabaram optando por praticar o esporte na Pracinha do Maria Antonieta, disputando espaço com os jogadores de futebol. Eles colocam que no bairro inteiro tem muitos espaços para o futebol, voleibol e nada para o skate. “A gente não tem muita opção de lazer aqui. A única

54 coisa que a gente pode e gosta de fazer é andar de skate”, explica um jovem da comunidade. Em Pinhais existe apenas uma pista de skate, que está localizada no bairro Emiliano Perneta, onde é bastante disputada pelos skatistas da região, inviável para os jovens e crianças que moram longe, não ficando outra opção a não ser praticar o esporte nas ruas e locais improvisados, relatam também a questão que podem ocorrer assaltos segregação e violência por serem de bairros diferentes. Os jovens contam, também, que antes fechavam a Rua Jerônimo Mendes dos Santos para a prática do esporte e que até o pessoal da Igreja Batista Betesda, localizada nesta mesma rua, cedia o espaço do pátio para o grupo andar de skate. “O problema de andar na rua é o perigo. Eu já fui atropelado, além disso, o pessoal começa a xingar e discriminar. Eles mandam a gente andar na calçada. Que calçada? Então, acabamos indo para a praça, conta Alysson, conhecido como Grilo. Uma das meninas adeptas ao skate da comunidade, Thayonara Weiss, relata , que nunca receberam incentivo ou auxílio das autoridades, que o grupo de skatistas só querem um espaço para a prática do skate, que só pedem um pouco mais de atenção para os jovens do Maria Antonieta.”

12.1 O skate nas ruas

O skate hoje não é só um esporte, mas um estilo de vida. Os praticantes desta modalidade, ao contrário de outros esportistas, não estão preocupados com sucesso e fama, pelo contrário querem romper com paradigmas. Enquanto deveriam estar treinando em pistas para competição, estão nas ruas criando e descobrindo manobras inusitadas e cada vez mais radicais. Este perfil dos skatistas causou e ainda causa um grande preconceito em relação ao esporte, pois são vistos como rebeldes e marginais. São subversivos numa sociedade onde é imposta a cultura dominante, solidificam sua própria cultura, a do desafio, da adrenalina, do lúdico e dos desafios que o corpo pode superar. No entanto, a sociedade está aceitando o skate como esporte e rompendo os pré-conceitos que marginalizava os praticantes. A mídia e os pesquisadores da área de esportes tiveram um importante papel na divulgação do skate como esporte e sua importância sócio-cultural e esportiva para a identidade do público jovem. Não se pode ignorar que há ainda certo receio quanto à prática da modalidade, seja por fatores de segurança ou até por causa do estilo de se vestir dos skatistas, que por 55 usarem roupas semelhantes a dos movimentos Hip Hop, ou até por acreditarem que são pichadores e drogados. São sujeitos considerados por muitos como indesejáveis, pois não é possível manter a ordem quando estão por perto. Segundo Brandão (2011) a ONU prevê que o skate poderá se tornar o esporte mais praticado no século XXI. Para o autor este realidade está se concretizando, é perceptível pelo caminho que anda trilhando na televisão devido o crescimento de programas de esportes radicais tanto em canais fechados quanto abertos. É o reconhecimento do skate como um esporte com um alto índice de criatividade e destreza.

12.2 O skate nas escolas

O skate é um esporte que mexe com o público juvenil. Estes veem no esporte uma modalidade que rompe com os conceitos de Educação Física que a escola lhes apresentou. Desperta a curiosidade e o desejo de praticar uma modalidade que lhes dá a ideia de liberdade. Mas cabe ao professor explorar através do skate as oportunidades lúdicas que proporcionam equilíbrio entre corpo, mente e espaço, desenvolvendo assim as habilidades motoras do sujeito por meio trabalho pedagógico desenvolvido com o skate na escola. Pode também trabalhar regra de conduta, comportamento, respeito, fortalecimento muscular, o equilíbrio, a capacidade de se concentrar, o equilíbrio, as destrezas corporais e mentais. Sabe-se que na adolescência há uma intensa aptidão para assuntos desafiadores, pois os adolescentes gostam de novidades, de se arriscar a transgredir regras. A escola não pode ignorar uma modalidade esportiva que tem a cara do adolescente contemporâneo, deve inserir práticas que proporcionam desafio, deve atender os anseios de uma prática educativa radical, que desperte os interesses dos alunos. Assim atingirá qualidade trabalho pedagógico e evitará a evasão tão comum nos grandes centros urbanos. Romper paradigmas é uma realidade que o currículo deve enfrentar, pois este modelo de aulas onde os alunos sejam passivos rompe toda perspectiva de valorização e interesse deles por práticas que não veem significância para a realidade que estão inseridos. Portanto o skate é uma prática esportiva que pode ser inserida no contexto escolar para atender a

56 demanda de uma escola moderna e inclusiva, que rompe totalmente com o preconceito contra a cultura popular urbana.

13 ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

A produção-pedagógica deste caderno temático aborda o skate, esporte controverso e contemporâneo que teve o seu surgimento na Califórnia, transformando-se de um brinquedo de rodinhas do início do século XX, ao esporte de hoje de muita ascensão na mídia esportiva e de apelo do público jovem. A proposta foi mostrar e descrever a modalidade, para que os professores de Educação Física e demais interessados possam conhecer a modalidade skate mais detalhadamente, desta forma obter embasamento teórico do tema para que possam, havendo o interesse, aplicar esta atividade dentre tantas nas aulas de Educação Física. Não propomos modelos de aulas e sim no final do caderno um passo a passo (como iniciar), apenas para a familiarização e a iniciação ao skate, o que poderá ajudar o professor a criar e pesquisar modelos ou sugestões de atividades.

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14 REFERÊNCIAS

AMBRUST I; ASCANIO F. A: O Skate e suas possibilidades educacionais, Rev. Educ. fis (Online) vol.16 nº3, Rio Claro, July?Set.2010. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/motriz/v16n3/a28v16n3.pdf. Acesso em 09. Jun.2012.

Bases e posições do skateabord. Disponível em: www.skoitoskateboars.com.br. Acesso em 30 de Nov. de 2012.

BRANDÃO, Leonardo. A cidade e a Tribo do Skatista: juventude, cotidiano e práticas corporais na história cultural. Dourados: Ed. UFGD, 2011.

BRANDÃO, Leonardo. Publicidades da Rebeldia: Esporte e consumo no ritmo do Punk rock. Disponível em: www.cienciadoskate.com/paper/0298.pdf. Acesso em 01 de out. de 2012.

CAPARROZ, Francisco Eduardo. Entre a educação física na escola e a educação física da escola. 2ª edição, Campinas, SP: autores associados,2005.

______.O ESPORTE COMO CONTEÚDO DA EDUCAÇÃO FÍSICA: uma “jogada desconcertante” que não “entorta” só nossas “colunas”, mas também nossos discursos. Disponível em: www.uff.br/gef/caparroz_s.rtf-. Acesso em 12 de jun.2012.

Charlie Brown JR. Disponível em: http://www.lastfm.com.br/music/Charlie+Brown +JR./+images/66235478. Acesso em 10 de julho de 2012.

CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ESPORTES RADICAIS: O Skateboard. São Paulo, 2002. Disponível em: http://www.cber.com.br/website. Acesso em 02 de jun. de 2012.

CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE SKATE. As modalidades de Skate. Disponível em: http://www.cbsk.com.br/pags/street.htm. Acesso em 02 de jun. de 2012. 58

DIAS, Mariana Andreotti; DOMINGUES, Áquila Maris. AGREGAÇÃO DO ESPAÇO URBANO POR JOVENS SKATISTAS DE CURITIBA. Disponível em: http://xiisimpurb2011.com.br/gt05/mariana_aquila.pdf. Acesso de 05 de mai. de 2012.

Federação de Skate do Paraná Normas do esporte, Curitiba, 1999. Disponível em: http://www.federacaoskatepr.com.br/. Acesso 09 de jun. de 2012.

FIGUEIREDO. André Viana. Aspectos Psicomotoros na Prática do Skate. Disponível em: www.cienciadoskate.com/paper/0235.pdf. Acesso em 20 de agost. de 2012.

GIFFORD, Clive. Skate - Guia Passo a Passo Ilustrado. Ed. Nobel: São Paulo, 2008.

GONZALES, Fernando Jaime; FENSTERSEIFER, Paulo Edvaldo. Dicionário Crítico de Educação física/org–Unijuí, 2005- 424p-(coleção educação física).

HONORATO, Tony. Uma história do Skate no Brasil: do lazer à esportivização. Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/60663413/Historia-do-Skate-no-Brasil-do- Lazer-a-Esportivizacao. Acesso em 05 de mai de 2012.

LUZ, Marcos André da. Prevenção de Lesões Articulares em Praticantes e atletas de Skate na Cidade de Curitiba. Monografia de conclusão de curso. Curitiba: UFPR, 2001.

Manobras de Skate. www.cienciadoskate.com/paper/0235.pdf. Acesso em 20 de agost. de 2012.

Materiais de Segurança para Prática de Skate. Disponível em: www.evom.com.br. Acesso em 13 de out. de 2012.

59

Moleque Sabath. http://mlksabbath.blogspot.com.br/2010/09/mountainboard.html. Acesso em 25 de Nov. de 2012.

NEIRA, Marcos Garcia; UVINHA, Ricardo Ricci. Cultura Corporal: Diálogos entre educação física e lazer. São Paulo: Vozes, 2009.

NEVES, Thiago Zanoni "Pino". Benefícios do Skate. Disponível em: www.skatesaude.com.br. Acesso em 13 de out. de 2012.

NEVES, Thiago Zanoni "Pino". Lesões do Kate. Disponível em: www.skatesaude.com.br. Acesso em 13 de out. de 2012.

PASSOS, Tânia. Skate, segregação do espaço público. Disponível em: http://blogs.diariodepernambuco.com.br/mobilidadeurbana/2011/12/skatesegregacao -do-espaco-publico/. Acesso em 26 de jun. de 2012.

PIARDI, Stela. Jovens do Maria Antonieta reivindicam uma pista de skate. Gazeta do Maria Antonieta, ano 06, jun. de 2012.

PUCRJ. Pós-modernidade, tribos urbanas, Skate, Design. Disponível em: http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/0610442_08_cap_02.pdf. Acesso em 15 de mai. de 2012.

SANTOS, Matheus Martins Lopes. Efeitos do Feedback Extrínseco na Performance da Manobra Ollie em Skatistas do Município de Irati/Pr . Disponível em: www.cienciadoskate.com/paper/0289.pdf. Acesso em 06 de jun. de 2012

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ: Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Educação Física, 2008, Paraná.

______. O uso do Skate no Espaço Escolar. Disponível em: frhttp://www.educacaofisica.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteud o=403. Acesso em 15 de jun. de 2012.

60

SILVA, Aline Martins; LAY, Maria Cristina Dias. O Lazer cotidiano: sociabilidade e dinâmica de apropriação de espaços públicos urbanos. Disponível em: http://www.ess.ufrj.br/faci/arquivos/pdf/Livro-trabalhos-GT-70-Nov-2009.pdf. Acesso em 26 de jun. de 2012.

SILVA, Jadson Evangelista da. Benefícios do Skate nas Aulas de Educação Física Escolar, para Alunos do Ensino Fundamental II. Disponível em: boletimef.org/biblioteca/2744. Acesso em 20 de agost.de 2012.

Skateboarding/Longboard. Disponível em: http://oldskateboarding.blogspot.com.br /2012 /04/longboard.html. Acesso em 20 de Jun. de 2012.

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ANEXOS ANEXO 1

Sugestões de sites

1. www.cbsk.com.br 2. www.federacaoskatepr.com.br 3. www.evom.com.br 4. www.cienciadoskate.com.br 5. www.campeonatosdeskate.com.br 6. www.skoitoskateboards.com.br 7. www.skatesaude.com.br 8. www.monstersports.com.br/blog 9. http://360graus.terra.com.br/skate/default.asp 10. www.sk8.com.br 11. http://www.skatecuriosidade.com/ 12. http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/ 13. www.manobrasdeskate.com 14. www.cemporcentoskate.com.br 15. http://triboskate.globo.com/

Revistas de skate 1- 100% skate 2- Tribo skate

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ANEXO 2

Sugestões de vídeos 1-http://sportv.globo.com/videos/esportes -radicais 2- http://espn.estadao.com.br/modalidade/skate 3 -http://canaloff.globo.com/programas/pela-rua/

4-http://www.programaolhodepeixe.com

Sugestões de filmes http://cameralenta.com/2011/10/05/top -5-skateboarding-

movies/ Top 5 Filmes de Skate

5- Stret Drems (2009) 4- Vidas Sobre Rodas (2010) 3- Paranoid Park (2007)

2- Os Reis de Dogtown (Lords of Dogtown, 2005) 1- Dogtown and Z-Boys (2001)

Sugestões de leitura

1- A cidade e a tribo skatista: juventude, cotidiano e práticas corporais na história cultural - Autor: Leonardo Brandão;

2- Aspectos Psicomotores na prática do skate - Autor: André Viana

Figueiredo;

3- Benefícios do skate nas aulas de Educação Física escolar, para

os alunos do ensino fundamental II - Autor: Jadson Evangelista

da Silva; 4- Relações de poder entre skatistas e escola - Autor: Tony

Honorato.

1- Uma história do skate no Brasil: do lazer à esportivização – Autor: Tony Honorato. 63

ANEXO 3

Guia passo a passo na aprendizagem inicial do skate

Nesta primeira etapa, as atividades serão de aplicação prática de um passo a passo pedagógico (como iniciar).

Abordagens:

1 - Os equipamentos principais: o primeiro passo será necessário adquirir o skate e o equipamento de segurança, o capacete, cotoveleira, joelheira e wristguard (protetor de punho). Lembrando que, o equipamento deve ser de boa qualidade, para que as manobras sejam realizadas com eficiência, e oferecer com um equipamento próprio, menos riscos de lesões e mais segurança aos alunos;

2 - A escolha do local: o local deve ser de preferência plano, de cimento liso e sem buracos, longe de ruas, carros e outras possibilidades de riscos aparentes aos alunos. Citando como exemplo o professor poderá utilizar a quadra poliesportiva do seu colégio ou outro de que disponha; Sugestão: iniciar a atividade sob orientação do professor ou de um skatista mais experiente;

3 - Familiarização com o skate: o professor deve procurar proporcionar ao aluno que inicia nesta atividade, um maior contato possível com o skate, garantindo uma maior base de movimentos, antes de passar para um nível mais avançado e com menores riscos de queda;

Citamos agora alguns exemplos de exercícios. O aluno/skatista deverá repetir um número moderado de vezes estes exercícios.

3.1 - Apoiar o pé direito sobre o skate, e o esquerdo apoiado no solo, alternar os pés sem o movimento do skate. O professor neste momento já pode orientar o aluno de como apoiar corretamente a base dos pés no shape;

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3.2 - Pisar no tail, elevando o nose do skate, alternar os pés. Este movimento serve também para frear o skate quando em movimento;

3.3 - Realizar o movimento de vai e vem do skate com um dos pés sem soltar o skate, alternar os pés sobre o skate;

3.4 - Realizar o impulso do skate para frente em linha reta com um dos pés, este exercício pode ser desenvolvido por dois alunos nas laterais da quadra, alternar os pés;

3.5 - Realizar o deslocamento em linha reta sentado sobre o skate, dando impulso com as mãos.

3.6 - Realizar o movimento com o skate deitado em decúbito ventral em linha reta de um lado a outro da quadra, dando impulso com as mãos;

3.7 - Segurar em uma barra ou se apoiar em uma parede, pisar com os dois pés sobre o skate, observando o posicionamento dos pés corretamente no shape, objetivando também o equilíbrio. Este exercício também pode ser realizado com outro colega segurando as mãos, neste momento em deslocamento;

3.8 - O aluno poderá se deslocar com o skate apoiando um dos joelhos no shape, e o outro fazendo o impulso no solo, devendo alternar os pés;

3.9 - Colocar o skate em cima de um colchonete e solicitar que o aluno se equilibre sobre o skate, observando neste instante a base sobre o shape.

Estes são alguns exemplos. Desta forma o professor com criatividade poderá desenvolver, e aplicar outros modelos e de várias formas nas suas aulas. Para passar para outra etapa mais especifica, o professor deve avaliar se os alunos se familiarizaram bem com o equipamento.

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4. Movimentos que vão exigir mais equilíbrio (atividade intermediária).

Remada: é o movimento que envolve o impulso do skate, em que o skatista empurra o skate com um dos pés sobre o shape, e o outro, realiza o movimento de apoio e de impulso no solo, desta forma, dando um maior deslize no skate; Batida: é o deslocamento do skate, em que se pisa mais forte no tail, elevando o nose em deslocamentos de entorno 20° a 25° para os lados, alternadamente.

Sugerimos utilizar estas atividades de forma lúdica.

Após esta etapa, inicia-se o processo pedagógico das manobras básicas do skate. Manobras são aquelas que envolvem o movimento aéreo do skate.

As primeiras manobras; 1- Ollie; esta é a primeira manobra a ser desenvolvida no skate, é a manobra base para o desenvolvimento de outras (ver explicação no tópico de manobras e no site: manobrasdeskate; 2- Flip: esta será a segunda manobra a ser desenvolvida no skate, que também irá possibilitar um maior acervo motor (idem); 3- Manual: também chamado de wheelie. Andar se equilibrando somente nas rodas traseiras, com os trucks de trás; 4- Varial: manobra onde se roda o skate a 180° sobre os seus pés sem virar o corpo. Após esta etapa o professor pode colocar na quadra alguns obstáculos, para que o aluno/skatista possa vivenciar as manobras aprendidas, e começar a praticar outras em interação com os obstáculos.

Sugestões de obstáculos: 1- corrimão 2- caixote 3- rampas 4- mesa

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A partir deste módulo o professor de Educação Física poderá criar as suas próprias aulas, explorando sua experiência e criatividade e de seus alunos, porque skate também é inovação.

Skatista - Roger “mancha” – Ande e entenda.

Colaboração: Professores de Educação Física e skatistas Fernando Cesar de Souza Ferreira Francielly A. do Nascimento

Saiba mais:

http://www.youtube.com/watch?v=are5LvOB2nQ

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/buscarAulas.html

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=19899

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=21295

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=28682

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ANEXO 4

Fotos de movimentos do skate

Disponíveis em: http://www.educacaofisica.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=540&eve nto=5

Foto retirada do portal dia-a-dia-educação

Foto retirada do portal dia-a-dia-educação

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Foto retirada do portal dia-a-dia-educação

Foto retirada do portal dia-a-dia-educação 69

Foto retirada do portal dia-a-dia-educação

Foto retirada do portal dia-a-dia-educação

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Foto retirada do portal dia-a-dia-educação

Foto retirada do portal dia-a-dia-educação

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ANEXO 5

Glossário

1- Air: quando o skate sai do chão sem o skatista dar o ollie; 2- Cantoneira: borda, geralmente de ferro usada nos obstáculos; 3- Compensado: madeira usada para fazer o shape, normalmente com 7 folhas; 4- Corrimão: um corrimão normal, com diferentes variedades de tamanho onde o skatista tira as manobras, usado principalmente no street; 5- Dropar: manobra onde geralmente o tail fica em cima do obstáculo com os trucks para fora, e se coloca o peso do corpo para frente para descer o obstáculo; 6- Funbox- um tipo de rampa utilizado em skateparks e competições. Se parece com uma pirâmide. Normalmente tem corrimão; 7- Gap: é a distância entre duas calçadas, ou entre telhados, ou qualquer outro espaço; 8- Grind: deslizar com o truck traseiro sobre a borda de um objeto ou cano; 9- Gritape: é a lixa que recobre o shape de compensado; 10- Pads: equipamento de proteção; 11- Pé: unidade de medida (equivale a 33 cm) foot; 12- Quarter Pipe: basicamente um lado do miniramp ou half com largura menor. Quarter= ¼. Pipe= cano. Usado para ganhar velocidade em uma linha, ou então para fazer manobras de rampa. 13- Rails: parte do shape entre os trucks. Rail Slide; 14- Session: o ato de andar de skate não importa aonde; 15- Sk8: abreviação de skate; 16- Skate: em inglês pode ser tanto patins quanto o próprio skate; 17- Skatepark: pista de skate; 18- Slam: quando você cai do skate e se estoura; 19- Stance: a base que você anda no skate (goofy ou regular); 20- Technical: nome dado para manobras e estilos complexos; 21- Transição: parte da rampa que liga o flat com o vert. Ou então que se inclina em uma direção para cima 72

22- Wallie: andar de skate sobre um obstáculo; 23- ; andar de skate pela parede; 24- Wax: cera; 25- Wheel: roda; 26- X-Games: campeonato de esportes radicais, incluindo o skate (street, vert, double vert).

Saiba mais:

Fonte: http://www.skoitoskateboards.com.br/skate/

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ANEXO 6

Skatistas

Daniel vieira http://www.youtube.com/watch?v=XC4tgA6rMi8

Pedro Barros http://www.youtube.com/watch?v=Sls-S2MXvbw

Sandro Dias (mineirinho) http://www.youtube.com/watch?v=M1Z3QOpa61A

Bob Burnquist http://www.youtube.com/watch?v=Lbi2tuEsW98

Piolho http://www.youtube.com/watch?v=RJnG5hR0wNw

Ferrugem http://www.youtube.com/watch?v=9GPIv6z0HBQ

Luan de Oliveira http://www.youtube.com/watch?v=EpunJHqTaVo

Roger Mancha http://www.youtube.com/watch?v=diFyeKiAE5E

Lincoln Ueda http://www.youtube.com/watch?v=8pEq4vSu_Ds

Sessão Curta http://www.youtube.com/watch?v=_ZXjT43__XQ http://www.youtube.com/watch?v=QdI2vpRA40s http://www.youtube.com/watch?v=YpZctLDk5JY http://www.youtube.com/watch?v=DbI1POQkqS8 http://www.youtube.com/watch?v=APXBZtaAULQ&playnext=1&list=PLA8199D51D6

ABBBC1

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