Luiz Alberto Moniz Bandeira Brasil-Estados Unidos
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Luiz Alberto Moniz Bandeira Brasil-Estados Unidos: A rivalidade emer- gente (1950-1988) 3ª edição, revista e ampliada Com prólogo de Samuel Pinheiro Guimarães Rio de Janeiro 2013 Copyright © Luiz Alberto Moniz Bandeira, 2011 Capa Axel Sande/Gabinete de Artes Projeto gráfico de miolo da versão impressa Evelyn Grumach e João de Souza Leite Diagramação de miolo da versão impressa Abreu’s System CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ B166b Bandeira, Moniz, 1935- Brasil-Estados Unidos [recurso eletrônico]: a rivalidade emergente / Luiz Alberto Moniz Bandeira. – Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011. recurso digital Formato: ePub Requisitos do sistema: Adobe Digital Editions Modo de acesso: World Wide Web Inclui bibliografia ISBN 978-85-2001-108-9 (recurso eletrônico) 4/755 1. Brasil – Relações – Estados Unidos. 2. Esta- dos Unidos – Relações – Brasil. 3. Brasil – Politica e governo. 4. Livros eletrônicos. I. Título. CDD: 327.81073 11-7571. CDU: 327(81):(73) Todos os direitos reservados. É proibido reproduzir, armazenar ou transmitir partes deste livro, através de quaisquer meios, sem prévia autorização por escrito. Texto revisado segundo o novo Acordo Ortográfico da Lín- gua Portuguesa. Direitos desta edição adquiridos pela EDITORA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA Um selo da EDITORA JOSÉ OLYMPIO LTDA Rua Argentina 171 – Rio de Janeiro, RJ – 20921-380 – Tel.: 2585-2000 5/755 Seja um leitor preferencial Record. Cadastre-se e receba informações sobre nossos lançamen- tos e nossas promoções. Atendimento e venda direta ao leitor: [email protected] ou (21) 2585-2002 Produzido no Brasil 2012 In memoriam minha mãe, Ophelia Para Margot, minha esposa, e nosso filho, Egas Sumário ABREVIATURAS DOS ARQUIVOS PRÓLOGO PREFÁCIO À PRIMEIRA EDIÇÃO NOTA INTRODUTÓRIA CAPÍTULO I A política pan-americana de Rio Branco • Dependência em relação aos Estados Unidos • Busca de maior autonomia • Alinhamento incondicional sob o Governo do Marechal 8/755 Dutra • O segundo ciclo de Vargas e o cres- cente choque de interesses Brasil-Estados Unidos • A Comissão Mista Brasil-Estados Unidos e seus impasses • Acordo Militar entre os dois países • A Lei nº1.310 • Os problemas em torno da Lei de Remessa de Lucros CAPÍTULO II As Forças Armadas e a industrialização do Brasil • O governo Café Filho e o retrocesso na política nuclear • A posição do Emfa e do CSN • O governo Kubitschek e as di- ficuldades com os Estados Unidos • O Pro- grama de Metas, a Operação Pan-Americana e o rompimento com o FMI • A mudança na política externa CAPÍTULO III As políticas dos Estados Unidos para a América Latina • A Revolução Cubana • As 9/755 variáveis da política de Kennedy • Aliança para o Progresso e Covert Actions • O governo Quadros e a política externa inde- pendente • As conversações de Quadros com Acheson, Dillon e Berle Jr. • O golpe da renúncia CAPÍTULO IV As necessidades nacionais e a política ex- terna independente • O governo Goulart, a questão de Cuba e o reatamento com a União Soviética • Os reflexos do aguçamento das lutas sociais sobre as relações com os Esta- dos Unidos • A política de Kennedy para o Brasil • Os Estados Unidos e o golpe militar de 1964 CAPÍTULO V A derrota das tendências nacionalistas no Brasil • O governo Castelo Branco e o retro- cesso na política externa • Fronteiras 10/755 ideológicas, FIP e intervenção na República Dominicana • O fracasso da Aliança para o Progresso • O ressurgimento do nacional- ismo militar com os oficiais da linha dura CAPÍTULO VI Retomada das tendências nacionalistas pelo governo Costa e Silva • O discreto retorno à política externa independente • As divergên- cias com os Estados Unidos • Tratado de Não Proliferação Nuclear, café solúvel e têxteis • O papel do nacionalismo militar no AI-5 • A crise política de 1968 e 1969 CAPÍTULO VII O nacionalismo nas Forças Armadas • As tentativas de guerrilha urbana e rural • O nacionalismo de fins do governo Médici • O Projeto Brasil • Grande Potência e a política de endividamento externo • O mar de 200 milhas • As intervenções encobertas nos 11/755 golpes do Uruguai, da Bolívia e do Chile • A crise nos Estados Unidos CAPÍTULO VIII O capitalismo monopolista de Estado e a ex- pansão internacional do Brasil • Desenvolvi- mento de indústria bélica • O estremeci- mento nas relações Brasil-Estados Unidos durante o governo Geisel • Direitos hu- manos, Acordo Nuclear com a Alemanha e denúncia do Acordo Militar • A presença do Brasil na África Negra CAPÍTULO IX O governo Figueiredo e a crise da dívida ex- terna • As divergências com os Estados Un- idos sobre a África, o Atlântico Sul e a América Central • Os sentimentos antiamer- icanos nas Forças Armadas • A Guerra das Malvinas • Hipótese de guerra com os 12/755 Estados Unidos nos estudos de Estado- Maior do Brasil • A abertura política CAPÍTULO X O desenvolvimento da indústria bélica • O Programa Nuclear Paralelo e a luta pelo domínio de tecnologias • Os atritos com os Estados Unidos e a integração com a Argen- tina e o Uruguai • A Conferência de Acapulco • A moratória da dívida externa • Retaliações dos Estados Unidos contra a Lei de Informática CONCLUSÕES JORNAIS E REVISTAS MANUSCRITOS FONTES IMPRESSAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 13/755 ÍNDICE ONOMÁSTICO Abreviaturas dos arquivos ACP Arquivo de Carvalho Pinto AGV Arquivo de Getúlio Vargas* AHI Arquivo Histórico do Itamaraty ARA Arquivo de Renato Archer DGAS Documentação do General Andrada Serpa DJG Documentação de João Goulart DRA Documentação de Rômulo Almeida DZA Documentação de Zuzu Angel JFKL John Fitzgerald Kennedy Library 15/755 LBJL Lyndon B. Johnson Library NA National Archives PRO- Public Record Office-Foreign FO Office * A indicação obedece aos códigos utilizados quando o arquivo de Getúlio Vargas estava em poder de sua filha Alzira Vargas do Amaral Peixoto. Por conseguinte, antes de passar para o CPDOC — Centro de Pesquisa e Documentação Contemporânea. Prólogo Doces ilusões, duras realidades Você tem de dar-lhes um tapinha nas costas e fazer com que eles pensem que você gosta deles. J. Foster Dulles, secretário de Estado, 1953-1959 1 A CONSTRUÇÃO DA HEGEMONIA AMERICANA 1. Para compreender os episódios que se sucedem nas relações entre o Brasil e os Estados Unidos é necessário examinar a natureza dessas relações, que somente pode ser entendida à luz da estratégia mundial da 17/755 política externa americana, traçada e desen- volvida a partir dos resultados da Segunda Guerra Mundial. É preciso notar que, até 1939, a política americana nunca havia sido de fato isolacionista, não intervencionista. Porém, seu ativismo se dirigia e se limitava à conquista do Oeste americano, à incorpor- ação, por compra, de territórios como a Flórida e a Louisiana e, em seguida, à consol- idação da área de influência no grande “mar americano”, o Caribe. O México perdeu dois terços de seu território para os norte-amer- icanos na guerra de 1846-1848, provocada pelos Estados Unidos. A Nicarágua foi ocu- pada militarmente pelos Estados Unidos durante 21 anos; o Haiti, durante 19 anos. Cuba, Filipinas e Porto Rico foram ocupados após a derrota da Espanha na guerra provo- cada pelos Estados Unidos em 1898. Ao fi- nal, os Estados Unidos haviam praticamente eliminado a presença e a influência das 18/755 potências europeias na região. Somente após 1945 os Estados Unidos deixariam de ser uma potência regional e passariam a ser uma potência com interesses mundiais, i.e., uma potência com interesses em cada continente, quase se poderia dizer em cada Estado. É verdade que, em 1848, a expedição do comandante Perry, que forçou a abertura dos portos do Japão, o apoio às atividades mis- sionárias na China e a ocupação das Filipinas como colônia anunciavam o interesse amer- icano pela Ásia. Mas era na Ásia incipiente essa presença. 2. Após a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos emergiram como a maior potência militar, política, econômica, tecnológica e ideológica do mundo. Essa he- gemonia era absoluta diante das nações derrotadas, destruídas e ocupadas — Ale- manha, Japão e Itália; dos extensos impérios coloniais, desmoralizados e combalidos, da 19/755 França e da Inglaterra; de uma potência rival, em termos de organização social, polít- ica e econômica, a União Soviética, forte pela ocupação da Europa Oriental e debilitada pela devastação nazista, que deixara 20 mil- hões de mortos e a economia abalada pelo esforço de guerra. A capacidade que parecia ter a União Soviética de competir e de se en- frentar com os Estados Unidos, o que parecia se tornar cada vez mais irresistível com a ex- pansão do campo socialista após 1945, era aparente, como iria se revelar aos poucos, até culminar com a capitulação, em uma derrota pacífica, em 1991. 3. Em 1945, diante desse extraordinário e glorioso porém desafiador cenário mundi- al, os Estados Unidos viriam a definir os grandes objetivos e as grandes diretrizes de sua política externa. Em síntese, esses objet- ivos eram e são: manter e ampliar sua hege- monia política; manter e ampliar sua 20/755 hegemonia militar; manter e ampliar sua he- gemonia econômica; manter e ampliar sua hegemonia ideológica. 4. Em 1945, a decisão estratégica funda- mental adotada pelos Estados Unidos foi preferir criar um sistema de organismos in- ternacionais para, por meio deles, promover e manter sua hegemonia e expandir seus ideais, em vez de procurar fazê-lo direta- mente, o que implicaria elevadíssimos custos e o frequente uso de força militar. Esses or- ganismos viriam a ser de caráter universal, como as Nações Unidas e suas agências, in- clusive o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Internacional para Recon- strução e Desenvolvimento (BIRD); ou de caráter regional, como a Organização dos Estados Americanos (OEA), a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), o Tratado de Segurança Austrália, Nova Zelân- dia, Estados Unidos (Anzus) e a Organização 21/755 do Tratado do Sudeste Asiático (Seato), ou de caráter bilateral.