Florbela Espanca

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Florbela Espanca Beata Cieszynska, Fabio Mario da Silva, Anna Kalewska, Maria Lúcia Dal Farra, Gabriel Borowski (Redação científica / Redakcja naukowa) DIÁLOGOS NO FEMININO DIALOGI KOBIECE DIÁLOGOS NO FEMININO ANTOLOGIA POÉTICA Maria Pawlikowska-Jasnorzewska Florbela Espanca DIALOGI KOBIECE ANTOLOGIA POEZJI Maria Pawlikowska-Jasnorzewska Florbela Espanca Ficha Técnica / Metryka wydawnicza Título / Tytuł: Diálogos no Feminino. Antologia Poética Maria Pawlikowska-Jasnorzewska – Florbela Espanca / Dialogi kobiece. Antologia Poezji Maria Pawlikowska-Jasnorzewska – Florbela Espanca Redação científica / Redakcja naukowa: Beata Cieszynska, Fabio Mario da Silva, Anna Kalewska, Maria Lúcia Dal Farra, Gabriel Borowski Colecção Biblioteca Ibero-Eslava, 3 Composição & Paginação / Skład i łamanie: Luís da Cunha Pinheiro Imagem da capa / Zdjęcie okładki: “Ofélia”, de John Everett Millais (1851-52). Tate Gallery, London (fonte: Wikimedia Commons) Impressão e Encadernação / Druk i oprawa: Oficina Gráfica da Universidade de Varsóvia / Zakład Graficzny Uniwersytetu Warszawskiego Encomenda nr. 242/2017 / zam. 242/2017 Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa Associação Internacional de Estudos Ibero-Eslavos – CompaRes Universidade de Varsóvia Lisboa, Varsóvia, abril de 2017 ISBN – 978-989-8814-61-6 Esta publicação foi financiada por Fundos Nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia no âmbito do Projecto UID/ELT/UI0077/2013 Publikacja została sfinansowana z Funduszy Narodowych z pomocą FCT (Fundação para a Ciência e a Tecnologia) – Fundacji d/s Nauki i Technologii w ramach projektu UID/ELT/UI0077/2013 Versão impressa polaca financiada pelo BST (Personal Research Fund) Anna Kalewska 177300-37/2016 Departamento de Língua e Cultura Luso-Brasileira do Instituto de Estudos Ibéricos e Ibero- americanos da Universidade de Varsóvia, Polónia <http://iberystyka.uw.edu.pl> Wersja drukowana opublikowana w Polsce finansowana z funduszy BST Anna Kalewska 177300- 37/2016 Zakład Języka i Kultury Luzobrazylijskiej Instytut Studiów Iberyjskich i Iberoamerykańskich Uniwersytetu Warszawskiego <http://iberystyka.uw.edu.pl> Beata Cieszynska, Fabio Mario da Silva, Anna Kalewska, Maria Lúcia Dal Farra, Gabriel Borowski (Redação científica / Redakcja naukowa) DIÁLOGOS NO FEMININO ANTOLOGIA POÉTICA Maria Pawlikowska-Jasnorzewska Florbela Espanca DIALOGI KOBIECE ANTOLOGIA POEZJI Maria Pawlikowska-Jasnorzewska Florbela Espanca Lisboa, Varsóvia 2017 Índice Beata Cieszynska, Fabio Mario da Silva Sobre esta seleta e o projeto luso-polaco.................9 Beata Cieszynska, Fabio Mario da Silva Wprowadzenie – o Antologii poetyckiej i portugalsko-polskim projekcie..................................... 13 Anna Kalewska Antologia Maria – Florbela, ou os Diálogos no Feminino polacos e portugueses 17 Anna Kalewska Antologia Maria – Florbela, czyli polsko-portugalskie Dialogi kobiece ... 21 Anna Nasiłowska: Kobiecy głos............................... 25 Anna Nasiłowska: Uma voz feminina............................ 33 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska ....................... 41 Cyganka mówi......................... 43 Fiołek to słowik........................ 45 Portret............................. 47 Rada pani Girard, czarownicy................. 49 Różowa magia......................... 51 Rodzina czarownicy...................... 53 Stos............................... 55 Królowa mrozu (Ice Queen)................. 57 Modlitwa........................... 59 Starość............................. 61 Kobieta, która czeka...................... 63 Jesień.............................. 65 Motyl.............................. 67 Spalone rękopisy........................ 69 O niej.............................. 71 Milczący kochanek....................... 73 5 Gorzka zatoka......................... 75 Nie wrócę więcej........................ 77 Amor.............................. 78 Miłość............................. 79 Fotografia........................... 81 Ofelia.............................. 83 Miłość............................. 87 Berceuse............................ 89 Pałac na lodzie......................... 91 Wybrzeże........................... 93 Nike.............................. 95 Upał.............................. 97 Maria Lúcia Dal Farra: Florbela, a primeira............................ 101 Maria Lúcia Dal Farra: Florbela Espanca, pierwsza dama portugalskiej poezji......... 113 Florbela Espanca ................................. 125 Amiga............................. 127 Eu............................... 129 Se tu viesses ver-me...................... 131 Eu não sou de ninguém!.................... 133 Charneca em Flor....................... 135 Ser Poeta............................ 137 Rosas.............................. 139 A maior tortura........................ 141 Torre de Névoa......................... 143 Prince Charmant....................... 145 Vaidade............................ 147 Lágrimas ocultas........................ 149 Soror Saudade......................... 151 O nosso livro.......................... 153 Fanatismo........................... 155 Versos de orgulho....................... 157 Amar!.............................. 159 À tua porta há um pinheiro manso.............. 161 Errante............................. 163 He hum não querer mais que bem querer VI......... 165 Maior Tortura......................... 167 Meu amor........................... 169 A mulher II........................... 171 A Minha Dor.......................... 173 Castelã da Tristeza....................... 175 Évora.............................. 177 Há nos teus olhos de dominador ................. 179 Saudades............................ 181 Volúpia............................ 183 Florbela Espanca, c. 1930, foto por João Espanca e Maria Pawlikowska-Jasnorzewska, 1924, retrato por Witkacy (Stanislaw Ignacy Witkiewicz) (fonte: Wikimedia Commons) SOBRE ESTA SELETA E O PROJETO LUSO-POLACO O CLEPUL da Universidade de Lisboa, especificamente a linha de investigação 5, tem como um dos seus objetivos promover uma intervenção maior no que diz res- peito ao conhecimento das Literaturas e Culturas Ibéricas e Eslavas na Península Ibérica, promovendo o intercâmbio e a comparação com outras literaturas e culturas de países de língua portuguesa e espanhola. Dentro desse contexto, o CLEPUL, em colaboração com outras instituições ibero-eslavas, como a CompaRes – Associação Internacional de Estudos Ibero-Eslavos, bem como a Comissão de Estudos Ibero- -Eslavos Comparados junto com o Comité Internacional de Eslavistas, tem uma va- sta experiência, já que realiza todos os anos, durante a semana Ibero-Eslava da Fa- culdade de Letras da Universidade de Lisboa, colóquios voltados para esta grande área temática que tem como enfoque principal repensar essas culturas, por exem- plo, em 2012, o enfoque incidiu sobre as traduções e em 2013 sobre estudos de género. Observamos que no contexto atual dos estudos universitários entendeu-se a emer- gência de investir em áreas que estão em crescente evolução no mundo académico português, como os Gender Studies. Esses tipos de estudos procuram promover, por exemplo, uma maior visibilidade dos estudos sobre mulheres pioneiras que foram esquecidas pela história e crítica académica. Por isso, de acordo com as últimas ten- dências do comparativismo europeu (que responde à urgência da Europa contem- porânea em aproximar os seus pontos opostos através do encontro e conhecimento) organizamos uma antologia poética das obras das escritoras Florbela Espanca (1984- -1930) e Maria Pawlikowska-Jasnorzewska (1981-1945), notando um diálogo com te- máticas muito parecidas dessas mulheres pioneiras nas letras europeias do começo do século XX que, efetivamente, mantêm entre si uma sintonia no “feminino”1. Ou 1 O termo feminino ou o entendimento de feminilidade, segundo Gabriela Macedo e Ana Luísa Ama- ral, organizadoras do Dicionário da Crítica Feminista, englobaria simultaneamente dois sentidos distintos: o primeiro relativo a de “imitação” e “conformidade” com os padrões sociais e sexuais tradicionalmente Beata Cieszynska, Fabio Mario da Silva seja, as poetisas encarnam uma voz poética com uma força reivindicadora patente através de um rigor formal e sensualidade ousada, como marcas identitárias de que- bra de paradigmas e de resistência à situação de alienação da mulher. Elas firmam- -se, assim, como precursoras na luta pelos direitos de acesso à representação do pra- zer erótico na literatura (algo negado e condenado dentro de sociedades que se erigi- ram sob a bandeira da moral judaico-cristã) e não apenas, já que as autoras surgem dentro de um contexto literário – tanto em Portugal, quanto na Polônia dentro de um certo anacronismo no feminismo – contra o panorama dessa “mesmice”, resul- tado da pacífica submissão da mulher aos modelos socioculturais que a sociedade lhe impunha. É através da posse do seu corpo que o sujeito lírico, em muitos poemas das au- toras, inscreve-se como dono de suas próprias verdades. Isto revela, por um lado, o prazer em libertar-se da voz paternal do superego, inscrevendo a mulher poeta com voz ativa e produtora de sua própria criação poética, por outro lado representa para as mulheres do começo do século XX uma luta pelos direitos de igualdade. Esse de- sejo de seduzir o outro, de conquistar a todos, dar-se-á quando a voz poética romper com o estigma de submissão que é legado à condição feminina: ser dita como uma deusa, uma princesa, uma cigana, que fala de seus desejos mais profundos e procura seu “deus”, “príncipe”,
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