Beata Cieszynska, Fabio Mario da Silva, Anna Kalewska, Maria Lúcia Dal Farra, Gabriel Borowski (Redação científica / Redakcja naukowa)

DIÁLOGOS NO FEMININO

DIALOGI KOBIECE

DIÁLOGOS NO FEMININO

ANTOLOGIA POÉTICA Maria Pawlikowska-Jasnorzewska Florbela Espanca

DIALOGI KOBIECE

ANTOLOGIA POEZJI Maria Pawlikowska-Jasnorzewska Florbela Espanca Ficha Técnica / Metryka wydawnicza Título / Tytuł: Diálogos no Feminino. Antologia Poética Maria Pawlikowska-Jasnorzewska – Florbela Espanca / Dialogi kobiece. Antologia Poezji Maria Pawlikowska-Jasnorzewska – Florbela Espanca Redação científica / Redakcja naukowa: Beata Cieszynska, Fabio Mario da Silva, Anna Kalewska, Maria Lúcia Dal Farra, Gabriel Borowski Colecção Biblioteca Ibero-Eslava, 3 Composição & Paginação / Skład i łamanie: Luís da Cunha Pinheiro Imagem da capa / Zdjęcie okładki: “Ofélia”, de John Everett Millais (1851-52). Tate Gallery, London (fonte: Wikimedia Commons) Impressão e Encadernação / Druk i oprawa: Oficina Gráfica da Universidade de Varsóvia / Zakład Graficzny Uniwersytetu Warszawskiego Encomenda nr. 242/2017 / zam. 242/2017 Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa Associação Internacional de Estudos Ibero-Eslavos – CompaRes Universidade de Varsóvia Lisboa, Varsóvia, abril de 2017

ISBN – 978-989-8814-61-6

Esta publicação foi financiada por Fundos Nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia no âmbito do Projecto UID/ELT/UI0077/2013 Publikacja została sfinansowana z Funduszy Narodowych z pomocą FCT (Fundação para a Ciência e a Tecnologia) – Fundacji d/s Nauki i Technologii w ramach projektu UID/ELT/UI0077/2013 Versão impressa polaca financiada pelo BST (Personal Research Fund) Anna Kalewska 177300-37/2016 Departamento de Língua e Cultura Luso-Brasileira do Instituto de Estudos Ibéricos e Ibero- americanos da Universidade de Varsóvia, Polónia Wersja drukowana opublikowana w Polsce finansowana z funduszy BST Anna Kalewska 177300- 37/2016 Zakład Języka i Kultury Luzobrazylijskiej Instytut Studiów Iberyjskich i Iberoamerykańskich Uniwersytetu Warszawskiego Beata Cieszynska, Fabio Mario da Silva, Anna Kalewska, Maria Lúcia Dal Farra, Gabriel Borowski (Redação científica / Redakcja naukowa)

DIÁLOGOS NO FEMININO ANTOLOGIA POÉTICA Maria Pawlikowska-Jasnorzewska Florbela Espanca

DIALOGI KOBIECE ANTOLOGIA POEZJI Maria Pawlikowska-Jasnorzewska Florbela Espanca

Lisboa, Varsóvia

2017

Índice

Beata Cieszynska, Fabio Mario da Silva Sobre esta seleta e o projeto luso-polaco...... 9 Beata Cieszynska, Fabio Mario da Silva Wprowadzenie – o Antologii poetyckiej i portugalsko-polskim projekcie...... 13 Anna Kalewska Antologia Maria – Florbela, ou os Diálogos no Feminino polacos e portugueses 17 Anna Kalewska Antologia Maria – Florbela, czyli polsko-portugalskie Dialogi kobiece ... 21 Anna Nasiłowska: Kobiecy głos...... 25 Anna Nasiłowska: Uma voz feminina...... 33 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska ...... 41 Cyganka mówi...... 43 Fiołek to słowik...... 45 Portret...... 47 Rada pani Girard, czarownicy...... 49 Różowa magia...... 51 Rodzina czarownicy...... 53 Stos...... 55 Królowa mrozu (Ice Queen)...... 57 Modlitwa...... 59 Starość...... 61 Kobieta, która czeka...... 63 Jesień...... 65 Motyl...... 67 Spalone rękopisy...... 69 O niej...... 71 Milczący kochanek...... 73

5 Gorzka zatoka...... 75 Nie wrócę więcej...... 77 Amor...... 78 Miłość...... 79 Fotografia...... 81 Ofelia...... 83 Miłość...... 87 Berceuse...... 89 Pałac na lodzie...... 91 Wybrzeże...... 93 Nike...... 95 Upał...... 97 Maria Lúcia Dal Farra: Florbela, a primeira...... 101 Maria Lúcia Dal Farra: Florbela Espanca, pierwsza dama portugalskiej poezji...... 113 Florbela Espanca ...... 125 Amiga...... 127 Eu...... 129 Se tu viesses ver-me...... 131 Eu não sou de ninguém!...... 133 Charneca em Flor...... 135 Ser Poeta...... 137 Rosas...... 139 A maior tortura...... 141 Torre de Névoa...... 143 Prince Charmant...... 145 Vaidade...... 147 Lágrimas ocultas...... 149 Soror Saudade...... 151 O nosso livro...... 153 Fanatismo...... 155 Versos de orgulho...... 157 Amar!...... 159 À tua porta há um pinheiro manso...... 161 Errante...... 163 He hum não querer mais que bem querer VI...... 165 Maior Tortura...... 167 Meu amor...... 169 A mulher II...... 171 A Minha Dor...... 173 Castelã da Tristeza...... 175 Évora...... 177 Há nos teus olhos de dominador ...... 179 Saudades...... 181 Volúpia...... 183 Florbela Espanca, c. 1930, foto por João Espanca e Maria Pawlikowska-Jasnorzewska, 1924, retrato por Witkacy (Stanislaw Ignacy Witkiewicz) (fonte: Wikimedia Commons) SOBRE ESTA SELETA E O PROJETO LUSO-POLACO

O CLEPUL da Universidade de Lisboa, especificamente a linha de investigação 5, tem como um dos seus objetivos promover uma intervenção maior no que diz res- peito ao conhecimento das Literaturas e Culturas Ibéricas e Eslavas na Península Ibérica, promovendo o intercâmbio e a comparação com outras literaturas e culturas de países de língua portuguesa e espanhola. Dentro desse contexto, o CLEPUL, em colaboração com outras instituições ibero-eslavas, como a CompaRes – Associação Internacional de Estudos Ibero-Eslavos, bem como a Comissão de Estudos Ibero- -Eslavos Comparados junto com o Comité Internacional de Eslavistas, tem uma va- sta experiência, já que realiza todos os anos, durante a semana Ibero-Eslava da Fa- culdade de Letras da Universidade de Lisboa, colóquios voltados para esta grande área temática que tem como enfoque principal repensar essas culturas, por exem- plo, em 2012, o enfoque incidiu sobre as traduções e em 2013 sobre estudos de género. Observamos que no contexto atual dos estudos universitários entendeu-se a emer- gência de investir em áreas que estão em crescente evolução no mundo académico português, como os Gender Studies. Esses tipos de estudos procuram promover, por exemplo, uma maior visibilidade dos estudos sobre mulheres pioneiras que foram esquecidas pela história e crítica académica. Por isso, de acordo com as últimas ten- dências do comparativismo europeu (que responde à urgência da Europa contem- porânea em aproximar os seus pontos opostos através do encontro e conhecimento) organizamos uma antologia poética das obras das escritoras Florbela Espanca (1984- -1930) e Maria Pawlikowska-Jasnorzewska (1981-1945), notando um diálogo com te- máticas muito parecidas dessas mulheres pioneiras nas letras europeias do começo do século XX que, efetivamente, mantêm entre si uma sintonia no “feminino”1. Ou

1 O termo feminino ou o entendimento de feminilidade, segundo Gabriela Macedo e Ana Luísa Ama- ral, organizadoras do Dicionário da Crítica Feminista, englobaria simultaneamente dois sentidos distintos: o primeiro relativo a de “imitação” e “conformidade” com os padrões sociais e sexuais tradicionalmente Beata Cieszynska, Fabio Mario da Silva seja, as poetisas encarnam uma voz poética com uma força reivindicadora patente através de um rigor formal e sensualidade ousada, como marcas identitárias de que- bra de paradigmas e de resistência à situação de alienação da mulher. Elas firmam- -se, assim, como precursoras na luta pelos direitos de acesso à representação do pra- zer erótico na literatura (algo negado e condenado dentro de sociedades que se erigi- ram sob a bandeira da moral judaico-cristã) e não apenas, já que as autoras surgem dentro de um contexto literário – tanto em , quanto na Polônia dentro de um certo anacronismo no feminismo – contra o panorama dessa “mesmice”, resul- tado da pacífica submissão da mulher aos modelos socioculturais que a sociedade lhe impunha. É através da posse do seu corpo que o sujeito lírico, em muitos poemas das au- toras, inscreve-se como dono de suas próprias verdades. Isto revela, por um lado, o prazer em libertar-se da voz paternal do superego, inscrevendo a mulher poeta com voz ativa e produtora de sua própria criação poética, por outro lado representa para as mulheres do começo do século XX uma luta pelos direitos de igualdade. Esse de- sejo de seduzir o outro, de conquistar a todos, dar-se-á quando a voz poética romper com o estigma de submissão que é legado à condição feminina: ser dita como uma deusa, uma princesa, uma cigana, que fala de seus desejos mais profundos e procura seu “deus”, “príncipe”, “homem”, ou até mesmo, como refere Ana Luísa Vilela sobre a poesia de Florbela, que também podemos estender a da poetisa polonesa, o erotismo em sua poética também perpassa, como nos grandes místicos, a única realidade, o continente, o espaço libidinal fechado – o claustro, o “castelo interior” de que fala Santa Teresa de Ávila.2. Tais poemas estão carregados de sinestesias que servem de dispositivo à expres- são sensual e não apenas: os discursos presentes nas obras destas mulheres escri- toras revelam a forma de uma prática social, um modo de acção, moldados a par- tir de uma visão de mundo que até então era permitida apenas a vozes masculinas, demonstrando uma certa face feminista, como assim se refere Elżbieta Hurnikowa (2000)3 sobre a poetisa Maria Pawlikowska-Jasnorzewska, identidade essa que tam- bém faz parte da poetisa portuguesa. Por isso, Florbela e Maria articulam, entre outros tantos enfoques, a relação entre o corpo e a escrita, porque na metáfora da escrita a mulher participaria demonstrando sua própria forma: “L’écriture flue de la femme, de son corps, fluctuante, allant d’un point à l’autre, revenant, noyant la page identificados como pertencentes às mulheres, ou seja, que lhe foi imposto historicamente. O segundo conceito estaria ligado à “descoberta de si”, isto é, da sua subjetividade e diferença em relação ao mas- culino. (MACEDO, Ana Gabriela; AMARAL, Ana Luisa (org.), Dicionário da Crítica Feminista, , Afron- tamento, 2005, p. 68). 2 VILELA, Ana Luísa, “«Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida». Erotismo e mística de Soror Florbela”, AA.VV., A Planície e o Abismo, Lisboa, Vega, 1997, pp. 119-126. 3 HURNIKOWA, Elżbieta, Polskie oblicza feminizmu: materiały z konferencji “Polskie oblicza feminizmu”. Warszawa: Wydział Polonistyki Uniwersytetu Warszawskiego, 2000.

10 Diálogos no Feminino. Antologia Poética Maria Pawlikowska-Jasnorzewska e Florbela Espanca de mots fluides.”4. Tal recorrência ao lexema corpo e das autorrepresentações do feminino é um facto que supõe (como observa Maria Lúcia Dal Farra5 referindo ape- nas a obra de Florbela, que podemos também estender a de Maria) o caminho para a (re)descoberta do amor, sentimento que é íntimo da condição feminina, descoberta das vicissitudes sentimentais das mulheres que começavam a experimentar a liber- dade artística no começo do século XX. Esses contributos demonstram que as aproximações entre essas duas culturas é possível, tendo em vista a noção concetual de interculturas – para além dessa apro- ximação reveladora da condição feminina encontraremos também algumas pecu- liaridades poéticas que demonstram outras marcas identitárias das autoras. Aliás, esse projeto abre a fenda para se ampliar o debate de cultura, de gênero e de tradu- ção nos dois países, podendo relevar várias outras facetas comparatista entre autores não apenas no contexto português e polaco, mas também lusófono e eslavo. Estamos também perante uma nova tentativa de recuperação do diálogo cultural luso-polaco, pois, como nota na Introdução à poesia de Pawlikowska-Jasnorzewska, Anna Nasi- łowska, nas circunstâncias mais favoráveis as ligações entre a poesia polaca e por- tuguesa podiam ser muito mais profundas. E então, toda a equipa coordenadora do projeto participa na reflexão (e na esperança) daquilo que refere a biógrafa da Maria, que a “presente edição dos poemas em tradução reestabelece os laços rompidos pela História”. Por fim, a realização deste projeto só foi possível graças ao acolhimento do pro- jeto por instituições polacas, em especial aos colegas da Universidade de Varsóvia (sob coordenação geral da Professora Doutora Anna Kalewska) e da Universidade Jaguelônica de Cracóvia (sob coordenação geral do Professor Doutor Gabriel Borow- ski) que entusiaticamente apoiaram este projeto. Há casos que reproduzimos duas versões de um mesmo poema, dado a uma certa problemática em traduzir alguns versos, possibilitando ao leitor mais de uma visão sobre a mesma peça. Gostaríamos de referir que era nossa intenção ter traduzido mais alguns poemas, mas por não encontrarmos soluções satisfatórias para a tradu- ção, a equipe de tradutores optou por selecionar os versos aqui publicamos. Um dos objetivos principais desta antologia é levar uma gama maior de leitores em língua portuguesa e de língua polaca a conhecer a obra de Maria e Florbela, numa edição bilingue, com estudos introdutórios das grandes especialistas na obra das au- toras (Florbela Espanca por Maria Lúcia Dal Farra e Maria Pawlikowska-Jasnorzew-

4 GARCIA, Irma, Promenade Femmilière: recherches sur l’écriture féminine, Paris, Éditions des Femmes, 1981, p. 57. 5 DAL FARRA, Maria Lúcia, “O amor na poesia de Florbela Espanca”, in PAIVA, J. Rodrigues de (org.), Estudos sobre Florbela Espanca, , Associação de Estudos Portugueses Jordão Emerenciano, 1995, pp. 39-51.

11 Beata Cieszynska, Fabio Mario da Silva ska por Anna Nasiłowska) que agora vem a lume ao público leitor e à comunidade académica.

Beata Cieszynska Fabio Mario da Silva

12 WPROWADZENIE – O ANTOLOGII POETYCKIEJ I PORTUGALSKO-POLSKIM PROJEKCIE

Wbrew zakazom: portugalsko-polski dialog kobiet1 przez pryzmat poetyk Florbeli Espanki i Marii Pawlikowskiej-Jasnorzewskiej

Jednym z celów, jaki stawia sobie Centrum Naukowe CLEPUL z Uniwersytetu w Lizbonie – zwłaszcza zaś jego linia badawcza CLEPUL5, poświęcona iberyjsko- słowiańskim kontaktom i porównaniom, jest działanie na rzecz poszerzania zna- jomości literatur słowiańskich i iberyjskich na Półwyspie Iberyjskim oraz w krajach słowiańskich. Promuje ono systematycznie wymianę kulturalną oraz porównania literatur słowiańskich z literaturami i kulturami krajów języka portugalskiego oraz hiszpańskiego. W tym kontekście Centrum CLEPUL zdobyło już bogate doświad- czenie w organizacji corocznych Tygodni Iberyjsko-Słowiańskich na Uniwersytecie Lizbońskim wraz z ich centralnym wydarzeniem – międzynarodowymi konferen- cjami naukowymi z cyklu „Kultury iberyjskie i słowiańskie w kontaktach i porówna- niach”. Konferencje te organizowane są zawsze we współpracy z szeregiem instytu- cji o charakterze iberyjsko-słowiańskim: Międzynarodowym Stowarzyszeniem Stu- diów Iberyjsko-Słowiańskich – CompaRes oraz Komisją do Iberyjsko-Słowiańskich Badań Komparatystycznych przy Międzynarodowym Komitecie Slawistów.

1 Terminy „kobiet”, „kobiece” oraz rozumienie „kobiecości” przejęte zostały z publikacji Gabrieli Ma- cedo oraz Any Luizy Amaral, wydawczyń portugalskiego słownika krytyki kobiecej Dicionario da Crítica Feminina, wydanego w Porto przez wydawnictwo Afrontamento w 2005 roku. Odwołują się one do dwu obszarów znaczeniowych. Pierwszy z nich odnosi się do naśladowania i zgodności ze wzorcami społecz- nymi i seksualnymi tradycyjnie uważanych za jako przynależne kobietom, to znaczy, zostały im historycz- nie narzucone. Drugie znaczenie odsyła do „odkrywania siebie”, własnej podmiotowości oraz odmienno- ści od tego co „męskie” i „męskości”. Beata Cieszynska, Fabio Mario da Silva

Do powstania oddawanej do rąk czytelników Antologii poetyckiej przyczyniły się zwłaszcza dwa kolejne Tygodnie Iberyjsko-słowiańskie: ten z 2012 roku – poświę- cony translacji w perspektywie iberyjsko-słowiańskiej, oraz z 2013 roku, dyskutu- jący nowe aspekty Gender Studies. Obecne tendencje badań uniwersyteckich w portu- galskim świecie akademickim pokazują rosnącą potrzebę pogłębiania dziedzin ba- dawczych znajdujących się w ciągłej ewolucji, takich jak Gender Studies. Stąd w tego typu inicjatywach dąży się na nowo do szerszego ukazania roli kobiet – pionierek, które zostały zapomniane przez historię oraz krytykę. Dlatego właśnie w zgodzie z najnowszymi tendencjami komparatystyki europejskiej – zbliżania skrajnych punk- tów Europy poprzez spotkanie i wymianę wiedzy – przygotowaliśmy antologię po- etycką gromadzącą dzieła pisarek takich jak Florbela Espanca (1894-1930) i Maria Pawlikowska-Jasnorzewska (1891-1945), dostrzegając w twórczości tych autorek eu- ropejskiej literatury początku XX wieku głęboki dialog na bardzo zbliżone tematy, które wykazują daleko idącą syntonię w zakresie zagadnień kobiecych i feministycz- nych. Obie poetki wcielają nowatorski i rozpoznany głos poetycki z wielką siłą, rygo- rem formalnym i głębokim sensualizmem. Ich poezja naznaczona jest łamaniem pa- radygmatów i oporem wobec kobiecej alienacji. Obie analizowane autorki postrze- gały siebie jako prekursorki w walce kobiet o prawo do ukazania przyjemności w li- teraturze erotycznej – prawo dotąd im negowane w społeczeństwach, których mo- ralność rozwijała się w kręgu kultury judeochrześcijańskiej. Obie poetki tworzą w zbliżonym kontekście społeczno-literackim, gdyż zarówno w Portugalii jak w Polsce istniała potrzeba występowania przeciw kulturze naznaczonej feministycznym ana- chronizmem, będącej rezultatem poddania kobiety woli i władzy mężczyzny oraz odtwarzania modeli społeczno-kulturalnych narzucanych im przez społeczeństwo. To właśnie poprzez przejęcie władzy nad własnym ciałem podmiot liryczny sze- regu utworów tych poetek podkreśla swą władzę nad odkrywanymi prawdami. Z jed- nej strony oznaczało to przyjemność wyzwalania się od paternalnalistycznego głosu swego superego, dokonywane przez kobietę-poetkę, mówiącą głosem niezależnym, autorkę zindywidualizowanej twórczości poetyckiej, z drugiej zaś reprezentowało dla kobiet początku XX wieku ich walkę o równouprawnienie. Także ich pragnie- nie uwiedzenia Innego, zdominowania wszystkiego i wszystkich, wynika z dążenia ich głosu poetyckiego do zerwania ze stygmatem podległości, wielowiekowy spadek w kondycji kobiety, dlatego określi się ona jako „bogini”, „księżniczka”, „Cyganka”, która mówi o swych najgłębszych pragnieniach i poszukuje swego „boga”, „księcia”, „mężczyzny”. Ana Luisa Vilela, w słowach odnoszących się do Florbeli, ale prawdzi- wych także dla twórczości Pawlikowskiej-Jasnorzewskiej, przyrównała erotyzm ich poezji do wielkich mistyków XVI wieku, mówiąc, że przenika on całą ich istotę do- cierając do tego wewnętrznego kontynentu – zamkniętej przestrzeni libidynalnej, „klasztoru” i „twierdzy wewnętrznej”, o których mówi św. Teresa z Avila2.

2 Por. Ana Luísa Vilela, „«Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida«. Erotismo e mística de Soror Flor-

14 Wprowadzenie – o Antologii poetyckiej i portugalsko-polskim projekcie

Poematy te pełne są synestezji służących sensualnej ekspresji i nie tylko – dzieła tych poetek odsłaniają również pewną formę praktyki społecznej, typ działania po- dyktowany przez wizję świata dotąd dozwoloną jedynie głosom męskim, w pewnej mierze demonstrując ich oblicze feministyczne, jak to ujęła w swojej interpretacji twórczości Jasnorzewskiej Elżbieta Hurnikowa3, a co znajduje pełne zastosowanie w analizie tożsamości również portugalskiej autorki. Dlatego to zarówno u Marii, jak i Florbeli tyleż odniesień do relacji między ciałem i twórczością – w metaforze twórczości kobieta uczestniczy demonstrując własną formę: „L’écriture flue de la femme de son corps, fluctuante, allant d’un point à l’autre, revenant, noyant la page de mots fluides.”4 Takież uciekanie się do lexemu ciała i autoreprezentacji pisarstwa sugeruje pro- ces ponownego odkrywania miłości – stosując do obu poetek słowa, które o Espance wypowiedziała Maria Lúcia Dal Farra5, miłości jako uczucia intymnego w kobiecej kondycji, unaoczniając potrzebę uczuciowych zmian u kobiet, które zaczęły do- świadczać wolności artystycznej na początku XX wieku. Powyższe przykłady ukazują zbliżenia między dwoma analizowanymi tu obsza- rami kulturowymi, umożliwiając spojrzenie na pisarstwo autorek portugalskiej i polskiej z perspektywy międzykulturowej. Poza tymi podobieństwami pojawiają się również szczególne znamiona poetyckości, ukazujące cechy tożsamościowe obu po- etek. Obecny projekt zaledwie uchyla drzwi do znacznie obszerniejszego zagadnie- nia, i w zamyśle jest zaproszeniem do szerszej debaty o kulturze, gender i translacji w przestrzeni między obydwoma analizowanymi krajami, potencjalnie ukazując także nowe oblicza komparatystyczne, i to nie jedynie w kontekście portugalsko-polskim, ale i szerzej, iberyjsko-słowiańskim. Ta Antologia to jednak również bardziej kon- kretna próba odnowienia polsko-portugalskiego dialogu kulturalnego, gdyż, jak w swym Wstępie do poezji Pawlikowskiej-Jasnorzewskiej zauważa Anna Nasiłowska, w bardziej sprzyjających okolicznościach mogłyby zaistnieć znacznie głębsze powią- zania między poetykami omawianych krajów. Dlatego też cały zespół koordynu- jący projekt łączy się z refleksją (i nadzieją) tłumaczki i biograki Pawlikowskiej, gdy wyraża ona nadzieję, że nasza polsko-portugalska antologia poetycka „przywraca więzi, które przerwała historia”. Realizacja tego projektu była możliwa jedynie dzięki przystąpieniu do niego pol- skich instytucji, zwłaszcza Kolegów z Uniwersytetu Warszawskiego (zespół koordy- bela”, W: tejże: A Planície e o Abismo, Lisboa, Vega, 1997, ss. 119-126 3 Zob. Elżbieta Hurnikowa, Polskie oblicza feminizmu: materiały z konferencji "Polskie oblicza femini- zmu". Warszawa: Wydział Polonistyki Uniwersytetu Warszawskiego, 2000. 4 Irma Garcia, Promenade Femmilière: recherches sur l’écriture féminine, Paris, Éditions des Femmes, 1981, s. 57. 5 Zob. Maria Lúcia Dal Farra, „O amor na poesia de Florbela Espanca”, in PAIVA, J. Rodrigues de (org.), Estudos sobre Florbela Espanca, Recife, Associação de Estudos Portugueses Jordão Emerenciano, 1995, ss. 39-51.

15 Beata Cieszynska, Fabio Mario da Silva nowany przez Prof. dr hab. Annę Kalewską) oraz z Uniwersytetu Jagiellońskiego (zespół koordynowany przez Doktora Gabriela Borowskiego), którzy entuzjastycz- nie poparli tę inicjatywę. Zaangażowanie uczestników projektu ukazuje fakt, iż An- tologia nierzadko oferuje kilka tłumaczeń tegoż samego utworu. Jest to efekt różnych podejść i punktów widzenia w translacji naszych zespołów oraz dowód poszukiwa- nia przez tłumaczy najdoskonalszych odpowiedników semantyczno-formalnych tej poezji w polszczyźnie i języku portugalskim, uzmysławiających odległość obu języ- ków i systemów obrazowania. Nie dziwi zatem fakt, że pierwotnie zamierzony zbiór obejmował liczniejszą grupę utworów, jednak z powodu braku ostatecznej zgody co do wartości przygotowanych tłumaczeń ostateczny wybór naszej międzynarodowej grupy translacji poetyckiej padł na wiersze zaprezentowane w obecnej publikacji. Jednym z podstawowych celów tej Antologii jest zainteresowanie wierszami Pawlikowskiej-Jasnorzewskiej oraz Florbeli Espanki jak najszerszego grona czytel- ników języka portugalskiego oraz polskiego. Cel ten pragniemy osiągnąć poprzez wydanie dwujęzyczne utworów poetek, które opatrzone są wstępami przygotowa- nymi przez badaczy i wytrawnych znawców dzieł przywołanych autorek: Florbelę Espankę prezentuje Maria Lucia Dal Farra, Pawlikowską-Jasnorzewską zaś Anna Nasiłowska. Jesteśmy przekonani, że to pierwsze wydanie polsko-portugalskiej An- tologii poetyckiej – owoc projektu badawczego Wbrew zakazom: portugalsko-polski dia- log kobiet przez pryzmat poetyk Florbeli Espanki i Marii Pawlikowskiej-Jasnorzewskiej – oka- że się inspirujące zarówno dla środowiska akademickiego, jak i szerszego grona czy- telników – miłośników poezji.

Beata Cieszyńska Fabio Mario da Silva

16 ANTOLOGIA MARIA – FLORBELA, OU OS DIÁLOGOS NO FEMININO POLACOS E PORTUGUESES

Prefácio à edição polaca, dada à estampla pelas Oficinas Gráficas da Universidade de Varsóvia, Varsóvia 2017

Quando tudo isso começou? Quando teria aparecido a ideia de uma antologia bilíngue, polaca e portuguesa, mais ainda poética e feminina? E mais ainda, de uma antologia “no feminino” de poesia polaca-portuguesa-brasileira? Lembro-me do Simpósio dos 30 anos da seção portuguesa (no momento presente: do Departamento de Língua e Cultura Luso-brasileiras) do Instituto de Estudos Ibéricos e Iberoame- ricanos da Universidade de Varsóvia, que decorrera nos dias 10 e 11 de dezembro do ano de 2007, nesta mesma Universidade, com a participação de muitas personali- dades no âmbito de Estudos Portugueses do País e do Mundo. Alguns participantes tiveram a vontade de nos confiar os seus textos, que nunca foram dados à estampa, e que foram publicados em e-book, através de uma coletânea de artigos acessíveis na internet. Sendo a co-organizadora do Simpósio, tive nele o meu pequeno qui- nhão com uma comunicação sobre o teatro de Mia Couto, avancei também a ideia de organização das actas electrónicas da conferência Diálogos com a Lusofonia (Dialogi z Lusofonia)1. Foi exactamente nessa altura, aquando do simpósio dos 30 anos do Departamento de Estudos Portugueses mais velho na Polónia, que tive a honra e o prazer do conhecer Fabio Mario da Silva – um jovem brasileiro, trabalhando nesses tempos em Évora (Portugal) sobre uma dissertação de mestrado dedicado à poetisa

1 As actas digitais da conferência Diálogos com a Lusofonia. Colóquio Comemorativo dos 30 anos da secção Portuguesa do Instituto de Estudos Ibéricos e Iberoamericanos da Universidade de Varsóvia, 10 e 11 de Dezembro de 2007, Universidade de Varsóvia, Livro das Actas: [19.01.17]. Anna Kalewska portuguesa Florbela Espanca; hoje doutorado, professor titular da UNIFESSPA (Uni- versidade Federal do Sul e Sudeste do Pará). Autor de um interessante artigo sobre a “síndrome” da poesia feminina, tendo como exemplo a obra poética de Cecília Mei- reles (, 07.11.1901 – Rio de Janeiro, 09.11.1964) e Florbela Espanca (Vila Viçosa, 8.12.1894 – Matosinhos, 8.12.1930), duas poetas de língua portuguesa, do Bra- sil2 e de Portugal, na prática quase completamente desconhecidas na Polónia – o te- xto do artigo está disponível on-line nos Diálogos supramencionados, sendo dialógico e inspirador para o estudos e compreensão das vozes femininas na lusofonia. Parece que foi mesmo nesse momento, aquando da primeira visita do Professor Fabio Mario da Silva à Polónia (ou depois, no tempo de uma série de palestras sobre a poesia lusófona, pelo ano de 2010), teria aparecido a ideia de “geminar” Florbela e editar em conjunto com a correspondente polaca – uma seleta da obra da poeta portuguesa traduzida em polaco, e da sua irmã poética polaca traduzida em por- tuguês – numa antologia bilíngue, vertida con amore por estudantes de Varsóvia e Cracóvia e dos professores que também gostam de poesia. – Você conhece, Você conhece uma poeta polonesa que viveu e escreveu no período mais ou menos igual do da Florbela? – perguntou-me a mim o Fabio numa tarde cheia de nevoeiro, de neve e do frio infernal em Varsóvia quando, após termos circundado o monumento a Copérnico, assim como após termos vivido uns momentos arrepiantes de mais profunda comoção junto da urna com as cinzas do coração de Chopin, na igreja de Santa Cruz, íamos caminhando para o lado da Cidade Velha de Varsóvia (que na ver- dade foi arrasada aquando da segunda guerra mundial). – Maria Pawlikowska-Jas- norzewska! – retorqui sem pensar muito, fazendo o bom uso da feminina, mítica, simbólico-parnasiana memória cultural, mais ainda, num acto de imaginação de- senfreada, que acompanha por vezes os actos de tradução, trabalho literário e de investigação. Parece que tenho acertado em cheio... Maria Janina Teresa Pawlikowska-Jasnorzewska, apelido de linhagem Kossak, primo voto Bzowska, secundo voto Pawlikowska (Kraków, 24.11.1891 – Manchester, 09.07.1945), chamada Lilka, poetisa ibérica (tal como Florbela!), casada três vezes e sem filhos (tal Florbela!), escandalista literária (igual a Florbela!), dramaturga, viveu em Paris no ano de 1927 um grande amor para com o aviador e poeta português Sar-

2 Parcimoniosa, mas sempre quase como primeira antologia da poesia brasileira na Polónia, veio no rescaldo de uma aventura que o Professor Henryk Siewierski (UnB) viveu em conjunto com os es- tudantes do Departamento de Estudos Portugueses e da Tradutologia na Universidade Jaguellónica de Cracóvia no inverno de 2009. Trata-se dos 33 Poemas Brasileiros Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Mario Quintana, selecção e traduções de G. Borowski, H. Siewierski, J. Brzozow- ski, et al., elaboração de H. Siewierski, MHMCP – IEIeIb UV, Varsóvia 2011, série Biblioteca Ibérica: [19.01.17. Como escreve o Autor do Prefácio: “infelizmente, não todos os poetas brasileiros seleccionados por nós podiam encon- trar o seu lugar nessa antologia, virou pois impossível obter os direitos autorais para os poemas de Cecília Meireles (Motivo/Powód; Jornal, longe/ Gazeta, daleko; Ou isto ou aquilo/To czy tamto; O tempo no jardim/Czas w ogrodzie; Discurso/Przemówienie; Cântico (III)/Pieśń (III); Panorama/Panorama; Vôo/Lot” (Siewierski, 2011: 13).

18 Antologia Maria – Florbela, ou os Diálogos no Feminino polacos e portugueses mento de Beires. Com certeza, um amor infeliz e sem um happy end, como todas as paixões literárias...Há, então, um ponto em comum e a razão de ser dessa nossa empresa poética polono-lusitana! Então e agora, a dor da existência no feminino, o amar perdidamente até aos confins do amor – mesmo sem a reciprocidade, um erotismo ousado, o pressenti- mento da morte precoce, grande sensibilidade estética e o fim na prática trágico (o sucídio alegado de Florbela e a doença cancerígena de Maria, sofrida no exílio). A elegância da frase e da metáfora, os ecos da poesia romântica na poesia já quase mo- dernista por natureza na escala da Polónia e Portugal (porque criando, fingindo com uma considerável desenvoltura o “eu” poético e egótico da heróina lírica), uma pose talvez um tanto artificial, mas como que a nossa...um fio de pérolas e uma étole de raposa, uma cigarette elegante, uma cabeça avançada por trás como que do retrato de Witkacy “no estilo de Alcoforado”, o arquétipo de Mariana infeliz no convento de Beja ...Florbela em polaco e Maria em português podem encorajar para a tradução, reconhecimento das áreas de cultura, da língua e de sensibilidade feminina. Os Di- álogos no Feminino têm a chance de se transferir da Polónia para Portugal e Brasil e para e os países de África lusófona, se calhar algures ainda, para uma outra dimensão de língua, geografia e cultura. Resta-nos nutrir esperança não somente pela possibilidade de vir a existir a ver- são cartácea de poesia de Cecília Meireles, realizada pela equipa de tradutores cra- covienses liderados pelo Professor Henryk Siewierski, como também de aparece- rem novas versões impressas de antologias de poesia e prosa polono-portuguesa e polono-brasileira. Imperiosa parece a sugestão de traduzir para polaco uma escolha de obra lírica da poeta brasileira Gilka Machado (Rio de Janeiro, 1893 – Rio de Janeiro, 1980), que não encontrou o seu possível lugar na Antologia Poética Maria Pawlikowska- -Jasnorzewska e Florbela Espanca, ou nos Diálogos no Feminino, de momento concebida “às duas” vozes poéticas, à falta de direitos autorais da terceira voz. Hoje isso pa- rece perfeitamente possível em virtude do acesso fácil à sua obra poética na versão digital (), e, antes de mais nada, em prol do diá- logo criador dos pesquisadores, tradutores e amadores das literaturas lusófonas da Polónia e de outros países. Esperamos que “a nossa causa comum” – como justa- mente referiu a poesia brasileira (e as literaturas de língua portuguesa em geral) o professor Henryk Siewierski vá concretizar-se aquando do simpósio dos 40 anos do Departamento da Língua e Cultura Luso-brasileiras, congénere com o IIo congresso de lusitanistas polacos, organizado na Universidade de Varsóvia nos dias 6, 7 e 8 de Dezembro de 2017. Agradeço aos organizadores da Antologia Maria – Florbela, aos autores dos textos e tradutores, exprimindo a alegria e a gratidão pela possibilidade do aparecimento do corrente volume em formato electrónico (no portal Lusosofia – Biblioteca Online de

19 Anna Kalewska

Filosofia e Cultura, ) e a presente versão impressa com su- porte em papel. Bem-hajam!

Professora Doutora Anna Kalewska, IEIeIb UV

Warszawa, 19 de Janeiro de 2017

20 ANTOLOGIA MARIA – FLORBELA, CZYLI POLSKO-PORTUGALSKIE DIALOGI KOBIECE

Wstęp do wydania polskiego, nakładem Zakładu Graficznego UW, Warszawa 2017

Kiedy się to wszystko zaczęło? Kiedy pojawił się pomysł dwujęzycznej antolo- gii polsko-portugalskiej, i do tego poezji kobiecej? A może i antologii kobiecej po- ezji polsko-portugalsko-brazylijskiej? Przypominam sobie sympozjum z okazji 30- lecia sekcji portugalistycznej (obecnie: Zakładu Języka i Kultury Luzobrazylijskiej) Instytutu Studiów Iberyjskich i Iberoamerykańskich Uniwersytetu Warszawskiego, które odbyło się w dniach 10 i 11 grudnia 2007 r. w tymże Uniwersytecie, z udzia- łem licznych osobistości portugalistycznych z kraju i ze świata; niektórzy z Uczest- ników zechcieli powierzyć nam swoje teksty, które nigdy nie ukazały się drukiem, otrzymały natomiast nowatorską wówczas postać e-booku, czy raczej zbioru artyku- łów dostępnych w internecie w plikach pdf. Jako współorganizatorka konferencji, miałam w niej swój skromny udział z referatem o teatrze Mia Couto, wysunęłam również pomysł organizacji elektronicznych akt konferencji Diálogos com a Lusofonia (Dialogi z Lusofonią1). I wtedy właśnie, podczas sympozjum z okazji 30-lecia najstar- szej w Polsce portugalistyki miałam zaszczyt i przyjemność poznać Fabio Mario da Silva – młodego Brazylijczyka z Pará pracującego wówczas nad magisterium o por- tugalskiej poetce Florbeli Espance w Évorze (Portugalia), dziś już po doktoracie, pro- fesora tytularnego w UNIFESSPA (Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará). Autora ciekawego artykułu o „syndromie” poezji kobiecej na przykładzie twórczo- ści Cecilii Meireles (Rio de Janeiro, 07.11.1901 – Rio de Janeiro, 09.11.1964) i Florbeli

1 Akta konferencji Diálogos com a Lusofonia. Colóquio Comemorativo dos 30 anos da secção Portuguesa do In- stituto de Estudos Ibéricos e Iberoamericanos da Universidade de Varsóvia, 10 e 11 de Dezembro de 2007, Uni- versidade de Varsóvia, Livro das Actas: [19.01.17]. Anna Kalewska

Espanki (Vila Viçosa, 08.12.1894 – Matosinhos, 08.12.1930), poetek języka portugal- skiego z Brazylii2 i Portugalii właściwie w Polsce nieznanych – tekst dostępny on-line w Dialogach jw., dialogiczny i inspirujący dla dalszych kobiecych dialogów poezji. I właśnie chyba już wtedy, w czasie pierwszej wizyty Profesora Fabia Mario da Silva w Polsce (lub w czasie następnej serii wykładów o poezji luzofońskiej, bodajże w 2010 r.) powstał pomysł „skoligacenia” Florbeli i wspólnego wydania wyboru prze- kładów poezji – poetki portugalskiej na polski, i jej polskiej poetyckiej siostry na por- tugalski – w dwujęzycznej antologii, con amore przetłumaczonej przez warszawskich i krakowskich studentów oraz kilku lubiących poezję wykładowców. – Czy zna Pani (Você conhece?...), czy zna Pani jakąś polską poetkę, która żyła i tworzyła w tym sa- mym czasie mniej więcej, co Florbela – zapytał mnie Fabio pewnego mglistego, śnieżnego i piekielnie zimnego wieczora w Warszawie, gdy po okrążeniu wielkimi krokami Pomnika Kopernika i wzruszeniach nieopodal urny z sercem Chopina w kościele św. Krzyża zmierzaliśmy w kierunku warszawskiego Starego Miasta (które naprawdę zostało zniszczone w czasie II wojny światowej). – Maria Pawlikowska- Jasnorzewska! – odparłam bez zastanowienia, korzystając z kobiecej, mitycznej, symboliczno-skamandryckiej pamięci kulturowej, a bardziej w akcie desperackiej wyobraźni, która towarzyszy podobno aktom przekładu, pracy literackiej i nauko- wej. Chyba utrafiłam... Maria Janina Teresa Pawlikowska-Jasnorzewska, z domu Kossak, primo voto Bzowska, secundovotoPawlikowska (Kraków, 24.11.1891; Manchester, 09.07.1945), zwa- na Lilką, liryczna poetka (jak Florbela!), trzykrotna mężatka, a bezdzietna (też jak Florbela!), literacka skandalistka (znów jak Florbela!), dramatopisarka, przeżyła w Paryżu w 1927 r. wielką miłość z portugalskim lotnikiem i poetą Sarmento de Bei- res. Oczywiście nieszczęśliwą i bez happy endu, jak wszystkie literackie namiętno- ści... Jest więc punkt wspólny i powód polsko-portugalskiego przedsięwzięcia! A więc ból kobiecej egzystencji, kochanie do granic – choćby bez wzajemności, śmiała erotyka, przeczucie przedwczesnej śmierci, wielka wrażliwość estetyczna, koniec właściwie tragiczny (domniemane samobójstwo Florbeli i choroba nowotwo- rowa na wygnaniu Marii), elegancja frazy i metafory, echa romantycznej poezji w poezji właściwie modernistycznej na skalę Polski i Portugalii (bo kreującej, fingują- cej dość swobodnie poetyckie, egotyczne „ja” bohaterki lirycznej), poza może trochę

2 Niewielka, ale bodajże pierwsza polska antologia poezji brazylijskiej była rezultatem przygody, jaką Prof. Henryk Siewierski (UnB) przeżył wspólnie ze studentami krakowskiej portugalistyki zimą 2009 r. Chodzi o 33 wiersze Brazylijskie Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Mario Quintana, wy- bór i przekłady G. Borowski, H. Siewierski, J. Brzozowski, et al., oprac. H. Siewierski, MHPRL – ISIiI UW, Warszawa 2011, seria Biblioteka iberyjska: [19.01.17]. Jak pisze Autor Przedmowy, „niestety nie wszyscy wybrani przez nas poeci mogą znaleźć się w tej antologii, okazało się bowiem niemożliwe uzyskanie praw autorskich dla wier- szy Cecílii Meireles (Motivo/Powód; Jornal, longe/Gazeta, daleko; Ou isto ou aquilo/To czy tamto; O tempo no jardim/Czas w ogrodzie; Discurso/Przemówienie; Cântico (III)/Pieśń (III); Panorama/Panorama; Vôo/Lot” (Sie- wierski, 2011: 13).

22 Antologia Maria – Florbela, czyli polsko-portugalskie Dialogi kobiece sztuczna, ale jakby nasza ...sznur pereł i etola z lisów, elegancki papieros, głowa jak z portretu Witkacego „w stylu Alcoforado”, archetyp nieszczęśliwej Marianny z klasztoru w Bejy ...Brazylijskie muzy trochę podobnie pisały, kochały i cierpiały, jako Artystki słowa. Florbela po polsku i Maria po portugalsku mogą zachęcić do tłuma- czenia, roz-poznawania obszarów kultury, języka i kobiecej wrażliwości. Dialogi ko- biece mają szansę przenieść się z Polski do Brazylii i Afryki luzofońskiej, może i gdzie indziej, w inny wymiar języka, geografii, kultury. Pozostaje nam żywić nadzieję nie tylko na możliwość ukazania się drukiem prze- kładów Cecílii Meireles, dokonanych przez ekipę krakowskich tłumaczy kierowa- nych przez Profesora Henryka Siewierskiego, ale i na kolejne antologie poezji i prozy polsko-portugalskiej i polsko-brazylijskiej. Cenna wydaje się sugestia przetłumacze- nia na polski wyboru brazylijskiej poetki Gilki Machado (Rio de Janeiro, 1893 – Rio de Janeiro, 1980), która nie znalazła się w oddawanej do rąk Czytelnika Antologii poezji Maria Pawlikowska-Jasnorzewska i Florbela Espanca pt. Dialogi kobiece rozpisanej jedy- nie na dwa głosy, również z powodu braku dostępu do praw autorskich brazylijskiej poetki. Dziś wydaje się to znakomicie możliwe, nie tylko dzięki dostępności jej tek- stów poetyckich w wersji zdigitalizowanej (), ale przede wszystkim dzięki twórczemu dialogowi badaczy, tłumaczy i miłośników li- teratur luzofońskich z Polski i innych krajów. Mamy nadzieję, że „nasza wspólna sprawa” – jak pięknie pisał o poezji brazylijskiej (i w ogóle literaturach języka por- tugalskiego) Henryk Siewierski – skonkretyzuje się w czasie sympozjum z okazji 40-lecia Zakładu Języka i Kultury Luzo-brazylijskiej, a zarazem II kongresu luzyta- nistów polskich, organizowanego w Uniwersytecie Warszawskim w dniach 6, 7 i 8 grudnia 2017. Dziękuję redaktorom Antologii Maria – Florbela, autorom tekstów i tłumaczom, wyrażając radość i wdzięczność z możliwości ukazania się zbioru w formie elektro- nicznej (na portalu Lusosofia – Biblioteca Online de Filosofia e Cultura, ) i obecnie drukowanej.

Prof. dr hab. UW Anna Kalewska, ISIiI

Warszawa, 19 stycznia 2017

23

KOBIECY GŁOS

Anna Nasiłowska

Nie jest łatwo wytłumaczyć nie polskiemu czytelnikowi, kim jest Maria Pawlikowska-Jasnorzewska. Nie należy ona do poetów, o których się bardzo wiele pisze, jej twórczość zamknęła się w dwudziestoleciu międzywojennym i w okresie wojny, a jej życie trudno uznać za modelowe dla kobiet współczesnych, aktywnych zawodowo i niewiele mających czasu na celebrowanie kobiecości. Maria Pawlikow- ska-Jasnorzewska należy jednak do poetek kochanych, przede wszystkim przez wciąż rosnące grono wiernych czytelniczek. Może dzieje się tak z powodu tęsknoty za reprezentowanym przez nią ideałem kobiecości: autorka uważała, że to kobiety podtrzymują marzenie o pięknie, to one przekształcają zwykłą, twardą codzienność w coś przytulnego, uprawiają estetykę dnia codziennego i domową, prywatną magię, dzięki której życie nabiera blasku. Mimo tempa i pragmatyzmu dzisiejszego świata marzenie to przecież nie wygasło. Poza tym do wielu jej wierszy napisano muzykę, stały się one piosenkami wykonywanymi na estradzie. Urodziła się w rodzinie artystycznej. Jej dziadek Juliusz Kossak, ojciec Wojciech i brat Jerzy stanowili bardzo sławny ród malarzy. Dziadek był jednym z twórców stylu polskiego, malował bitwy narodowe, sceny polowań oraz bohaterów na koniach. Po- sługiwał się głównie akwarelą. Ojciec kontynuował ten styl, ale uprawiał bardziej spektakularne malarstwo olejne. Do dziś na rynku antykwarycznym dzieł sztuki ob- razy Kossaków mają w Polsce wysoką cenę, choć najmniej cenione są dzieła najmłod- szego z trójki, Jerzego, który powtarzał styl ojca i zbanalizował typowe motywy ta- kie jak ułan i dziewczyna. Kossakowie byli specjalistami od malowania koni, co za- spakajało szlachecki snobizm i podsycało narodowe sentymenty. Od Marii, zwanej w rodzinie Lilką, i jej młodszej siostry nie oczekiwano, że zostaną artystkami; nie otrzymały one też innego wykształcenia poza domowym. Anna Nasiłowska

Magdalena, młodsza siostra Marii, przybrała pseudonim twórczy Samozwaniec i pisała niezwykle dowcipne utwory: scenki, felietony, powieści i komedie. Po śmierci siostry opublikowała dwa tomy wspomnień o niej i o rodzinie Kossaków. I choć dla efektu i dowcipu w opowiadaniu czasem była w stanie poświęcić wierność faktom, to jej książki, pisane z uwielbieniem dla geniuszu, urody i życia Lilki, niewątpliwie ugruntowały poetycką sławę Marii po drugiej wojnie światowej i przybliżyły czytelni- kom jej postać. To już nie Maria, ale Lilka, jak zwano ją w rodzinie i wśród przyjaciół. Maria pierwszy zbiór wierszy opublikowała w 1922 roku; nazywał się on Niebie- skie migdały, co po polsku jest idiomatycznym wyrażeniem: niebieskich migdałów nie ma, więc opowieści o niebieskich migdałach to po prostu bajki i zmyślenia. Ty- tuły kolejnych tomów — Różowa magia (1924), Pocałunki (1926), Dancing (1927) — pod- kreślają kobiecość, lekki żart i erotyzm. Początki pisarskie Marii Pawlikowskiej-Jasnorzewskiej przypadły na okres po I wojnie światowej, gdy Polska po ponad wieku niewoli odzyskała niepodległość. Za- wdzięczała to w dużej mierze sprzyjającej koniunkturze politycznej, gdy w wyniku wojny i rewolucji doszło do osłabienia Rosji, Niemiec i Austrii —państw, które wcze- śniej stopniowo wchłaniały części dawnej Rzeczpospolitej, a w 1795 roku doprowa- dziły do likwidacji suwerennej państwowości, co spowodowało długi ciąg powstań narodowych. Poezja, zwłaszcza romantyczna, odegrała niemałą rolę w podtrzymy- waniu tożsamości i woli walki o wolność. W 1918 roku pojawiła się grupa młodych poetów, która postanowiła walczyć o pol- ską normalność i nowoczesność. Julian Tuwim, Antoni Słonimski, Jan Lechoń, Ka- zimierz Wierzyński i Jarosław Iwaszkiewicz odcinali się w pierwszych manifestach od tradycji celebrowania cierpień i budzenia narodowego ducha. Teraz ważne miały być nowe tematy: miasto, miłość, dzień codzienny, młodość i sam radosny fakt ży- cia. Trochę czerpali z rosyjskich futurystów, trochę z filozofii Bergsona. Unieważnić też chcieli dawne podziały: w grupie było dwóch poetów o korzeniach żydowskich, dwóch przybyszów z Ukrainy i jeden urodzony w Warszawie. Maria Pawlikowska- Jasnorzewska, nieco od nich starsza, urodzona i wychowana w Krakowie, mieście tradycji i zabytków, zaprzyjaźniła się z tą grupą. Tematyka jej wierszy: magia kobie- cości i miłości, przyroda, pojawiające się w jej poezji rekwizyty i zjawiska związane z miastem i nowoczesnością (samochód, jazz, dancing) bardzo im odpowiadały, a artystycznie jej wiersze były nawet nowocześniejsze od ich post-romantycznej dyk- cji. Jej poezja ma w sobie lekkość i naturalność, główny efekt osiąga się w niej za pomocą bardzo prostych środków; są najdalsze od patosu, moralizowania czy nawet filozofowania. Publikowała od początku pod nazwiskiem drugiego męża. Pawlikowscy to ro- dzina dość szczególna, o bardzo dużych zasługach dla literatury polskiej i dla kultury wysokich Tatr. Mieli w Zakopanem, stolicy regionu, dom w stylu lokalnym, zako- piańskim, zaprojektowany przez Stanisława Witkiewicza, architekta, malarza i pi-

26 Kobiecy głos sarza, który stworzył obowiązującą do dziś wersję tego stylu, odmienną od stylu bu- downictwa w Alpach, opartą na wykorzystaniu miejscowych materiałów i na trady- cjach sztuki ciesielskiej górali, z ludowymi dekoracjami itp.. Mąż Marii był także pi- sarzem i znawcą Tatr. Małżeństwo nie trwało jednak długo. Krótko mieszkała Maria w ogromnym domu Pawlikowskich, choć z Tatrami była związana także potem, gdyż było to miejsce spotkań artystycznej bohemy. Obie siostry Kossak przyjaźniły się z synem Stanisława Witkiewicza, Stanisławem Ignacym, zwanym Witkacym, który był znanym artystą awangardowym: malarzem i autorem dramatów tak ekstremal- nych, że nie chciały ich wystawiać teatry. Moda na Witkacego zaczęła się dopiero w latach sześćdziesiątych, kiedy odkryto, że jego twórczość współbrzmi z europej- skim teatrem absurdu. Obie siostry także tworzyły dla teatru: utwory Magdaleny były tylko zabawne, utwory Marii natomiast bardzo często podejmowały w lekkiej formie poważną problematykę historiozoficzną. Pod koniec lat dwudziestych nastrój entuzjazmu, panujący w pierwszych latach po odzyskaniu niepodległości, zaczął się wyczerpywać. Maria została opuszczona przez męża, który w Wiedniu związał się z tancerką. Pawlikowski był automobilistą, dokonywał wyczynów opisywanych z podziwem w polskiej prasie; ją fascynowali lot- nicy, bohaterowie przestrzeni, ludzie, którzy potrafią dokonać czegoś, co wcześniej wydawało się niemożliwe. Według świadectwa siostry pewnego dnia znalazła we francuskiej prasie wiersz portugalskiego lotnika José Manuela Sarmento de Beires. Miał on na swoim koncie kilka wspaniałych przelotów, takich jak rajd z Lizbony do Makau w 1924 roku. Największym wyczynem był przelot z Lizbony do Brazylii do- konany 27 marca 1927 roku, który stawia go w rzędzie odkrywców takich jak Charles Lindbergh, który swojego przelotu nad Atlantykiem dokonał w tym samym roku, ale w maju. Sarmento de Beires opisał swój rajd do Makau w książce De Portugal a Macau (a viagem do Pátria) („Z Portugalii do Makau. Podróż samolotem ‘Pátria’”), wydanej przez wydawnictwo Seara Nova w Lizbonie. To samo wydawnictwo w 1924 roku opu- blikowało jego tomik wierszy Sinfonia dos Ventos („Symfonia wiatrów”). Postać lotnika-poety tak podziałała na wyobraźnię polskiej poetki, że napisała do niego po francusku list. Sarmento de Beires sporo czasu spędzał we Francji, współ- pracując z francuską fabryką samolotów Breguet. Okazało się, że sporo ich łączy: oboje zainteresowani byli ezoteryką oraz nowymi ideami uniwersalnej religii. Ma- ria nie należała do ruchu teozoficznego, ale w jej otoczeniu było kilka osób bardzo weń zaangażowanych, jako że ruch ten wspierał w Polsce planowanie rodziny i miał charakter dość postępowy. Sarmento de Beires podczas lotu do Macau odwiedził Adjar w Indiach, jedną z siedzib Towarzystwa Teozoficznego. Opublikował też wtedy w międzynarodowym biuletynie teozoficznym list o swojej misji. Jego przelot otwierać miał dla ludzkości „nową epokę pokoju, harmonii i pomyślności”, zgodnie z celami ruchu miał służyć jednoczeniu się ludzkości wokół celów duchowych. List ten mógł z łatwością wpaść

27 Anna Nasiłowska w ręce Marii w Warszawie lub w Paryżu, gdyż obracała się wśród osób, które były tym żywo zainteresowane. Towarzystwo Teozoficzne, założone przez pochodzącą z Ukrainy Helenę Pie- trowną Bławatską w 1875 roku, było dość dowolnym zlepkiem idei buddyjskich i bra- minizmu z inspiracjami zachodnimi. Eklektyczny ruch pewnie nie przetrwałby w XX wieku, gdyby nie pojawienie się w Adjarze Jiddu Krishnamurtiego, magnetyzu- jącego nauczyciela, człowieka o niezwykłych zdolnościach ezoterycznych. Krishna- murti był rzeczywiście osobą o głębokim uduchowieniu: choć rozpoznawano w nim Mesjasza, on nigdy nie przyjął tej roli, podkreślał konieczność samodoskonalenia i nie pragnął stworzyć nowego kościoła czy religii. Głosił, że „prawda jest krainą bez dróg”. Maria Pawlikowska i José Manuel Sarmento de Beires nawiązali korespondencję w 1927 roku. Znamy jej urywki, przytoczone w książkach siostry Marii. Porozumie- nie dwojga ludzi pochodzących z dwóch przeciwległych krańców Europy wydawało się całkowite. W kolejnych listach wyobrażony związek zaczął sprawiać wrażenie unii dusz i ciał, spełnienia najgłębszych pragnień. Niektóre sformułowania świad- czą, że radzili się gwiazd, co w połączeniu z metodami ezoterycznej komunikacji na odległość sprawiło, że zanim jeszcze mogli się zobaczyć, mieli oni poczucie kontaktu fizycznego. Spotkali się na początku 1928 roku w Paryżu. Nie było to rozczarowanie. „Ma się on do innych panów jak aeroplan do roweru.” — napisała Maria w liście do przyjaciółki. Niestety, on był żonaty. Ona — formalnie też. Co się działo dokładnie, nie wiemy, ale z całą pewnością nie było im łatwo. Romantyczne spotkanie przerwał nagły jego wyjazd do Portugalii. W mojej biografii poetki wiążę ten wyjazd z tłem politycznym. Sarmento de Beires, podobnie jak Pawlikowska-Jasnorzewska, był po stronie libe- ralnej demokracji. Logika jego dalszych losów wskazuje, że 1928 rok był dla niego rozstrzygający: zaangażował się w spisek w wojsku, który usiłował przeciwdziałać — również wywodzącej się z wojska — dyktaturze. Próba puczu z 1928 roku była nieudana, działał więc dalej; w 1933 został uwięziony, w następnym roku wydalono go z wojska, skazano, zdegradowano...Dla obrony demokracji poświęcił nie tylko miłość do polskiej poetki, lecz także karierę lotnika. Był na emigracji, najpierw w Chinach, a potem w Brazylii. Zrehabilitowano go dopiero w 1972 roku, na dwa lata przed śmiercią. Maria czekała najpierw w Paryżu; nawet gdy skończyły się jej pieniądze, wciąż nie traciła nadziei, tak więc trudno jej było wyjechać. Powstał wówczas jeden z pięk- niejszych zbiorów jej wierszy, zatytułowany Paryż, wydany w 1929 roku. Przesycony jest on cierpieniem, choć zawód miłosny nie pojawia się na pierwszym planie. Nie ma też w nim postaci portugalskiego lotnika, raz wspomina się przechodzącego ulicą Hiszpana — i to wszystko. Mowa jest o nowoczesnym mieście, o tym jak bardzo przeżywa się samotność w rozbawionym tłumie, o próbach wróżenia — wszystkie

28 Kobiecy głos zabiegi dowodzą tylko, jak bardzo człowiek bezradny jest wobec swego losu. Wspa- niałość, różnorodność, tempo życia nowoczesnej metropolii, miasta świateł i serca Europy, kontrastuje z poczuciem wypalenia i dziwnymi w nowoczesnym świecie za- biegami wróżebnymi. Już w tym zbiorze, który ani razu nie dotyka wprost polityki, można zauważyć przeczucie, że nadciąga mroczny czas. Być może odnajdą się kiedyś w jakimś archiwum w Portugalii listy polskiej po- etki? Miłość do portugalskiego lotnika nie okazała się w życiu Pawlikowskiej de- strukcyjna. Po powrocie do Polski Maria nieco uniezależniła się od rodziny. Wyna- jęła własne mieszkanie, poznała młodego polskiego lotnika Stefana Jasnorzewskiego i została jego żoną. Tomiki zaczęła podpisywać nowym nazwiskiem i później, po woj- nie, aby scalić jej dorobek, wymyślono, żeby podpisywać je dwoma nazwiskami. Oba są długie i niestety bardzo trudne dla cudzoziemskiego czytelnika. Dla znajomych i tak pozostała Lilką, tego imienia używają też często kochający ją czytelnicy. Małżeństwo okazało się udane, choć wybranek był dziesięć lat młodszy. Nie wia- domo, czy o tym wiedział, ponieważ poetka, jak wiele eleganckich pań, nie przyzna- wała się do swojego wieku i miała nawet zmienioną datę roczną w dokumentach. Naprawdę urodziła się w 1891 roku, ale to była tajemnica. W pierwszych dniach września 1939 roku miała miejsce w Warszawie premiera teatralna jej sztuki Baba-dziwo. To utwór o totalitaryzmie: w wymyślonym państwie sprawuje władzę ponura dyktatorka, która walczy z kobietami. Na sali było zaled- wie kilka osób, jako że wobec wybuchu wojny trudno było myśleć o przedstawie- niu teatralnym. Poetka z mężem urządzali właśnie nowe mieszkanie, ale on, jako wojskowy, dostał rozkaz wyjazdu na wschód. Wraz z falą uciekinierów własnym sa- mochodem dotarli do Rumunii, potem przedostali się przez Bałkany i Włochy aż do Francji. Polscy wojskowi mieli nadzieję, że uda im się w sojuszniczej Francji odegrać istotną rolę, a hitlerowskie Niemcy zostaną pokonane. Niestety, w 1940 roku czekała ich dalsza ewakuacja do Wielkiej Brytanii. Tu rzeczywiście polskie oddziały, zwłasz- cza polscy lotnicy, zasłużyli się najpierw w obronie Anglii, a potem podczas ofensywy w Europie. Dla Marii Pawlikowskiej-Jasnorzewskiej wybuch wojny był ogromnym ciosem, spełnieniem najgorszych przeczuć. Przeżyła to bardzo, a zwłaszcza upadek Fran- cji. Czuła się bardzo związana z kulturą francuską, była w zasadzie dwujęzyczna. Z różnych wspomnień wyłania się obraz Marii na statku płynącym przez kanał La Manche: zeszła z niego złamana, zbolała, dużo starsza. Jej mąż był wojskowym, jej ojciec i dziad malowali sceny bitewne, ale ona nie identyfikowała się z duchem wo- jennym, nawet jeśli miałaby to być walka wyzwolicielska, po słusznej stronie. Była pacyfistką od czasów międzywojennych. W latach wojny trudno było wyznawać pa- cyfizm, ponieważ taka postawa oznaczała konflikt z większością polskiej emigracji i kołami wojskowymi. Trudno było głosić potępienie wszelkiej agresji otwarcie, gdy realia polityczne skłaniały do tego, by wspierać piórem walkę o wolność i mobilizo-

29 Anna Nasiłowska wać do działania. Robili to poeci, z którymi przyjaźniła się młodości. Ale i to było dla poetki za dużo. Nie napisała ani jednej linijki pochwalającej czy choćby pośrednio akceptującej wojnę. Porównywała ją do zatrutego kwiatu, do katastrofy, płodu Szatana. Obserwo- wała, jak duch wojenny degraduje życie umysłowe, doprowadza do kłótni, zmienia współżycie ludzi w piekło. Z rozpolitykowanego Londynu, gdzie znalazł siedzibę pol- ski rząd na emigracji, wycofała się na prowincję. Mieszkała w małym pensjonacie, aby być blisko bazy lotniczej, w której pracował jej mąż. Zaczęła chorować. Późno wykryty rak był przyczyną jej śmierci 9 lipca 1945 roku w Manchesterze. Jej wierne czytelniczki oczywiście wierzą, że w zasadzie zabiła ją tęsknota i wojna: złośliwy, trujący kwiat zaczął rozrastać się w jej ciele. Mamy więc w jej życiu wszystko, czego potrzebuje współczesna biografia przy- ciągającej uwagę postaci: przedwczesną śmierć w symbolicznym momencie, zemstę losu, miłość i zdradę, liczne rozstania i pełną kokieterii gotowość kochania. Nie na legendzie biograficznej opiera się jednak sława poetki, ale na tym, że jej wiersze są unikalnym, kobiecym głosem, który po raz pierwszy w dziejach Europy przemówił w poezji Safony. Odzywa się on rzadko — tak rzadko, że każda z piszących kobiet musi od nowa stworzyć swój świat w swojej epoce. Nie ma tu jednolitego ciągu tradycji. W latach wcześniejszych, na przełomie XIX i XX wieku, pojawiło się co prawda w Polsce po raz pierwszy bardzo wiele poetek, ale ich ton był inny, przesycony schyłko- wością epoki. Pawlikowska-Jasnorzewska uczciła Safonę cyklem wierszy. Spośród poetek europejskich ceniła także Annę de Noailles, tłumaczyła zresztą jej wiersze na polski. Poezja Pawlikowskiej-Jasnorzewskiej jest wysokiej próby. Nie ma w niej efek- ciarstwa, jest naturalność. Poza tym, że zdołała nadać nowoczesną formę poetycką jakże często marginalizowanym przeżyciom kobiety, takim jak poszukiwanie part- nera, miłość, tęsknota, chęć podobania się i rozstanie, była także poetką natury. Jej wiersz o wiewiórce, wesołej i nieobliczalnej, która żyła w domu, ale zginęła przypad- kowo zgnieciona drzwiami, należy do najświetniejszych w jej dorobku. Poza tym te- mat natury pojawia się w cyklu Szkicowników poetyckich, pisanych w latach trzydzie- stych i w okresie wojny, inspirowanych francuską tradycją po˙eme en prose. Szkicow- niki cechuje poczucie, że człowiek jest równorzędną częścią natury. We wrześniu 1939 roku, gdy pierwsze bomby spadły na miasta i na uciekinierów, Maria zauważyła grządki kwiatów, przestraszone ptaki, a nawet słonia cyrkowego porzuconego w le- sie. Wojna burzy równowagę całego świta, także niczemu nie winnych zwierząt i roślin. Sięga do morskich głębin. We wczesnej poezji Pawlikowskiej-Jasnorzewskiej natura była bajkowa, później natomiast ludowe stylizacje ustępują miejsca wizji, w której dostrzec można punkt widzenia prekursorski wobec współczesnego myślenia ekologicznego. Poetka przekraczała nawet antropocentryczną perspektywę: kobie-

30 Kobiecy głos ca empatia pozwalała jej zderzyć punkt widzenia nie-ludzkiego bytu z ludzkim za- dufaniem, którego przejawem jest wojna. Gdyby Maria Pawlikowska-Jasnorzewska i José Manuel Sarmento de Beires spo- tkali się w szczęśliwszym czasie, zapewne związki poezji polskiej i poezji portugal- skiej byłyby głębsze. Możemy o tym jedynie pomarzyć. Wydanie portugalskie tych wierszy przywraca więzi, które przerwała historia.

31

UMA VOZ FEMININA

Anna Nasiłowska

Explicar a um leitor não polaco quem é Maria Pawlikowska-Jasnorzewska não é uma tarefa fácil. Não pertencendo aos poetas com uma copiosa fortuna crítica, com uma obra que se restringe ao entreguerras e ao período da guerra, e com uma biogra- fia que dificilmente poderia ser considerada um padrão para as mulheres contem- porâneas, profissionalmente ativas e privadas de muito tempo para a celebração da sua feminilidade, Maria Pawlikowska-Jasnorzewska é, no entanto, uma das poetisas mais queridas, sobretudo pelas fiéis leitoras cada vez mais numerosas. Talvez seja assim porque elas têm saudades do ideal da feminilidade representado por Maria: a poetisa acreditava que eram as mulheres que sustentavam o sonho da Beleza, trans- formavam o dia-a-dia, tão comum e duro, em algo aconchegante, cultivando uma estética quotidiana e caseira, uma magia privada, que fazia com que a vida ganhasse mais brilho. Pois, apesar do ritmo e do pragmatismo do mundo de hoje, esse sonho não deixou de existir. Vários dos seus poemas, aliás, foram musicados, tornando-os canções apresentadas no palco. Maria nasceu numa família artística. O seu avô, Juliusz Kossak, bem como o pai, Wojciech, e o irmão, Jerzy, pertenciam a uma família muito conhecida de pintores. O avô foi um dos criadores do estilo polaco, pintando cenas de batalhas nacionais, cenas de caça e retratos de heróis a cavalo. Criava sobretudo aguarelas. O pai de Maria deu continuidade a esse estilo, mas preferia pintura a óleo, considerada mais espetacular. Até hoje os quadros dos Kossak atingem altos preços no mercado polaco de leilões, ainda que as obras do mais novo, Jerzy, que reproduzia o estilo do pai e banalizava os motivos típicos como ulano e rapariga, sejam menos valorizadas. Os Kossak eram especialistas em representar cavalos na pintura, conseguindo satisfa- zer o snobismo fidalgo e alimentando as saudades nacionais. De Maria, chamada na família de Lilka, e da sua irmã mais nova não se esperava que se tornassem artistas. Não receberam outra educação que não fosse a caseira. A irmã mais nova, Magdalena, tendo adotado o pseudônimo artístico Samozwa- niec, escrevia obras muito espirituosas: cenas, crônicas, romances e comédias. De- Anna Nasiłowska pois da morte da irmã ela publicou dois volumes de memórias sobre Maria e a família de Kossak. E embora, a fim de conseguir a impressão desejada no leitor, ela tivesse aberto mão da fidelidade aos fatos, os seus livros, escritos com uma admiração pelo gênio, pela beleza e pela vida de Lilka, solidificaram, sem dúvida, a fama poética de Maria depois da segunda guerra mundial, aproximando a sua figura do público. Já não era Maria, mas Lilka, como era chamada entre os membros da família e os ami- gos. O primeiro volume de poesia, Maria publicou-o em 1922 e intitulou-o Niebieskie migdały, aproveitando uma expressão idiomática da língua polaca (śnić o niebieskich migdałach, literalmente: “sonhar com amêndoas azuis”), utilizada quando alguém pensa em coisas que não existem, histórias irreais, sonhos e ideações. Os títulos dos volumes seguintes – Różowa magia (“Magia cor-de-rosa”, 1924), Pocałunki (“Beijos”, 1926) e Dancing (1927) – realçam a feminilidade, um caráter sutil e espirituoso, e o erotismo. Os inícios de Maria Pawlikowska-Jasnorzewska como escritora coincidiram com o período depois da primeira guerra mundial, quando a Polónia, que durante mais de um século sofria dominação alheia, reconquistou a independência. Conseguiu-a em grande parte devido a uma conjuntura política favorável, com o enfraquecimento, em consequência da guerra e revoluções, da Rússia, da Alemanha e da Áustria – paí- ses que vieram conquistando gradativamente os territórios da antiga República Po- laca, chegando em 1795 a dar fim à soberania estatal, o que levou a uma longa série de levantamentos nacionais. Durante aquele período, a poesia, especialmente român- tica, desempenhava um papel significativo, não deixando extinguir-se a identidade nacional e a ânsia de liberdade. Em 1918 surge um grupo de jovens poetas que resolve lutar por uma normali- dade e modernidade polaca. Julian Tuwim, Antoni Słonimski, Jan Lechoń, Kazimierz Wierzyński e Jarosław Iwaszkiewicz romperam, nos primeiros manifestos, com uma tradição que visava sobretudo à celebração do sofrimento, despertando o espírito nacional. A partir de então, importantes seriam os novos temas: a cidade, o amor, o quotidiano, a juventude e o próprio feliz fato de viver. Inspiravam-se um pouco nos futuristas russos, um pouco na filosofia de Bergson. Pretendiam também apagar as antigas divisões: no grupo havia dois poetas de origem judaica, dois de origem ucra- niana e um nascido em Varsóvia. Maria Pawlikowska-Jasnorzewska, um pouco mais velha do que eles, nascida e criada em Cracóvia, uma cidade de tradição e patrimó- nio, fez amizade com o grupo. Os assuntos abordados (a magia da feminilidade e do amor, a Natureza) bem como os adereços e os fenómenos que apareciam na sua poesia, relacionados com a vida urbana e a modernidade (os automóveis, o jazz, os dancings), agradavam aos poetas do grupo, enquanto, em termos artísticos, as obras da autora cracoviense eram até mais modernas do que a dicção pós-romântica deles. Os poemas de Maria têm leveza e naturalidade, e o seu efeito principal é produzido

34 Uma voz feminina com meios muito simples, longe do patético, da preocupação moralizadora e do dis- curso filosófico. Desde o início da sua carreira artística Maria publicava sob o sobrenome do se- gundo marido. Os Pawlikowski eram, aliás, uma família excepcional, com uma enor- me contribuição para a literatura polaca e a cultura das Tatras Altas. Tinham em Zakopane, a capital desta região montanhosa, uma casa em estilo local, construída segundo o desenho de Stanisław Witkiewicz – arquiteto, pintor e escritor que criara uma versão desse estilo, diferente do alpino e até hoje vigente, baseada no aprovei- tamento dos materiais localmente disponíveis, bem como as tradições da arte de car- pintaria da população local, com decorações populares. O marido de Maria era tam- bém escritor e conhecedor das Tatras. O casamento, porém, não durou muito. A poe- tisa morou pouco tempo na enorme casa dos Pawlikowski, ainda que continuasse li- gada às montanhas, uma vez que era nas Tatras que se encontrava a boémia artística. Ambas as irmãs Kossak eram amigas do filho de Stanisław Witkiewicz – Stanisław Ignacy, conhecido como Witkacy, que era um grande artista de vanguarda, pintor e autor de peças tão extremamente insólitas que os teatros recusavam encená-las. (Witkacy entrou na moda só nos anos 60, quando se reconheceram as suas afinida- des com o teatro europeu do absurdo.) As irmãs também escreviam para o teatro, mas enquanto as obras de Magdalena eram tão somente engraçadas, as peças de Maria muitas vezes abordavam, apesar de uma forma leve, questões historiosóficas muito sérias. No final da década de 20 a atmosfera de entusiasmo, que impregnava os primei- ros anos depois da recuperação da independência, passou a esgotar-se. Maria foi abandonada pelo marido, que começou uma relação amorosa com uma dançarina em Viena. Pawlikowski era automobilista e impressionava a imprensa polaca com as suas proezas; ela era fascinada com aviadores, heróis do espaço, homens capazes de fazer algo que antes parecia impossível. Conforme o testemunho da irmã, um dia Maria achou na imprensa francesa um poema de um piloto português, José Manuel Sarmento de Beires. O aviador fez alguns voos excecionais, como o raide de Lisboa para Macau em 1924. A sua maior proeza foi, no entanto, o voo de Lisboa para o Brasil em 27 de março de 1927, que fez com que ele se juntasse aos pioneiros de aviação como Charles Lindbergh, que faria o seu famoso voo transatlântico no mesmo ano, mas em maio. Sarmento de Beires narrou o raide no livro De Portugal a Macau: a viagem do “Pátria”, publicado pela editora lisboeta Seara Nova, a mesma que em 1924 lançou o seu volume de poesia Sinfonia do Vento. A figura do aviador-poeta impressionou a poetisa polaca a ponto de esta lhe diri- gir uma carta escrita em francês. Sarmento de Beires costumava passar muito tempo na França, cooperando com a fábrica de aviões Breguet. Os dois descobriram que tinham muito em comum: interessavam-se pelo esoterismo e pelas novas ideias de uma religião universal. Maria não pertencia ao movimento teosófico, mas nos círcu-

35 Anna Nasiłowska los que frequentava havia pessoas muito engajadas nesta corrente, porque apoiava o planejamento familiar e era bastante progressista. Durante o seu voo para Macau Sarmento de Beires visitou Adyar na Índia, uma das sedes da Sociedade Teosófica. Na mesma altura publicou também uma carta so- bre a sua missão num boletim internacional de teosofia. A sua viagem havia de abrir à humanidade “uma nova época da paz, da harmonia e da prosperidade” – conforme os objetivos do movimento ela visava a realização de uma ação unificadora da hu- manidade concentrada nas metas espirituais. Maria poderia tomar conhecimento da carta em Varsóvia ou em Paris, uma vez que frequentava círculos de pessoas vi- vamente interessadas pelo assunto. A Sociedade Teosófica foi fundada por Helena Petrovna Blavatsky, natural da Ucrânia, em 1875, e era um aglomerado relativamente arbitrário de ideias budistas e bramanistas com certas aspirações ocidentais. Esta corrente eclética provavelmente não teria sobrevivido no século XX se não fosse o aparecimento, em Adyar, de Jiddu Krishnamurti, um educador carismático e um homem com excecionais capacidades esotéricas. Krishnamurti era realmente uma pessoa profundamente espiritualizada — era até reconhecido como messias, mas nunca assumiu esse papel, sublinhava a necessidade de autoaperfeiçoamento e não pretendia criar uma nova igreja ou reli- gião. Ensinava que “a verdade é uma terra sem caminho”. Maria Pawlikowska e José Manuel Sarmento de Beires começaram a trocar car- tas em 1927. Daquela correspondência conhecem-se algumas passagens citadas nos livros da irmã de Maria. O entendimento recíproco dos dois, pessoas oriundas das antípodas da Europa, afigurava-se total e completo. À medida que escreviam as car- tas, o relacionamento imaginário parecia cada vez mais uma união das almas e dos corpos, uma realização dos desejos mais profundos. Como mostram algumas passa- gens, eles consultavam os astros e utilizavam alguns métodos esotéricos de comuni- cação à distância, do modo que tinham, ainda antes de terem uma oportunidade de se ver, uma sensação de contato físico. Encontraram-se no início de 1928 em Paris. Não foi uma decepção. “Comparado com outros senhores é como um aeroplano em relação a uma bicicleta”, escreveu Maria numa carta a uma amiga. Infelizmente ele era casado. Ela, do ponto de vista formal, também. O que real- mente aconteceu, não o sabemos, mas com certeza não lhes era fácil. O encontro amoroso foi interrompido por uma viagem súbita dele para Portugal. Na biografia da poetisa Maria Pawlikowska-Jasnorzewska, czyli Lilka Kossak, de minha autoria, explico este deslocamento à luz do contexto político. Sarmento de Beires, à semelhança de Pawlikowska-Jasnorzewska, era a favor da democracia liberal. A lógica do que lhe aconteceu posteriormente mostra que 1928 foi para ele um ano decisivo: ficou enga- jado numa conspiração contra o exército que pretendia opor-se à ditadura de prove- niência militar. Depois de uma tentativa fracassada de golpe do estado em 1928, Sar- mento de Beires continuou ativo, sendo encarcerado em 1933, expulso do exército no

36 Uma voz feminina ano seguinte, condenado, rebaixado na hierarquia militar...Pretendendo defender a democracia, Sarmento de Beires sacrificou não apenas o amor pela poetisa polaca, mas também a sua carreia de aviador. Emigrou, primeiro para China, e depois para o Brasil. A sua reabilitação deu-se apenas em 1972, dois anos antes da sua morte. Maria aguardava em Paris. Mesmo quando o dinheiro acabou, ela não perdeu a esperança, e a necessidade de partir era-lhe muito penosa. Foi naquela época que criou um dos seus mais lindos volumes de poesia, intitulado Paryż ("Paris"), publi- cado em 1929. Embora o livro seja impregnado de sofrimento, a mágoa de um cora- ção partido nunca assume o primeiro plano. Não aparece também a figura do avia- dor português, e só uma vez menciona-se um espanhol passeando — e é tudo. O volume trata de uma cidade moderna, do quanto se experimenta a solidão no meio de uma alegre multidão, das tentativas de adivinhação — tudo mostra apenas quão impotente é o ser humano em face do seu destino. O esplendor, a diversidade e o ritmo de vida de uma metrópole moderna, de uma cidade de luzes, do coração da Europa, contrasta com a sensação de exaustão e com as artes de adivinhação, estra- nhas no mundo moderno. Já neste volume, ainda que em nenhum momento se toque diretamente a política, pode-se observar o pressentimento de um tempo sombrio. Talvez se achem, um dia, em algum arquivo em Portugal, as cartas da poetisa polaca? O amor pelo aviador português não se revelou destruidor na vida de Maria. Tendo regressado para a Polónia, a autora ficou mais independente da sua família. Alugou um apartamento próprio, conheceu um jovem aviador polaco, Stefan Jasnor- zewski, e casou com ele. Começou a assinar os volumes com o novo sobrenome, e só mais tarde, depois da guerra, resolveu, a fim de dar coerência à sua obra, assinar os livros com os dois sobrenomes. Para os amigos, aliás, ela nunca deixou de ser Lilka, e é este nome que os seus dedicados leitores muitas vezes utilizam. O casamento mostrou-se bem-sucedido, embora o marido fosse dez anos mais novo. Não se sabe se ele tinha consciência da diferença de idade, uma vez que a poetisa, como muitas mulheres elegantes, não revelava a sua idade, e tinha inclusive documentos com uma data modificada. Na verdade nasceu em 1891, mas foi um segredo. Nos primeiros dias de 1939 estreou em Varsóvia a sua peça Baba-dziwo. É uma obra sobre o totalitarismo, cuja ação tem lugar num país imaginado, reinado por uma ditadora taciturna que luta contra as mulheres. Na plateia havia pouquíssima gente, já que, com a eclosão da guerra, não se pensou mais em espetáculos. A poetisa e o marido estavam a arranjar um novo apartamento, mas ele, sendo militar, foi obri- gado a partir para o leste. Junto com uma onda de refugiados, eles chegaram, no seu próprio carro, à Roménia, e depois, atravessando os Balcãs e a Itália, até à França. Os militares polacos esperavam desempenhar um papel importante na França, sua aliada, e acabar com a Alemanha hitlerista. Infelizmente, em 1940 tiveram que fugir novamente, dessa vez para a Grã-Bretanha. Ali as tropas polacas, especialmente os

37 Anna Nasiłowska aviadores, destacaram-se primeiro na defesa da Inglaterra, e depois durante a ofen- siva na Europa. Para Maria Pawlikowska-Jasnorzewska a eclosão da guerra foi um grande golpe que significou a realização dos seus pressentimentos mais funestos. Sofreu muito, particularmente depois da queda da França. Sentia-se muito ligada à cultura fran- cesa, era praticamente bilíngue. De diversas lembranças surge a imagem de Maria a bordo do navio atravessando o Canal da Mancha, do qual desceu quebrada, dolo- rida, muito envelhecida. O seu marido era militar, o seu pai e o avô pintavam cenas de batalha, mas ela nunca se identificou com o espírito bélico, mesmo que se tra- tasse de uma luta libertadora, pelo lado justo. Maria era pacifista já desde o período entreguerras. Durante a guerra era difícil assumir o pacifismo, já que esse tipo de atitude implicava um conflito com a maioria da comunidade polaca emigrante e com os círculos militares. Era difícil condenar publicamente qualquer tipo de agressão, enquanto o contexto político induzia os escritores a apoiarem, através da sua arte, a luta libertadora, incentivando à ação. Era isso que faziam os seus colegas poetas dos tempos de juventude. Mas para Maria isso também era demais. Jamais escreveu uma linha que aprovasse a guerra ou sequer a aceitasse indi- retamente. Comparava-a a uma flor envenenada, a uma catástrofe, a um germe de Satanás. Observava como o espírito da guerra degenerava a vida intelectual, le- vava ao conflito entre as pessoas, transformava o convívio humano num inferno. Distanciou-se do fervor político de Londres, que sediava o governo polaco no exílio, mudando-se para a província. Morava numa pequena pensão, perto da base aérea em que trabalhava o seu marido. Aí começou a doença. Um cancro, detetado tar- diamente, foi a causa do seu falecimento em 9 de julho de 1945, em Manchester. As suas fiéis leitoras acreditam obviamente que a verdadeira causa da sua morte foi a saudade e a guerra: uma flor maligna, venenosa, começou a brotar dentro do corpo da poetisa. A sua vida revela, portanto, todos os traços que uma biografia contemporânea de uma figura interessante tem que possuir: uma morte precoce num momento simbó- lico, uma vingança do destino, amores e adultérios, várias despedidas e uma dispo- sição para amar cheia de coqueteria. Não é, porém, na lenda biográfica que a fama da poetisa se fundamenta, mas antes no fato de que os seus poemas constituem uma voz feminina ímpar, única, que na Europa se fez ouvir pela primeira vez na poesia de Safo. É uma voz que se pronuncia tão raramente que cada mulher escritora tem que criar, a partir de nada, um novo mundo na sua própria época. Não existe uma tra- dição uniforme. Embora anteriormente, na virada do século XIX para o século XX, tivesse aparecido na Polónia um primeiro conjunto maior de poetisas, o tom delas era diferente, supersaturado com o espírito decadentista do final da época. Maria Pawlikowska-Jasnorzewska homenageou Safo com um ciclo de poemas. Dentre

38 Uma voz feminina as poetisas europeias apreciava também Anna de Noailles, traduzindo inclusive os seus poemas para o polaco. A poesia de Pawlikowska-Jasnorzewska é de uma excelente qualidade. Não se acham nela artifícios pretensiosos para impressionar o leitor, mas antes uma natura- lidade. Para além de ter conseguido dar uma forma poética moderna às experiências femininas tão frequentemente marginalizadas, como a busca do amor, a saudade, a vontade de ser admirada e a despedida, ela era também uma poetisa da Natureza. O seu poema sobre um esquilo alegre e imprevisível que vive em casa, mas morre esma- gado por uma porta, é um dos melhores na sua obra. O tema da Natureza aparece igualmente no ciclo Szkicowniki poetyckie (“Cadernos de esboços poéticos”), escritos na década de 30 e durante a guerra, e inspirados na tradição francesa de poème en prose. Szkicowniki apresentam o ser humano como uma parte equivalente da Natu- reza. Em setembro de 1939, quando as primeiras bombas caíram nas cidades e nos refugiados, Maria reparou em canteiros de flores, em pássaros assustados, até num elefante de circo, abandonado num bosque. A guerra desequilibra o mundo intei- ro, inclusive o mundo dos animais e das plantas que não fizeram a mal a ninguém. Atinge até as profundezas do mar. Anteriormente, a poesia dela apresentava uma Natureza de conto de fadas, mas depois as estilizações populares cedem lugar a uma visão em que se pode notar um ponto de vista precursor do pensamento ecológico na contemporaneidade. Maria transcendia a perspetiva antropocêntrica, a empatia feminina permitia-lhe a criação de um embate entre o ponto de vista de um ser não humano e a presunção humana, cuja manifestação é a guerra. Se Maria Pawlikowska-Jasnorzewska e José Manuel Sarmento de Beires se tives- sem encontrado num tempo mais favorecido, as ligações entre a poesia polaca e por- tuguesa seriam indubitavelmente mais profundas. Isso não passa, porém, de um sonho. A presente edição dos poemas em tradução reestabelece os laços rompidos pela História.

Tradução de Gabriel Borowski

39

Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Maria Pawlikowska-Jasnorzewska, c. 1934, retrato por Wojciech Kossak (o pai da poeta) (fonte: Wikimedia Commons) Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Diz a cigana

Venho de uma terra distante, Filha de um rei cigano, Levo uma vida errante... Brilho à luz do sol; no mundo não sou ninguém. Tilintam em mim moedas de três países, Recordações do meu vaivém. Às vezes leio a sina. Sem pudor, Prevejo a morte aos jovens e, aos velhos, o amor...

Trad. Teresa Fernandes Swiatkiewicz

42 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Cyganka mówi

Przychodzę z bardzo daleka, Błędna Cyganka, Córka króla Kwieka... Błyszczę w słońcu – w świecie nic nie znaczę. Dźwięczą na mnie monety trzech krajów, Pamiątki tułacze. Czasem kabałę stawiam. Niezawiłą, Gdyż wróżę młodym śmierć – a starym miłość...

43 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

A violeta é um rouxinol

Aquecidas com a folha cordiforme Querendo exprimir o veludo do amor As modestas violetas ao sol Cantam em soprano o seu odor. No mundo das flores A violeta é um rouxinol.

Trad. Teresa Fernandes Swiatkiewicz

44 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Fiołek to słowik

Serdecznym liściem ogrzane, Chcąc miłości aksamit wysłowić – Skromne fiołki Śpiewają wonności sopranem. W świecie kwiatów Fiołek – to słowik.

45 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Retrato

A tua boca: um oceano da cor das rosas. O teu olhar: uma onda em sublevação. E as tuas espáduas musculosas: Um colete de salvação...

Trad. Teresa Fernandes Swiatkiewicz

46 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Portret

Usta twoje: ocean różowy. Spojrzenie: fala wzburzona. A twoje szerokie ramiona: Pas ratunkowy...

47 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

O conselho de Madame Girard, a bruxa

Numa sexta-feira de setembro em noite de lua nova, modela um boneco parecido com o teu galã. Vai buscar a boca ao espinheiro e os olhos à coruja e abraça-o todos os dias, de noite e de manhã, isto é para que o outro – o tolo – tenha às vezes a sensação de que algo no coração doce e escusadamente canta, umas mariposas o perseguem em sedosa agitação e, no interior, uma onda de raiva e apreensão se levanta, é para que vagueie só pela vereda outonal terrena, meio teimoso, meio inconsciente, sem querer e, pisando as folhas secas pintadas de hena, pense: «É coisa do Diabo! Não consigo esquecer». É para que sinta no coração saudade e melancolia, para que, assustado, veja nas nuvens uma sílfide nua, nas tocas o nariz de um génio, no cachimbo bruxaria, e siga até à tua porta e, na magia cor-de-rosa, se imiscua.

Trad. Teresa Fernandes Swiatkiewicz

48 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Rada pani Girard, czarownicy

Musisz ulepić w piątek, we wrześniu, na nowiu, małą lalkę, podobną do twego kochanka. Zrobić jej usta z głogu, wprawić oczy sowie i tulić ją co wieczór i każdego ranka, by tamtemu – głupiemu – zdawało się czasem, że mu coś w sercu słodko, niepotrzebnie śpiewa, że go gonią ćmy jakieś z jedwabnym hałasem, i aby się opędzał i martwił, i gniewał, i by samotnie błądził aleją jesienną, na wpół jeszcze uparcie, na wpół nieprzytomnie – i tupiąc w suche liście malowane henną, myślał: „diabli nadali! nie mogę zapomnieć!” I aby poczuł w sercu tęsknotę i chandrę, by w chmurach z przerażeniem ujrzał sylfy nagie, w dziupli drzewnej nos dżina, w fajce – salamandrę – i wpadł prosto w drzwi twoje – wprost w różową magię...

49 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Magia cor-de-rosa

No bico dourado do fogão queimarei uma rosa minha, uma pena negra de galinha e, do ser humano, um coração. Não envenenarei ninguém, não matarei qualquer ente, o coração – esse é de gente; é meu e de mais ninguém. Não estrangularei uma ave, não derrama sangue o meu feitiço, nesta poção mágica que atiço lançarei a minha alma suave.

Trad. Teresa Fernandes Swiatkiewicz

50 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Różowa magia

Na złocistej fajerce spalę różową różę, czarne pióreczko kurze i jedno ludzkie serce. Nikogo nie otruję, nikogo nie zabiję, serce to jest niczyje, jest ono tylko – moje. Gołębia nie zaduszę, me czary są bezkrwawe, w czarodziejską potrawę wrzucę mą własną duszę.

51 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

A linhagem da bruxa

A todos juro amor eterno: pardas campânulas da loucura, beladona tresmalhada, coruja, lua nova, sapo, bufo-real e hiena; tabaco de cor deslavada e sombria cicuta que o sabugueiro armazena. Eu, bruxa sem vassoura, de coração chamuscado, saudosa de um pobre demo afastado, fitando o mundo como uma bola de cristal, amo-te e acolho-te no meu coração leal, linhagem de bruxa e de maga, suspeita, desconfiada, amada...

Trad. Teresa Fernandes Swiatkiewicz

52 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Rodzina czarownicy

Przyrzekam wam miłość dozgonną, siwe dzwonki szaleju, błędna belladonno, sowo, nowiu, ropucho, puchaczu i hieno, tytoniu bladolicy i bzów czarnych posępna zżółkła walansjeno. Ja, wiedźma bez ożoga, z sercem opalonem tęskniąca za dalekim, ubogim demonem, wpatrzona w świat jak w szklaną czarodziejską kulę, kocham cię i do serca tulę, rodzino czarownicy, podejrzana, kochana...

53 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

A fogueira

Agarraste-me pela tempestiva cabeleira, meu mestre do fogo! Com os teus braços que nem cordas amarraste ao coração uma fogueira. Desforram-se as magias e os feitiços! Ah, não há quem estenda a mão! O dia ardeu cedendo à noite de carvão, por entre faíscas e bulícios.

Trad. Teresa Fernandes Swiatkiewicz

54 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Stos

Chwyciłeś mnie za burzę włosów, Mistrzu ogniowy! ramionami jak powrozami przywiązałeś do serca: stosu. Mszczą się czary i uroki wszystkie! Ach, i znikąd pomocy! Dzień się spalił na węgiel nocy, pośród westchnień i iskier.

55 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Rainha do Frio

Eis a Rainha do Frio a andar pela rua, Rodeada por uma nevasca crua. Boca pálida, toda cerrada E o chapéu com a fita, toda nevada – Carta na mão, palavras pretas – da carta branqueza – delas nasce a frieza. Apressa-se rumo ao rio. Gelado o olhar. Parará o rio quando a Rainha lá mergulhar.

Trad. Jakub Jankowski

56 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Królowa mrozu (Ice Queen)

Oto Królowa Mrozu idzie przez ulicę, Otoczona przez dziką śnieżycę. Usta ma blade, zaciśnięte twardo I kapelusz z zaśnieżoną kokardą – W ręku list. Czarne słowa na białym papierze, z których mróz swój początek bierze. Idzie prędko ku rzece. Zamarzłe ma oczy. Rzeka stanie, gdy Królowa w nią skoczy.

57 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Oração

Ó beijo nosso, que estais nos céus junto às almas de jasmim e lilás! De sangue e prados nus, o filho! Ó beijo nosso, que estais nos céus! Ó sentido de ações e gestos meus! Ó pão desejado pela minha alma! Saudade de vento! Conto de calma! Ó beijo nosso, que estais nos céus! Meus lábios tristes murcharão pronto, e quando sua cor diluida na terra brote no amaranto das margaridas – então me tocarás sua canção de violino, me fecharás na palavra além do destino, ó beijo nosso, que estais nos céus!

Trad. Małgorzata Naumczuk

58 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Modlitwa

O pocałunku, któryś jest w niebie razem z duszami bzu i jaśminu! Krwi i bezsennych łąk gwiezdnych synu! O pocałunku, któryś jest w niebie! O treści wszystkich myśli i czynów! O upragniony mej duszy chlebie! Tęsknoto wichrów! Bajko jaśminów! O pocałunku, któryś jest w niebie! Me smutne usta zwiędną w czas krótki, a gdy z nich barwą oddaną glebie w amarantowe przejdzie stokrotki – wówczas mi zagrasz twą pieśń skrzypcową, zamkniesz mnie w obce wieczności słowo, o pocałunku, któryś jest w niebie!

59 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Velhice

O bosque se veste de seda violeta e a tília de verde e liso cetim. Enfeitar-me já não é minha meta, ninguém olha para mim. Há homens estranhos que juntam buquês de urtiga e roselha, mas onde tamanhos que beijem os cabelos de uma velha? Vivo só. Chamam-me de avó. Sinto-me como uma nódoa negra na tapeçaria multicor do planeta.

Trad. Regina Przybycien

60 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Starość

Leszczyna się stroi w fioletową morę, a lipa w atłas zielony najgładszy... Ja się już nie przebiorę, na mnie nikt nie patrzy. Bywają dziwacy, którzy z pokrzyw i mleczów składają bukiety, lecz gdzież są tacy, którzy by całowali włosy starej kobiety? Jestem sama, Babcia mi na imię – czuję się jako czarna plama na tęczowym świata kilimie...

61 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Uma mulher que espera

Espera, olha o relógio dos seus anos, morde o lenço expectante. Lá fora o mundo é só desengano, talvez já seja tarde para um visitante?

Trad. Regina Przybycien

62 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Kobieta, która czeka

Czeka, patrzy na zegar swych lat, gryzie chustkę z niecierpliwości. Za oknem świat zszarzał i zbladł, a może już za późno na gości?

63 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Outono

As rosas de outono enferrujaram olhando o espaço branco do aguaceiro – a chuva costura o céu ao chão com mil pontos e arrepios. E tudo se estraga escorre, esvai-se decomposto porém não para sempre, em desalento mas em êxtase, só por um momento.

Trad. Regina Przybycien

64 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Jesień

Zardzewiałe róże jesieni patrzą w przestrzeń białą od deszczu – deszcz niebo przyszywa do ziemi tysiącem ściegów i dreszczów. I wszystko psuje się, cieknie, zgnilizną broczy, lecz nie na zawsze, z rozpaczy – ale na krótko, z rozkoszy.

65 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Borboleta

toquei-o com uma pluma feito borboleta desculpe foi sem querer o senhor é como negro lírio triste e ardente me escapou da mente que sou mulher.

Trad. Regina Przybycien

66 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Motyl

dotknęłam pana jak motyl egretą przepraszam to było niechcący pan jest jak czarny irys smutny i gorący zapomniałam że jestem kobietą.

67 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Manuscritos queimados

Quando o mundo rejeitou Safo, Quando a sua obra foi queimada, Explodiram fumos róseos; Atravessaram, numa nuvem pesada E louca, os tempos que se deram. Inalei-a envolvida no seu bafo: A poesia não se perdera...

Trad. Gabriel Borowski

68 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Spalone rękopisy

Gdy świat Safonę odrzucał, Gdy jej dorobek palono, Buchnęły dymy różane; Ociężałą, chociaż szaloną Chmurą płynęły przez czas. Wciągnęłam ją z wiatrem w płuca: Poezja nie poszła w las...

69 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Sobre ela

Ó Paixão, divinamente ridícula! Ó monstruosa, ó aleijada! As asas te levam pr’o alto recato! Com o peito as queres seguir, Com sua vista erguida, fixada! Mas o quadril nunca se ergueu E os seus pés de pato Não te deixam subir... E não te entregarás ao céu, E a terra não te vai dominar, Monstro com lábio doce e triste olhar!

Trad. Gabriel Borowski

70 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

O niej

Bosko śmieszna Miłości! Potworze, kaleko! Skrzydła rwą cię ku górze! Piersią dążysz za niemi, Zapatrzona wysoko, daleko! Lecz twoje ciężkie biodra I twoje stopy kurze Trzymają cię przy ziemi... I niebu się nie oddasz, I ziemia cię nie zmoże, Smutnooki, słodkousty potworze!

71 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Amante mudo

Um amante mudo é como um rio escuro que, levando palavras, passa. Ao beijar sua amante silencia como o céu, como um piloto realizando manobra. Rouba-lhe a metade do contentamento – e ela seria sempre curiosa e infeliz, se não fosse que, no negrume, com um braço limpa uma lágrima que no rosto dele sobra.

Trad. Gabriel Borowski

72 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Milczący kochanek

Milczący kochanek jest jak ciemna rzeka, która, słowa unosząc, przepływa. Całując kochankę milczy jak firmament, jak pilot w czasie wiraży. Kradnie jej pół szczęścia – i byłaby wiecznie ciekawa i nieszczęśliwa, gdyby nie to, że w mroku, niechcący, ramieniem, łzę mu otarła z twarzy.

73 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Golfo amargo

Alegre, poderoso e largo, alto marinheiro na haste! Do meu choro me pescaste como uma sereia do golfo amargo...

Trad. Magdalena Misiorny e Karolina Łubnicka

74 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Gorzka zatoka

Szeroki, wesoły, wysoki, nieulękły marynarzu siłaczu! Wyłowiłeś mnie z mego płaczu jak syrenę z gorzkiej zatoki...

75 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Não volto mais

“Não volto mais! Que Deus me atire Para além das estrelas! Porque este mundo me afligiu Imperdoavelmente”... “Sim, mas aqui floresce O amor como orquídea isolada...Não voltas?”

Trad. Magdalena Misiorny

76 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Nie wrócę więcej

„Nie wrócę więcej! Niech mnie Bóg odrzuci Daleko w gwiazdy! Gdyż mnie świat ten smucił Niewybaczalnie”... „Tak, lecz to rozkwita Miłość, jak storczyk ustronny...Nie wrócisz?”

77 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Amor

Há já um mês que sou por ti ignorada. E nada. Talvez esteja mais pálida e calada, um bocadinho mais cansada. Mas parece que dá para viver sem ar.

Trad. Karolina Łubnicka

78 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Miłość

Nie widziałam Cię już od miesiąca I nic. Jestem może bledsza, trochę śpiąca, trochę bardziej milcząca. Lecz widać można żyć bez powietrza.

79 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Fotografia

Quando se teve a sorte que ninguém mais tem: a terra toda e o corpo de alguém, e agora resta só uma fotografia, muito menos do que se queria...

Trad. Karolina Łubnicka

80 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Fotografia

Gdy się miało szczęście, które się nie trafia: czyjeś ciało i ziemię całą, a zostanie tylko fotografia, to – to jest bardzo mało...

81 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Ofélia

Ah, ficarei aqui ainda muito tempo na água cristalina, na rede das algas finas até que me dê conta finalmente de que não fui amada, pura e simplesmente.

Trad. Aleksandra Wilkos

Ofélia, de John Everett Millais 1851-52. Tate Gallery, London (fonte: Wikimedia Commons)

82 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Ofelia

Ach, długo jeszcze poleżę w szklanej wodzie, w sieci wodorostów, zanim wreszcie uwierzę, że mnie nie kochano, po prostu.

83 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Quem quiser que eu o ame não deve estar nunca sombrio, mas deve saber levantar-me nos seus braços levemente. Quem quiser que eu o ame deve sentar-se à beira dum rio e observar bichos e ervas atentamente. Tem de saber bocejar ao ver um funeral ou beatos a gritar numa procissão funesta. Mas deve comover-se quando um pardal canta ou um pica-pau batuca os abetos na floresta. Tem de saber acariciar-me e fazer festinhas em cães e rir-se, e no fundo de si mesmo sonhar uma fantasia deliciosa, e ignorar tudo como eu ignoro, e estar calado na escuridão voluptuosa, e nem ser furioso nem meigo demais.

Trad. Aleksandra Wilkos

84 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Kto chce bym go kochała, nie może być nigdy ponury i musi potrafić mnie unieść na ręku wysoko do góry. Kto chce, bym go kochała, musi umieć siedzieć na ławce i przyglądać się bacznie robakom i każdej najmniejszej trawce. I musi umieć ziewać, kiedy pogrzeb przechodzi ulicą, gdy na procesjach tłumy pobożne idą i krzyczą. Lecz musi być za to wzruszony, gdy na przykład kukułka kuka lub gdy dzięcioł kuje zawzięcie w srebrzystą powłokę buka. Musi umieć pieska pogłaskać i mnie musi umieć pieścić, i śmiać się, i na dnie siebie żyć słodkim snem bez treści, i nie wiedzieć nic, jak ja nic nie wiem, i milczeć w rozkosznej ciemności, i być daleki od dobra i równie daleki od złości.

85 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Amor

Meditas muito. Teimoso, misterioso. Olhas para a janela com um olhar penoso... Mas, não me amas mais que a vida, meu amado? Tu próprio o disseste no ano passado... Ris-te, mas o teu riso não me convenceu. Olhas para as nuvens esculpidas no céu... Mas, não sou eu o teu céu e o teu mundo, meu amado? Tu próprio o disseste no ano passado...

Trad. Aleksandra Wilkos

86 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Miłość

Wciąż rozmyślasz. Uparcie i skrycie. Patrzysz w okno i smutek masz w oku... Przecież mnie kochasz nad życie? Sam mówiłeś przeszłego roku... Śmiejesz się, lecz coś tkwi poza tym. Patrzysz w niebo, na rzeźby obłoków... Przecież ja jestem niebem i światem? Sam mówiłeś przeszłego roku...

87 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Berceuse

Os teus olhos ainda calados, os teus olhos ainda calados quando me tomas nos braços – chovem astros serenos, chovem astros delicados e neve sobre neve morre passo a passo... No silêncio as caras extintas, no silêncio as caras embranquecidas e as almas empalidecem na afinidade... na neblina azul claro, na neblina adormecida o coração rosado de luminosidade... Estou deitada no teu leito, adormeço no teu leito como no fundo de maca prateada, suspensa na encruzilhada, algures na encruzilhada à espera do grande deleito...

Trad. Aleksandra Wilkos

88 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Berceuse

Oczy twe ciche są jeszcze, oczy twe ciche są jeszcze, kiedy mnie bierzesz w ramiona – spokojnych gwiazd płyną deszcze, łagodnych gwiazd płyną deszcze i śnieg na śniegu gdzieś kona... W milczeniu zbladły nam twarze, w milczeniu zgasły nam twarze i dusze bledną w miłości... w błękitnym stoi oparze, w półsennym stoi oparze różowe serce światłości... Spoczywam na twoim łożu, zasypiam na twoim łożu, jak na dnie srebrzystych noszy, stojących gdzieś na rozdrożu, wstrzymanych gdzieś na rozdrożu w oczekiwaniu rozkoszy...

89 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Palácio sobre o gelo

O meu palácio serpenteado está sobre o gelo rosado aguenta as nevascas mas treme no dia sossegado, tem varandas inclinadas e quartos torcidos onde dormem sonhos intocáveis e arrepios vividos. O sol sob o abajur ocupa o canto mais luminoso e a lua crescente no sótão assoma-se vergonhosa O sorriso de maio toma o pequeno-almoço na sala passarinhos dourados esvoaçam felizes p’la escada debaixo das janelas nevadas há rosas crescidas e as lágrimas nos lenços secam na corda estendidas. E as borboletas para os lenços dão voltas sem siso pois nas lágrimas felizes vive a doçura do narciso.

Trad. Aleksandra Wilkos

90 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Pałac na lodzie

Spiralny mój pałacyk na różowym lodzie stoi mocno w zawiejach a drży przy pogodzie – i ma skośne balkony i krzywe sypialnie w których śpią żywe dreszcze i sny nietykalne. Słońce stoi pod kloszem w najjaśniejszym kącie a księżyc z okna strychu wystawia dwa końce – W jadalni przy śniadaniu siedzi śmiech majowy złote ptaszki fruwają po klatce schodowej pod oknami na śniegu kwitną śnieżne róże a chustki od łez mokre suszą się na sznurze. Motyle ku nim lecą pośród białych harcy bo chustki od łez szczęścia słodkie są jak narcyz.

91 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Costa

As medusas sem cuidado espalhadas, as conchas pela areia escondidas e um peixe pelas ondas desertado como o meu amor por ti rejeitado.

Przeł. Aleksandra Wilkos

92 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Wybrzeże

Meduzy rozrzucone niedbale, muszle, które piasek grzebie, i ryba opuszczona przez fale, jak serce moje przez ciebie.

93 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Vitória de Samotrácia

Tu és como a Vitória de Samotrácia, ó amor não silenciado! Até morto, corres com a mesma audácia e estendes os braços cortados...

Trad. Desisława Żelewa

94 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Nike

Ty jesteś jak paryska Nike z Samotraki, o miłości nieuciszona! Choć zabita, lecz biegniesz z zapałem jednakim wyciągając odcięte ramiona...

95 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Calor

Como mulas, os dias cansados vão devagar pela estrada. Já batem à porta as férias de verão... O calor veio do jardim e instalou-se em casa. Ah, como eu desejo o gelo do teu coração...

Trad. Marta Machowska-Dias

96 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Upał

Dni znużone jak muły wloką się po wybojach. W żaluzje pukają kanikuły... Upał przyszedł z ogrodu i zamieszkał w pokojach. Ach, jak pragnę serca twego lodu...

97 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Quando pousares sobre mim os teus lábios de beijos carregados, os meus lábios voarão, como duas asas, assustados, o meu sangue todo fugirá lestamente inundando o meu rosto como um rio ardente. Os meus olhos pelo teu olhar acariciados, estes olhos morrerão, pelas pálpebras enterrados. O meu peito sob a tua mão derreterá como neve queimada, e eu desaparecerei toda, como nuvem por um vento forte atravessada.

Trad. Marta Machowska-Dias

98 Maria Pawlikowska-Jasnorzewska

Gdy pochylisz nade mną twe usta pocałunkami nabrzmiałe usta moje ulecą, jak dwa skrzydełka ze strachu białe – krew moja się zerwie, aby uciekać daleko, daleko, i o twarz mi uderzy płonącą czerwoną rzeką. Oczy moje, które pod wzrokiem twym słodkim się niebią, oczy moje umrą, a powieki je cicho pogrzebią. Pierś moja w objęciu twej ręki stopi się jak śnieg, i cała zniknę jak obłok, na którym za mocny wicher legł.

99 Florbela Espanca, c. 1930, foto por João Espanca (fonte: Wikimedia Commons) FLORBELA, A PRIMEIRA1

Maria Lúcia Dal Farra

Ao querido compadre José Miguel Wisnik

Um contemporâneo confessou-me ter presenciado uma espantosa reação de Florbela Espanca. E isso teria ocorrido no final dos anos vinte, quando a poetisa, subindo calmamente uma daquelas íngremes ladeiras do Porto, deparara-se com um carroceiro que maltratava sem piedade um velho e cansado animal que mal conse- guia se mover. Consta que Florbela não se conteve e que teria tentado tomar-lhe o chicote para açoitá-lo com a mesma determinação imposta ao pobre burro. Ela que- ria justiça! Quanto mais não fosse, repugnava-lhe o maltrato impingido aos bichos de qualquer espécie, a ela, que sempre se fizera rodear por cachorros, gatos, coelhos, galinhas, macacos. No único diário (que se conhece) da lavra da poetisa, ela capta e registra, num mudo diálogo, o olhar do seu cão, pressentindo nele o guardião mítico das portas do Hades, por certo um seguro acompanhante para a melindrosa traves- sia ao encontro marcado com a “Senhora Dona Morte dos Dedos de Veludo” – tal como a alcunha num de seus últimos poemas. Mas proezas de tal naipe, como a dessa disputa do chicote, são sempre invocadas para sugerir fortes temperamentos. E a mim me lembra ter lido algo semelhante na biografia de Nietzsche, por quem, aliás, Florbela tinha o maior apreço. Notadamente nos seus últimos tempos de vida, fora ela sua assídua leitora e admiradora e, pelos vistos, já agora sua seguidora. Malgrado tudo, creio que tal passagem (lendária?) pode ilustrar, para o público polonês, um dos muitos flashes dessa mulher controvertida que, já na altura do li- ceu, comparecia às aulas trajada de calça comprida, num modelito deveras auda- cioso para as moçoilas provincianas portuguesas dos anos que antecederam a Pri- meira Grande Guerra. E, isso, na convencional cidade de Évora (Alentejo) que, não

1 Este texto nasceu de um outro, apresentado como Abertura do Congresso Internacional e Interdisci- plinar “A Marginalidade Feminina no Mundo Lusófono”, de 22 a 24 de setembro de 2015, na USP/CEDEM. Maria Lúcia Dal Farra deslembrada dos tantos incidentes “indecorosos” atribuídos a sua futura Musa, re- sistiria ainda um bom tempo depois de sua morte em honrá-la como filha, home- nagem que só pôde ser efetivada dezoito anos após seu falecimento, e de maneira clandestina. Isso se deu quando, na calada da noite e secretamente, os fãs de Florbela con- seguiram a proeza de acimentar o seu busto ao plinto que o aguardava no Jardim Público de Évora desde o tempo em que a escultura ficara pronta, ou seja, no ano posterior à morte da poetisa, que falecera em 1930. O tributo vinha graças a uma vi- toriosa campanha de angariação de fundos – e por aí já se vê a que grau ascendeu, depois de morta, a poetisa que, em vida, havia obtido para as suas obras apenas uma pífia repercussão. Sim, porque, além de tudo, essa mulher opiniosa cometera um basilar pecado mortal: matara-se, e como se fora pouco, suicidara-se no dia do seu próprio ani- versário! Morrer por vontade própria sempre foi uma decisão que Florbela alçara à conta de heróica, opinião que se conhece nas suas composições desde os tempos juvenis: nas suas cartas, nos esboços poéticos de então, nos seus contos. E também em As Máscaras do Destino, volume escrito dolorosamente com o fito de reverenciar Apeles, seu único irmão, mais novo que ela dois anos e três meses, e desaparecido a 6 de junho de 1927. No dia 8 de dezembro de 1930, dia de Nossa Senhora da Conceição, sua padroeira e de Vila Viçosa (de onde era natural), Florbela d’Alma da Conceição Espanca realiza essa grande comemoração: a de retorno à terra de origem, ao útero primevo e origi- nal, à Terra-Mãe, ingressando doravante no seu tão acalentado e almejado “País da Luz”. A poetisa quebrava, assim, o encanto em que a Má Fada a mantivera pela vida afora, como devaneia nos derradeiros sonetos produzidos então. Na sua obra, aliás, são inúmeras as remissões feitas a esse Estranho País, a esse “Ignoto País” da sua infância, a esse “País de lenda”, de onde veio e donde trouxe as irremediáveis saudades que a tornam desterrada e deserdada – um verdadeiro Judeu Errante em busca da terra prometida. É desse Reino que ela se sabe Infanta e é para ele que almeja voltar. Da sua parte, a Terra a aguarda, sôfrega, para com seu corpo modelar a “haste duma flor”, para erguê-lo ao sol na “urna de oiro de uma flor aberta”, para, enfim, com ele poder “matar a fome às rosas” – tópica de transmutação do corpo, tão cara à Florbela. E a todos nós impressiona que o circuito vital e intelectual de Florbela se abra e se feche sob o mesmo signo de Thanatos, e na sua configuração a mais telúrica e pan- teísta. No primeiro poema escrito por ela com menos de 9 anos de idade, “A vida e a morte”, a poetisa-menina erige a morte como “guarida”2, como o lugar de aconchego

2 “A vida e a morte”. Florbela Espanca, Afinado Desconcerto. Contos, cartas, diário (est. intr., apr., org. e notas de Maria Lúcia Dal Farra). São Paulo: Iluminuras, 2012, ed. atualizada, p. 43. Sempre que não me reportar ao período de 1920 a 1925, a epistolografia será retirada desta obra, indicando entre parênteses

102 Florbela, a primeira que, no derradeiro soneto, supostamente aquele dedicado “À Morte”, encontra o seu acabamento na metáfora do “regaço”, do colo que, afinal, a acolhe perenemente no dia em que completa 36 anos de idade. E o soneto com que, poeticamente, encerra a sua vida, tem como título “À Morte”. Neste, a “guarida” permanece sendo, tal como no poema inaugural, qualidade da Morte, mas as “raízes” que, no primeiro, nome- avam a Vida, se deslocam, já agora, para a Morte, sublinhando com isso, o seu apa- nágio mais benéfico. Penso que é o caso de se perguntar, um tanto na senda de Agustina Bessa-Luís3, se as saudades desse País distante (que no referido soneto se lê como a “Moirama”) não seriam ditadas pela falta ancestral da Mãe, dessa a quem ela também se dirige no poema-gêmeo (mas contrário deste), escrito na mesma altura. Em “Deixai entrar a Morte”, Florbela interroga amargamente a Mãe, perguntando-lhe por que razão foi gerada. Aliás, ela, que se diz filha de “regiões imaginárias”, também se afirma filha da Mágoa. A Dor, da forma como se lê na sua poética, lhe foi transmitida no próprio leite que a amamentou. Ora, essa Dor que, como matéria-prima, insufla a sua poesia, vai, ao longo da sua obra, sendo erigida como um traço diferencial de gênero, como uma prerrogativa essencialmente feminina. Claro que há todo um substrato, toda uma tradição literária a que Florbela se fi- lia quando a enuncia como coisa de mulher. Basta lembrar, por exemplo, as cantigas d’amigo, a Menina e Moça de Bernardim Ribeiro, as Cartas de Mariana Alcoforado4. Mas, diferente da tradição, é a primeira vez na literatura portuguesa que a Dor, até então expressa e tratada somente pela autoria masculina, é experienciada (por den- tro) por aquela que a padece, por uma mulher que se torna sujeito e objeto dessa mesma ação, o que vai converter tal sentimento em algo próprio, testado, moldado, pessoalizado e autenticado como feminino. De maneira que, doravante, a partir de Florbela e na história literária portugue- sa, não se tratará mais de um sentimento de segunda mão, de um estado afetivo tomado de empréstimo, delegado, descrito e alheio àquele que o manifesta, mas de algo vivenciado internamente e talhado, no que tem de peculiar, por uma intimidade que o agencia, que o assume e o emite com competência própria, modificando-o à medida em que o vive, certificando-o e cunhando-o como privilégio de gênero. as páginas em que ali constam. Remeto o leitor ao mesmo tempo a Poemas. Florbela Espanca (est. intr., org. e notas de Maria Lúcia Dal Farra). São Paulo: Martins Fontes, 1994. 3 Refiro-me ao admirável Florbela Espanca, a vida e a obra, de Agustina Bessa-Luís, que se encontra na Bibliografia. 4 Deolinda Adão, em As Herdeiras do Segredo (Lisboa, D. Quixote, 2014), assegura que, em Florbela, “o agente construtivo é feminino, o que implica que a delineação do espaço feminino previamente cons- truído por agentes masculinos foi de tal forma interiorizado que passou a fazer parte dos parâmetros de auto-identidade do sujeito feminino”.

103 Maria Lúcia Dal Farra

Alcoforado, 1933, retrato imaginado por Witkacy (Stanislaw Ignacy Witkiewicz) (fonte: Wikimedia Commons)

E, o que é mais meritório: Florbela transforma, desse modo, a histórica inati- vidade feminina em força produtiva. A dor (com todo o aparato de recursos, tanto para defini-la quanto para ultrapassá-la) fica, a partir de Florbela, cunhada como o combustível poético próprio do feminino. Energia herdada de uma mulher, da sua própria e mítica Mãe, através da amamentação.

Biograficamente, Florbela vem, deveras, de um lar um tanto bizarro, mesmo para os padrões de então. Ela e Apeles (ela, nascida em 1894, ele, em 1897) são filhos de João Maria Espanca, concebidos fora do âmbito familiar, mas neste acolhidos com toda a legitimidade – visto que importava pouco, para essa precisa economia doméstica, se os papéis tivessem sido ou não oficializados. Tanto é que o pai Espanca só a per- filhará, contrafeito, dezoito anos após a sua morte, e apenas por imposição da moral salazarista, que se recusava a admitir a poetisa no panteão nacional, como já referi. Lembro que nem mesmo esse gesto patético alcançou ressarci-la, na altura, aos olhos dos costumes vigentes. É que João Maria Espanca, antiquário e colecionador, perseguido por suas idéias republicanas no tempo da monarquia, sempre fora um liberal. Ele se dedicara à arte fotográfica, à pintura, ao bricabraque e ao cinematógrafo que o obrigava, na infância de Florbela, a períodos longe de casa. E, com tal índole, Espanca trouxera para o lar, a

104 Florbela, a primeira cada vez, os dois filhos que tivera com a amante Antónia da Conceição Lobo, falecida precocemente aos 29 anos, em 1908, depois de ter desaparecido de Vila Viçosa e para aí ter voltado apenas para morrer. Espanca os trouxera para casa a fim de torná-los afilhados da sua mulher Mariana Inglesa, para que fossem criados e educados pelo casal como seus legítimos herdeiros. A abertura de espírito que pairava sobre esse lar pode explicar que o velho Espanca viesse, depois (em 1906), a viver, sob o mesmo teto, com a empregada doméstica Henriqueta de Almeida (com quem se casará mais tarde), e que Florbela se desse igualmente bem, tanto com a madrinha e madrasta, de quem ele se divorciará afinal, quanto com a amante do pai – o mesmo ocorrendo entre ambas as mulheres. Foi o velho Espanca quem custeou as edições dos dois livros publicados em vida pela poetisa e foi ele quem a manteve nos tempos em que, solteira ou separada dos maridos, necessitara de auxílio monetário, enviando-a para a casa de suas amizades políticas, compadres, quando esteve fora do seu teto e, ao mesmo tempo, oferecen- do-lhe mesadas e comparecendo na vida da filha em visitas vigilantes e assíduas. O velho Espanca também a elegera como a modelo preferida do estúdio “Photo Caly- polense” que era o seu, e já se vê por que é tão farta a iconografia da poetisa. Enfim, o pai sempre lhe ofereceu todo o apoio material e afetivo, e nunca lhe faltou, mesmo nos momentos os mais delicados, ainda que, por vezes, Florbela recla- me aos íntimos de um ou outro ato excludente da parte dele. Mas o que se constata em geral é o respeito pela sua autoridade paterna e de líder da família, tanto dos filhos, quanto dos maridos de Florbela, sobretudo do primeiro deles, Alberto Mouti- nho. Este fora mais próximo do velho Espanca, pois que não só freqüentara desde cedo a sua casa quando colega de Florbela nos estudos, como vivera ali algum tempo depois de casado com ela. A carta que Moutinho escreve ao pai de Florbela aquando da separação definitiva do casal evidencia essa deferência e, ao mesmo tempo, a sua proximidade com Apeles5. Creio que a certeza do amparo do pai teria propiciado à Florbela a invejável in- dependência de modos, a autoestima e a segurança que sempre a caracterizaram no transcorrer da sua vida. Por isso, não se suponha (como tem sido apregoado com certa freqüência) que o suicídio de Florbela configure o desenlace de uma existência deprimida ou achacada. A crer nos seus próximos, ela era de fato uma sensitiva, é verdade, capaz de psicossomatizações, mas ao mesmo tempo valente e orgulhosa ao extremo, a ponto de jamais deixar transparecer qualquer abatimento, enfrentando tudo o que a abatia. Buja, sua mais antiga, íntima e leal amiga, me assegurou que Florbela era muito divertida, bem humorada e com ótima disposição de espírito. José Gomes Ferreira,

5 Florbela Espanca. Perdidamente. Correspondência Amorosa 1920-1925 (fixação de texto, org., apr. e notas de Maria Lúcia Dal Farra). Vila Nova do Famalicão: Quasi/Câmara Municipal de Matosinhos, dez. 2008 (pref. Inês Pedrosa), pp. 173-177.

105 Maria Lúcia Dal Farra que desejou estar eternamente a seus pés em reverência, lembra, num delicioso tex- to, o célebre desdém de Florbela, que ele mesmo experimentou quando calouro da poetisa na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa: foi ela quem lhe cortou dos cabelos o simbólico caracol6. O desdém parece funcionar como a proteção, a couraça que a defendia de ser perscrutada e avaliada pelos outros, o que também lhe conferia uma estatura dife- renciada, mantendo-a longe do machismo dos colegas e a léguas de distância dos ditos míseros mortais. A sua correspondência exibe, muitas vezes, um delicioso hu- mor, ora cáustico e desafiante, assim como uma espantosa destreza tática no trato com o outro – sem considerar o seu pendor realístico e descarnado diante das mui- tas vicissitudes. Florbela era alguém que se orgulhava da sua sinceridade e do seu caráter, como com freqüência declara em suas cartas. A propósito, ter freqüentado, por exemplo, a Faculdade de Direito de Lisboa, na- quele tempo, deve ter sido uma temeridade quase escandalosa, pois que ela com- punha, dentre um montante de trezentos e quinze alunos inscritos, o grupo de ape- nas sete mulheres. Ter-se casado três vezes e divorciado-se duas, numa época em que esta prática tinha sido recém-formalizada, também ajuda a compor o perfil e o caráter dessa mulher enigmática. Essa “mulher irreverente”, que tinha, no dizer de Joaquim Costa, “o orgulho por norma e a audácia por lei”7, podia contar (dentre os seus muitos atrevimentos) ter ido em março de 1920, do Saldanha até a Baixa, tarde da noite e a pé, acompanhada de uma amiga, apenas para sondar a situação política na véspera da queda de um ministério – como narra em carta a um António Guimarães atônito. A Baixa havia se tornado, na altura, um local proibido para qualquer vivente, uma espécie de acampa- mento dos rufias políticos de então, de toda a sorte de aventureiros, conspiradores e arruaceiros. Aliás, sublinho, Florbela conhece de perto os problemas políticos pelos quais a instaurada República atravessava, e esteve sempre atenta a estes, muito ao contrário do que se costuma divulgar. Na contramão do que se afirma, as suas cartas a Guimarães comprovam que Florbela nunca foi uma alienada social.

A Princesa Encantada, a Sóror Saudade, a Intangível, a Infanta do Oriente, a Ido- latrada, a Mística Dona, a Castelã da Tristeza, a Esfinge – são as figurações que Flor- bela vai assumindo na sua obra como suas desde sua estréia em 1919, com o Livro de Mágoas, passando pelo Livro de Sóror Saudade (1923), por Charneca em Flor (1931), por Reliquiae (1931). Nestas mulheres sobressaem as marcas de marginalidade, rebeldia, transgressão, altruísmo, altivez feminina, sobranceria, aliadas à busca de perfeição formal, de ultrapassagem das contingências, de transcendência para um ideal.

6 José Gomes Ferreira. “Aos pés de Florbela”. A memória das palavras ou O gosto de falar de mim. Lisboa: Portugália, 1966, pp. 233-240. 7 Joaquim Costa – “A poetisa da ansiedade”. Jornal de Lisboa. Lisboa, 22 de fevereiro de 1931.

106 Florbela, a primeira

O fato é que tais máscaras acabaram por mitificá-la numa confusão entre obra e biografia, resultante da atuação inicial de um seus leitores mais empenhados: o professor italiano Guido Battelli. Este ficara responsável pela publicação do seu úl- timo livro de poemas, e se vira no impasse de precisar vendê-lo a qualquer custo, pois que sua autora desaparecera. De modo que, para remediar o possível prejuízo, ele não hesitara em usar a mais-valia dos imperscrutáveis mistérios em torno do in- terdito suicídio – palavra censurada pelo salazarismo, impedida de veiculação pela imprensa portuguesa, e que, talvez por isso mesmo, muito tenha se prestado, a ele, para a manipulação da imagem da escritora. Divulgar a existência de uma certa Florbela, que Battelli vai vincar como mártir, como uma “pobre de Cristo” incompreendida e abandonada – foi o meio agilizado por ele para dirigir à poetisa tanto a alheia e generosa piedade quanto a curiosidade dos leitores8. Vitimizá-la foi o expediente sacado meio ao léu (e quem saberia se sem má-fé?) para provocar uma especulação emocional que redundava em saldo comer- cial que acudia, ao mesmo tempo, aos seus ditames de admirador da escritora e de casual empreendedor editorial. De maneira que, assim, ele enaltecia uma poesia que prezava e deveras admirava, enquanto era reembolsado dos gastos da publicação de uma poetisa quase por com- pleta desconhecida até então, e que simplesmente sumira da face da terra, deixando- -o com um rombo financeiro na mão: o manuscrito inédito que, entretanto, se ul- timava no prelo. Assim, no lançamento póstumo de Charneca em Flor, se vendia a ausência da autora enquanto se exploravam os vieses enigmáticos da sua biografia, que, aliás, muito renderiam depois disso, com novas edições do livro póstumo, com reedição dos anteriores, com edição da poesia completa, dos contos, da epistologra- fia revelada, dos poemas esparsos. Enfim, de tudo quanto o emérito professor pôde de Florbela colher junto a seus familiares, amigos e conhecidos – e já agora no afã de torná-la a cada vez mais prestigiada. E, como também tivesse forjado palavras que Florbela jamais proferiu ou escreveu nas cartas a ele dirigidas, Battelli tomara o cuidado de, antes de retornar à Itália, depositar na Biblioteca Pública de Évora o conjunto de cartas que ela lhe escrevera, com a exigência de que só fossem lidas pas- sados dez anos. Florbela, do seu túmulo, teria certamente execrado a indulgência com que foi, de imediato, acolhida pelo público-leitor via Battelli, e a covardia em botar-lhe na boca palavras que nunca lhe pertenceram. Mas, certamente, teria vibrado ao se conhecer na pele de uma perene amotinada que incomoda – que é onde, contraditoriamente, desaguou, ao longo do tempo, a imagem que Battelli havia dela construído e propa- gado.

8 Por exemplo: o título do poema “A minha Terra”, do póstumo Charneca em Flor, foi modificado, por Battelli, para “Pobre de Cristo”.

107 Maria Lúcia Dal Farra

Porque o alto grau de especulação provocado em torno da figura e da poesia de Florbela, suscitado pela leitura interessada da sua obra e pela polêmica causada nos meios salazaristas de então (e que prolongou-se pelo menos até 1964, sempre vol- tando intermitente, ainda hoje, à cena) – veio a cunhá-la como uma mulher insur- gente. E, mais que isso, veio a esculpir nela traços de uma emblemática feminina transtornante, escandalizadora e temida – a ser evitada pela moral e pelos bons cos- tumes, enfim, a ser banida da sociedade. E é assim que Florbela entra (grandiosamente!) na posteridade, pois que para aí ingressa como uma mulher... inconstitucional!9. Uma glória, sem dúvida! Nada mais acertado para quem talhara, com toda a cautela, um outro feitio do feminino. Florbela não teria ousado devanear nada de mais meritório para si – mesmo que ob- tido a tão duras penas! Daí a expulsão da sua obra do cânone poético durante a ditadura de Salazar e a sua entrada magnífica nesses portais aquando do 25 de Abril. O que também é contraditório, porque no afã de legitimá-la como poetisa e mulher, nem sempre os meandros agilizados foram eficazes ou éticos. Por um lado, Florbela, que já tinha passado por doente, traumatizada, neurótica, histérica, incestuosa, ninfomaníaca, homossexual, enfim, por toda a sorte de supostas perversidades – tem de passar, já agora, pelo vexame de ser... perdoada! Há uma espécie de movimento difuso, por parte da Igreja Católica (que muito hesitara a seu respeito e até mesmo em expedir uma autorização para o translado do seu corpo, de Matosinhos para Vila Viçosa), de reavaliação dessa Florbela maldita, para assimilá-la a uma nova ordem moral e política que a receba nas suas engrena- gens, mas com a condição de que a sua imagem se disponha, então, a se submeter a esse novo estágio – o de depuração. De modo que a poetisa, saindo de um processo, digamos, disciplinar, ingressa, então, num processo de recuperação que desembo- cava no perdão... para as suas pretensas faltas. Além disso, com a descoberta, na década de oitenta, de novos poemas inéditos, de cartas, de fotos, de testemunhos, de documentos guardados, de outros dados acerca do seu entorno, de todo um espólio desconhecido e ignorado, começam os rumores de que a obra publicada não é a autêntica e de que seus versos teriam sido “mexidos” por críticos ou mediadores. Claro está que se trata, de novo, de mais uma estratégia de vendagem, de promoção de um novo boom editorial, que de fato ocorre e que reu- niu uma equipe disparatada de especialistas e de gente egressa do meio empresarial. Por outro lado, há também, em torno dela, um frenesi excessivo, um verdadeiro fanatismo de clube de star hollywoodiana. Há uma enxurrada de poetas que prati- cam seus sonetos e suas temáticas, confundindo-se com ela; há poetisas que se flor-

9 A pecha de uma mulher cuja vida é “diametralmente oposta à que está na base da Constituição do Estado Português” é atribuída à Florbela por um representante do clero português. Não esquecer que a Igreja apoiava incondicionalmente, através do Cardeal Cerejeira, Salazar. José-Augusto Alegria, A poetisa Florbela Espanca. O processo de uma causa. opus cit..

108 Florbela, a primeira belizam, ao pé da letra, e há mesmo poemas “inéditos” de Florbela, psicografados: a poetisa teria “baixado” e se manifestado mediunicamente nos centros espíritas. Saiba, portanto, o leitor polonês que lendo agora Florbela Espanca ele está se introduzindo na obra de uma das mulheres mais polêmicas da História da Literatura Portuguesa – muito provavelmente a primeira delas, a inaugural!

Maria Lúcia Dal Farra Lajes Velha, 13 de janeiro de 2016.

109 BIBLIOGRAFIA

ADÃO, Deolinda – As Herdeiras do Segredo. Lisboa: Dom Quixote, 2014 (pref. Maria Lúcia Dal Farra). ALEGRIA, José-Augusto – A poetisa Florbela Espanca. O processo de uma causa. Évora: Centro de Estudos D. Manuel da Conceição Santos, s/d (1952). ALONSO, Cláudia Pazos e OWEN, Hilary – Antigone‘s Daughters? Gender Genea- logy, and The Poliics of Authorship in 20th-Century Portuguese Women’s Writing. Lewis- burg: Bucknell University Press, 2011. ARIÈS, Philipe – O Homem diante da Morte. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1982. BATTELLI, Guido – “Elegia à morte de Florbela Espanca”. Jornal de Notícias. Porto: 21 de dezembro de 1930. ______– “In Memoriam”. Charneca em Flor. Coimbra: Livraria Gonçalves, ja- neiro de 1931. ______– “In Memoriam”. Portugal Feminino. Lisboa: 31 de janeiro de 1931. BESSA-LUÍS, Agustina – Florbela Espanca, a vida e a obra. Lisboa: Arcádia, fev. 1979. BRANDÃO, Junito – Dicionário mítico-etimológico. Petrópolis: Vozes, 1991, 2 vols. CAMPOS, Narino de – A Poesia, o Drama e a Glória de Florbela Espanca. Lisboa: Edi- ção do Autor, 1955. CHEVALIER, J. e GHEERBRANT, A. – Dictionnaire des Symboles. Paris: Seghers, 1969, vol, 1. COSTA, Joaquim – “A poetisa da ansiedade”. Jornal de Lisboa. Lisboa, 22 de feve- reiro de 1931. DAVID, Celestino – “O romance de Florbela Espanca”. A Cidade de Évora 6 (15-16). Évora: mar-jun.1948, pp. 41-100. DAVID, Celestino – “O romance de Florbela Espanca”. A Cidade de Évora 6 (17-18). mar-jun. 1949, pp. 353-435. ELIADE, Mircea – Tratado de historia de las religiones. México: Ediciones Era, 1972. FERREIRA, José Gomes – “Aos pés de Florbela”. A memória das palavras ou O gosto de falar de mim. Lisboa: Portugália, 1966, pp. 233-240. FLORBELA ESPANCA, Afinado Desconcerto. Contos, cartas, diário (est. intr., apr., org. e notas de Maria Lúcia Dal Farra). São Paulo: Iluminuras, 2012, ed. atualizada. FLORBELA ESPANCA. Perdidamente. Correspondência Amorosa 1920-1925 (fixação de texto, org., apr. e notas de Maria Lúcia Dal Farra). Vila Nova do Famalicão: Quasi/Câ- mara Municipal de Matosinhos, dez. 2008 (pref. Inês Pedrosa). Florbela, a primeira

FLORBELA ESPANCA, Trocando Olhares (est. int., est., texto e notas de Maria Lúcia Dal Farra).Lisboa, Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 1994. GARLAND, Robert – The greek way of death. New York: Cornel University Press, 1995. GUIMARÃES, Luís de Oliveira – “Florbela”. Diário Popular. Lisboa, 13/09/1947, p. 3 JUDITH TEIXEIRA. Poesia e Prosa (org., ests. introds. de Cláudia Pazos Alonso e Fabio Mario da Silva). Lisboa: Dom Quixote, março de 2015. KLOBUCKA, Ana M. – O formato mulher. A emergência da autoria feminina na poesia portuguesa. Coimbra: Angelus Novus Editora, out. 2009. MOULINER, Louis – Le pur e l‘impur dans La pensée dês Grecs (d‘Homère à Aristote). Paris: Librairie C. Klincksieck, 1952. OSAKABE, Haquira – “Corpo Estranho – sobre o romance de Adriana Lunardi” (Cadernos Pagu n. 30. Campinas: Unicamp, jan.jun. 2008. POEMAS. Florbela Espanca (est. intr., org. e notas de Maria Lúcia Dal Farra). São Paulo: Martins Fontes, 1997. RODRIGUES, Lopes – “Nótulas florbelianas”. Boletim da Biblioteca Municipal de Matosinhos. Matosinhos, 3/08/1956, pp. 3-53. SANTOS, Sandra Ferreira dos – “Ritos funerários na Grécia Antiga: espaço femi- nino”. História, imagem e narrativas n. 12, de abril de 2011. SENA, Jorge – “Florbela Espanca ou A expressão do feminino na poesia portu- guesa”. Da Poesia Portuguesa. Lisboa: Ática, s.d., pp.115-143. SILVA, Fabio Mario da – “Algumas facetas do heroísmo em As Máscaras do Des- tino”. Florbela Espanca, As Máscaras do Destino (org., fix. crít. dos textos e notas de Cláudia Pazos Alonso e Fabio M. da Silva). Lisboa: Editorial Estampa, abril de 2015. Obras Completas de Florbela Espanca.

111

FLORBELA ESPANCA, PIERWSZA DAMA PORTUGALSKIEJ POEZJI1

Maria Lúcia Dal Farra

Dla mojego rodaka José Miguela Wisnika

Zacny mój stary przyjaciel opowiedział mi kiedyś o tym, jak był świadkiem osobli- wego zdarzenia z udziałem Florbeli Espanki. Zdarzyło się to pod koniec lat dwudzie- stych ubiegłego stulecia, kiedy to poetka, spacerując po wąskich uliczkach w Porto, natknęła się na właściciela osła, który bezlitośnie chłostał stare i zmęczone, z trudem poruszające się zwierzę. Przyjaciel opowiadał, jak Florbela wpadła w szał i chciała wyrwać bat z rąk okrutnego furmana, aby go wychłostać równie dotkliwie, jak on sam pragnął wysmagać biednego osła. Kobieta domagała się sprawiedliwości! Co więcej, poetka nienawidziła złego traktowania zwierząt wszelkiego gatunku, ona, która zawsze otaczała się szczeniakami, kotami, królikami, kurami, małpkami. W ostatnim tomie dziennika jej autorstwa (jakim dysponujemy), Florbela chwyta i opi- suje, niczym w rozmowie bez słów, spojrzenie swojego psa, przeczuwając obecność mitycznego strażnika bram Hadesu, a z pewnością wiernego towarzysza spotkania w mrocznym zaułku z Panią Śmiercią o Palcach z Aksamitu – bohaterką jednego z ostatnich florbeliańskich sonetów. Podobne przygody, jak kłótnia o bat z właścicielem osła, przywołuje się zawsze w celu uczynienia aluzji do ognistego temperamentu poetki. Przypomina mi się teraz, że o czymś podobnym czytałam w biografii Nietzschego, którego przypadkiem Flor- bela bardzo ceniła. Zwłaszcza w ostatnim okresie swego życia, portugalska poeta często i chętnie go czytała, a zapewne także i naśladowała.

1 Prezentowany artykuł powstał jako rozwinięcie tekstu pt. Florbela, pierwsza..., wygłoszonego jako referat plenarny otwierający Międzynarodowy Kongres Interdyscyplinarny Kobiety na Peryferiach Świata Luzofonii, który odbył się w dniach 22 – 24 września 2015 na Uniwersytecie w São Paulo, USP/CEDEM (uzupełnienie tytułu i ostatnie zdanie tekstu pochodzi od tłumaczki, A.K.). Maria Lúcia Dal Farra

Mimo wszystko sądzę, że ta anegdota (mała legenda?) może zobrazować pol- skiemu czytelnikowi jedną z wielu wizji Florbeli Espanki jako kobiety kontrower- syjnej, która już w liceum przychodziła na lekcje ubrana w długie spodnie, o kroju trochę zanadto odważnym jak na dziewczynę z portugalskiej prowincji w czasach poprzedzających pierwszą wojnę światową. I to w dodatku w przywiązanym do tra- dycji mieście Évora (w prowincji Alentejo), co nie mogło zapomnieć kilku „nieprzy- zwoitych” wypadków, o które posądziła swoją przyszłą Muzę, opierając się jeszcze przez dłuższy czas po śmierci Florbeli przed zaszczytem uznania jej za córkę; hołd Florbeli Espanki został złożony potajemnie dopiero osiemnaście lat po odejściu po- etki. Hołd miał miejsce wówczas, gdy ciemną nocą i w najwyższej tajemnicy fanom Florbeli udało się umocować cementem jej popiersie na cokole, przygotowanym w tym celu w Ogrodzie Miejskim w Évorze i oczekującym na odsłonięcie od czasu ukoń- czenia rzeźby, czyli od następnego roku po śmierci poetki, która zmarła w 1930 roku. Hołd stał się możliwy dzięki zwycięskiej kampanii zbiórki funduszy – i już w tym skromnym akcie dostrzegamy piedestał, na jaki wstąpiła po śmierci poetka, bowiem za życia poezja florbeliańska nie otrzymała należytych wyrazów uznania. Jeśli mimo wszystko tak się stało, niepokorna kobieta popełniła największy grzech śmiertelny: zabiła samą siebie, i jakby tego było jeszcze mało, popełniła sa- mobójstwo w dniu swoich własnych urodzin! Decyzję o śmierci z własnej woli Flor- bela uważała zawsze za wyraz heroicznej odwagi i o tej sprawie mówiła w swoich utworach od czasów młodzieńczych: w listach, wczesnych szkicach, w opowiada- niach. Również w As Máscaras do Destino (Maskach przeznaczenia), tomie opowiadań pisanych z bólem na cześć jedynego brata poetki o imieniu Apeles, młodszego o niej o dwa lata i trzy miesiące, zmarłego tragicznie 6 czerwca 1927 roku. 8 grudnia 1930, w dniu święta Niepokalanego Poczęcia Matki Boskiej, patronki poetki i miejscowości Vila Viçosa (gdzie się urodziła), Florbela d’Alma da Conceição Espanca obchodzi sama wielką rocznicę: dokonuje powrotu do ziemi rodzinnej, do pierwotnego i pradawnego łona, do Matki-Ziemi, wstępując tym samym do swej wy- śnionej i pożądanej „Krainy światła”. Poetka złamała w ten sposób czar, odwróciła zły urok, którym prześladowała ją przez całe życie Zła Wróżka, o czym marzyła w ostatnich sonetach pisanych pod koniec życia. W utworach Florbeli znajdujemy zresztą liczne odwołania do tej Dziwnej Kra- iny, czy też „Nieznanego kraju” jej dzieciństwa, „Legendarnego kraju” skąd przybyła i skąd przywiozła nieutuloną tęsknotę, przez co stała się pozbawioną wiana cudzo- ziemką – kobiecym wcieleniem Żyda wiecznego tułacza w poszukiwaniu Ziemi Obie- canej. Tylko w Królestwie Cieni Florbela czuje się infantką i pragnie doń powrócić. I Ziemia Obiecana czeka na nią, pożądliwie, aby uformować z jej ciała „łodygę kwiatu”, a następnie wznieść ją do słońca „w złotej urnie otwartego kwiatu, i aby w końcu „na- sycić głód róży” – w topice transmutacji ciała, tak bliskiej duchowi Florbeli.

114 Florbela Espanca, pierwsza dama portugalskiej poezji

Każdy, kto zetknął się z twórczością Florbeli, pozostaje pod wrażeniem nieza- tartego piętna Tanatosa, które naznaczyło jej życie i twórczość, teluryczny i pante- istyczny wymiar poezji. W pierwszym wierszu, jaki napisała w wieku niespełna dzie- więciu lat, poświęconym Życiu i śmierci, dziewczynka-poetka nadała śmierci mia- no „kryjówki”2, jako miejsca schronienia, które w ostatnim sonecie, najpewniej tym napisanym Dla Śmierci, znajduje swoje poetyckie zwieńczenie w metaforze „łona”, matczynej czeluści gdzie znajduje na zawsze wieczne w dniu swoich trzydziestych szóstych urodzin. Rzeczywiście, sonet, którym zamyka swoje życie, nosi tytuł Dla Śmierci. „Kryjówka”, tak jak w wierszu młodzieńczym, pozostaje atrybutem Śmierci, jednak „korzenie” pierwotnie przywołujące Życie, wędrują teraz w kierunku Śmierci, podkreślając korzyści telurycznego schronienia. Myślę, że nadeszła chwila, aby się zapytać, może właśnie tropem rozważań Agu- stiny Bessa-Luís3, czy tęsknota za odległą Krainą śmierci (która we wspomnianym sonecie występuje także jako Ziemia Maurów) nie byłaby podyktowana odwiecznym brakiem Matki, w wierszu napisanym w tym samym okresie, o nieco innej wszak wymowie. W Pozwólcie wejść Śmierci, Florbela pyta z goryczą Matkę, dlaczego została powołana do życia. Poetka określa jednak samą siebie mianem córki „krain wyobraźni”, uznając się również za córę Bólu. Cierpienie, jak czytamy w jej poetyckim testamencie, zostało jej wpojone wraz z matczynym mlekiem. Ból ten, jak podstawowy surowiec, przepeł- nia poezję florbeliańską, a w miarę rozwoju twórczości Florbeli zostaje podniesiony do rangi cechy charakterystycznej gatunku, boleści uprzywilejowanej w kobiecej po- ezji. Istniej oczywiście kulturowe podglebie, rozległa tradycja literacka, w którą wpi- suje się Florbela, kiedy pisze o kobiecej naturze. Wystarczy wspomnieć „pieśni o kochanku” (as cantigas d’amigo), Menina e Moça (Pannę i Dziewczynę) Bernardima Ri- beiro, czy Listy portugalskie przypisywane Mariannie Alcoforado4. Jednak, inaczej niż w tradycji literackiej, po raz pierwszy w literaturze portugalskiej wyraża się Ból, za-

2 Życie i śmierć. Florbela Espanca, Kontrolowany niepokój. Opowiadania, listy, dziennik (red.) Maria Lúcia Dal Farra, Iluminuras, São Paulo 2012, wydanie uzupenione, s. 43. Za wyjątkiem okresu 1920-1925, opra- cowanie to nie uwzględnia epistolografii; strony cytatów umieściłam w nawiasach. Polecam również czy- telnikowi Wiersze. Florbela Espanca (wstęp i oprac.) M. L. Dal Farra, Martins Fontes, São Paulo, 1994. 3 Mam na myśli znakomitą pracę Agustiny Bessa-Luís Florbela Espanca, życie i twórczość, wymienioną w Bibliografii. 4 Deolinda Adão w opracowaniu Dziedziczki Tajemnicy (As Herdeiras do Segredo), D. Quixote, Lizbona 2014 przekonuje, iż u Florbeli „zasada konstrukcji jest kobieca, co oznacza poddanie przestrzeni kobiecej określonej uprzednio przez czynnik męski tak daleko idącej interioryzacji, że staje się ona wyznacznikiem tożsamości podmiotu kobiecego. Listy portugalskie napisał francuski pisarz i dyplomata Gabriel-Joseph de Lavergne de Guilleragues (1628-1685) – pogląd ten uznany jest powszechnie w literaturoznawstwie od ok. 1950 r. Wcześniejsza tradycja literacka, wobec braku rozpoznania konwencji powieści epistolarnej, uzna- wała bohaterkę liryczną Listów – Marianę Alcoforado za ich autorkę. Pisałam o tym niedawno w artykule Bettina von Arnim, Rilke i Mariana Alcoforado – o pozorności kobiecego dyskursu powieściowego, „Studia Niemco- znawcze” t. LVI (2015), ss. 295-309 (przyp. mój – od tłumaczki, AK).

115 Maria Lúcia Dal Farra rezerwowany dotąd wyłącznie dla męskich autorów; przedmiotem doświadczenia staje się ból odczuwany przez tę, co cierpi, przez kobietę, która staje się przedmiotem i podmiotem wspólnej poetyckiej czynności sprawczej. Na jej mocy, bolesne „czu- cie” zyska rangę wyznacznika osobowości florbeliańskiej, zostanie poddane próbie, ukształtowane, spersonalizowane i potwierdzone jako wykładnia kobiecości.

Alcoforado, 1929, retrato (e os símbolos alquimistas) imaginado por Witkacy (Stanislaw Ignacy Witkiewicz) (fonte: Wikimedia Commons)

W ten sposób i od tej pory, w historii literatury portugalskiej wraz z twórczością Florbeli, „kobiece czucie” nie będzie już nigdy więcej drugorzędną impresją, zapo- życzonym stanem emocjonalnym, opisanym, przekazanym dalej obcym istotom na poetyckie pożarcie, ale doświadczeniem w pełni przeżytym i zinterioryzowanym, w całej swej specyfice, dzięki przepełniającej jej uczucia intymności. Kobieca uczucio- wość zostanie zaakceptowana i wyemitowana na swój własny sposób, ulegając mo- dyfikacjom zgodnie ze sposobem przeżywania, znajdując swoje źródło wyrazu jako poetycka matryca i wyznacznik gatunkowy. Co najważniejsze: Florbela przemienia w ten sposób historyczną „bezczynność” kobiecą w siłę sprawczą poezji. Ból (podobnie jak i całe instrumentarium środków poetyckich, używanych w celu zdefiniowania, jak i pokonania cierpienia) staje się, od czasów Florbeli, materiałem do obróbki napędzającym siłę twórczą zjawiska kobie- cości. Jest to dziedziczna energia kobieca, przekazywana w akcie karmienia piersią przez prawdziwą i mityczną Matkę.

116 Florbela Espanca, pierwsza dama portugalskiej poezji

Dom rodzinny, w którym wyrosła Florbela Espanca, wydaje się może trochę dziwny, choć zachowuje konwencje i oyczaje epoki. Florbela i Apeles (ona, urodzona w 1894 r. i on w 1897) byli dziećmi Jana Marii Espanca, poczętymi z nieprawego łoża, ale zaakceptowanymi w rodzinie z dobrodziejstwem inwentarza – zważywszy że w tym szczególnym układzie rodzinnym mało kogo obchodziło, czy metryki urodze- nia zostały stosownie zarejestrowane, czy też nie. O ile wiadomo, zakłopotany ojciec Florbeli uznał ją za swoją córkę dopiero osiemnaście lat po jej śmierci, i to jedynie z powodu moralności panującej za Salazara, oczywistej hipokryzji, która to – jak już wspomniałam – odmówiła pisarce miejsca w narodowym panteonie Portugalczy- ków. Przypominam sobie, że nawet ten patetyczny gest nie zdołał zrehabilitować poetki w świetle ówczesnej obyczajowości. A jednak Jan (João) Maria Espanca, antykwariusz i kolekcjoner, szykanowany w czasach monarchii z powodu swoich republikańskich poglądów, pozostał na za- wsze liberałem. Zajmował się zawodowo fotografią, a także malarstwem, kolekcjo- nerstwem i kręceniem pierwszych filmów, co powodowało jego długie pobyty poza domem w czasach dzieciństwa Florbeli. Obdarzony niespokojnym charakterem, pan Espanca przyprowadził do rodziny dwoje dzieci, jedno po drugim, jakie miał ze swoją kochanką Antonią Conceição Lobo, zmarłą przedwcześnie w wieku dwu- dziestu dziewięciu lat. W 1908 r. zniknęła ona z Vila Viçosa i powróciła tam tylko po to, by umrzeć. Pan Espanca sprowadził dzieci do domu, aby jego żona Mariana Inglesa mogła je przysposobić, wychować i wykształcić na legalnych spadkobierców. Liberalne obyczaje panujące w rodzinnym domu Florbeli wyjaśniają również fakt, że starszy pan Espanca zaczął z czasem (od 1906 r.) współżyć pod tym samym dachem ze służącą Henriquetą de Almeida (z którą się w końcu ożenił). Florbela zaś miała równie dobre relacje z matką chrzestną i macochą (z którą jej ojciec w końcu się roz- wiódł). Pan Espanca porzucił w końcu także i swą kochankę; nie zmienia to faktu, że obie kobiety żyły dobrze ze sobą. Stary Espanca sfinansował publikacje książek wydanych za życia poetki i on wła- śnie ją utrzymywał w czasach kiedy, samotna lub po rozwodach z kolejnymi mężami, potrzebowała pomocy pieniężnej. Wysyłał do jej domu kumów – swoich sprzymie- rzeńców politycznych, kiedy przebywała gdzie indziej, wypłacając jednocześnie mie- sięczne uposażenie i odwiedzając córkę czujnie a pilnie. Starszy pan Espanca wy- brał również córkę na ulubioną modelkę swego studia fotograficznego Photo Caly- polense; teraz wiemy już, czemu zawdzięczamy obfity zbiór florbeliańskich fotosów. Ojciec zawsze służył Florbeli pomocą materialną i wsparciem emocjonalnym, i nigdy jej nie zawiódł, nawet w najtrudniejszych momentach, mimo że czasami zwie- rzała się ona swoim bliskim z tego, że jakoby ją karcił i upominał. W ogólności jednak można powiedzieć, że poetka szanowała autorytet ojca i głowy rodziny oraz dzieci, także samo czynili jej mężowie, zwłaszcza pierwszy, Alberto Moutinho. Pierwszy mąż Florbeli był najbardziej zaprzyjaźniony z panem Espanką, bowiem bardzo wcze-

117 Maria Lúcia Dal Farra

śnie zaczął bywać w jego domu jako kolega córki ze studiów, jak również zamieszkał tam z nią na jakiś czas po ślubie. List, w którym Moutinho pisze do ojca Florbeli o ostatecznym rozstaniu małżonków jest wyrazem należnego szacunku dla teścia, jak również przyjaźni z bratem poetki, Apelesem5. Sądzę, że pomoc ojca zapewniła Florbeli godną pozazdroszczenia niezależność obyczajów, szacunek dla samej siebie i poczucie bezpieczeństwa, z którymi zawsze szła przez życie. Z tego powodu nie jest możliwe (jak dość często uważano), aby sa- mobójstwo Florbeli miało związek ze smutnym końcem życia pogrążonego w cier- pieniu i rozpaczy. Jak mówili jej najbliżsi, poetka istotnie była bardzo wrażliwa, skłonna do zaburzeń psychosomatycznych, równocześnie jednak dumna i bardzo dzielna. Nigdy nie dawała poznać po sobie, że jest przygnębiona, i dzielnie znosiła ciosy losu. Buja, jej najbliższa i najwierniejsza przyjaciółka, zapewnia mnie, że Florbela była bardzo wesoła, tryskała dobrym humorem i pozytywnym nastawieniem do świata. José Gomes Ferreira, adorujący ją zawsze nieomal na klęczkach, przypomina nam w znakomitym tekście o słynnej zniewadze, jakiej sam doświadczył, kiedy z ręki poetki został poddany akademickim otrzęsinom jako student pierwszego roku na Wydziale Prawa Uniwersytetu Lizbońskiego: ona to właśnie wycięła mu z włosów symbolicznego loka6. Lekceważenie zdaje się funkcjonować jak zapora, tarcza ochronna, która chro- niła Florbelę przed sondowaniem i ocenianiem przez innych, zapewniając jej zara- zem silniejszą psychikę, odporną na zaczepki kolegów i odległą o lata świetlne od uwag zwykłych śmiertelników. Korespondencja poetki zdradza, częstokroć, znako- mite poczucie humoru, czasami zjadliwe i wyzywające, takie, jaką była zdumiewa- jąca bezpośredniość w traktowaniu rozmówcy – jeśli zdyskontujemy jej chłodną i re- alistyczną postawę w obliczu rozmaitych przeciwności życiowych. Florbela szczy- ciła się swym prostolinijnym i bezpośrednim charakterem, o czym często pisała w listach. À propos, sam fakt studiowania na Wydziale Prawa w Lizbonie oznaczał w tam- tych czasach odwagę niemal skandaliczną, bowiem wśród trzystu piętnastu imma- trykulowanych studentów była ona jedną z siedmiu studiujących kobiet. Trzy razy Florbela wychodziła za mąż i dwa razy się rozwodziła, w czasach, gdy rozwód został dopiero co zalegalizowany. Wszystko to pozwala zrozumieć charakter tej zagadko- wej kobiety.

5 Florbela Espanca, Na zabój. Korespondencja miłosna 1920–1925 (Florbela Espanca. Perdidamente. Corres- pondência Amorosa 1920-1925), org. M. L. Dal Farra, wstęp I. Pedrosa, Quasi – Câmara Municipal de Mato- sinhos, Vila Nova do Famalicão, 2008, ss. 173-177. 6 José Gomes Ferreira, U stóp Florbeli, in: Pamięć słów lub Upodobanie w mówieniu o sobie (A memória das palavras ou O gosto de falar de mim), Portugália, Lisboa, 1966, ss. 233-240.

118 Florbela Espanca, pierwsza dama portugalskiej poezji

Florbela jako „niepokorna kobieta”, ta, co wedle opinii Joaquima Costa, miała „dumę za normę i odwagę za prawo”7, mogła co najwyżej (jeśli chodzi o akty nadzwy- czajnej odwagi) przespacerować się wieczorową porą w marcu 1920 r. z placu Sal- danha do Dolnego Miasta (Baixa), w towarzystwie przyjaciółki, mając na celu wyson- dowanie sytuacji politycznej w przeddzień upadku pewnego reżimu – jak wyznaje w liście do oniemiałego Antónia Guimarãesa. Lizbońska Baixa w tym czasie stała się miejscem zakazanym dla porządnych obywateli, czymś w rodzaju placu ćwiczeń dla ówczesnych stręczycieli politycznych, konspiratorów i pieniaczy. A jednak, podkre- ślam, Florbela zna dobrze problemy młodej Republiki portugalskiej i zawsze jest na nie wrażliwa, o wiele bardziej, niż się powszechnie sądzi. Wbrew powszechnej opi- nii, listy Florbeli do Guimarãesa dowodzą, że poetka nie stroniła od życia społeczno- politycznego. Zaczarowana Księżniczka, Siostra Tęsknota, Nieosiągalna, Infantka Wschodu, Ubóstwiona, Mistyczna Pani, Kasztelanka Smutku, Sfinks – są to figury przyjmo- wane przez Florbelę w jej dziele od czasów debiutu w 1919 roku, począwszy od Livro de Mágoas (Księgi smutku), przez Livro de Sóror Saudade, 1923 (Księgę siostry Tęsknota) i Charneca em Flor, 1931 (Ukwiecony step) aż do Reliquiae, 1931 (Relikwii). Liryczne boha- terki Florbeli cechuje marginalność, bunt, transgresja, altruizm, kobieca duma, wy- niosłość, a także poszukiwanie doskonałości formalnej, przekraczanie ustalonych granic, dążenie do ideału. Fakt, że poetyckie maski dokonały mityfikacji poezji florbeliańskiej na przecię- ciu dzieła i biografii, w wyniku intensywnych działań rozpoznawczych jednego z jej najwierniejszych czytelników: włoskiego profesora Guido Battelli. Wydał on ostatni, pośmiertny tomik poetycki Florbeli i nie zawahał się sprzedać go za wysoką cenę zważywszy, że autorki już nie było na świecie. Toteż, pragnąc złagodzić możliwe straty, nie Batelli zawahał się wyciągnąć asa z talii niezbadanych tajemnic, jakie spo- wijały zakazane słowo „samobójstwo” – ocenzurowane przez Salazara, niedopusz- czone do obrotu przez prasę portugalską, i z tego powodu bardzo przydatne do wszelkich manipulacji wizerunkiem poetki. Podanie do wiadomości publicznej istnienia piszącej Florbeli, którą Batelli uwiecznił jako męczennicę lub niezrozumianą i porzuconą „narzeczoną Chrystusa” było specjalnie wybranym środkiem, aby zwrócić uwagę na jej twórczość i obudzić li- tość tyleż ignoranckiej co ciekawskiej publiczności8. Uczynienie z Florbeli ofiary było dość przypadkowym środkiem (kto wie, czy aby na pewno użytym w dobrej wierze), aby rozpętać lawinę dociekań o jej życiu uczuciowym. Wszystko to przełożyło się na się na handlowy sukces sprzedaży, korzystny dla planów włoskiego badacza jako mi-

7 J. Costa, Poetka niepokoju (A poetisa da ansiedade). „Jornal de Lisboa”, Lisboa, 22 lutego 1931. 8 Na przykład, tytuł wiersza Do mojej ziemi (A Minha Terra), z wydanego pośmiertnie Charneca em Flor (Ukwieconego stepu), został przez Batellego zmodyfikowany, na „Narzeczoną Chrystusa”.

119 Maria Lúcia Dal Farra

łośnika twórczości pisarki, przypadkiem również wydawcy florbeliańskiej twórczo- ści. Batelli zatem wynosił pod niebiosa poezję Florbeli, którą cenił i dość sprawnie upowszechniał. Po jakimś czasie otrzymał zwrot kosztów publikacji utworów po- etki prawie zupełnie wówczas nieznanej, po prostu zmiecionej z powierzchni ziemi; pozostała mu jeszcze w ręku finansowa zagwozdka: nieopublikowany poetycki ręko- pis, właśnie oddany do druku. Nic więc dziwnego, że pośmiertna publikacja Ukwie- conego stepu (Charneca em Flor) „sprzedawała” nieobecność autorki oraz dawała wiele do myślenia nad meandrami jej biografii, co w sumie przyniosło spory dochód, gdy wznowiono poprzednie tomiki jej poezji, wydano wiersze zebrane, opowiadania, ujawnioną korespondencję i utwory rozproszone. Opublikowano wszystko, co emerytowany włoski profesor zdołał zebrać u ro- dziny, przyjaciół i znajomych Florbeli – teraz już z oczywistym zamiarem uczynienia z niej literackiej osobistości. Batelli sformułował być może słowa, których Florbela nigdy być może do niego nie napisała, skoro zadał sobie trud, przed powrotem do Włoch, aby zdeponować w Bibliotece Publicznej w Évorze zbiór dedykowanych mu listów, zaznaczając, że można je odczytać dopiero po upływie dziesięciu lat. Florbela, już na tamtym świecie, z pewnością nie pochwaliłaby łatwości, z jaką dzięki Batellemu została uznana przez czytelników, i odwróciłaby się ze wstrętem na włożone w jej usta słowa, których nigdy nie wypowiedziała. A z pewnością trzęsłaby się ze złości na knowania literackiej koterii, bo w nich rozpłynął się jej obraz, który stworzył i przekazał potomności włoski badacz. Wiele domysłów, jakie krążyły wokół postaci i dzieła Florbeli, wywołanych za- interesowaniem, jakie budziła jej twórczość i polemika wywołana w kręgach zbliżo- nych w tamtych czasach do Salazara (która trwała przynajmniej do 1964 roku, wraca- jąc z przerwami na światło dzienne aż do dnia dzisiejszego) stworzyło z niej model kobiety-buntowniczki. Co więcej, wydobyło z niej cechy kobiety przewrotnej, bul- wersującej i budzącej lęk – takiej, jakiej osoby dobrej moralności i solidnych obycza- jów powinny unikać, i którą należałoby w końcu wygnać ze społeczeństwa. I tak właśnie Florbela wkracza (w wielkim stylu!) do potomności, w dodatku jesz- cze o jako kobieta ...Żyjąca niezgodnie z portugalską konstytucją!9 Wielka to chwała, bez wątpienia! Poniekąd nie jest to złe miano dla kogoś, kto przez całe życie two- rzył alternatywny obraz kobiecości. Florbela nie odważyłaby się nawet zamarzyć o czymś bardziej zaszczytnym dla niej samej – nawet za cenę niewątpliwie okrutnego wyroku!

9 Defektem kobiety, która żyje w sposób „zasadniczo różny od tego, jaki został zapisany u podstaw Konstytucji Państwa Portugalskiego” Florbela została obciążona przez jednego z reprezentantów kleru portugalskiego. Nie należy zapominać, że Kościół, za pośrednictwem kardynała Cerejeira, udzielał Sa- lazarowi nieograniczonego poparcia. J.-A. Alegria, Poetka Florbela Espanca. Proces pewnej sprawy (A poetisa Florbela Espanca. O processo de uma causa), 1952.

120 Florbela Espanca, pierwsza dama portugalskiej poezji

Tak właśnie tłumaczy się wykluczenie Florbeli z kanonu literackiego w czasie dyktatury Salazara i pełen chwały powrót na salony po 25 kwietnia 1974 r. I tu po- jawiły się kontrowersje, bowiem w zapale uznania jej zasług jako poetki i kobiety, stosowane w pośpiechu środki nie zawsze były stosowne ani etyczne. Z jednej strony, Florbelę uważano z osobę chorą, straumatyzowaną, neurotyczną histeryczkę, boha- terkę kazirodczej miłości, homoseksualną nimfomankę, oskarżano o wszelkie moż- liwe perwersje. Z drugiej zaś, skazano ją na torturę ...Wybaczenia! Istniał nawet dość niespójny, promowany przez Kościół katolicki (który miał wo- bec piszącej kobiety tak wiele zastrzeżeń, że wahał się nawet nad wydaniem pozwo- lenia na przeniesienie Jej zwłok z Matosinhos do Vila Viçosa) ruch rehabilitacji na- szej „poetki wyklętej”, w celu wcielenia jej do nowego porządku moralnego i poli- tycznego. Florbela dostałaby się w ten sposób w inne tryby, pod warunkiem jednak, że jej wizerunek przeszedłby przez nowy etap – oczyszczenia. W ten sposób nasza bohaterka, wyszedłszy już z procesu karnego, przeszłaby przez proces rehabilitacji, który kończyły się ułaskawieniem ...jej domniemanych wykroczeń. Co więcej, gdy w latach osiemdziesiątych XX wieku odnaleziono nieopubliko- wane dotąd wiersze Florbeli, listy, fotografie, świadectwa i zapiski na jej temat, od- kryto całą literacką schedę dotąd nieznaną i ignorowaną, zaczęły krążyć plotki, że ja- koby jej dzieło nie jest autentyczne, a jej wiersze zostały „zmanipulowane” przez kry- tyków lub pośredników. Chodzi, rzecz jasna, o sprytną strategię sprzedaży i promo- cji nowego „boomu” wydawniczego, który rzeczywiście miał miejsce i skupił zmon- towaną na chybił-trafił grupę specjalistów, a nawet uciekinierów z korporacji. Z drugiej jednak strony, powstał wokół poetki nadmierny szum, prawdziwy fan- club fanatycznych wielbicieli w hollywoodzkim stylu. I stado poetów naśladujących „łzawe” wiersze i zawartą w nich tematykę, przypisujących sobie jej sławę. Pojawiły się „florbelizujące” poetki, w całym znaczeniu tego słowa, jak również „nieopubliko- wane” wiersze Florbeli, podpisane przez psychofanów. Poetka jakoby się „materia- lizowała” i objawiała jako medium na seansach spirytystycznych. Wiedz, zatem, drogi polski czytelniku, że czytając teraz Florbelę Espanca pozna- jesz twórczość jednej z najbardziej kontrowersyjnych kobiet w Historii Literatury Portugalskiej. Niewykluczone, że jest to jej pierwsza wielka dama! Pierwsza dama portugalskiej poezji...

Maria Lúcia Dal Farra

Lajes Velha, 13 stycznia 2016.

Przeł. Anna Kalewska (ISIiI UW)

121 BIBLIOGRAFIA

ADÃO, Deolinda, As Herdeiras do Segredo, wstêp M. L. Dal Farra, Dom Quixote, Lisboa, 2014. ALEGRIA, José-Augusto, A poetisa Florbela Espanca. O processo de uma causa, Cen- tro de Estudos D. Manuel da Conceição Santos, Évora, 1952. ALONSO, C. PAZOS; OWEN, H., Antigone‘s Daughters? Gender Genealogy, and The Poliics of Authorship in 20th-Century Portuguese Women’s Writing Bucknell University Press, Lewisburg, 2011. ARIÈS, Philipe, O Homem diante da Morte, Francisco Alves, Rio de Janeiro, 1982. BATTELLI, Guido, Elegia à morte de Florbela Espanca. “Jornal de Notícias”, Porto 21 de dezembro de 1930. ______In Memoriam, in: F. Espanca, Charneca em Flor, Livraria Gonçalves, Coimbra 1931. ______In Memoriam, “Portugal Feminino”, Lisboa, 31 de janeiro de 1931. BESSA-LUÍS, Agustina, Florbela Espanca, a vida e a obra, Arcádia, Lisboa 1979. BRANDÃO, Junito, Dicionário mítico-etimológico, Vozes, Petrópolis 1991, vol. 1 – 2. CAMPOS, Narino de, A Poesia, o Drama e a Glória de Florbela Espanca, Ed. do Autor, Lisboa 1955. CHEVALIER, J.; GHEERBRANT, A., Dictionnaire des Symboles, Seghers, Paris, 1969, vol. 1. COSTA, Joaquim, A poetisa da ansiedade, “Jornal de Lisboa”. Lisboa, 22 de fevereiro de 1931. DAVID, Celestino, O romance de Florbela Espanca. “A Cidade de Évora” 6 (15-16), Évora: mar-jun. 1948, pp. 41-100. DAVID, Celestino, O romance de Florbela Espanca, “A Cidade de Évora” 6 (17-18), mar-jun. 1949, pp. 353-435. ELIADE, Mircea, Tratado de historia de las religiones, Era, México, 1972. ESPANCA, Florbela, Trocando Olhares (introd., org. e notas de M. L. Dal Farra), Imprensa Nacional – Casa da Moeda, Lisboa, 1994. ESPANCA, Florbela, Poemas (introd., org. e notas M. L. Dal Farra), Martins Fon- tes, São Paulo, 1997. ESPANCA, Florbela, Perdidamente. Correspondência Amorosa 1920-1925 (org. e notas M. L. Dal Farra), pref. I. Pedrosa, Quasi/Câmara Municipal de Matosinhos, Vila Nova de Famalicão, 2008. Florbela Espanca, pierwsza dama portugalskiej poezji

ESPANCA, Florbela, Afinado Desconcerto. Contos, cartas, diário, ed. atualizada (org. e notas M. L. Dal Farra), Iluminuras, São Paulo, 2012. FERREIRA, José Gomes, Aos pés de Florbela, in: A memória das palavras ou O gosto de falar de mim, Portugália, Lisboa, 1966, pp. 233-240. GARLAND, Robert, The greek way of death, Cornel University Press, New York, 1995. GUIMARÃES, Luís de Oliveira, Florbela, Diário Popular, Lisboa, 13/09/1947, p. 3. KLOBUCKA, Anna M., O formato mulher. A emergência da autoria feminina na poesia portuguesa, Angelus Novus, Coimbra, 2009. MOULINER, Louis, Le pur e l‘impur dans La pensée dês Grecs (d‘Homère à Aristote), C. Klincksieck, Paris, 1952. OSAKABE, Haquira, “Corpo Estranho” sobre o romance de Adriana Lunardi, “Cader- nos Pagu” no 30, Unicamp, Campinas 2008. RODRIGUES, Lopes, “Nótulas florbelianas”, Boletim da Biblioteca Municipal de Ma- tosinhos, Matosinhos, 3/08/1956, pp. 3-53. SANTOS, Sandra Ferreira dos, Ritos funerários na Grécia Antiga: espaço feminino, “História, imagem e narrativas” no 12, abril de 2011. SENA, Jorge, Florbela Espanca ou A expressão do feminino na poesia portuguesa, in: Da Poesia Portuguesa, Ática, Lisboa, s/d., pp. 115-143. SILVA, Fabio Mario da, Algumas facetas do heroísmo em “As Máscaras do Destino” in: C. Pazos Alonso e Fabio M. da Silva (org. e notas) Florbela Espanca, As Máscaras do Destino, Estampa, Lisboa, 2015. TEIXEIRA, Judith, Poesia e Prosa C. Pazos Alonso e F. M. da Silva (introd. e org), Dom Quixote, Lisboa, 2015.

123

Florbela Espanca

Florbela Espanca, c. 1930, foto por João Espanca (fonte: Wikimedia Commons) Florbela Espanca

Przyjaciółka

Miły, pozwól mi być przyjaciółką twą, Jedynie przyjaciołką, skoro już nie chcesz, Bym dzięki twej miłości była lepszą, Ja, najsmutniejsza wśród kobiecych rzesz. Od ciebie przyszły ból i cierpienie; Czy są mym strapieniem?! To, czego chcesz, Jest zawsze niczym piękny sen! Przecież Każde twe słowo jest niczym namaszczenie! Całuj me ręce, Miły, nieśpiesznie... Jakbyśmy oboje wyszli z jednego łona, Słoneczne ptaki śpiewające w drzew koronach... Całuj mnie mocno!...Fantazje szalone, Strzec je – zamknięte w mych dłoniach Pocałunki i dla ust mych wymarzone!

Przeł. Magdalena Misiorny i Małgorzata Malinowska

126 Florbela Espanca

Amiga

Deixa-me ser a tu amiga, Amor A tua amiga só, já que não queres Que pelo teu amor seja a melhor, A mais triste de todas as mulheres. Que só, de ti, me venha mágoa e dor O que me importa a mim?! O que quiseres É sempre um sonho bom! Seja o que for, Bendito sejas tu por mo dizeres! Beija-me as mãos, Amor, devagarinho... Como só os dois nascêssemos irmãos, Aves cantando, ao sol, no mesmo ninho... Beija-me bem!...Que fantasia louca Guardar assim, fechados, nestas mãos Os beijos que sonhei pra minha boca!...

127 Florbela Espanca

Ja...

Ja, która po świecie chodzę zagubiona, Ja, której w życiu nawet kompasu brak, Jestem siostrą Snu, i przez to właśnie tak, Jestem ukrzyżowana...i udręczona... Niczym cień mgły, delikatna i ulotna, Którą gorzki los brutalnie popycha, Smutny i silny, do kresu jej życia! Niczym dusza w żałobie jestem samotna!... Tą jestem, która idzie niepostrzeżenie... Tą, którą zwą smutną, choćbym miała milczeć... Tą, która płacze, acz inne ma życzenie... Jestem być może wizją Kogoś, kto marzył, Kogoś, kto przyszedł na świat, aby mnie ujrzeć, I który nigdy w życiu mnie nie zobaczył!

Przeł. Małgorzata Naumczuk

128 Florbela Espanca

Eu...

Eu sou a que no mundo anda perdida, Eu sou a que na vida não tem norte, Sou a irmã do Sonho, e desta sorte Sou a crucificada ... a dolorida ... Sombra de névoa ténue e esvaecida, E que o destino amargo, triste e forte, Impele brutalmente para a morte! Alma de luto sempre incompreendida!... Sou aquela que passa e ninguém vê... Sou a que chamam triste sem o ser... Sou a que chora sem saber porquê... Sou talvez a visão que Alguém sonhou, Alguém que veio ao mundo pra me ver, E que nunca na vida me encontrou!

129 Florbela Espanca

A gdybyś mnie tak odwiedził

A gdybyś mnie tak wieczorem odwiedził, O tej magicznie zmęczonej godzinie, I gdybyś mnie w ramionach uwięził, Gdy noc cichutko skrada się w gęstwinie... Gdy przywołuję smak twych ust minionych... Przebrzmiałe echo kroków... dźwięk śmiechu... Uścisk silnych ramion skradziony w pośpiechu... Czułe pocałunki... twoją dłoń na moich... Gdybyś tak przyszedł do mnie w końcu, Kiedy szkicuje słodki kontur pocałunku I śmiechem i śpiewem dźwięczy pąsowy aksamit Szalonych ust moich, niczym goździk w słońcu... Gdy z pożądania mrużę oczy w twym kierunku... I niemal dosięgam cię ramionami...

Przeł. Marta Stebnicka

130 Florbela Espanca

Se tu viesses ver-me

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha, A essa hora dos mágicos cansaços, Quando a noite de manso se avizinha, E me prendesses toda nos teus braços... Quando me lembra: esse sabor que tinha A tua boca... o eco dos teus passos... O teu riso de fonte... os teus abraços... Os teus beijos... a tua mão na minha... Se tu viesses quando, linda e louca, Traça as linhas dulcíssimas dum beijo E é de seda vermelha e canta e ri E é como um cravo ao sol a minha boca... Quando os olhos se me cerram de desejo... E os meus braços se estendem para ti...

131 Florbela Espanca

Nie jestem niczyja!

Nie jestem niczyja! ...Kto mnie zapragnie, Musi być Słońcem w letnie wieczory, Źrenic jasnowidzących lśnienie na dnie Oczu musi nieść – jasnej wody wzory! Jak siła zamknięta w pączku być musi, Szmer w pieśni, którą mały owad nuci, Wiatr, który na masztach żagle nadyma! Ma być Inny i Ten Sam jednocześnie! Siła życia, brutalna, w ruchu; gwiazda, Która kaskady gwiazd w cuglach trzyma!

Przeł. Jarek Karaś i Asia Filipkowska

132 Florbela Espanca

Eu não sou de ninguém!

Eu não sou de ninguém! Quem me quiser Há-de ser luz do Sol em tardes quentes; Nos olhos de água clara há-de trazer As fúlgidas pupilas dos videntes! Há-de ser seiva no botão repleto, Voz no murmúrio do pequeno insecto, Vento que enfuna as velas sobre os mastros! Há-de ser Outro e Outro num momento! Força viva, brutal, em movimento, Astro arrastando catadupas de astros!

133 Florbela Espanca

Kwitnące wrzosowisko

Wypełnia mą pierś, w magicznym zachwycie, Dreszcz wszelkich doznań okrutnie dręczących... Spod wrzosów popiołu pęk róż kwitnących... Łzy w oczach mych ugasić pragnę skrycie... Niepokój! Otwarte Skrzydła! Co dusza ma kryje? Słyszę jak usta milczące Szepczą mi słowo tajemne, gorące, Które niczym pieszczota mną porusza! Tęskna gorączka nawiedza mnie brzemieniem, Zrzucam więc całun, nędzną szatę moją, Już nie jestem, Miły, Miłosnym Zjawieniem... W ekstazie miłości oczy płonące, Usta jak miód owocem i słońcem smakują: Jestem niczym wrzosowisko kwitnące!

Przeł. Józefina Yang i Dominika Kuna

134 Florbela Espanca

Charneca em Flor

Enche o meu peito, num encanto mago, O frémito das coisas dolorosas... Sob as urzes queimadas nascem rosas... Nos meus olhos as lágrimas apago... Anseio! Asas abertas! O que trago Em mim? Eu oiço bocas silenciosas Murmurar-me as palavras misteriosas Que perturbam meu ser como um afago! E nesta febre ansiosa que me invade, Dispo a minha mortalha, o meu burel, E, já não sou, Amor, Soror Saudade... Olhos a arder em êxtases de amor, Boca a saber a sol, a fruto, a mel: Sou a charneca rude a abrir em flor!

135 Florbela Espanca

Być poetą

Być poetą to iść wyżej, lepszym być Od ludzi! Gryźć, jakby się całowało! Być żebrakiem a dawać jakby się miało Królestwo ziemskich i rajskich żyć! To z tysiąca marzeń wybrać splendor I nie wiedzieć nadal, czego się pragnie! To mieć gwiazdę promieniejącą na dnie Serca i szpony, i skrzydła niczym kondor! To nieskończenie czuć głód i pragnienie W hełmie blasku złotym i satynowym... To ująć cały świat w jedno wykrzyknienie! To kochać cię aż po utratę świadomości... Ty jesteś duszą i krwią, i życiem mym Pieśń tę wyśpiewam całej ludzkości!

Przeł. Małgorzata Malinowska, Antonina Łaguna i Karolina Błaszyk

136 Florbela Espanca

Ser Poeta

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior Do que os homens! Morder como quem beija! É ser mendigo e dar como quem seja Rei do Reino de Aquém e de Além Dor! É ter de mil desejos o esplendor E não saber sequer que se deseja! É ter cá dentro um astro que flameja, É ter garras e asas de condor! É ter fome, é ter sede de Infinito! Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim... É condensar o mundo num só grito! E é amar-te, assim, perdidamente... É seres alma, e sangue, e vida em mim E dizê-lo cantando a toda a gente!

137 Florbela Espanca

Róże

Różo! piękno twe największej wymowy! Blaskiem swym ogrody opromieniasz! Bądź błogosławiony – czasie kwietniowy Że różanym dywanem ziemię okrywasz! Choć barwy Wasze miłowanie przywodzą – o, symbole radości! – swymi płatkami, Kolce Wasze z rozpaczy się rodzą Bo wyście świata tego klejnotami! Gdy delikatność róż mnie czarowała, Boleść i tęsknota zwiędły w zapomnienie Bym nad majestatem ich dumała! Chwalić więc będę wszelką Przyrodę, A dla Was me pokorne uniżenie Gdyż wielbię róż królewską urodę!

Przeł. Aleksandra Wilkos i Karolina Łubnicka

138 Florbela Espanca

Rosas

Rosa! És a flor mais bela e mais gentil! Entre as flores que a natureza encerra! Bendito sejas tu, ó mês de Abril Que de rosas inundas toda a terra! Brancas, vermelhas ou da cor sombria Do desespero e do pesar mais fundo, Sois símbolo d’amor e d’alegria, Vós sois a obra-prima deste mundo! Ao ver-vos tão bonitas e mimosas, Esqueço a minha dor, minha saudade, P’ra só vos contemplar, ó orgulhosas! Eu abençoo então a Natureza E curvo-me ante vós com humildade, Ó rainhas da graça e da beleza!

139 Florbela Espanca

Co najbardziej boli

Ciężko mi w życiu, bo nic nie smakuje Coś burzy spojrzenie, dzień z nocą miesza... Chodzę i szukam, ale nie znajduję Zakątka, który spokój cienia wskrzesza! I nawet liry brak, choćby dla ozdoby By struną ukoić okrutne tęsknienie!... Matka moja, zimna już śmiertelnie, Poiła mnie chłodnym mlekiem swej żałoby. Poeto, wiedz, jam oset zwyczajny, Deptany stopami pospolity wrzos. Jestem jak ty uśmiechem, daremnie ofiarnym. Co najbardziej boli, dojmujący niedoli znój: Masz czego ja nie mam, poety głos By frazą wykrzyczeć to jedno, Ból!

Przeł. Janusz Barwik

140 Florbela Espanca

A maior tortura

Na vida, para mim, não há deleite. Ando a chorar convulsa noite e dia... E não tenho uma sombra fugidia Onde poise a cabeça, onde me deite! E nem flor de lilás tenho que enfeite A minha atroz, imensa nostalgia!... A minha pobre Mãe tão branca e fria Deu-me a beber a Mágoa no seu leite! Poeta, eu sou um cardo desprezado, A urze que se pisa sob os pés. Sou, como tu, um riso desgraçado! Mas a minha tortura inda é maior: Não ser poeta assim como tu és Para gritar num verso a minha Dor!...

141 Florbela Espanca

Mglista wieża

Wstąpiłam na moją Wieżę, strzelistą hen, Owianą dymem, księżycem i mgłami, I poczęłam rozmawiać z poetami Martwymi, tak przepłakałam dzień. Opowiedziałam im co radości snem Wersów moich, rojeń fantazjami, I wszyscy poeci mocno zatroskani Rzekli w odpowiedzi: „Głupstwem Dziecięce marzenia! Mieliśmy, a jakże, I nasze złudzenia, jedyne, niezwykłe, Lecz wszystko minęło, niczego dziś nie ma!” Zamilkli poeci, długim smutkiem... I od wtedy także gorzkim skutkiem Płaczę w wieży strzelistej do nieba!...

Przeł. Jakub Jankowski

142 Florbela Espanca

Torre de Névoa

Subi ao alto, à minha Torre esguia, Feita de fumo, névoas e luar, E pus-me, comovida, a conversar Com os poetas mortos, todo o dia. Contei-lhes os meus sonhos, a alegria Dos versos que são meus, do meu sonhar, E todos os poetas, a chorar, Responderam-me então: “Que fantasia, Criança doida e crente! Nós também Tivemos ilusões, como ninguém, E tudo nos fugiu, tudo morreu!”... Calaram-se os poetas, tristemente... E é desde então que eu choro amargamente Na minha Torre esguia junto ao céu!...

143 Florbela Espanca

Książę z bajki

W powolnym blednięciu miłosnych Popołudni, mdlejących lubieżnie... Szukałam Go wśród biegnących pospiesznie... Szukałam Go wśród godzin wygasłych... O noce pełne mych myśli mrocznych! Oddech kwiatu, pocałunków krwawienie Oczy zawieszone we śnie, pokornie Dłonie pełne fiołków i róż więdnących Ah, nigdy go nie spotkałam! Książę z bajki Niczym śmiały rycerz z opowieści Zjawi się, osnuty w mgły jutrzenki! I zawsze śledzi nas ta chimera co w kruchych palcach koronki pieści... Nigdy nie odnajdziesz bohatera!...

Przeł. Marta Bocianowska

144 Florbela Espanca

Prince Charmant

No lânguido esmaecer das amorosas Tardes que morrem voluptuosamente Procurei-O no meio de toda a gente. Procurei-O em horas silenciosas Das noites da minh’alma tenebrosas! Boca sangrando beijos, flor que sente... Olhos postos num sonho, humildemente... Mãos cheias de violetas e de rosas... E nunca O encontrei!... Prince Charmant Como audaz cavaleiro em velhas lendas Virá, talvez, nas névoas da manhã! Ah! Toda a nossa vida anda a quimera Tecendo em frágeis dedos frágeis rendas... – Nunca se encontra Aquele que se espera!...

145 Florbela Espanca

Vanitas

Śnię, żem Poetką wybraną obwołana, Taką, co wszystko wie, wszystko poznała, Która inspiracją czystą okalana, W wierszu nieskończoność spisała! Śnię, że wersy me jasnością są całe By świat ten wypełniać! Wątpiącym pomagać Tym którzy pochłonięci przez tęsknoty żale! Na dnie dusz nie pozostawiać! Śnię, żem Kimś w całej tego świata rozległości: Kapłanka bogata głębiną mądrości, Pod stopami której ziemia się poddaje! I im więcej na niebie spędzam czasu śniąc, I im więcej w przestworzach się unosząc, Budzę się ze snu mego... I należę do kogoś!...

Przeł. Magdalena Misiorny i Karolina Błaszyk

146 Florbela Espanca

Vaidade

Sonho que sou a Poetisa eleita, Aquela que diz tudo e tudo sabe, Que tem a inspiração pura e perfeita, Que reúne num verso a imensidade! Sonho que um verso meu tem claridade Para encher todo o mundo! E que deleita Mesmo aqueles que morrem de saudade! Mesmo os de alma profunda e insatisfeita! Sonho que sou Alguém cá neste mundo... Aquela de saber vasto e profundo, Aos pés de quem a terra anda curvada! E quando mais no céu eu vou sonhando, E quando mais no alto ando voando, Acordo do meu sonho... E não sou nada!

147 Florbela Espanca

Ukryte łzy ee ee eee ee Gdy zaczynam rozmyślać o przeszłości, eee Śmiechu, śpiewie, pewnym miłosnym prze- ee życiu, ee Zdaje się, że to w innej rzeczywistości, ee Zdaje się, że to w innym było życiu... ee Usta me smutne po bólu odkryciu. ee Niegdyś w kolorach wiosennej radości, ee Dziś, wyblakły kontur pełen surowości, ee Który ginie w zapomnienia niebyciu! ee ee Zamyślona, o nieobecnym wzroku, ee Przybieram jeziora niewzruszony spokój, ee Bożej służebnicy kredowe oblicze... Skryte łzy Łez, które ronię, blada w ciszy trwając, Nie widzi nikt, bo w mej duszy wzrastają! Nie widzi nikt łez, których w sobie nie zliczę! Gdy rozmyślam o tamtych godzinach usilnie, Śmiechu i śpiewu, gdy kochana tak byłam, Przeł. Daria Mikocka Zdaje się że zdarzyło się to gdzieś indziej, eee Zdaje się że w innym czasie wtedy żyłam... ee A w moich ustach smutnych skryłam, eee Choć dawniej wiosną mówiły przymilniej, ee Słowa ciężkie naznaczone bólem silniej ee I na zapomnienie tak je porzuciłam! eee ee A zapadam się nagle w myślach błędnych... eee Obracam się w spokój tafli wiernych ee Moja twarz biała jak u rzeźby doskonałej... ee A łez wylewanych, mnie niewzruszonej i bia- eee łej, ee Ich narodzin w duszy nikt nie widzi wcale ee Ich jak spływają we mnie całej! eee ee ee eee Przeł. Jakub Jankowski ee eee

148 Florbela Espanca

Lágrimas ocultas

Se me ponho a cismar em outras eras Em que ri e cantei, em que era querida, Parece-me que foi noutras esferas, Parece-me que foi numa outra vida... E a minha triste boca dolorida, Que dantes tinha o rir das primaveras, Esbate as linhas graves e severas E cai num abandono de esquecida! E fico, pensativa, olhando o vago... Toma a brandura plácida dum lago... O meu rosto de monja de marfim... E as lágrimas que choro, branca e calma, Ninguém as vê brotar dentro da alma! Ninguém as vê cair dentro de mim!

149 Florbela Espanca

Siostra Tęsknota

Dla Américo Durão Mniszką, Siostrą Tęsknotą mnie nazwałeś... I w mej duszy imię to rozgorzało Niczym witraż w słońcu, jakby padało Na nie światło tego snu, który miałeś. W jesienny wieczór mi je wyszeptałeś, Całą boleść jesieni mi oddało; W każdym innym słodyczy będzie mało. Smutniejsza jestem, niż gdy mnie zastałeś... I cichutko, na dnie bagna mej duszy, Jak słoneczną pociechę, miód na uszy, Gdy w lęku na rozgrzanym czole słota, Niczym płatki kwiatu, aż do omdlenia Ujmuję słowa pięknego imienia, Które mi nadałeś: Siostra Tęsknota...

Przeł. Gabriel Borowski

150 Florbela Espanca

Soror Saudade

A Américo Durão

Irmã, Soror Saudade me chamaste... E na minh’alma o nome iluminou-se Como um vitral ao sol, como se fosse A luz do próprio sonho que sonhaste. Numa tarde de Outono o murmuraste, Toda a mágoa do Outono ele me trouxe, Jamais me hão-de chamar outro mais doce. Com ele bem mais triste me tornaste... E baixinho, na lama da minh’alma, Como bênção de sol que afaga e acalma, Nas horas más de febre e de ansiedade, Como se fossem pétalas caindo Digo as palavras desse nome lindo Que tu me deste: “Irmã, Soror Saudade...”

151 Florbela Espanca

Nasza księga

Księga miłości mojej, miłości twojej, Księga miłości naszej, wnętrza naszego... Otwórz ją taktownie, bez zrywu zbędnego, Jakbyś płatki kwiatu chronił w ręce swojej. Wszak stworzenie innej już nie w mocy mojej; Doskonalszej, pełniejszej smutku świętego. Nie gaś blasku jej kwiatów, tak świetlistego, Gdyż w mym ogrodzie bólu, oprócz niej – żadnej! Księga tylko nasza! Tylko ma! Tylko twa! Uśmiechając się, mówisz ty i mówię ja: Wiersze tylko nasze, jakież piękno wasze! Ach, Miłości moja! Ileż, ileż osób Słodko zamknie księgę i powie w ten sposób: „Nasze własne wiersze, tylko nasze!...”

Przeł. Katarzyna Kuźnik

152 Florbela Espanca

O nosso livro

Livro do meu amor, do teu amor, Livro do nosso amor, do nosso peito... Abre-lhe as folhas devagar, com jeito, Como se fossem pétalas de flor. Olha que eu outro já não sei compor Mais santamente triste, mais perfeito Não esfolhes os lírios com que é feito Que outros não tenho em meu jardim de dor! Livro de mais ninguém! Só meu! Só teu! Num sorriso tu dizes e digo eu: Versos só nossos mas que lindos sois! Ah, meu Amor! Mas quanta, quanta gente Dirá, fechando o livro docemente: “Versos só nossos, só de nós os dois!...”

153 Florbela Espanca

Fanatyzm

Błąka się ma dusza, bo o Tobie śni, Od twego oblicza ciemnieją mi oczy! Nie z twego powodu me życie się toczy, Albowiem życiem całym jesteś już mi! Wzrok utraciłam, to szaleństwo mnie ćmi... Przemierzam świat, a wśród dróg i poboczy Czytam księgę twej duszy, choć nie zaskoczy Mnie żadna opowieść, która w niej tkwi! „Wszystko na świecie kruchość, przemijanie...” Kiedy słyszę podobne rozpaczanie, Całej łaski ust boskich głos we mnie jest! I ja na klęczkach wpatruję się w ciebie, „Mogą zgasnąć światy i gwiazdy na niebie, Lecz tyś niczym Bóg: początek i kres...”

Przeł. Daria Mikocka i Gabriel Borowski

154 Florbela Espanca

Fanatismo

Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida Meus olhos andam cegos de te ver! Não és sequer razão de meu viver, Pois que tu és já toda a minha vida! Não vejo nada assim enlouquecida... Passo no mundo, meu Amor, a ler No misterioso livro do teu ser A mesma história tantas vezes lida! “Tudo no mundo é frágil, tudo passa...” Quando me dizem isto, toda a graça Duma boca divina fala em mim! E, olhos postos em ti, vivo de rastros: Ąh! Podem voar mundos, morrer astros, Que tu és como Deus: princípio e fim!...

155 Florbela Espanca

Wersy o dumie

Od świata nic nie doznaję prócz wzgardy, Bo mam skrzydła jak nikt! Bo wola boża Zrządziła, że księżniczką pośród morza Tłuszczy jestem, w wieży z dumy i pogardy. Bo nie ten świat będzie moim królestwem... Bo noszę w oczach niebiosa przestronne I moje są olśnienia i złota koronne! Ponieważ ja to Ja, a Ja Kimś jestem! Świat? Mój kochany, a cóż jest światem? To ogród moich wierszy strojny kwiatem, Plony pocałunków, chleb błogosławiony... Moje ekstazy i sny, moje zmęczenia... Twoje ramię w objęciu mojego ramienia, Droga mleczna, co zamyka Nieskończone.

Przeł. Patrycja Milczanowska

156 Florbela Espanca

Versos de orgulho

O mundo quer-me mal porque ninguém Tem asas como eu tenho! Porque Deus Me fez nascer Princesa entre plebeus Numa torre de orgulho e de desdém. Porque o meu Reino fica para além ... Porque trago no olhar os vastos céus E os oiros e clarões são todos meus ! Porque eu sou Eu e porque Eu sou Alguém! O mundo? O que é o mundo, ó meu Amor? O jardim dos meus versos todo em flor... A seara dos teus beijos, pão bendito... Meus êxtases, meus sonhos, meus cansaços... São os teus braços dentro dos meus braços, Via Láctea fechando o Infinito.

157 Florbela Espanca

Kochać!

Chcę kochać, kochać bez opamiętania! Sama z siebie: Tu... gdzie oczy nie mogą... Ten, Tamten – wszystkich chcę do kochania... Kochać! Kochać! I nie kochać nikogo! Pamiętać? Zapomnieć? Bez znaczenia!... Mieć czy nie? Napełniać dobrocią? Trwogą? Kłamcy ci, co głoszą nieprawdę srogą, że kochać można aż po kres istnienia! Kto żyw, temu w życiu Wiosna nadchodzi: Pieśnią umajoną czcić się ją godzi! Wszak to do pieśni dał nam głos Bóg w niebie! I skoro prochem i pyłem się stanę, Niech noc ma zalśni jak wczesny poranek, Niech się zagubię... aby odnaleźć siebie...

Przeł. Gabriel Borowski

158 Florbela Espanca

Amar!

Eu quero amar, amar perdidamente! Amar só por amar: Aqui... além... Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente... Amar! Amar! E não amar ninguém! Recordar? Esquecer? Indiferente!... Prender ou desprender? É mal? É bem? Quem disser que se pode amar alguém Durante a vida inteira é porque mente! Há uma Primavera em cada vida: É preciso cantá-la assim florida, Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar! E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada Que seja a minha noite uma alvorada, Que me saiba perder... pra me encontrar...

159 Florbela Espanca

Tuż przy wejściu masz łagodną sosnę

Tuż przy wejściu masz łagodną sosnę, Co z głową zwieszoną stoi, dumając; Kochanie! Może to ja, spoglądając Na te trzy łokcie wytchnienia krasne. To ja w twą stronę ciskam własne Gałęzie w powietrze, niby wołając, To ja wzywam, ramionami sięgając Po marzenie ulotne, niejasne. Odsączam ze słońca blask barwy miedzi Nad złotymi głowami twoich dzieci, Gdy południe opada na wzniesienia... Nocą, jej głos, co błąka się w katuszach, To ma rozjątrzona, łkająca dusza: Korzeń pod ziemią martwy z pragnienia!

Przeł. Daria Mikocka

160 Florbela Espanca

À tua porta há um pinheiro manso

À tua porta há um pinheiro manso De cabeça pendida, a meditar, Amor! Sou eu, talvez, a contemplar Os doces sete palmos do descanso. Sou eu que para ti atiro e lanço, Como um grito, meus ramos pelo ar, Sou eu que estendo os braços a chamar Meu sonho que se esvai e não alcanço. Eu que do sol filtro os ruivos brilhos Sobre as louras cabeças dos teus filhos Quando o meio-dia tomba sobre a serra... E, à noite, a sua voz dolente e vaga É o soluço da minha alma em chaga: Raiz morta de sede sob a terra!

161 Florbela Espanca

Błądzące

Mam serce barwy pąsowego wina, Co drze martwotę mojej piersi białej I ucieka, błąka się ogłupiałe, Gubiąc szlak na zamglonych ścieżynach. Mam serce, co mistycznym jest profetą I paladynem zuchwałym nieszczęścia, Co marzy zostać świętym i poetą, I w świecie szuka wciąż Pałacu Szczęścia... Mam serce, które nigdy tam nie zajdzie... Nie zna szlaku, by ruszyć po drożynach, Ni w pamięci tego miejsca nie odnajdzie... Utkam sny, których świat w jawę nie obróci... Jak ta matka, co pożegnała syna, Jak ten syn, co nigdy nie powrócił!

Przeł. Patrycja Milczanowska

162 Florbela Espanca

Errante

Meu coração da cor dos rubros vinhos Rasga a mortalha do meu peito brando E vai fugindo, e tonto vai andando A perder-se nas brumas dos caminhos. Meu coração o místico profeta, O paladino audaz da desventura, Que sonha ser um santo e um poeta, Vai procurar o Paço da Ventura... Meu coração não chega lá decerto... Não conhece o caminho nem o trilho, Nem há memória desse sítio incerto... Eu tecerei uns sonhos irreais... Como essa mãe que viu partir o filho, Como esse filho que não voltou mais!

163 Florbela Espanca

Nie kochać nic ponad kochanie VI

Opowiadam o tobie kamieniom dróżek I słońcu o blasku jak w twoim spojrzeniu; Opowiadam rzece, co wije się w lśnieniu, Sukniom królowych, księżniczek oraz wróżek; Opowiadam mewom o skrzydłach rozłożonych, Które są niczym chustki alabastrowe, Masztom powbijanym w światło księżycowe W cichej samotności nocy rozgwieżdżonych; Ze snów, fantazji, niepokojów się zwierzę Skąd twa dusza, oszołomiona wygraną, Ku niebu wznosi mych pocałunków wieżę! I krzyki miłości, co mkną ponad nami, Ponad tkaninami, co jaśnieją chwałą, Są opadłymi z mego podołka gwiazdami!

Przeł. Małgorzata Borowiec

164 Florbela Espanca

He hum não querer mais que bem querer VI

Falo de ti às pedras das estradas, E ao sol que é louro como o teu olhar, Falo ao rio, que desdobra a faiscar, Vestidos de princesas e de fadas; Falo às gaivotas de asas desdobradas, Lembrando lenços brancos a acenar, E aos mastros que apunhalam o luar Na solidão das noites consteladas; Digo os anseios, os sonhos, os desejos Donde a tua alma, tonta de vitória, Levanta ao céu a torre dos meus beijos! E os meus gritos de amor, cruzando o espaço, Sobre os brocados fúlgidos da glória, São astros que me tombam do regaço!

165 Florbela Espanca

Większa tortura

Nie ma dla mnie w życiu przyjemności. Całe noce zanoszę się łkaniem, Nie ma cienia co by mnie ugościł, Nie ma głazu co byłby mi wytchnieniem! Ah! Cała jestem przestrzenią, cieniem! Gubię się w sobie, w bólu co przeżyłam! Uścisk ramion największym mym pragnieniem, Bym nie żałowała, że się narodziłam! Jestem jak ty ostem żałosnym Jak wrzos, który ugniatasz stopą, Jestem jak ty uśmiechem nieszczęsnym Lecz straszniejsza jeszcze ma Udręka Że nie urodziłam się jak ty, poetą: – Swego Bólu nie móc wyrazić to męka!

Przeł. Marta Bocianowska

166 Florbela Espanca

Maior Tortura

Na vida, para mim, não há deleite. Ando a chorar convulsa dia e noite, E não tenho nem sombra em que me acoite, E não tenho uma pedra em que me deite! Ah! Toda eu sou sombras, sou espaços! Perco-me em mim na dor de ter vivido! E não tenho a doçura duns abraços Que me façam sorrir de ter nascido! Sou como tu um cardo desprezado A urze que se pisa sob os pés, Sou como tu um riso desgraçado! Mas a minha Tortura ainda é maior: Não ser poeta assim como tu és Para concretizar a minha Dor!

167 Florbela Espanca

Moja miłości

O tobie tylko jak się nazywasz wiem. To mało, bardzo mało i wystarczająco Aby namiętność szalona nieustająco Rosła z wigorem dzień za dniem! Jakże ze snu mglistego, bez zapału Rodzą się namiętności tak niepokojące! Me szalone serce, smutne, kochające Jakże ty szukasz w bólu ideału! To było złudzenie, rzeczywistości cień, Cierpienie ze snu ulatuje w jeden dzień Woń niebiańskich róż pełna lekkości... Teraz to namiętność szalona i wrząca Z godziny na godzinę jak wulkan rosnąca... Miłości moja, bezkresna moja miłości!

Przeł. Maria Roguska

168 Florbela Espanca

Meu amor

De ti somente um nome sei, amor. É pouco, é muito pouco e é bastante Para que esta paixão doida e constante Dia após dia cresça com vigor! Como de um sonho vago e sem fervor Nasce uma paixão assim tão inquietante! Meu doido coração triste e amante Como tu buscas o ideal na dor! Isto era só quimera, fantasia, Mágoa de sonho que se esvai num dia, Perfume leve dum rosal do céu... Paixão ardente, louca isto é agora, Vulcão que vai crescendo hora por hora... O meu amor, que imenso amor o meu!

169 Florbela Espanca

Kobieta II

O Kobieto! Jaka żeś słaba i jaka silna! Jaka nadobna i zgubna potrafisz być! Jakże udajesz umiejętnie, gdy w piersi Twoje jestestwo zgorzkniale wydaje się wić! Ileż zmarło z tęsknoty za obliczem Uwielbianym, pożądanym chorobliwie! Ileż dusz przypłaciło szaleństwem Widok tych ust, gdy się śmieją szczęśliwie! Ileż miłości i pasji miewają, Choć przed wszystkimi je ukrywają Przesłodkie dusze bólu i cierpienia! Namiętność, która radość by przynosiła Władcy; miłość, którą tęsknota stworzyła, Co się rozprasza w lamencie zagubienia!

Przeł. Kamila Choroszewska

170 Florbela Espanca

A mulher II

Ó Mulher! Como és fraca e como és forte! Como sabes ser doce e desgraçada! Como sabes fingir quando em teu peito A tua alma se estorce amargurada! Quantas morrem saudosas duma imagem Adorada que amaram doidamente! Quantas e quantas almas endoidecem Enquanto a boca rir alegremente! Quanta paixão e amor às vezes têm Sem nunca o confessarem a ninguém Doce alma de dor e sofrimento! Paixão que faria a felicidade Dum rei; amor de sonho e de saudade, Que se esvai e que foge num lamento!

171 Florbela Espanca

Mój ból

Mój ból jest bez skazy klasztorem Gdzie dziedzińce, arkady, cienie Gdzie w posępnych konwulsjach kamienie Trzymają fason rzeźbiarski z uporem Biją żałobną pieśń dzwony w agonii Nad swym złym losem żałośnie łkając... Każdy pogrzebowego marsza grając Wybija godzinę upływających dni... Mój ból jest bez skazy klasztorem, Gdzie lilie umartwione męczeństwa kolorem, Tak piękne jakby nie oglądał ich nikt! W tym smutnym klasztorze się chowam Dniami i nocami łkam i modlę się i szlocham Lecz nikt nie słyszy... nikt nie widzi...nikt...

Przeł. Paulina Grabowska i Anna Działak

172 Florbela Espanca

A Minha Dor

A minha Dor é um convento ideal Cheio de claustros, sombras, arcarias, Aonde a pedra em convulsões sombrias Tem linhas dum requinte escultural. Os sinos têm dobres de agonias Ao gemer, comovidos, o seu mal ... E todos têm sons de funeral Ao bater horas, no correr dos dias ... A minha Dor é um convento. Há lírios Dum roxo macerado de martírios, Tão belos como nunca os viu alguém! Nesse triste convento aonde eu moro, Noites e dias rezo e grito e choro, E ninguém ouve ... ninguém vê ... ninguém ...

173 Florbela Espanca

Pani na Smutku

Wyniosła, niewzruszona w pogardzie, Żyję samotnie w mym zamku: Cierpienia! Mijają go miłosne pasje w promieniu... I nigdy twej duszy nie było tu cienia! Pani na Smutku, widzisz?... Kogo? Gdzie?... – I moje spojrzenie zaciekawienia Wypatruję gasnącego dnia wspomnienia Opłakuję ciszę... Nikogo nie ma... Pani na Smutku, czemu skrapiasz Łzami brewiarz, skrycie wertowany W witraży cieniu koronkowym?... W nocy na blankach się układasz. O co cichutko się modlisz?... Marzysz?... Jaki sen pieścisz w sercu stęsknionym?...

Przeł. Anna Działak-Szubińska

174 Florbela Espanca

Castelã da Tristeza

Altiva e couraçada de desdém, Vivo sozinha em meu castelo: a Dor! Passa por ele a luz de todo o amor... E nunca em meu castelo entrou alguém! Castelã da Tristeza, vês?... A quem?... – E o meu olhar é interrogador – Perscruto, ao longe, as sombras do sol-pôr... Choro o silêncio... Nada... Ninguém vem... Castelã da Tristeza, porque choras Lendo, toda de branco, um livro d’horas, À sombra rendilhada dos vitrais?... À noite, debruçada, pelas ameias, Porque rezas baixinho?... Porque anseias?... Que sonho afagam tuas mãos reais?...

175 Florbela Espanca

Évora

Évoro! Pod Twym fiołkowym niebem Ulice pokutnicze ... Mnisie ulice łkające Ze smutkiem za win odpuszczeniem, Boga o pychy rozgrzeszenie proszące! Tyle miast przemierzyłam nadaremnie! Tylko tutaj pamiętam pocałunki Twoje, Tylko i wyłącznie tutaj czuję, że są moje sny dawno temu wyśnione przeze mnie! Évoro... Twój profil ... Twoje spojrzenie... Twe usta, pewnego kwietnia wspomnienie, Który w piersi serce moje wzrusza! ... W każdym zaułku cień ducha... Moja dusza zbolała zamiera i słucha... I fantazje Bernardima Ribeiry porusza...

Przeł. Anna Działak-Szubińska

176 Florbela Espanca

Évora

Évora! Ruas ermas sob os céus Cor de violetas roxas... Ruas frades Pedindo em triste penitência a Deus Que nos perdoe as míseras vaidades! Tenho corrido em vão tantas cidades! E só aqui recordo os beijos teus, E só aqui eu sinto que são meus Os sonhos que sonhei noutras idades! Évora!... O teu olhar... O teu perfil Tua boca sinuosa, um mês de abril Que o coração no peito me alvoroça! ... Em cada viela o vulto dum fantasma... E a minh’alma soturna escuta e pasma... E sente-se passar menina e moça...

177 Florbela Espanca

Jest w twym spojrzeniu władczym...

Jest w twym spojrzeniu władczym, W twym wyniosłym rzymskim profilu, W twym śmiechu wdzięku pełnym, Ziemski i niebiański sekret bytu. Krzyża męki ślad na żagli białym Płótnie, pędzi, wśród takielunku furkotu, Twój statek po morzu łagodnym, Ku przygodzie, ku odległemu światu! Chcę iść z tobą na jego spotkanie, Pozwól mi żagle wysoko wznieść, Być jednym z Twoich ludzi, kapitanie! Dwie głębokie studnie moich oczu ślepych... O Niebie i o gwiazdach mi snuj opowieść! Pokaż mi drogę do twych Światów Nowych!

Przeł. Anna Działak-Szubińska

178 Florbela Espanca

Há nos teus olhos de dominador...

Há nos teus olhos de dominador, No teu perfil altivo de romano, No teu riso de graça e esplendor Um misterioso ideal divino e humano. Cruz de Cristo sangrando sobre um pano Das velas altas, lá vai, sobre um fragor Dum mar sereno, cristalino e plano, A tua barca de conquistador! Eu quero ir contigo a esses distantes Reinos! Deixa-me erguer as brancas velas, Ser um dos teus audazes navegantes! Meus olhos cegos são dois poços fundos... – Conta-me o Céu! Ensina-me as estrelas! Mostra-me a estrada dos teus Novos Mundos!

179 Florbela Espanca

Tęsknić

Tęsknić! Tak... może... Czemu nie? Jeśli sen był wyniosły i pełny siły I chciał mi przyświecać aż do mogiły Światłem co serce objęło wiernie! Zapomnieć! Po cóż? ... Nadaremnie! Toć wszystko, Kochany, to kpiny. Jeśli piękno snu pocieszenia polubimy Musi nam za świętość służyć niezmiennie! Ileż razy, Kochany, zapominałam o tobie, Żeby dwa razy mocniej przypomnieć, Dwakroć silniej przypomnieć sobie! Ile bym dała na zawsze aby w mowie Im bardziej złudnie spokornieć Tym bardziej zatęsknić po tobie!

Przeł. Jakub Jankowski

180 Florbela Espanca

Saudades

Saudades! Sim... talvez... e por que não?... Se o sonho foi tão alto e forte Que bem pensara vê-lo até à morte Deslumbrar-me de luz o coração! Esquecer! Para quê?... Ah, como é vão! Que tudo isso, Amor, nos não importe. Se ele deixou beleza que conforte Deve-nos ser sagrado como o pão. Quantas vezes, Amor, já te esqueci, Para mais doidamente me lembrar Mais decididamente me lembrar de ti! E quem dera que fosse sempre assim: Quanto menos quisesse recordar Mais saudade andasse presa a mim!

181 Florbela Espanca

Pożądanie

W boskim bezwstydzie młodości, W pogańskiej, co los kuje, ekstazie, W tęsknoty rozedrganym spazmie, Weź mego ciała śmiertelne włości! Cień między prawdą a kłamaniem... Chmura, którą wiatr gna z północy... – Me ciało! W nim wino pełne mocy: Moje usta straszne pragnieniem! Na podołku dalie czerwone pieszczę. To słońca palce, gdy się tobą cieszę W pierś twą zaryte ostrym pazurem! Zwiewne mego ciała arabeski Pociągną cię w okrąg dantejski Drapieżnym pożądania mazurem...

Przeł. Janusz Barwik

182 Florbela Espanca

Volúpia

No divino impudor da mocidade, Nesse êxtase pagão que vence a sorte, Num frémito vibrante de ansiedade, Dou-te o meu corpo prometido à morte! A sombra entre a mentira e a verdade... A nuvem que arrastou o vento norte... – Meu corpo! Trago nele um vinho forte: Meus beijos de volúpia e de maldade! Trago dálias vermelhas no regaço... São os dedos do sol quando te abraço, Cravados no teu peito como lanças! E do meu corpo os leves arabescos Vão-te envolvendo em círculos dantescos Felinamente, em voluptuosas danças...

183

Esta publicação foi financiada por Fundos Nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia no âmbito do Projecto UID/ELT/00077/2013

Publikacja została sfinansowana z Funduszy Narodowych z pomocą FCT (Fundação para a Ciência e a Tecnologia) – Fundacji d/s Nauki i Technologii w ramach projektu UID/ELT/UI0077/2013 e