Sindjus Revista 53
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Filiado à CUT/FENAJUFE Ano XVII - nº 55 Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Fevereiro de 2009 e do Ministério Público da União no DF A última chance TT CATALÃO A emoção de um afrodescendente no poder máximo dos EUA é realmente magnífica. Porém, emoção, sen- timento e retórica cívica e messiânica para um “res- gate de valores” fundamentais da dignidade perdida podem compor a base inicial do caminho, mas não garantem o avanço. Obama vai oscilar entre a caris- mática redenção dos pecados aviltantes de uma na- ção e a ameaça de martírio (caso fracasse ou desafie muito a “velha ordem”) pela tarefa extraordinária que contrapõe o indivíduo, em pele e consciência, versus a poderosa armadura do Sistema. Mitologia grega com BlackBerry. A contradição maior desses primeiros dias de instala- ção do governo navega entre a sacralização da pes- soa (“chegou o Redentor”) e os recados duros aler- tando que a máquina está intacta. Desmonte? Só no que já está podre. Mesmo o poder mais decrépito exige podas restauradoras. É tirar o melhor proveito da “mudança” para exorcizar o desastre anterior. Sem deixar que a medula do modelo continue explícita nas operações da máquina (de guerra, submissão, contro- le e lucro sobre os mais fracos). Nesse clima de “virada” emotiva, perder só o que não é essencial. Ora Obama será um deus da resistência pelo seu caráter – ele parece mesmo encarnar, since- ramente, os valores plurais da América fraterna e míti- ca da liberdade – e, ora, será o Obama que terá que ceder até perder a aura do herói. Miseráveis do mun- do, emergentes da economia, sobreviventes do caos, o colapso global, a degradação do ambiente e o modo de vida predatório do consumismo aguardam muito desse herói ou mártir no comando, formal, de um Sistema abalado. Talvez, a última chance. Ou vira, ou capota. É ruptura ou sutura? 2 Revista do Sindjus Fev/2009 Passivos: direito já foi reconhecido até pelo Supremo Tribunal Federal U. DETTMAR U. AO LEITOR A batalha pelos passivos O ano de 2008 ficou ciações com a Secretaria de Orçamento Federal para O Sindjus come- para trás, mas as lutas re- que os recursos necessários sejam liberados o quan- çou 2009 pressio- manescentes não morre- to antes. E quando liberados, atendendo reivindi- nando os tribu- ram com ele. Ao contrário, cação do Sindjus, o desembargador Nívio Gonçal- nais para que qui- ganharam força. Foi exata- ves, presidente do TJDFT, comprometeu-se, por es- tem essa dívida o mente isso o que aconte- crito, a cumprir o direito sem distinção entre ma- mais rápido possí- ceu na luta pelo pagamen- gistrados e servidores. vel. Afinal, esses to dos passivos. O Sindjus Quintos. Estágio Probatório. Devolução do IR começou 2009 pressionan- cobrado sobre juros de mora dos 11,98%. A luta débitos são direi- do os tribunais para que pelo pagamento dos passivos será uma das princi- tos reconhecidos quitem essa dívida o mais pais frentes lideradas pelo Sindjus neste ano. Por pelos tribunais. ARTHUR MONTEIRO ARTHUR rápido possível. Afinal, es- Muita coisa já Roberto Policarpo isso, além de conversar com as presidências dos Coordenador-geral ses débitos são direitos re- tribunais, tenho mantido contato freqüente com a avançou na nego- do Sindjus conhecidos pelos tribunais. Secretaria de Orçamento Federal, reivindicando ciação intensiva Nada mais justo que sejam agilidade nessa questão. Muito tem se ponderado que estamos pro- pagos o quanto antes. E eu posso dizer que mui- a respeito dos efeitos da crise financeira instalada. movendo. ta coisa já avançou nessa negociação intensiva No entanto, tenho contra-argumentado sobre a que o Sindicato vem promovendo. necessidade de investir no serviço público para for- Do início de fevereiro até agora, já me reuni talecer a economia e assegurar o desenvolvimento com a administração do TJDFT, do TSE e do STF do Brasil. E é esse discurso que deve ecoar por to- para resolver esse impasse. Os presidentes dos tri- dos os tribunais. Afinal, a realidade afirma que de- bunais se comprometeram a intensificar as nego- fender os servidores públicos é defender o país. Revista do Sindjus Fev 2009 3 CARTAS Cruzeiro Especulação Caros colegas, quero agradecer a boa Andam dizendo que a crise vai inviabilizar idéia de nos premiar com o cruzeiro. Foi o nosso novo Plano de Carreira. Tudo excelente, com muita alegria, atenção e especulação. Querem que a gente tire o CAPA: FOTO DE ARTHUR MONTEIRO ARTHUR DE FOTO CAPA: conforto. A agência providenciou tudo e time de campo para que o investimento que fomos muito bem atendidos. Quero deve ser feito em nossa carreira beneficie aproveitar para desejar um 2009 repleto outra categoria. Só que nós não vamos de vitórias, realizações e muita saúde, deixar, não é? extensivo a seus familiares. Verônica Santos – JF Maria Cristina Cardoso – TJDFT (Sobre o prêmio às melhores participações no plano Plano de Carreira de lutas aprovado pelo Congresso do Sindjus) Revista do Sindjus É difícil equacionar o desejo dos servidores de aprovar o quanto antes um novo Plano Coordenação editorial TT Catalão - Reg. Prof. 685-DF Passivos de Carreira e os trâmites que o projeto tem Edição Tenho acompanhado o esforço que o que enfrentar. Eu sei que a Comissão Usha Velasco Sindicato tem feito para garantir o Interdisciplinar tem a missão de discutir a Reportagem e redação Daniel Campos pagamento dos passivos. É uma pena que fundo cada detalhe, mas não dava para Eunice Pinheiro seja preciso fazer um estardalhaço para andar um pouco mais rápido? Fabíola Góis receber um direito que já foi reconhecido Eduardo Mota – TRT Thais Assunção Revisão inclusive pelo STF. Patcha Comunicação Jair Monteiro – TSE Projeto gráfico e arte Folia Usha Velasco Adorei a idéia de transformar a luta pelos Tiragem Injustiça passivos em marchinha. Quem sabe assim, 12.000 exemplares Esses tribunais não se emendam mesmo. o pessoal lá de cima, que adora uma folia, Onde já se viu cobrar Imposto de Renda não paga o que é nosso por direito. Sindjus de juros? Às vezes eu tenho a impressão João Alves – TRF Sindicato dos Trabalhadores do de que a Justiça é feita só para o público Poder Judiciário e do MPU no DF externo. Quem está dentro do Tribunal Convênios SDS, Ed. Venâncio V, Bl. R, s. 108 a 114 sofre as mais profundas injustiças. CEP 70393-900 - Brasília-DF Os convênios do Sindjus melhoraram a PABX (61) 3224-9392 Fábio Soares – TJDFT minha realidade. Tenho descontos na minha www.sindjusdf.org.br academia, na minha pós-graduação, no Coordenadores-gerais Professores colégio da minha filha e em clubes. E a Ana Paula Barbosa Cusinato (MPDFT) Roberto Policarpo Fagundes (TRT) Ao produzir um VT sobre o absurdo que cada semana há novas parcerias sendo Wilson Batista de Araújo (TRE/DF) está acontecendo com os professores, o firmadas. Eu apóio totalmente essa política. Coordenadores de Sindjus deu um passo importante à Ana Clara – TST Administração e Finanças construção de uma nova sociedade. O Berilo José Leão Neto (STJ) Cledo de Oliveira Vieira (TRT) Sindicato redimensiona sua luta, Jailton Mangueira de Assis (TJDF) engrandecendo sua participação na realidade social. PARTICIPE! Coordenadores de Assuntos Jurídicos e Trabalhistas Sônia Lins – TST Eliza de Souza Santos Ávila (STF) Envie seus José de Oliveira Silva (TJDF) comentários ou Newton José Cunha Brum (TST) Eu dôo talento Coordenação de Formação De fato, ajudar o próximo é gratificante. sugestões de e Relações Sindicais A campanha Eu dôo talento é uma bela Carlos Alberto de Araújo Costa (TJDF) pauta par Eliane do Socorro Alves da Silva (TRF) iniciativa. Eu sou apaixonada por cuidar cartas@sindjusdfa Raimundo Nonato da Silva (STM) de crianças e me coloco à disposição .org.br Coordenadores de Comunicação, para contribuir. Cultura e Lazer Elza Munhoz – MPDFT Orlando Noleto Costa (TSE) Sheila Tinoco Oliveira Fonseca (TJDF) Valdir Nunes Ferreira (MPF) 4 Revista do Sindjus Fev/2009 OPINIÃO Vila Telebrasília: a escala humana da capital o final de 2008, às vésperas do Natal, o go- na Chauí, “o Direito para a História e, nessa ação, N vernador do Distrito Federal, em cerimônia para a política transformadora”. pública na Vila Telebrasília, outorgou os títulos de Foi desse modo, e em ações semelhantes nas propriedade definitivos aos ocupantes históricos periferias dos espaços urbanos desde os anos ARTHUR MONTEIRO ARTHUR do velho acampamento dos tempos da constru- 1970, que movimentos sociais com crescente le- ção de Brasília. Quase cinquenta anos depois de gitimação forjaram a agenda internacional do di- muita luta, o ato representou o momento culmi- reito de morar, inscrevendo-o nas declarações de nante de uma história de resistência e perseve- direitos (conforme a Declaração de Istambul, Ha- rança de uma comunidade mobilizada pela con- bitat II, ou Cúpula das Cidades, 1996), para de- quista do direito de morar. pois projetá-lo nas legislações de zoneamento urbano e, no caso brasileiro, na Constituição Fe- Não é por acaso que à entrada da Vila, loca- deral, após 1988, por impulso dos movimentos lizada ao final da Avenida das Nações, na Asa sociais por moradia (tratei disso num texto de Sul, à beira de Lago Paranoá e defronte ao setor 1982, Fundamentação Teórica do Direito de Mo- José Geraldo de de embaixadas, se mantenha instalado uma pla- radia, Revista Direito e Avesso, Boletim da Nova Souza Júnior ca com a inscrição singular: “Aqui tem história!” Escola Jurídica Brasileira, nº 1). Reitor da Universidade de Não conheço um registro igual de uma co- Brasília, professor da Faculdade munidade que se reconheça na identidade de seu A luta da comunidade da Vila ganhou adensa- de Direito e coordenador do projeto O Direito Achado na Rua protagonismo histórico, mas como professor ori- mento nesse trânsito, primeiro como ação políti- entador, em projeto de assessoria jurídica uni- ca de movimento, depois como construção social versitária desenvolvido pela Faculdade de Direi- de sentido.