Rafael Marcelo Viegas
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO FACULDADE DE LETRAS Rafael Marcelo Viegas “Dando peso à fumaça” Mundos paralelos das crenças absurdas em Dos Coxos (Ensaios III, XI) Texto apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Letras Neolatinas, Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à defesa de Doutorado em Letras Neolatinas, Literatura Francesa. Orientador: Prof. Marcelo Jacques de Moraes Co-Orientador: Prof. João Camillo Barros de Oliveira Penna Rio de Janeiro 2014 CATALOGAÇÃO NA FONTE UFRJ/SIBI/ V656 Viegas, Rafael Marcelo. “Dando peso à fumaça”. Mundos paralelos das crenças absurdas em Dos Coxos (Ensaios III, XI) / Rafael Marcelo Viegas. – 2014. 282f. Orientador: Marcelo Jacques de Moraes. Co-orientador: João Camilo Barros de Oliveira Penna Tese (doutorado) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Letras. Montaigne, Michel de, 1533-1592 – Teses. 2. Ensaio – Teses. 3. Narrativa – Teses. 4. Literatura – História e crítica – Teoria, etc – Teses. I. Moraes, Marcelo Jacques de Moraes. II. Penna, João Camillo Barros de Oliveira Penna. III. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Faculdade de Letras. IV. Título. CDD 809 Título em inglês: “Able to give weight to smoke”: Parallel Worlds of bizarre beliefs (Essays III, XI). UFRJ – Faculdade de Letras | Rio de Janeiro | 2014 FOLHA DE APROVAÇÃO Rafael Marcelo Viegas. “Dando peso à fumaça”. Mundos paralelos das crenças absurdas em Dos Coxos (Ensaios III, XI) Rio de Janeiro, 28 de janeiro de 2014 __________________________________________ Marcelo Jacques de Moraes, Professor no Departamento de Letras Neolatinas, Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro __________________________________________ João Camillo Barros de Oliveira Penna, Professor no Departamento de Ciência da Literatura, Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro __________________________________________ Edson Rosa da Silva, Professor no Departamento de Letras Neolatinas, Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro __________________________________________ André Rangel Rios, Professor no Instituto de Medicina Social, Universidade do Estado do Rio de Janeiro __________________________________________ Maya Suemi Lemos, Professora no Instituto Multidisciplinar de Formação Humana e Tecnológica, Universidade do Estado do Rio de Janeiro __________________________________________ Antônio Alcir Bernardez Pécora, Professor no Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade de Campinas __________________________________________ Luiz Fernando Medeiros de Carvalho, Professor no PPG-ML, Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora Suplentes __________________________________________ Eduardo Guerreiro Brito Losso, Professor no IM, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Si juxta claudum habites, subclaudicare disces (Adagiorum chiliades , 1536) Pela primeira vez, meus agradecimentos acadêmicos não podem mais contar com a presença física de minha mãe, Terezita Rosa Viegas. A ela e a Maria José da Silva, pilares vigilantes de uma formação obtusa e misteriosa, dedico este trabalho. Agradecimentos É evidente que esta pesquisa, em sua mecânica profunda e insondável, deve mais a muito mais gente do que os que poderiam estar listados abaixo. Não falarei dos percalços (bibliotecas pífias, serviços ruins etc.) porque absorvemos nossas idiossincrasias locais como fatos naturais e não como contingências históricas contra as quais precisamos lutar encarniçadamente, se necessário, até a consumação dos séculos. Considera-se tolo chover no molhado. Estou de acordo. Por outro lado, é um alívio, justamente por conta desses reveses, não ser obrigado a manifestar gratidões por estruturas que só por pura deferência burocrática constariam aqui. Deste modo, nestas poucas linhas, onde reino soberano, posso retribuir com palavras de carinho e gratidão apenas a quem realmente foi importante na vida que, durante todo esse período, teimou em acontecer ao meu redor. A Marcelo Jacques de Moraes e a João Camillo Penna, mestres pacientes, cuja confiança depositada em mim, mesmo em meus períodos mais neuróticos e confusos, valeram de estímulo constante e de escudo contra a adversidade. A André Rios – que desta vez está em uma banca minha como júri e não como orientador –, meus agradecimentos pela formação de quase vinte anos ininterruptos. A eles gostaria de somar os nomes de Edson Rosa da Silva, Maya Lemos, Alcir Pécora, Eduardo Guerreiro Brito Losso e Luiz Fernando Medeiros de Carvalho – uma alegria e uma honra em tê-los como juízes. À equipe do Escritório do Livro e de Mediatecas da Embaixada da França no Rio de Janeiro: até 2012, Jérémie Desjardins, Alice Toulemonde, Sabrina Derris, Alessandra Santos, André Sena, Gabrielle Feitosa; até 2013, Marion Loire, Paul Marcille, Luiz Miranda, Marina Borges de Carvalho, Claudia Cordeiro, Rachel Rufino Almeida (que colaborou no estabelecimento da lista bibliográfica final). E last but not least , pairando solene e elegante por sobre todos nós, aprendizes, Elisabeth Nevière Rodrigues do Nascimento. A Almerinda Stenzel e Dennis Gerstenberger (Goethe Institut-RJ), Carlos della Paschoa (Instituto Cervantes), Andrea Lacerda, Carla de Oliveira, Rita de Cássia Marques Páscoa (Biblioteca do CCBB-RJ), e Regiane Eliel (Biblioteca do IFCH-Unicamp). Aos amigos Marcus Reis, Flávia Hasky, Laila Hasky Pinheiro, Marcelo Cattan, Cristina de Pádula, Pedro Duarte, Marcela Cibella, Marco Ruffino, Alexandre Carneiro, Guilherme Castro de Carvalho, Carolina Alfradique, Daniele Grace, Rodrigo Ielpo, Paola Ghetti, Manoella Martin-Baffa e família, Liana Carreira Martins, Jairo Gama, Ariane Moreth, Patrícia Rebello, Bia Russo, Helene Aguiar, Flora Mangini, Ivan Frias, Marcia D’Angelo, Simone Gryner, Pierre Guisan, Gustavo Olivieri, Rémi Loire, Tempero Carioca (Marcos China, Agrião, Pelé, Marcos Basílio, Sérgio Procópio, Marcelo Pizzotti, Evandro Lima), Thiago Cesário Alvim e equipe, e Sebastião Fagundes e família. A Pablo de Vargas, o Azedo. A Marcelo de Araújo, Admoestador Incansável. A Adaildo Moreira, o mais fino dos mestres beethovenianos pós-modernos. E ao inesgotável celeiro de ideias que é Aloys Zimmermann (Cuba) Lancaster. Ao amigo Carlito Azevedo. Aos Bieri (Frederico Guido, Sarah Alvine e Ricardo), fortaleza inexpugnável encravada na fronteira sul de nosso país. Aos sobrinhos Marcos Paulo Hilário Filho e Amanda Viegas, e aos primos Paula Taitelbaum e Eduardo “Peninha” Bueno (suas exigências de idolatria incondicional a Bob Dylan ajudaram a montar o fundo musical de boa parte da escrita da tese, no que sou imensamente grato). A Leandro Salgueirinho, pela leitura paciente do copião e pela revisão final do texto. Aos alunos dos cursos de LitComp I e II (2008) e LitComp I (2009-2011) da Faculdade de Letras da UFRJ. A pesquisa se beneficiou de um estágio sanduíche de quatro meses em Paris, dentro do acordo Capes-Cofecub firmado entre a Universidade de Paris-VII e a PUC-Rio. Agradeço aos contribuintes brasileiros que me financiaram na figura da Capes e, em especial, aos funcionários dessa instituição, pela gentileza, paciência e disponibilidade. Agradeço a acolhida do professor Christophe Bident, coordenador francês do acordo. E um agradecimento todo especial a Ana Kiffer, que coordenou a parte brasileira. Reza um velho provérbio universitário que um casamento não resiste à preparação de uma tese – e esta é a segunda que escrevo com Andréa Bieri ao meu lado. A explicação é mútua e sinfônica e está nos clássicos: οὔτε γὰρ ὕπνος οὔτ' ἔαρ ἐξαπίνας γλυκερώτερον . Assim seja. A todos os que não estão listados aqui, mas que têm, secreta ou abertamente, o meu mais profundo reconhecimento. Rafael Viegas Verão escaldante de 2014 [email protected] RESUMO VIEGAS, Rafael Marcelo. “Dando peso à fumaça”. Mundos paralelos das crenças absurdas em Dos Coxos (Ensaios III, XI) . Texto para defesa (Doutorado em Letras Neolatinas, Literatura Francesa). Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014. Em Dos Coxos, capítulo XI do terceiro livro dos Ensaios, não vemos apenas o estabelecimento de um discurso crítico montado sobre dispositivos céticos, cujo objetivo principal seria a demolição de uma atmosfera saturada de superstições e de dogmatismos de todas as ordens (jurídicos, políticos, sexuais). Vemos também o estabelecimento de uma lógica ficcional, onde elementos narrativos eruditos e biográficos são mesclados a dispositivos miméticos, aliados a um plano diegético que oscila entre a informação e a lógica narrativa conteuse e exemplar. O trabalho tenta acompanhar essas oscilações, mostrando possibilidades de leitura a partir de dispositivos contemporâneos ao seu momento de publicação ( fait divers , pastoral) como também assumindo perspectivas extemporâneas e comparativistas. With Dos Coxos, chapter XI of the third book of the Essays, we not only see the establishment of a critical discourse devices mounted on skeptics, whose main objective would be the demolition of a saturated atmosphere of superstition and dogmatism of all orders (legal, political, sex). We also see the establishment of a fictional logic, where scholars and biographical narrative elements are merged to mimetic devices, combined with a diegetic plane oscillates between information and narrative logic conteuse and exemplary. The thesis attempts to follow these oscillations, showing possibilities of reading from contemporary to his time of publication ( fait divers , pastoral) devices as well as taking a comparativist activity in perspective.