Jorge Amado, Questão Racial E Formação Nacional
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Instituto de Filosofia e Ciências Humanas Carla de Fátima Cordeiro De Honório a Archanjo: Jorge Amado, questão racial e formação nacional Campinas 2017 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Instituto de Filosofia Ciências e Letras A Comissão Julgadora dos trabalhos de Defesa de Tese de Doutorado composta pelos professores doutores a seguir descritos, em sessão pública realizada em de março de 2017, considerou a candidata Carla de Fátima Cordeiro aprovada. Profa. Élide Rugai Bastos-UNICAMP Profa. Dra. Eliane Veras Soares – UFPE Profa. Dra. Maria Fernanda Lombardi Fernandes- Unifesp Prof. Dr. Marcelo Siqueira Ridenti- UNICAMP Profa. Dr. Mario Augusto Medeiros da Silva -UNICAMP A Ata da Defesa, assinada pelos membros da Comissão Examinadora, consta no processo de vida acadêmica da aluna. Para vovó Zizila. Agradecimentos Ao longo desses cinco anos este trabalho não teria se realizado sem o apoio de pessoas e instituições. Agradeço especialmente à Élide Rugai Bastos pela acolhida e por mostrar outros caminhos possíveis. À Célia Tolentino, com quem tudo começou e não teria chegado até aqui sem seu entusiasmo e provocações. A Andreas Hofbauer e Claude Lepine (em memória) por me incentivar a estudar a questão racial no Brasil. À Rita Chaves, Tania Macedo e Eliane Veras pelas orientações de pesquisa sobre Moçambique. À Gilda Portugal Gouveia, cujas discussões em suas aulas geraram bons frutos. Agradeço à Capes pelos quarenta e oito meses de bolsa, auxílio imprescindível para que eu realizasse a pesquisa. Ao programa PDSE/Capes (Programa Doutorado Sanduíche no Exterior), que tornou realidade a pesquisa em Moçambique, como também a prestatividade de seus técnicos em sanar dificuldades e dúvidas. Aos funcionários do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), em especial Sonia Cardoso e Daniel Cardoso da seção de pós-graduação, pela pronta atenção dispensada no auxílio de assuntos burocráticos e aos funcionários da biblioteca. À Escola Estadual Toufic Joulian, cuja gestação e execução deste trabalho foi concomitante ao meu ingresso na escola, pelo apoio dos funcionários, amizades e várias formas de incentivo. Em especial a Nice Mota, pela amizade e disposição em ajudar nas solicitações mais absurdas, Ieda Lopes, Cleuza Borges, Jonas Ferreira, Wagner Santos, Débora Bueno, Ruth Oliveira e Robson Andrade pela amizade e generosidade. Também agradeço aos alunos queridos, que serviram de inspiração e força. Aos grupos de estudos NUPE (Núcleo Negro da Unesp para Pesquisa e Extensão) e Baleia na Rede, que foram de fundamental importância para o desenvolvimento desta pesquisa e nos quais cumplicidades foram construídas. À Fundação Casa de Jorge Amado pela atenção e empenho para que a pesquisa se realizasse em seu acervo, com destaque para a presteza e o profissionalismo de Bruno Fraga, Marina Amorim, Karina Barbosa e Liliam Leal no auxílio na coleta de informações. Aos funcionários do AHM (Arquivo Histórico de Moçambique) pela disposição em ajudar, em especial a Antonio Sopa. A Mario Augusto Medeiros da Silva e ao Marcelo Ridenti pela atenta leitura e elucidação de caminhos apresentados no exame de qualificação. À Eliane Veras e à Maria Fernanda Lombardi Fernandes por terem aceito o convite para compor a banca de defesa e as valiosas sugestões. À Moçambique que me deu tanto. Ao professor Francisco Noa pelo seu apoio e por ter acreditado na possibilidade dessa pesquisa mesmo em condições adversas. A Aureo Cuna e a Nataniel Ngomane pelas valiosas dicas. À Aissa Mithà Issak por quem a ideia das entrevistas se concretizou. Em especial à Dona Evangelina Medeiros (em memória), que abriu as portas de sua casa, a Carlos Carvalho, pela generosidade de apresentar seus amigos, que me receberam prontamente, e a Mota Lopes, pela disponibilidade e o auxílio em buscar fontes. A Luís Bernardo Honwana, José Pinto de Sá, Luís Carlos Patraquim, Antonio Sopa, Calane da Silva, Mia Couto, Sergio Vieira, Filomone Meigos, Marcelo Panguana, Ungulani Ba Ka Kosa, Joaquim Salvador e José Luis Cabaço, meu muito obrigado, reconhecimento e gratidão pelas memórias e reflexões compartilhadas. Aos amigos de hoje e sempre, de longe e de perto. À Rose Cerqueira, Lucia Helena Guerra, Farana Daud pelo apoio no cotidiano em Maputo. À Bruna Triana e Yssyssay Rodrigues por levar um pouquinho de Brasil para Moçambique. À Carmem Zimba e Lara Samuel por me fazer um pouco moçambicana. À Yara Ngomane pela recepção inicial. A Milton Papadakis pelo apoio além-mar. A César Santos, Nafissa Ismael, Fauzia Salimo, Romão Cossa, Denise Costa, Gabriela Almeida, Anna Persdotter, Fabio Provenzano e Lakshmi Resende pela companhia sempre agradável. Aos companheiros de jornada, que estão comigo desde Marilia, Erica Magi, Silvana Benevenuto, Alexandro Paixão, Natércia Silvestre e Odirlei Pereira (em memória). Em especial à Elisangela Santos (Lica) pela acolhedora amizade e cumplicidade; à Juliana Nicolau pelo companheirismo de sempre; à Silvana Ferreira Lima, pelo otimismo e perseverança que serviram de incentivo. Aos colegas de Unicamp Fernando Matias, Nara Roberta, Daniel Martins, Camila Teixeira pela amizade além dos estudos. Lidiane Maciel e Danilo Arnaut pelas dicas e orientações e à querida Vera Ceccarelo presente nas alegrias e nas preocupações. À Patricia Meira e Denise Meira pela acolhida soteropolitna. Ao bloco das crioulas, Jacqueline Jaceguai e Juliana Virgínio, pela força em todos os momentos. Às meninas Kelly Oliveira, Lu Babinski, Vanda Carvalho, Liliani Ferreira, Ana Paula Carvalho e Nalva Santana pelas risadas diárias. Aos profissionais, Elizabeth, Maira e Alexandre dos Santos – como diz o ditado “corpo são, mente sã”. Para encerrar e primordialmente, a todos da minha família que me incentivaram em cada momento por mais difíceis que fossem, especialmente minha mãe, Heloisa, que nunca mediu esforços para que meus sonhos se realizassem, além de uma grande incentivadora da leitura e da escrita. Agradeço também ao meu pai Antonio Cordeiro e a minha irmã Patricia Cordeiro, principalmente porque que fizeram que a execução deste trabalho fosse minha única preocupação durante estadia em Maputo; minha irmã, além de tudo, foi uma leitora atenta deste trabalho. Lembro também dos meus tios Elizabeth, Roseli e Roberto Justiniano, exemplos de perseverança, e carinhosamente da minha avó Maria Basília Justiniano, a quem devo a existência de tudo. Kanimambo! O que está em causa é o Homem. O Homem, as suas preocupações, as suas reivindicações e os seus ideais. Postos de que forma? Uns põem no gatilho, outros põe no papel. O poeta e o homem constituem uma unidade. Não há Homem político e o Homem poeta. (José Craveirinha) Contar é muito, muito dificultoso. Não pelos anos que se já passaram. Mas pela astúcia que têm certas coisas passadas – de fazer balancê, de se remexerem dos lugares. O que eu falei foi exato? Foi. Mas teria sido? Agora acho que nem não. São tantas horas de pessoas, tantas coisas em tantos tempos, tudo miúdo recruzado. (Guimarães Rosa) O que faz andar a estrada? É o sonho. Enquanto a gente sonhar a estrada permanecerá viva. É para isso que servem os caminhos, para nos fazerem parentes do futuro. (Mia Couto) Resumo Esta tese se propõe observar a questão racial no escritor Jorge Amado (1912-2001) por meio da relação entre trajetória, ambiência intelectual, circulação e texto literário e do estudo da recepção dos seus escritos pelos intelectuais de Moçambique com base no período entre a década de 1930 e meados de 1970. Um dos escritores mais famosos e amplamente divulgado no Brasil e no mundo, Amado, que tinha como objetivo fazer uma literatura popular, é notadamente conhecido como divulgador de uma interpretação da formação brasileira calcada na mestiçagem. Em um primeiro momento, é observado o contexto de produção de ideias e os diálogos travados pelo romancista referente à questão racial. Em seguida, observa-se suas criações literárias e o que essas dizem a respeito dos personagens negros, na tentativa de relacionar texto e contexto como uma unidade para apreender sua observação sobre essa questão. Em Moçambique, foi observada a recepção dos romances de Amado durante o período de atuação do movimento de resistência ao colonialismo português. Palavras-chave: Jorge Amado; pensamento social; literatura e sociedade; questão racial; anticolonialismo; Moçambique. Abstract The present study proposes to observe the racial question in the work of the writer Jorge Amado (1912-2001) through the relation among trajectory, intellectual ambience, circulation and literary text and the study of the reception of his writings by the intellectuals of Mozambique in the 1930s and mid-1970s. One of the most famous writers and widely circulated in Brazil and around the world, Amado, whose aim was to make a popular literature, is well-known as a promoter of an interpretation of the Brazilian formation based on miscegenation. At first, the context of the production of his ideas and the dialogues concerning the racial question is observed. Then is noticed his literary creations and what they say about black characters, in an attempt to relate text and context as a unit to apprehend their observation on this question. In Mozambique, the reception of Amado's novels was observed during the period of resistance movement to Portuguese colonialism. Key-words: Jorge Amado; social thought; literature and society; racial-issue; anticolonialism; Mozambique. SUMÁRIO INTRODUÇÃO .....................................................................................................................