O Socialismo E O Intelectual Em Cuba: Negociações E Transgressões No Jornalismo E Na Literatura De Leonardo Padura (1979-2018)
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE ESTUDOS DA LINGUAGEM BRUNA TELLA GUERRA O socialismo e o intelectual em Cuba: negociações e transgressões no jornalismo e na literatura de Leonardo Padura (1979-2018) CAMPINAS 2019 BRUNA TELLA GUERRA O socialismo e o intelectual em Cuba: negociações e transgressões no jornalismo e na literatura de Leonardo Padura (1979-2018) Tese apresentada ao Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de Doutora em Teoria e História Literária, na área de Teoria e Crítica Literária. Orientador: Prof. Dr. Francisco Foot Hardman ESTE TRABALHO CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA TESE DEFENDIDA POR BRUNA TELLA GUERRA E ORIENTADA PELO PROFESSOR DR. FRANCISCO FOOT HARDMAN. CAMPINAS 2019 Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas Biblioteca do Instituto de Estudos da Linguagem Leandro dos Santos Nascimento - CRB 8/8343 Guerra, Bruna Tella, 1987- G937s GueO socialismo e o intelectual em Cuba : negociações e transgressões no jornalismo e na literatura de Leonardo Padura (1979-2018) / Bruna Tella Guerra. – Campinas, SP : [s.n.], 2019. GueOrientador: Francisco Foot Hardman. GueTese (doutorado) – Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem. Gue1. Padura, Leonardo, 1955- - Crítica e interpretação. 2. Literatura latino- americana. 3. Literatura cubana. 4. Jornalismo e literatura. 5. Imprensa. I. Hardman, Francisco Foot. II. Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Estudos da Linguagem. III. Título. Informações para Biblioteca Digital Título em outro idioma: El socialismo y el intelectual en Cuba : negociaciones y transgresiones en el periodismo y la literatura de Leonardo Padura (1979-2018) Palavras-chave em inglês: Leonardo Padura, 1955- -Criticism and interpretation Latin American literature Cuban literature Journalism and literature Press Área de concentração: Teoria e Crítica Literária Titulação: Doutora em Teoria e História Literária Banca examinadora: Francisco Foot Hardman [Orientador] Antonio Marcos da Silva Pereira Daniela Birman Idália Morejón Arnaiz Elena Cristina Palmero González Data de defesa: 16-08-2019 Programa de Pós-Graduação: Teoria e História Literária Identificação e informações acadêmicas do(a) aluno(a) - ORCID do autor: https://orcid.org/0000-0002-7023-6831 - Currículo Lattes do autor: http://lattes.cnpq.br/9493040010821089 Powered by TCPDF (www.tcpdf.org) BANCA EXAMINADORA: Francisco Foot Hardman Antonio Marcos da Silva Pereira Idalia Morejón Arnaiz Elena Cristina Palmero González Daniela Birman IEL/UNICAMP 2019 Ata da defesa, assinada pelos membros da Comissão Examinadora, consta no SIGA/Sistema de Fluxo de Dissertação/Tese e na Secretaria de Pós Graduação do IEL. DEDICATÓRIA Aos meus pais, não apenas pelo óbvio, mas por todos os fios que unem nossas histórias a esta pesquisa: a década de 1950, a década de 1980 e o pensamento progressista. AGRADECIMENTOS Cheguei a pensar que os agradecimentos desta tese de doutorado seriam ainda menores que os da minha dissertação de mestrado. Não por prepotência ou arrogância, mas por imaginar que o nível de solidão seria proporcional ao título. Os cinquenta e poucos meses que dediquei ao curso de doutorado e à pesquisa que aqui apresento, no entanto, nunca foram solitários. Tive o prazer e a sorte de manter contato ou conhecer gente que, cada qual à sua maneira, contribuiu para que eu chegasse como cheguei até aqui. Isso inclui conversas formais e informais, universidades e bares, sobriedade e embriaguez, concordâncias e discordâncias, esperanças e desilusões. Ainda que estas páginas ditas “pré-textuais” de um texto acadêmico (que, diga-se de passagem, são opcionais) não sirvam de critério para me aprovarem ou não na defesa, elas representam muito mais do que eu vivi, do que eu aprendi e o que eu me tornei em todos esses anos de doutorado que a tese propriamente dita. Dito isso, muito obrigada: Ao meu orientador, Francisco Foot Hardman, que me viu crescer academicamente, desde quando eu era uma caloura na universidade, em 2006, até os dias de hoje. Aprendi muito com seu espírito libertário, seu apreço por não-especialismos e sua luta pela democracia. Sou fruto, sem dúvida, da liberdade e da confiança intelectual que sempre depositou em mim. Ao Javier Uriarte, meu co-orientador na Stony Brook University, por ter sido sempre tão solícito ao facilitar minha atuação como visiting scholar na universidade americana por duas vezes, e, mais que isso, por ter lido e conversado sobre minha pesquisa quando ela ainda estava sendo gestada. Ao Antonio Marcos Pereira, que além de ter se tornado um amigo, me apresentou tantos livros e escritores interessantes. Minha tese tem muitos rastros deixados por essa “tutoria” informal. Àquele grupo de mestrandos e doutorandos que formamos em 2015 e que alcunhamos “gangue”: Bruno Santos, Eduardo Mejías, Franklin Morais, Janaína Tatim, Kassio Moreira, Marcos Paulo Pereira, Nina Amaral, Renata Chan; mas especialmente Lua Gill, Gheu, Luciana Araujo e Paula Fazzio, que se tornaram amigas próximas e confidentes. Incluiria nesse grupo o professor Alfredo Cesar Melo, pelo trânsito que teve entre nós. Aos que a nós se juntaram mais tarde: Cláudia Alves, Giulia Gambassi, Ricardo Bezerra e Rodrigo Cardoso. Ao Emiliano Almeida e à Esther Marinho, por aquele evento que organizamos em 2016, meio no desespero, a favor da democracia, quando o golpe contra a Dilma estava em marcha. Aos membros do Grupo de Trabalho que pensou em formas de incluir as cotas na pós-graduação do IEL, do qual participei inicialmente e com o qual aprendi tanto sobre ações afirmativas: Danielle Lima, Felipe Nascimento, Rafahel Parintins e, de novo, Bruno Santos, Giulia Gambassi, Janaína Tatim. À professora Cynthia Agra, de quem fui estagiária docente no ProFIS, pelo aprendizado e pela experiência ímpar, também a todos que compuseram aquela vivência: Bruna Cunha, Ana Rafaela Moreira, Mariana Godoy, Matheus Bueno, Matheus Medeiros e Nayara Araujo. À família de brasileiros que fiz em Nova York, durante o Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior: Ana Cláudia Cury, Anelise Dias, Camila Rodrigues, Díjna Torres, Helena Fietz, Marina Carvalho, Mark Walker, Sara Malaguti, Tiago Nascimento e Rosa Couto. A Juan Manuel Tabío, por ser mi asesor para asuntos cubanos y de traducción; a Pablo Argüelles Acosta, por me ofrecer muchas ediciones digitalizadas de El caimán barbudo; a Alejandro Chacón, por tener siempre el contrapunto que pone mis ideas en jaque. Aos amigos de hoje e sempre, marcados na pele: Junot Maia, meu irmão, que compra todas minhas ideias, por mais insanas que possam parecer; Caio Biondi, pelos “banhos de realidade” e pelo carinho camuflado; Edsel Teles, meu companheiro “cueipiranha” (e isso basta). Ao Rafael Costa, por tanta risada e carinho; ao Arnaldo Castro, pela parceria; ao Paulo Sérgio de Souza Jr., o Paulinho, pelo sarcasmo que nos une. À Ana Teresa Mendes, Carmen Almonacid, Caio Montenegro, Caio Rodrigues, Fernanda Drummond, Marina Pupo, Raquel Affonso e Rodrigo de Agrela, pelos “rolês”, pela atenção, pela amizade. Ao Alexandre Martins, talvez a pessoa que mais acredita no meu potencial, pelo apoio incondicional de sempre. Aos meus pais, Roberto Aparecido Guerra e Rosilis Aparecida Tella Guerra, aos meus irmãos Camila Tella Guerra e Filipe Tella Guerra, e à minha sobrinha Luísa Guerra Polito, por serem nada mais, nada menos, que amor. A todos os professores que aceitaram compor a banca de avaliação da tese, pela contribuição ao trabalho: Antonio Marcos Pereira, Daniela Birman, Idália Morejón, Elena Palmero, Javier Uriarte, Gabriel Zacarias e Miriam Gárate. Por fim, ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), à Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (Capes) e ao Fundo de Ensino, Pesquisa e Extensão (FAEPEX), pelas imprescindíveis bolsas de estudo, auxílios financeiros e auxílio-viagem. Ao Instituto de Estudos da Linguagem, da Unicamp; ao Department of Hispanic Languages and Literature, da Stony Brook University; e à New York Public Library, por viabilizarem a realização da pesquisa. * O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior -Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001. RESUMO Durante a década de 2010 no Brasil se vive uma irrupção do posicionamento e do espaço político. Nesse contexto, o lançamento no país do romance histórico O homem que amava os cachorros coloca o autor cubano Leonardo Padura em evidência. A exploração de sua imagem midiática o transforma em uma espécie de celebridade literária no país, circulando sobretudo em ambientes políticos e intelectuais de esquerda. Sua recepção, no entanto, é altamente ancorada em uma ideia afetiva tanto de Cuba e da Revolução Cubana, como (ironicamente) de Trotski; ignorando, na maioria das vezes, o conteúdo de seus romances. Partindo desse descompasso entre a recepção de Leonardo Padura no Brasil e a sua literatura, incursiono na história intelectual cubana da Revolução para compreender as formas assumidas pelas relações entre intelectuais e poder na ilha. Mais especificamente, analiso a atuação do escritor no jornalismo oficial dos anos 1980, na revista El caimán barbudo (1979-1988) e no diário Juventud Rebelde (1983-1988). A partir disso, demonstro como o autor forjou um projeto estético-literário nessa fase jornalística de transgressões e negociações com o governo socialista de Cuba, atingindo sua maturidade nos romances internacionalmente aclamados. ABSTRACT