Reflexões Sobre a Presença Da Ruralidade Na História Da Teledramaturgia Brasileira1 FARIA, Paula B

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Reflexões Sobre a Presença Da Ruralidade Na História Da Teledramaturgia Brasileira1 FARIA, Paula B Reflexões sobre a presença da ruralidade na história da teledramaturgia brasileira1 FARIA, Paula B. D.2 Universidade Federal de Juiz de Fora Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais – Câmpus Juiz de Fora Resumo: Este trabalho objetiva pensar a representatividade interiorana nas obras de ficção seriada televisiva, partindo-se do pressuposto de que a telenovela é um privilegiado objeto de estudos para a compreensão de aspectos sociais e culturais no Brasil. As narrativas ficcionais para TV quase sempre são consideradas como promotoras dos modos de ser e pensar metropolitanos, sobretudo aqueles predominantes nos bairros da Zona Sul do Rio de Janeiro. Por outro lado, não se pode negar que as ditas telenovelas rurais fizeram e fazem muito sucesso como subgênero da teledramaturgia. Sendo assim, as reflexões presentes neste artigo buscam relembrar obras e autores que se destacaram dentro deste subgênero ao longo dos anos a partir das colocações de estudiosos que já se dedicaram ao tema, além de refletir sobre o papel destas telenovelas ambientadas nos interiores de um país que vê a urbanidade como símbolo do progresso. Introdução Passados 26 anos desde o início das pesquisas acadêmicas envolvendo a teledramaturgia no Brasil3, pode-se dizer que a telenovela é, definitivamente, um objeto privilegiado para estudos que visam a compreensão cultural e social. A força que este gênero de ficção televisiva tem em nosso país mostra que sua atuação está diretamente ligada ao equilíbrio social e, portanto, está entranhada na cultura, no comportamento e no pensamento brasileiros. Conforme Roberto Ramos (1986), a frase "No ar, mais um campeão de audiência", utilizada pela Rede Globo para anunciar algumas de suas telenovelas funciona como um slogan que traz credibilidade, já que este gênero foi o responsável pela consolidação da programação da emissora e por sua consequente conquista da liderança nacional. Este processo ocorreu paralelamente a grandes mudanças na sociedade brasileira, entre as quais nos interessa especialmente a urbanização do país: muitas pessoas oriundas do campo buscavam se adequar à realidade das metrópoles em um momento de mudanças em sua identidade cultural (Marques de Melo, 1988). Por esta razão, Muniz Sodré (1977) é levado a afirmar que a televisão é um fenômeno irredutivelmente urbano, porque sua concretização como objeto de 1 Trabalho apresentado no GT de História da Mídia Audiovisual e Visual, integrante do 10º Encontro Nacional de História da Mídia, 2015. 2 Paula Beatriz Domingos Faria. Mestre em Comunicação pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Federal de Juiz de Fora, na linha de pesquisa Comunicação e Identidade. Pós-Graduada em TV, Cinema e Mídias Digitais e bacharel em Comunicação Social / Jornalismo pela mesma Universidade. Graduada em Publicidade e Propaganda pela Faculdade Estácio de Sá de Juiz de Fora. Coordenadora da Assessoria de Comunicação, Cerimonial e Eventos no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais – Campus Juiz de Fora. E-mail: [email protected]. 3 O livro "Telenovela, história e produção", de Renato Ortiz, Sílvia Borelli e José Mário Ortiz Ramos, lançado em 1989, marca o início das pesquisas brasileiras sobre telenovelas, que até então eram consideradas, no ambiente acadêmico, apenas alienação para as massas. entretenimento das massas se deu em um momento de decadência da ruralidade. Assim, a força e a predominância do ambiente urbano nas telenovelas se sobressai nas décadas de 1970 e 1980, consideradas a era de ouro deste gênero televisivo. Porém, desde 1971, quando ia ao ar pelas TVs Globo e Cultura a obra "Meu Pedacinho de Chão", de Benedito Ruy Barbosa, o universo rural marca sua presença, ainda que fora do horário nobre, na programação televisiva brasileira. Na década seguinte, o sucesso de "Roque Santeiro", de Dias Gomes e Aguinaldo Silva, no horário das 20h da Rede Globo, leva a uma relativização da suposta necessidade de retração do universo metropolitano. Todavia, é em 1990, com a estreia de "Pantanal" às 21h30, exibida pela TV Manchete e, novamente, escrita por Benedito Ruy Barbosa, que o paradigma da essencialidade da cultura e dos modos de vida urbanos na TV é quebrado. Depois dos bons índices de audiência da trama (BORELLI; PRIOLLI, 2000), Barbosa voltou à Rede Globo para fazer telenovelas rurais no horário nobre. Apesar do retorno à faixa das 18h a partir dos anos 2000, pode-se dizer que a telenovela rural se firmou como um subgênero viável e bem sucedido da teledramaturgia, retratando, sobretudo, aquilo que podemos chamar de cultura caipira, seja através de uma perspectiva saudosista, para aqueles que abandonaram o campo, seja com o pressuposto de que esta formação cultural ainda sobrevive, apesar das mudanças demográficas do país. Cultura Zona Sul Quando se fala de regionalismo em telenovelas, torna-se imprescindível lembrar a visibilidade que tem o ambiente urbano, e em especial a Zona Sul carioca, nas obras de ficção seriada brasileiras, tanto como cenário quanto como ideal a ser alcançado. Ramos (1986) chama esse fenômeno de “cultura Zona Sul”, que se caracterizaria pela instauração, nas telenovelas, dos modos de ser e pensar de bairros cariocas como Ipanema, Leblon, Gávea, São Conrado e Barra da Tijuca. O autor lembra, também, que há quem diga que este destaque para os bairros cariocas deve-se ao fato de a Rede Globo se localizar no Rio de Janeiro, mas ele acredita que a ambientação teledramatúrgica não se dá em outras localizações porque isto “não interessaria ao projeto de hegemonia cultural e econômica para a preservação do capitalismo" (RAMOS, 1986, p.12). Ao analisar os conteúdos das telenovelas brasileiras exibidas entre 1963 e 1995, Artur da Távola chegou a várias conclusões, entre as quais interessa especialmente ao desenvolvimento deste trabalho a seguinte: Os problemas do homem urbano foram mais abordados que os do homem do campo e do interior. Estes ganharam relevo em fins da década de oitenta com a novela “Pantanal” de Benedito Ruy Barbosa, da Rede Manchete, cujo êxito determinou tentativas aproximadas, todas sem maior repercussão. Sendo o país essencialmente urbano (70% da população total), essa predominância torna-se natural, pois corresponde ao nível de aspiração, identificação e projeção da maioria do mercado telespectador (TÁVOLA, 1996, p. 108). Conforme Stocco (2009), entre 1982 e 2008, a cidade do Rio de Janeiro foi a que mais apareceu em telenovelas do horário nobre da Rede Globo: das 43 telenovelas listadas pela autora, 25 se ambientaram em solo carioca, o que corresponde a 58,14%. É interessante a observação de que as telenovelas ambientadas em cidades fictícias, sendo quase todas elas pequenas comunidades interioranas, ficaram em segundo lugar neste ranking, com a 23,25% ou 10 tramas, ganhando de São Paulo, que ambientou apenas oito telenovelas (18,60%). Porém, as regiões do interior do país que realmente existem foram retratadas em apenas três das telenovelas enumeradas pela pesquisadora (6,97%). Assim, podemos detectar existência de uma preferência pela criação de cidades fictícias quando uma telenovela é escrita para ser ambientada no interior, o que sugere um distanciamento da realidade interiorana brasileira atual ou uma busca por uma maior liberdade criativa no que se refere à criação de personagens caricatos e/ou cômicos e a situações e acontecimentos que não seriam verossímeis se o ambiente fosse uma pequena cidade interiorana do Brasil da vida real. Por outro lado, isto não ocorre quando se quer retratar o ambiente urbano: aí aparecem as duas maiores cidades do país como locais apropriados para o desenvolvimento das obras teledramatúrgicas brasileiras. Quando divide as novelas analisadas entre tramas urbanas e tramas rurais, Stocco chega à conclusão que as primeiras somam 76,74% enquanto as últimas somam apenas 27,90%. A autora conclui que esta diferenciação ocorre porque as telenovelas buscam retratar um país que, hoje, realmente é majoritariamente urbano, mas ressalta que a escolha das ambientações não é explicada inteiramente pela urbanização brasileira. Se seguíssemos a lógica do país urbano, São Paulo, como cidade mais populosa do Brasil, deveria ser a cidade mais retratada, e não o Rio de Janeiro. Para Stocco (2009), o Rio de Janeiro mostrado pelas telenovelas é um local privilegiado para a conciliação entre tradição e modernidade, porque possibilita a convivência de pessoas de diversas origens e classes sociais, o que caracteriza a aproximação entre ricos e pobres tão comum nas telenovelas. Além disso, a capital carioca é conhecida no senso comum como um local de vanguarda, onde se originam novos comportamentos, moda e hábitos de consumo no país. Assim, há uma facilitação da identificação do Rio de Janeiro como uma síntese do Brasil moderno. A chamada cultura Zona Sul é tida como influenciadora da visão de mundo dos telespectadores, estando presente até mesmo nas tramas que se passam em outras localidades. Hamburger (2005) relaciona a ligação entre telenovelas e vida urbana ao intenso processo de migração que fez o Brasil passar de país rural para urbano no mesmo período de implantação da televisão, que é considerada um meio de comunicação moderno, assim como os padrões de consumo e comportamento das grandes cidades. Marques de Melo (1988) liga o processo de fixação da telenovela como principal produto da televisão brasileira à urbanização do país, responsável pelo desenraizamento das massas populares oriundas do campo que buscavam sobreviver e se aculturar às metrópoles. A telenovela teria então o papel de oferecer ao brasileiro desenraizado que perdeu a identidade cultural um espelho glamurizado, mais próximo da realidade desejada do que da vivida por ele. As obras de ficção televisiva cumprem esta função de mostrar um estilo de vida e uma condição socioeconômica desejáveis, mas buscam não mostrar ilusões muito distantes da vida brasileira, estabelecendo, assim, certo equilíbrio. A Rede Globo consolidou sua liderança a partir da década de 1970 e teve como principais colaboradoras desta conquista as telenovelas.
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