Lost Batucada
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A Rainha Quelé: Raízes Do Empretecimento Do Samba1
A RAINHA QUELÉ: RAÍZES DO EMPRETECIMENTO DO SAMBA1 “Quelé” Queen: The Roots of the Samba Blackening Dmitri Cerboncini Fernandes* RESUMO Neste artigo analiso o advento de Clementina de Jesus ao cenáculo artístico na década de 1960. Seu surgimento possibilitou que certo nacionalismo de esquerda, até então propugnado de modo unívoco por um grupo de intelectuais e ativistas das artes populares, descobrisse uma nova feição, a que viria a ser considerada a mais “autêntica”: a afro-negro-brasileira. A partir deste ponto abria-se uma via aos movimentos negros e aos construtos que davam conta da categorização do outrora “nacional-universal” samba: o “verdadeiro” samba encontrava doravante a sua raiz exclusivamente afro-negra, ao passo que, de outro lado, o que se pode denominar imprecisa e vagamente de “cultura” afro-brasileira – ideário que em partes subsidiou a formação do Movimento Negro Unificado – o seu símbolo-mor nas artes nos anos 1970-80: o samba “verdadeiro”. Palavras-chave: Movimento Negro, Samba, Sociologia da Arte. ABSTRACT In this article I analyse the advent of Clementina de Jesus within the artistic cenacle of the 1960s. Her rise made possible that a certain left-wing nationalism, thus far advocated univocally by a group of intellectuals and activists from the popular arts, discovered a new feature, one that would come to be considered 1 Uma primeira versão deste artigo foi apresentada no 36.º Encontro anual da Anpocs, Grupo de Trabalho 30 – Relações Raciais: desigualdades, identidades e políticas públicas, em outubro de 2012. Agradeço as críticas e sugestões de Walter Risério. * Professor Adjunto II de Ciências Sociais na Universidade Federal de Juiz de Fora. -
Juventude, Sociabilidade E Associativismo Nas Escolas De Samba Mirins Do Rio De Janeiro Revista Do Instituto De Estudos Brasileiros, Núm
Revista do Instituto de Estudos Brasileiros ISSN: 0020-3874 ISSN: 2316-901X Instituto de Estudos Brasileiros Ribeiro, Ana Paula Alves O futuro do sambista e o sambista do futuro: juventude, sociabilidade e associativismo nas escolas de samba mirins do Rio de Janeiro Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, núm. 70, Maio-Agosto, 2018, pp. 189-207 Instituto de Estudos Brasileiros DOI: 10.11606/issn.2316-901X.v0i70p189-207 Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=405657236011 Como citar este artigo Número completo Sistema de Informação Científica Redalyc Mais artigos Rede de Revistas Científicas da América Latina e do Caribe, Espanha e Portugal Home da revista no Redalyc Sem fins lucrativos acadêmica projeto, desenvolvido no âmbito da iniciativa acesso aberto O futuro do sambista e o sambista do futuro: juventude, sociabilidade e associativismo nas escolas de samba mirins do Rio de Janeiro [ The future of the samba musician and the samba musician of the future: youth, sociability and associativism in children’s samba schools from Rio de Janeiro Ana Paula Alves Ribeiro1 Artigo desenvolvido a partir da tese de doutorado Novas conexões, velhos associativis- mos: projetos sociais em escolas de samba mirins (Instituto de Medicina Social/UERJ, 2009), em diálogo com o Núcleo de Pesquisa das Violências (Nupevi/UERJ). RESUMO • Crianças e adolescentes participam, participate with their families in the activities com as suas famílias, das atividades das escolas of samba schools. These young people have their de samba, tendo, há décadas, espaços próprios: own spaces for decades: children’s section; mas- ala das crianças; escolinhas de mestre-sala e por- ter of ceremonies and flag-bearer (courses); drum ta-bandeira; baterias mirins, com a perspectiva sections, allowing for professionalization and de profissionalização e renovação nas próprias renovation within the samba school itself; and escolas; e escolas de samba mirins. -
Brazilian Choro
The Brazilian by Tadeu Coelho and Julie Koidin Choro: Historical Perspectives and Performance Practices alanço is to choro as swing is to jazz—in both, mandatory elements to proper performance Band enjoyment of the music. Immersion in the sound of choro is imperative to playing it well. Knowledge of its origins and history is also helpful. Introduction the melody through spirited improvisations, sometimes David Willoughby, editor of the College Music Society quoting other melodies, from popular to classical styles. Newsletter, posed these questions: Should it not be a con- Although easier to decipher these performance intricacies stantly sought after goal for musicians trained in narrow via recordings, it still remains difficult—although not specialties to work together towards broader musical impossible—to catch the “twinkle” in the performer’s eye. understandings and towards the creation of a more Choro’s limited dissemination is furthered by its lack of vibrant musical culture? Should such a culture comprise accurate printed music. The vast majority of sheet music only materials imported from Western Europe? Should it publications have accompaniment that is written in a lead not synthesize musical repertories, of various kinds, from sheet format, i.e. chord symbols over melody. Without a all over the world?1 recording, it would be impossible to decipher the rhythms Throughout the world, the tradition of a country studying used in the accompaniment. The numerous errors found in its own cultural practices is not inceptive with its art. Such is the majority of publications, both in the melodic lines and the case of the choro, an indigenous music of Brazil, mostly chord symbols, further infringe on the probability of the instrumental, but at times with lyrics. -
O Cinema De Leon Hirszman E As Comunhões Do Popular
O CINEMA DE LEON HIRSZMAN E AS COMUNHÕES DO POPULAR Por Reinaldo Cardenuto* Filiado ao pensamento marxista e uma das principais lideranças do movimento conhecido como Cinema Novo, Leon Hirszman iniciou a sua realização fílmica às vésperas do golpe civil-militar de 1964. Em um contexto histórico atra- vessado por intensas polarizações ideológicas, no qual havia uma forte crença na possibilidade de uma revolução de viés comunista no Brasil, o cineasta lançou-se à produção de filmes com a perspectiva de que o campo artístico era um lugar fundamental de engajamento para as críticas e as transformações do mundo. Partilhando da aposta utópica que no início dos anos 1960 marcou profundamente a sua geração, a confiar no avanço da História rumo a um pro- jeto moderno vinculado ao nacionalismo de esquerda, Hirszman dirigiu suas primeiras obras influenciado pela ideia de que a arte deveria realizar-se como um processo de conscientização do público e de chamamento à luta política. Essa concepção militante, envolta na perspectiva do cinema como um ato de essência ideológica, fundamentaria o curta-metragem de estreia do cineasta, intitulado Pedreira de São Diogo (1962). Um dos episódios presentes no longa Cinco vezes favela, o filme seria composto a partir de uma narrativa épica e exemplar, na qual trabalhadores triunfam contra o ganancioso gerente de uma pedreira, cujo interesse em ampliar os lucros coloca em risco a vida dos moradores de um morro. Com dramaturgia positiva, a representar o povo na chave de um heroísmo capaz de superar estruturas capitalistas de dominação, o curta-metragem apontava a disposição do jovem Hirszman em fazer do cine- ma um instrumento de combate político. -
Mocidade.Pdf
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO PROFESSOR ORIENTADOR: MARCELO GUEDES ALUNOS: DANIELA PADUA, MARIANA BIASIOLI, PAULO HENRIQUE OLIVEIRA. Índice Analítico Agradecimentos ___________________________________________________________________________ 9 Resumo executivo ________________________________________________________________________ 11 Breve descrição da escola __________________________________________________________________ 11 Identificação do problema e a proposta estratégica _______________________________________________ 11 Introdução 14 I. ANÁLISE EXTERNA ______________________________________________ 18 I.1.1. Mercado ______________________________________________________________________ 19 I.1.1.1. Histórico ______________________________________________________________________ 19 I.1.1.1.1. As raízes do termo ______________________________________________________________ 19 I.1.1.1.2. Conceito e origem _______________________________________________________________ 19 I.1.1.1.3. Período de duração _______________________________________________________________ 20 I.1.1.1.4. Carnaval no Brasil _______________________________________________________________ 20 I.1.1.1.5. Bailes de carnaval ________________________________________________________________ 21 I.1.1.1.6. Escolas de samba ________________________________________________________________ 21 I.1.2. Tamanho do mercado ____________________________________________________________ 23 I.1.3. Sazonalidade ___________________________________________________________________ 25 -
About Balé Folclórico Da Bahia
2010–2011 SEASON SchoolTime Study Guide Balé Folclórico da Bahia Monday, March 7, 2011 at 11 a.m. Zellerbach Hall, University of California, Berkeley Welcome to SchoolTime On Monday, March 7 at 11am, your class will attend a performance of Balé Folclórico da Bahia at Cal Performances’ Zellerbach Hall. This dynamic troupe of dancers, musicians and singers – the most popular folk dance company in Brazil – performs a mix of choreography from African and South American traditions, including slave dances, capoeira, samba, and dances celebrating Carnaval. The energy and spirit that Balé Folclórico da Bahia brings to the stage leaves audiences celebrating in the aisles. “Exuberant, indefatigable and virtuosic,” hails The New York Times. At SchoolTime, the company will perform “Bahia of All Colors,” a performance featuring dances that celebrate Bahia’s diversity and the three different influences that formed the Brazilian people: African, Indigena (Brazilian natives) and Portuguese/European. Using This Study Guide You can use this study guide to engage your students and enrich their Cal Performances field trip. Before attending the performance, we encourage you to: • Copy the Student Resource Sheet on pages 2 & 3 for your students to use before the show. • Discuss the information on pages 4-6 About the Performance & Artists. • Read About the Art Form on page 7 and About Brazil on page 17 with your students. • Engage your class in two or more activities on pages 20-21. • Reflect by asking students the guiding questions, found on pages 2, 4, 7, 12 & 17. • Immerse students further into the subject matter and art form by using the Resource and Glossary sections on pages 22 & 23. -
Samba: Um Ritmo Negro De Resistência [ Samba: a Black Rhythm of Resistance
Samba: um ritmo negro de resistência [ Samba: a black rhythm of resistance Amailton Magno Azevedo1 Este artigo contém partes modificadas da tese de doutorado A memória musical de Geraldo Filme – os sambas e as micro-áfricas em São Paulo (PUC-SP, 2006). RESUMO • Este artigo pretende situar o sam- This article aims to situate samba under the ba sob o prisma da crítica pós-colonial, que prism of postcolonial, criticism that allows permite uma abordagem sobre a cultura ne- an approach to black culture as a challenge to gra como uma contestação à modernidade. modernity. It should be noted that the article Importa destacar que o texto se organizou a was organized from the following problema- partir das seguintes questões problematiza- tizing questions: black style, black body and doras: estilo negro, corpo negro e microáfri- micro-Africa. I defend a rearrangement on ca. Defendo um rearranjo sobre historiografia historiography that dealt with samba. That que tratou do samba. Que suas origens se en- their origins are found in Bahia and Rio de contram na Bahia e Rio de Janeiro já se sabe; Janeiro and Bahia is already known; what is o que é necessário é observar que o mapa do needed is to observe that the samba map is samba é dilatado, fluido e multidirecional. dilated, fluid and multidirectional. From this A partir desse rearranjo, pretende-se pensar rearrangement, we intend to think of the city a cidade de São Paulo deslocada do chavão of São Paulo displaced from the buzzword that que sempre lhe foi atribuído, como túmulo has always been attributed to it, as a tomb or ou algo parecido, quando se trata de samba. -
Brasilian Rhythms and Drumming Techniques
BRASILIAN RHYTHMS AND DRUMMING TECHNIQUES Dr. Jason Koontz Director of Percussion Studies Eastern Kentucky University GENERAL CHARACTERISTICS OF AFRO-BRASILIAN MUSIC *Call and response *Rhythmic complexity (syncopation & polyrhythm) *Structure based on melodic/rhythmic ostinato patterns *Use of timeline/clave *Music as means of communal participation SAMBA - AFRO-BRASILIAN URBAN POPULAR SONG/DANCE FORM Carnival samba (e.g. Samba Batucada and Samba Enredo (Rio,São Paulo), Axé (Bahia) §Characterized by heavy percussion, songs about themes presented in Carnival Pagode (Year-round) samba §Characterized by light percussion and plucked string accompaniment (guitar, cavaquinho) §Songs often satiric, witty, improvised Partido Alto Rhythm Variations A ™2 ≈ ¿™ ¿ ¿ ¿ ¿ ≈ ¿ ¿ ™ / 4 J 3 B ™ ¿ ¿ ≈ ¿ ¿ ≈ ¿™ ¿ ¿ ™ / J 5 C ™ ≈ ¿ ¿ ‰ ¿ ¿ ¿ ¿™ ¿ ™ / J 7 D ™ ≈ ¿ ¿ ‰ ¿ ¿ ¿ ≈ ¿ ¿ ™ / J 9 E *"palma da mão" rhythm ™ ¿™ ¿ ‰ ¿ ¿™ ¿ ‰ ¿ / J J PAGODE INSTRUMENTS: Surdo de Mão – Bass drum instrument played with the hand (a.k.a. Tan Tan, Rebolo) Tamborim (tom-boo-reem), a small single-headed frame drum Pandeiro, (pahn-dey-roo) a tambourine Reco-Reco (hecko-hecko) – scraped metal spring instrument (like a metal Guiro) Cuica (Kwee-Ka) friction drum Cavaquinho – Brasilian counterpart to the Portuguese Cavaquinho, and Ukulele (steel strings G-D-B-G) Pagode (pah-go-jee) rhythms A pattern 1 B pattern 2 > > > > > > > > ° ™2 œ œ œ ™ ™ œ œ œ œ œ œ œ œ ™ Cuíca / ™4 ≈ œ œ œ ≈ œ œ ™ ™ œ œ œ œ œ œ œ œ ™ ™2 ≈ ≈ ™ ™ ≈ ≈ ™ Tamborim / ™4 ¿ ¿ ¿ ¿ ¿ ¿ ¿ ¿ ¿ ™ ™ ¿ ¿ ¿ ¿ ¿ ¿ ¿ ¿ ¿ ™ *"Teleco-teco" rhythm (based on Partido Alto) >. >. >o >. >. >. >o >. ™ o o ™ ™ ™ 2 >¿ >¿ o >¿ ≈ o o ¿ ¿ ¿ ¿ ¿ ¿ ¿ ¿ Pandeiro / ™4 ≈ œ œ œ œ œ ™ ™ œ œ œ œ œ œ œ œ ™ t f h f t f h f t f h f t f h f . -
Leon Hirszman Frente Ao Cinema Brasileiro: O Reconhecimento Ante O Esquecimento
Leon Hirszman frente ao cinema brasileiro: o reconhecimento ante o esquecimento por Caio Moreto Mazzilli1 Discente do curso de Cinema e Audiovisual da UFPel INTRODUÇÃO A obra de Leon Hirszman passa por um processo de restauração e digitalização desde 2006, num belíssimo projeto desenvolvido por seus três filhos, Maria, Irma e João Pedro Hirszman. Com apoio do Ministério da Cultura (MINC) e da Cinemateca Brasileira, o projeto “Restauro Digital da Obra Leon Hirszman” é patrocinado pelo Programa Petrobras Cultural da própria empresa, sendo o restauro por conta da produtora Cinefilmes Ltda. A curadoria é de Eduardo Escorel, Lauro Escorel e Carlos Augusto Escorel. Até 2011, o projeto já lançou quatro coletâneas dos filmes do cineasta: Leon Hirszman 01-02 (com os filmes, Eles Não Usam Black-tie, ABC da Greve, Pedreira de São Diogo, Megalópolis e Deixa que eu falo), Leon Hirszman 03 (com São Bernardo, Maioria Absoluta e Cantos de Trabalho), Leon Hirszman 04 (com A Falecida, Nelson Cavaquinho e Cantos de Trabalho) e o ainda não lançado Leon Hisrzman 05 (com dois filmes nunca distribuídos, Imagens do inconsciente e A emoção de lidar ou O egresso). Com exceção de Deixa que eu falo e a coletânea por vir, todos os filmes foram analisados para este artigo. A OBRA São Bernardo (Leon Hirszman, 1972) Carioca nascido na Vila Isabel, filho de poloneses fugitivos 1 [email protected] 248 249 de uma Europa pré-nazifascista, Leon Hirszman desde a destruição de sua moradia. Aqui essa representação da novo encontrou o que seria sua vida de militância política luta de classes inicia um caminho que percorrerá por quase misturada com o carnaval: uma carreira cinematográfica todos os filmes do diretor, um marxista declarado. -
Tropo-Tropicalista.Pdf
o tropo tropicalista o tropo tropicalista joão camillo penna COORDENAÇÃO EDITORIAL Renato Rezende PROJETO GRÁFICO Sergio Cohn REVISÃO Ingrid Vieira CAPA Sergio Cohn, sobre foto de Renato Mangolim da obra “Penetrável Genet/ Experiência Araçá” de Celso Sim e Anna Ferrari. P59t Penna, João Camillo O tropo tropicalista / João Camillo Penna. - Circuito/Azougue, Rio de Janeiro, 2017. 244 p. ISBN 978.85.9582.008-1 1. Cultura brasileira. 2. Tropicália. 3. João Camillo Penna. CDD 890 CDU 78.01 Editora Circuito - www.editoracircuito.com.br/ Azougue Editorial - www.azougue.com.br 2017 VIRAR O VIRÁ: VIRÁ O VIRAR, por Alexandre Nodari 9 ANOTAÇÃO DAS DATAS 21 EXÍLIO 33 O VEREDITO 45 ABSURDO-BRASIL 57 POP TRÓPICO 89 BÓLIDE SEBASTIANISTA 117 CONVERSÕES 145 O POSSESSO E A POÇÃO 181 AÇO FRIO DE UM PUNHAL 205 REFRÃO 233 SOBRE O AUTOR 244 [...] Figuras são chamadas tropos, do grego tropos, conversio, cuja raiz é trepo, verto, eu viro. Elas são assim chamadas porque, quando tomamos uma palavra no sentido figurado, viramo-la, por assim dizer, a fim de fazê-la significar o que ela não significa no sentido próprio...1 Trópico, 1532 (uma primeira vez em 1377, em Oresme). Emprestado do baixo latim, tropicus (do grego tropikos, de tropos, “vol- ta”); dito desta forma porque “quando o sol veio ou chegou a cada um, ele se volta ao equinócio (o “Equador”)”.2 1 Du Marsais. Traité des tropes. Paris: Le Nouveau Commerce, 1977 [edição original, 1730], p.19. 2 O. Bloch, e W. Von Wartburg, Dictionnaire étymologique de la langue française. Paris: Presses Universitaires de France, 1975, 6a edição, verbete “Tropique”. -
Corpos Desfilantes De Joãozinho Da Goméia
ISSN:1984-9540 DOI: 10.12957/periferia.2020.55012 CANDOMBLÉS E CARNAVAIS: CORPOS DESFILANTES DE JOÃOZINHO DA GOMÉIA Leonardo Augusto Bora1 Gabriel Haddad Gomes Porto2 Vinícius Ferreira Natal3 RESUMO O trabalho investiga a presença de Joãozinho da Goméia enquanto “destaque de luxo” em desfiles de escolas de samba da cidade do Rio de Janeiro, no final da década de 1960 e no início da década de 1970. Objetiva-se, com isso, o estabelecimento de conexões entre o universo dos “barracões” das religiões de matrizes africanas e a complexidade dos “barracões” das agremiações carnavalescas. De início, as relações históricas entre escolas de samba, cosmogonias negro-africanas e sociabilidades de terreiros são problematizadas, com base em proposições teóricas de nomes como Paul Gilroy e Muniz Sodré. Num segundo momento, a partir da prospecção bibliográfica e do recorte de fragmentos jornalísticos, são apresentados apontamentos sobre a importância dos destaques de carnaval, com ênfase em personagens desempenhados por João da Goméia em desfiles de 1969 e 1970, em escolas como Império Serrano, Império da Tijuca e Imperatriz Leopoldinense. Depois, as lentes investigativas são direcionadas para a reinterpretação visual de algumas fantasias utilizadas pelo Babalorixá, conforme o proposto no decorrer do desfile de 2020 do GRES Acadêmicos do Grande Rio, cujo enredo Tata Londirá: o Canto do Caboclo no Quilombo de Caxias dedicou um “setor” (o equivalente a um capítulo de uma narrativa) aos corpos desfilantes do personagem homenageado. Conclui-se, por fim, que João da Goméia pode ser compreendido enquanto agente mediador que transitava por círculos culturais distintos, mesclando, na sua corporeidade carnavalesca, os saberes trocados nos terreiros de Candomblé e as vivências nas quadras (outrora chamadas “terreiros”) e nos barracões do “maior show da Terra”. -
Following the Trail of the Snake: a Life History of Cobra Mansa “Cobrinha” Mestre of Capoeira
ABSTRACT Title of Document: FOLLOWING THE TRAIL OF THE SNAKE: A LIFE HISTORY OF COBRA MANSA “COBRINHA” MESTRE OF CAPOEIRA Isabel Angulo, Doctor of Philosophy, 2008 Directed By: Dr. Jonathan Dueck Division of Musicology and Ethnomusicology, School of Music, University of Maryland Professor John Caughey American Studies Department, University of Maryland This dissertation is a cultural biography of Mestre Cobra Mansa, a mestre of the Afro-Brazilian martial art of capoeira angola. The intention of this work is to track Mestre Cobrinha’s life history and accomplishments from his beginning as an impoverished child in Rio to becoming a mestre of the tradition—its movements, music, history, ritual and philosophy. A highly skilled performer and researcher, he has become a cultural ambassador of the tradition in Brazil and abroad. Following the Trail of the Snake is an interdisciplinary work that integrates the research methods of ethnomusicology (oral history, interview, participant observation, musical and performance analysis and transcription) with a revised life history methodology to uncover the multiple cultures that inform the life of a mestre of capoeira. A reflexive auto-ethnography of the author opens a dialog between the experiences and developmental steps of both research partners’ lives. Written in the intersection of ethnomusicology, studies of capoeira, social studies and music education, the academic dissertation format is performed as a roda of capoeira aiming to be respectful of the original context of performance. The result is a provocative ethnographic narrative that includes visual texts from the performative aspects of the tradition (music and movement), aural transcriptions of Mestre Cobra Mansa’s storytelling and a myriad of writing techniques to accompany the reader in a multi-dimensional journey of multicultural understanding.