TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

PROFESSOR ORIENTADOR: MARCELO GUEDES ALUNOS: DANIELA PADUA, MARIANA BIASIOLI, PAULO HENRIQUE OLIVEIRA.

Índice Analítico

Agradecimentos ______9

Resumo executivo ______11

Breve descrição da escola ______11

Identificação do problema e a proposta estratégica ______11

Introdução 14

I. ANÁLISE EXTERNA ______18

I.1.1. Mercado ______19

I.1.1.1. Histórico ______19

I.1.1.1.1. As raízes do termo ______19 I.1.1.1.2. Conceito e origem ______19 I.1.1.1.3. Período de duração ______20 I.1.1.1.4. Carnaval no Brasil ______20 I.1.1.1.5. Bailes de carnaval ______21 I.1.1.1.6. Escolas de samba ______21

I.1.2. Tamanho do mercado ______23

I.1.3. Sazonalidade ______25

I.2. CONCORRÊNCIA ______26

I.2.1. Concorrência indireta ______26 I.2.1.1. Carnaval no exterior ______26 I.2.1.1.1. Carnaval na Itália ______26 I.2.1.1.2. Carnaval nos Estados Unidos ______27 I.2.1.1.3. Carnaval na Alemanha ______27 I.2.1.1.4. Carnaval na Inglaterra ______27 I.2.1.1.5. Carnaval na Espanha ______28 I.2.1.2. Carnaval no Brasil ______28 I.2.1.2.1. Carnaval de Salvador ______28 I.2.1.2.2. Carnaval de Pernambuco ______29 I.2.1.2.3. Carnaval Mineiro ______30 I.2.1.2.4. Carnaval Paulista ______31 I.2.1.2.5. Blocos de carnaval carioca ______32 I.2.1.2.5.1. Bloco de Ipanema ______32 I.2.1.2.5.2. Bloco das Carmelitas ______32 I.2.1.2.5.3. Bloco Cordão da Bola Preta ______32 I.2.1.2.5.4. Monobloco ______33 I.2.1.2.5.5. Quizomba ______33 I.2.1.2.5.6. Simpatia é quase amor ______33 I.2.1.2.5.7. Suvaco de Cristo ______34 I.2.2. Concorrência direta ______34 I.2.2.1. Beija-flor ______36 I.2.2.2. ______36 I.2.2.3. Grande Rio ______37 I.2.2.4. ______37

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I.2.2.5. Mangueira ______38 I.2.2.6. Portela______39 I.2.2.7. ______39 I.2.2.8. Vila Isabel ______40 I.2.2.9. Viradouro ______41 I.2.2.10. Salgueiro ______41 I.2.3. Marketing mix dos concorrentes diretos ______43 I.2.4. Participação de mercado ______44 I.2.5. Segmentação de mercado ______46 I.2.5.1. Estrutura de mercado ______46 I.2.5.2. Variáveis utilizadas ______47 I.2.5.3. Mercado-alvo ______48 I.2.6. Posicionamento ______50 I.2.6.1. Mapa perceptivo ______50 I.2.6.2. Consumidor ______50 I.2.6.3. Perfil ______51 I.2.6.3.1. Desfilantes ______51 I.2.6.3.2. Freqüentadores ______51 I.2.6.3.3. Patrocinadores ______52 I.2.6.4. Hábitos de uso e atitudes ______52 I.2.6.4.1. Desfilantes ______52 I.2.6.4.2. Freqüentadores ______52 I.2.6.4.3. Patrocinadores ______53 I.2.6.5. Desejos e necessidades ______53 I.2.6.5.1. Desfilantes ______53 I.2.6.5.2. Freqüentadores ______53 I.2.6.5.3. Patrocinadores ______53 I.2.6.6. Papéis de compra ______54 I.2.6.6.1. Desfilantes ______54 I.2.6.6.2. Freqüentadores ______54 I.2.6.6.3. Patrocinadores ______54 I.2.6.7. Aspectos legais ______55 I.2.6.7.1. Regulamento ______55 I.2.6.7.2. Considerações éticas ______55 I.2.6.7.3. Tributos ______55 I.2.6.7.4. Restrições às atividades do P de Promoção ______56 I.2.7. Fornecedores ______56 I.2.8. Governo ______56 I.2.9. Agências de turismo e rede de hotéis ______57 I.2.10. Mídia ______57 I.2.11. Patrocinadores ______57

II. ANÁLISE INTERNA ______58

II.1.1. Razão social e CNPJ ______59

II.1.2. Local do escritório central ______59

II.1.3. Fundadores e data da fundação ______59

II.1.4. Dados e fatos marcantes ______59

II.1.5. Composição Acionária ______60

II.1.6. Atividades de responsabilidade social ______60

II.1.6.1. A dança clássica para a comunidade ______61

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II.1.6.2. Dança de Salão ______62

II.1.7. Definição do negócio ______63

II.1.8. Missão ______63

II.1.9. Visão ______64

II.1.10. Valores ético-culturais / Princípios ______64

II.1.11. Objetivos corporativos ______64

II.1.12. Metas corporativas ______64

II.1.13. Estratégias corporativas ______64

II.1.14. Recursos humanos ______65

II.1.14.1. Organograma gerencial ______65

II.1.14.2. Número de funcionários ______66

II.1.14.3. Política de carreira ______67

II.1.14.4. Política salarial ______67

II.1.14.5. Política de benefícios ______67

II.1.14.6. Política de treinamento ______67

II.1.14.7. Análise de clima organizacional ______68

II.1.15. Processos ______68

II.1.15.1. Localização das filiais ______68

II.1.15.2. Metragem ocupada ______69

II.1.15.3. Capacidade ociosa ______69

II.1.15.4. Fluxograma de produção ______70

II.1.16. Serviço ______71

II.1.17. Sistema de qualidade ______71

II.1.18. Finanças ______72

II.1.18.1. Balanço Patrimonial dos últimos três anos. ______72

II.1.18.2. DRE dos últimos três anos ______74

II.1.18.3. Fluxo de caixa dos anos de 2003,2004 e 2005. ______77

II.1.18.4. Inadimplência ______78

II.1.19. Marketing ______79

II.1.19.1. Objetivos ______79

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II.1.19.2. Estrutura Departamental ______79

II.1.19.3. Produtos ______79 II.1.19.3.1. Desfile ______79 II.1.19.3.2. Fantasias ______81 II.1.19.3.3. CD com os sambas-enredos ______81 II.1.19.3.4. Eventos ______82 II.1.19.3.5. Projetos sociais ______82

II.1.19.4. Ponto ______83

II.1.19.4.1. Quadra ______83

II.1.19.4.2. Barracão ______83

II.1.19.4.3. Centro cultural ______84

II.1.19.4.4. Sambódromo ______84

II.1.19.5. Promoção ______85

II.1.19.6. Preço ______86 II.1.19.6.1. Fantasias ______86 II.1.19.6.2. Ensaios ______86 II.1.19.6.3. Ingressos para o desfile ______87

II.1.19.7. Sistema de informação de marketing ______87

III. DIAGNÓSTICO ______89

III.1.1. Análise setorial - Modelo das Cinco Forças da Concorrência (Porter)______90

III.1.2. Análise de Portfólio dos Produtos da Empresa______93

III.1.3. Análise do Ciclo de Vida dos Produtos ______95 III.1.3.1. Desfile ______96 III.1.3.2. Projetos Sociais ______96 III.1.3.3. Eventos na quadra ______96

III.1.4. Análise de Equilíbrio (Matriz SWOT) ______97

III.1.4.1. Forças X Oportunidades (SO) ______97

III.1.4.2. Fraquezas X Oportunidade (WO) ______98

III.1.4.3. Forças X Ameaças (ST) ______98

III.1.4.4. Fraquezas X Ameaças (WT) ______99

III.1.5. Análise da cadeia de valor ______100

III.1.6. Conclusão ______106

IV. PROPOSTA ESTRATÉGICA ______108

IV.1.1. Visão ______109

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IV.1.2. Missão ______109

IV.1.3. Valores éticos ______109

IV.1.4. Objetivos Estratégicos ______110

IV.1.5. Hipóteses Econômicas ______111

IV.1.6. Balanced Scored Card ______111 IV.1.6.1.1. Perspectiva de aprendizado ______113 IV.1.6.1.2. Processos internos ______114 IV.1.6.1.3. Financeiro ______116 IV.1.6.1.4. Clientes ______117

IV.1.7. Cenários ______120 IV.1.7.1. Turismo ______120 IV.1.7.2. Demográfico ______124 IV.1.7.3. Educação ______127 Cálculos e compatibilização das bases geográficas: IPP/DIG/GSD ______127 IV.1.7.4. Político ______128 IV.1.7.5. Econômico ______129 IV.1.7.6. Impactos dos Cenários para a Mocidade ______129 IV.1.7.7. Cenário otimista ______129 IV.1.7.8. Cenário mais provável ______131 IV.1.7.9. Cenário Pessimista ______132

IV.1.8. Plano de Marketing ______133 IV.1.8.1. Produto ______133 IV.1.8.1.1. Características ______133 IV.1.8.1.2. Benefícios ______133 IV.1.8.1.3. Marca ______133 IV.1.8.1.4. Qualidade ______134 IV.1.8.1.5. Bens e serviços facilitadores e de suporte ______134 IV.1.8.1.6. Necessidades Regionais ______135 IV.1.8.1.7. Novos produtos______135 IV.1.8.1.7.1. Ação Social ______135 IV.1.8.1.7.2. Ateliê da Mocidade ______137 IV.1.8.1.7.3. Mocidade Voluntária ______137 IV.1.8.1.7.4. Ler Para Crer ______138 IV.1.8.1.7.5. Mocidade Infantil ______138 IV.1.8.1.7.6. Mocidade Olímpica ______139 IV.1.8.1.7.7. Site ______139 IV.1.8.1.7.8. Clube de Associados da Mocidade ______140 IV.1.8.1.7.9. Feijoada da Mocidade ______140 IV.1.8.1.7.10. Aula de dança ______141 IV.1.8.1.7.11. Osklen do Samba ______141 IV.1.8.1.7.12. Ensaios na Zona Sul ______142 IV.1.8.1.7.13. Samba´s Tour ______143 IV.1.8.1.7.14. Ônibus do Samba ______144 IV.1.8.1.7.15. Pesquisas de marketing ______145 IV.1.8.1.7.16. Equipamentos e instalações ______145 IV.1.8.1.7.17. Comentários ______146 IV.1.8.1.7.18. Custo e cronograma de atividades ______146 IV.1.8.2. Ponto ______147 IV.1.8.2.1. Localização ______147 IV.1.8.2.1.1. Quadra ______147 IV.1.8.2.1.2. Barracão ______148 IV.1.8.2.1.3. Feijoada da Mocidade ______148 IV.1.8.2.1.4. Osklen do Samba ______148 IV.1.8.2.1.5. Ensaios na Zona Sul e Zona Oeste ______148

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IV.1.8.2.1.6. Samba´s Tour ______149 IV.1.8.2.2. Instalações ______149 IV.1.8.2.2.1. Quadra ______149 IV.1.8.2.2.2. Barracão ______150 IV.1.8.2.2.3. Hotel InterContinental ______150 IV.1.8.2.2.4. Site ______150 IV.1.8.2.2.5. Ensaios na Zona Sul e Zona Oeste ______151 IV.1.8.2.2.6. Samba´s Tour ______151 IV.1.8.2.2.7. Canais de distribuição ______151 IV.1.8.2.2.8. Logística de mercado ______152 IV.1.8.2.3. Pesquisas de marketing______152 IV.1.8.2.4. Comentários ______152 IV.1.8.3. Preço ______153 IV.1.8.3.1. Estrutura de Preços ______153 IV.1.8.3.2. Nível do preço proposto ______153 IV.1.8.3.2.1. Ensaios em São Conrado ______153 IV.1.8.3.2.2. Ensaios na quadra ______153 IV.1.8.3.2.3. Osklen do Samba ______154 IV.1.8.3.2.4. Estacionamento ______154 IV.1.8.3.2.5. Feijoada da Mocidade ______154 IV.1.8.3.2.6. Mocidade Infantil ______154 IV.1.8.3.2.7. Samba´s Tour ______155 IV.1.8.3.2.8. Comparação com a concorrência ______155 IV.1.8.3.2.9. Ensaios na quadra ______156 IV.1.8.3.2.10. Ensaios fora da quadra ______156 IV.1.8.3.2.11. Feijoada da Mocidade ______157 IV.1.8.3.2.12. Margens de comercialização dos canais de vendas ______157 IV.1.8.3.2.13. Samba´s Tour ______157 IV.1.8.3.2.14. Osklen do Samba ______158 IV.1.8.3.2.15. Descontos não-promocionais ______158 IV.1.8.3.2.16. Condições de pagamento ______159 IV.1.8.3.2.17. Lojas de souvenirs ______159 IV.1.8.3.2.18. Ensaios em São Conrado ______159 IV.1.8.3.2.19. Compra de fantasias ______159 IV.1.8.3.2.20. Financiamentos ______159 IV.1.8.3.2.21. Estrutura de preços ______160 IV.1.8.3.2.22. Pesquisas de marketing ______160 IV.1.8.3.2.23. Comentários ______160 IV.1.8.4. Promoção ______160 IV.1.8.4.1. Copy strategy ______160 IV.1.8.4.2. Propaganda ______161 IV.1.8.4.2.1. Objetivos ______161 IV.1.8.4.2.2. Estratégias ______162 IV.1.8.4.2.3. Busdoor ______162 IV.1.8.4.2.4. Anúncios em jornais ______162 IV.1.8.4.2.5. Busdoor ______163 IV.1.8.5. Promoção de vendas ______164 IV.1.8.5.1. Objetivos ______164 IV.1.8.5.2. Estratégias ______164 IV.1.8.6. Marketing direto ______164 IV.1.8.6.1. Objetivos ______164 IV.1.8.6.2. Estratégias ______164 IV.1.8.7. Relações públicas ______164 IV.1.8.7.1. Assessoria de Imprensa ______165 IV.1.8.7.2. Objetivos ______166 IV.1.8.7.3. Estratégias ______166 IV.1.8.8. Venda pessoal ______167 IV.1.8.8.1. Objetivos ______167 IV.1.8.8.2. Estratégias ______167 IV.1.8.9. Endomarketing ______167

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IV.1.8.9.1. Objetivos ______167 IV.1.8.9.2. Estratégias ______168 IV.1.8.10. Mudanças na estrutura de comunicação ______168 IV.1.8.10.1. Pesquisas de marketing______168 IV.1.8.10.2. Comentários ______169 IV.1.8.11. Orçamento de promoção______169 Fonte: Pesquisas de preço desenvolvidas pelo grupo. ______169

IV.1.9. Plano de Produção ______169 IV.1.9.1. Infra-Estrutura da Empresa ______169 IV.1.9.2. Organograma ______171 IV.1.9.3. Gerência de Recursos Humanos ______173 IV.1.9.4. Logística Interna ______174 IV.1.9.5. Logística Externa ______175 IV.1.9.6. Marketing e Vendas ______175 IV.1.9.7. Serviços ______176

IV.1.10. Plano de Recursos humanos ______177

Para viabilizar financeiramente esta proposta estratégica, a contratação de funcionários fixos, ocorrerá somente a partir do ano de 2009. ______178

IV.1.11. Plano Financeiro ______179

IV.1.11.1. Demonstração do Resultado do Exercício – DRE ______179

IV.1.11.2. Fluxo de Caixa ______181

IV.1.12. 3. Valor Presente Líquido – VPL ______182

IV.1.13. 4. ROI ______184

IV.1.14. 5. Payback ______184

IV.1.15. Conclusão ______186

BIBLIOGRAFIA ______187

ANEXO I - REGULAMENTO ______190

ANEXO II – REPORTAGEM: “DINHEIRO DO BICHO” ______219

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Índice de Figuras e Tabelas

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Agradecimentos

Agradecemos às nossas famílias, namorados e amigos que sempre estiveram ao nosso lado nos apoiando e incentivando, além dos professores Marcelo Guedes, Eduardo Halpern, Aluísio Ambrósio, Ricardo Mathias, Alexandre Espírito Santo que foram importantíssimos para a execução deste trabalho.

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Resumo executivo

Breve descrição da escola

O G.R.E.S. Mocidade Independente de Padre Miguel é uma das poucas escolas de samba do que sempre esteve no grupo especial, desde que o desfile começou a ocorrer na Marquês de Sapucaí. Campeã cinco vezes, a Mocidade é reconhecida principalmente pela sua bateria inovadora que há anos tem sido referência às outras escolas.

Identificação do problema e a proposta estratégica

Através de uma análise da situação atual da escola, o grupo identificou que nos últimos anos a escola tem caído nos resultados do carnaval, e a tendência é ser rebaixada para o grupo de acesso. Diante deste quadro o grupo apresenta diversas ações que podem contribuir para recuperar o prestígio da escola e recolocá-la para sempre entre as principais escolas de samba do Rio de Janeiro.

O principal objetivo deste planejamento é reestruturar a Mocidade não somente para apresentar um bom desfile, mas também fortalecer seu papel na sociedade, promovendo o desenvolvimento sócio-cultural da comunidade. Com base nisso foram traçados os seguintes objetivos:

Objetivo 1: Capacitar a Mocidade com recursos que viabilizem sua recolocação como uma das principais escolas de samba do Rio de Janeiro e que possibilitem a produção de eventos sócio-culturais nos próximos quatro anos.

Metas

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Através da captação de novos patrocínios, liquidar a dívida da escola no primeiro ano.

A partir do segundo ano promover um carnaval competitivo com as principais escolas de samba.

Subir no ranking da LIESA até o quarto ano.

Objetivo 2: Intensificar as atividades sócio-culturais relacionadas ao carnaval de forma que em quatro anos tenha no mínimo uma atividade por dia na quadra ou na .

Metas

No primeiro e no segundo ano, fazer parcerias que forneçam serviços sociais e cursos gratuitos trazendo benefícios à comunidade e que aumente 40% da freqüência na quadra da escola.

No terceiro e quarto ano, buscar através de patrocínios, investimentos e capacitação profissional para a criação de um centro cultural da Mocidade, onde ocorrerão atividades diariamente proporcionando a integração da sociedade com a escola.

Nos gráficos a seguir é possível visualizar o diferencial esperado com este planejamento estratégico, em relação ao modelo de gestão atual, e também o crescimento que se espera obter no decorrer dos anos.

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Receitas

9.000.000 1.768.611 8.000.000 1.299.255 7.000.000

6.000.000 671.103 342.364 5.000.000 - 4.000.000

6.366.999 3.000.000 5.765.444 5.294.256 4.793.102 2.000.000 4.212.749

1.000.000

- 2007 2008 2009 2010 2011

Sem o planejamento estratégico Com o planejamento estratégico

Market Share

AVALIAÇÃO DE MARKET SHARE

10,0%

9,0% 9,2% 8,7% 8,0% 8,0% 7,5% 7,0% 7,0% 7,1% 7,1% 7,2% 6,8% 6,7%6,7% 6,0% 6,2%

5,0%

4,0%

3,0%

2,0%

1,0%

0,0% 2006 2007 2008 2009 2010 2011

SEM PLANO DE MARKETING COM PLANO DE MARKETING

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Nos próximos itens será feita uma análise detalhada de todo o mercado, da concorrência, e da estrutura organizacional da própria Mocidade Independente de Padre Miguel.

Executive Summery

Brief Description of the School

The G.R.E.S Mocidade Independente de Padre Miguel is the few sambas schools of Rio de Janeiro which has always been in the special group, ever since the parade started taking place in the Av. Marques de Sapucaí. Five times champion, Mocidade is renown principally got its innovating percussion which has been a reference to other schools for years.

Problem identification and strategic proposal

Through analysis of the school’s present situation, the group has identified that for a few years the school’s results have fallen and tendency is to be louvered to the access group. Taking this into consideration the group presents diverse actions which can contribute to the recuperation of the school’s prestige and it’s relocation to the special group with the other principle samba schools of Rio de Janeiro. The principle object of this plan is to re-structure Mocidade not only to present a good parade, but also to strengthen its … in society, promoting social- cultural growth in its community. Based on these observations the following objectives were drown.

Objective 1: Capacitate Mocidade with resources which would enable its relocation as one of the principle samba schools of Rio de Janeiro and making possible the production of social-cultural events in the next four years.

Goals:

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Through collecting new sponsors, liquidate the schools debts during the first year.

From the second year on promote a competitive carnival with the principle samba schools. Climbing the LIESA rank in four years.

Objective 2: Intensifying the social-cultural related activities in such a way, that in four years there will be at least one activity per day in the school courts or at the samba city.

Goals:

During the first and second year, make partner ships which would supply social services and courses, free of change bringing benefits to the community and secure a 40% raise in frequency in the school’s courts.

During the third and fourth year, search through the sponsors investments and professional preparation for the creation of a cultural central at Mocidade, where there would be daily activities proposing the integration of the society with the school.

In the following graphs it is possible to see the difference hoped for with this strategic plan, in comparison to the present situation, and the hoped for growth through out the years.

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9.000.000 1.768.611 8.000.000 1.299.255 7.000.000 671.103 6.000.000 342.364 5.000.000 - 4.000.000

3.000.000 6.366.999 5.765.444 5.294.256 4.793.102 2.000.000 4.212.749 1.000.000 - 2007 2008 2009 2010 2011

Actual management With strategic plan

AVALIAÇÃO DE MARKET SHARE

10,0%

9,0% 9,2% 8,7% 8,0% 8,0% 7,5% 7,0% 7,0% 7,1% 7,1% 7,2% 6,8% 6,7%6,7% 6,0% 6,2%

5,0%

4,0%

3,0%

2,0%

1,0%

0,0% 2006 2007 2008 2009 2010 2011

SEM PLANO DE MARKETING COM PLANO DE MARKETING

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Introdução

O objetivo deste trabalho é proporcionar aos alunos a possibilidade de aplicar todas as ferramentas de análises mercadológicas aprendidas durante o curso, utilizando-se para isso informações reais fornecidas pela organização escolhida.

O Grêmio Recreativo Escola de Samba Mocidade de Padre Miguel foi escolhido pelo grupo como objeto de estudo devido ao desafio em se estabelecer uma imagem confiável para uma escola de samba, pois a maioria das pessoas tem uma percepção negativa no que se refere à seriedade destas organizações.

Além disso, a idéia de se trabalhar com um tema relacionado ao carnaval tem sido um estímulo para todos os componentes do grupo, que passaram a conhecer melhor o funcionamento de uma escola de samba durante a fase de preparação do carnaval.

Este trabalho foi elaborado em uma seqüência que começa com as informações sobre o mercado, e as principais informações sobre seus concorrentes diretos e indiretos. Em seguida serão relacionadas as informações sobre a estrutura da Mocidade, e seus objetivos.

Enfim, a terceira etapa se refere às análises mais utilizadas para se avaliar uma empresa internamente, identificando forças e franquezas, oportunidades e ameaças de mercado, facilitando a tomada de decisões estratégicas para a organização.

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I. Análise Externa

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I.1.1. Mercado

I.1.1.1. Histórico

I.1.1.1.1. As raízes do termo

O vocábulo advém da expressão latina "carrum novalis" (carro naval), uma espécie de carro alegórico em forma de barco, com o qual os romanos inauguravam suas comemorações e do latim "carnem levare", modificada depois para "carne, vale !" (adeus, carne!), palavra originada entre os séculos XI e XII que designava a quarta-feira de cinzas. Esse era o período onde a apostasia religiosa fingia combater o mal, ou seja, a hora em que começava a abstinência da carne durante os quarenta dias nos quais, no passado, os católicos eram proibidos pela igreja de comer carne.

I.1.1.1.2. Conceito e origem

O carnaval é um conjunto de festividades populares que ocorrem em diversos países localizados em regiões católicas nos dias que antecedem o início da Quaresma, principalmente do domingo da Quinqüagésima, a chamada terça-feira gorda. Embora centrado no disfarce, na música, na dança e em gestos, a folia apresenta características distintas nas cidades em que se popularizou.

A própria origem do carnaval é obscura. É possível que suas raízes se encontrem num festival religioso primitivo, pagão, que homenageava o início do Ano Novo e o ressurgimento da natureza, mas há quem diga que suas primeiras manifestações ocorreram na Roma dos césares, ligadas às famosas saturnálias, de caráter orgíaco. Contudo, o rei Momo é uma das formas de Dionísio — o deus Baco, patrono do vinho e do seu cultivo, e isto faz recuar a origem do carnaval para a Grécia arcaica, para os festejos que honravam a colheita. Sempre uma forma de comemorar, com muita alegria e desenvoltura, os atos de alimentar-se e beber, elementos indispensáveis à vida.

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No Brasil a origem do carnaval foi a festa feita pelo povo para receber a Família Real e depois, no início dos anos 20, o surgimento dos cordões.

I.1.1.1.3. Período de duração

Os dias exatos do início e fim da estação carnavalesca variam de acordo com as tradições nacionais e locais, e têm-se alterado no tempo. Assim, em Munique e na Baviera (Alemanha), ela começa na festa da Epifania, 6 de janeiro (dia dos Reis Magos), enquanto em Colônia e na Renânia, também na Alemanha, o carnaval começa às 11h11min do dia 11 de novembro (undécimo mês do ano). Na França, a celebração se restringe à terça-feira gorda e à mi-carême, quinta-feira da terceira semana da Quaresma. Nos Estados Unidos, festeja-se o carnaval principalmente de 6 de janeiro à terça-feira gorda (mardi-gras em francês, idioma dos primeiros colonizadores de Nova Orleans, na Louisiana), enquanto na Espanha a quarta-feira de cinzas se inclui no período momesco, como lembrança de uma fase em que esse dia não fazia parte da Quaresma. No Brasil, até a década de 1940, sobretudo no Rio de Janeiro, as festas pré-carnavalescas se iniciavam em outubro, na comemoração de N. Sra. da Penha, crescia durante a passagem de ano e atingia o auge nos quatro dias anteriores às Cinzas — sábado, domingo, segunda e terça-feira gorda. Hoje em dia, tanto em Recife (Pernambuco), quanto em Salvador (Bahia), o carnaval inclui a quarta-feira de cinzas e dias subseqüentes, chegando, por vezes, a incluir o sábado de Aleluia.

I.1.1.1.4. Carnaval no Brasil

Nem um décimo do povo participa hoje ativamente do carnaval — ao contrário do que ocorria em sua época de ouro, do fim do século XIX até a década de 1950. Entretanto, o carnaval brasileiro ainda é considerado um dos melhores do mundo, seja pelos turistas estrangeiros como por boa parte dos brasileiros, principalmente o público jovem que não alcançou a glória do carnaval verdadeiramente popular. Como declarou Luís da Câmara Cascudo, etnólogo, musicólogo e folclorista, "o

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carnaval de hoje é de desfile, carnaval assistido, as pessoas pagam para ver. O carnaval, digamos, de 1922 era compartilhado, dançado, pulado, gritado, catucado. Agora não é mais assim, é para ser visto".

I.1.1.1.5. Bailes de carnaval

O carnaval europeu começou na rua, com desfiles de disfarces e carros alegóricos; e, em ambiente fechado, com bailes, fantasias e máscaras. O carnaval carioca, certamente o primeiro do Brasil, surgiu em 1641, promovido pelo governador Salvador Correia de Sá e Benevides em homenagem ao rei Dom João IV, restaurador do trono de Portugal.

O primeiro baile de máscaras aconteceu em 22 de janeiro de 1840, no Hotel Itália, no Largo do Rocio, no entanto, a voga dos bailes carnavalescos em casas de espetáculos só se generalizou na década de 1870. .

I.1.1.1.6. Escolas de samba

As escolas de samba nasceram de redutos de diversão das camadas pobres da população do Rio de Janeiro, em sua maioria negros. Reuniam-se para cultivar a música e a dança do samba e outros costumes herdados da cultura africana, e quase sempre enfrentavam ostensiva repressão policial. Para a formação desses redutos contribuiu decisivamente a migração de populações rurais nordestinas, que, atraídas para a capital em fins do século XIX, introduziram um mínimo de organização e de sentido grupal ao carnaval carioca, até então herdeiro do entrudo português.

No entanto, a denominação "escola" só surgiu em 1928, com a criação da Deixa Falar, no bairro do Estácio. Ismael Silva (1905-1978), seu fundador, explicava o termo como decorrência da proximidade da Escola Normal, no mesmo bairro, o que fazia os sambistas locais serem tratados de "professor" ou "mestre". Posteriormente surgem diversas outras escolas, entre as quais , Mangueira e

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Unidos da Tijuca. No começo, pouco se distinguiam dos blocos e cordões, com ausência de sentido coreográfico e sem qualquer caráter competitivo. Com o tempo, transformam-se em associações recreativas, abertas, cuja finalidade maior é competir nos desfiles carnavalescos, transformados em atração máxima do turismo carioca. De tal forma agigantam-se, que seus encargos — a partir da década de 1960 — equivalem aos de uma empresa, o que as obriga a funcionar por todo o ano, promovendo rodas de samba e "ensaios" com entrada paga, maneira de amenizarem os gastos decorrentes da preparação dos desfiles.

Com a oficialização dos desfiles, a partir de 1935, as escolas passam a receber subsídios da Prefeitura, transformando-se, a partir de 1952, em sociedades civis, com regulamento e sede, elegendo periodicamente suas diretorias, inclusive um diretor de bateria, que comanda os instrumentos de percussão, e um diretor de harmonia, responsável pelo entrosamento de canto e orquestra. A escola desfila precedida de um abre-alas (faixa que pede passagem e anuncia o enredo) e da comissão de frente (dez a quinze sambistas, representando simbolicamente a diretoria da escola). A seguir, pastoras (antigas dançarinas dos ranchos), fazendo evoluções; mestre-sala e porta-bandeira; destaques; academia (coro masculino e bateria). O restante divide-se em alas, geralmente com coreografias especiais, e carros alegóricos. Apresentam sempre um tema nacional — lenda ou fato histórico — expresso no samba-enredo, base de todo o desfile.

Até 1932, quando foi organizado o primeiro desfile, as escolas limitavam-se a percorrer livremente as ruas, acompanhadas por populares. Naquele ano, o jornal Mundo Esportivo organizou um desfile na Praça Onze, de que participaram dezenove escolas, saindo vitoriosa a Estação Primeira de Mangueira. No ano seguinte o número de concorrentes subiu para 29 e o desfile foi promovido pelo jornal O Globo, saindo vitoriosa novamente a Mangueira. Em 1934, ano em que foi fundada a União Geral das Escolas de Samba, a competição foi realizada no dia 20 de janeiro, em homenagem ao prefeito Pedro Ernesto, e a Mangueira alcançou o tricampeonato.

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O interesse em fomentar a competição com atração turística começou em 1935, quando o certame foi apoiado pelo Conselho de Turismo da Prefeitura do então Distrito Federal, obtendo a Portela sua primeira vitória, ainda com o nome de Vai Como Pode. A partir daí, já estabelecido como promoção oficial do carnaval carioca, o desfile foi realizado sem interrupção, exceto nos anos de 1938 e 1952, quando as chuvas impediram a promoção. Este modelo de festa e competição se estendeu para todas as capitais brasileiras, excetuando-se duas: Salvador da Bahia e o conjunto Recife-Olinda, em Pernambuco.

I.1.2. Tamanho do mercado

O estado do Rio de Janeiro possui cerca de 90 municípios onde residem 15.383.407 habitantes (segundo IBGE). De acordo com a RIOTUR, dentre a economia carioca, durante o verão podem-se destacar dois grandes momentos: o Reveillon e o carnaval. Conforme a figura a seguir, o carnaval representa cerca de 30% dos turistas que visitam o Brasil no verão. Ao todo são 490 milhões de reais gerados durante os dois dias de festas no Estado.

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Figura 01

Quantidade de turistas que visitam o Brasil

Nº de Turistas 2.420.000

2.500.000

2.000.000

1.500.000

680.000 1.000.000 580.000

500.000

0 Réveillon Carnaval Verão Fonte: RIOTUR, ano 2004

Ainda com base nas informações obtidas com a RIOTUR percebe-se que o público previsto para esta época do ano atende uma relação direta com os desembarques internacionais no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro.

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Figura 02

Estimativa do fluxo de turistas estrangeiros para o Rio de Janeiro em 2005 Y

160.000Y 140.000 X – Número de turistas. 120.000 Y – Desembarques 100.000 internacional (de

X – Número de turistas. Y – Desembarques internacional (de acordo com o AIRJ) acordo com o AIRJ) 80.000 X

60.000 X

60.000 70.000 80.000 90.000 100.000

Fonte: RIOTUR – Ano: 2004

I.1.3. Sazonalidade

No que se refere à sazonalidade do mercado carnavalesco, tem-se que os públicos desfilante, torcedor e patrocinador seguem uma característica em comum de se interessarem pelo carnaval somente quando está se aproximando. Normalmente, isto acontece após as festividades do Reveillon.

No entanto, ainda existe o grupo dos freqüentadores da quadra e do barracão que dedicam mais tempo nas escolas de samba. Alguns são freqüentadores dos ensaios e festividades da quadra, e outros são voluntários que trabalham para a construção do carnaval. Este grupo representa a comunidade local e participa ativamente da escola durante todo o ano em projetos sociais, festas, ensaios, etc.

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I.2. Concorrência

I.2.1. Concorrência indireta

A concorrência indireta que será exposta a seguir se refere às diversas atividades festivas que ocorrem na época do carnaval, no entanto, não impactam diretamente à Mocidade Independente, pois têm características bem diferentes em relação ao carnaval na Marquês de Sapucaí, não atingindo diretamente o público- alvo efetivo ( freqüentadores e desfilantes).

I.2.1.1. Carnaval no exterior

A concorrência indireta divide-se por regiões, devido ao fato de que o carnaval carioca recebe muitos turistas e estes podem preferir o carnaval mais próximo, deixando de vir para o Rio de Janeiro.

I.2.1.1.1. Carnaval na Itália

Veneza

O carnaval de Veneza, na Itália, é diferente em estilo, no ritmo e no espírito do carnaval em relação ao brasileiro. Suas raízes são celebrações de elite, intelectualizada, embora hedonística. As fantasias e as famosas máscaras venezianas inspiram-se nos trajes dos séculos XVII e XVIII, ou nas personagens da Commedia Dell´Arte, em que figuram os nossos conhecidos pierrôs, colombinas e polichinelos.

Hoje, somente as cidades italianas de Viareggio, Cento, Verres e Putignano (um dos carnavais mais longos do mundo, durando três meses), possuem carnavais com desfiles de carros alegóricos e alegres brincadeiras.

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I.2.1.1.2. Carnaval nos Estados Unidos

Nova Orleans

Abrigando um grande contingente de imigrantes de todas as partes do mundo, principalmente espanhóis e africanos, Nova Orleans exibe sempre um clima de música e alegria que explodem ainda mais no carnaval, ou melhor, no Mardi Gras (Terça-Feira Gorda), um dos maiores shows ao ar livre do mundo.

Teoricamente a festa começa 12 dias após o natal e termina na Quarta-feira de Cinzas. Os blocos, de grande impacto visual, não se encontram porque desfilam em datas e horários diferentes. Sendo assim, não há característica de um concurso como ocorre no Brasil.

I.2.1.1.3. Carnaval na Alemanha

Na Alemanha, são conhecidos os carnavais das cidades grandes como Munique (comemorada na festa da Epifania) e Colônia, que já apresentam características das festas urbanas.

Colônia

Onde se situa o carnaval mais animado da Alemanha. Foliões alemães fazem chover balas e bombons sobre o público que acompanha o desfile de carros alegóricos. O carnaval é iniciado às 11 horas e 11 minutos do dia 11 de Novembro.

I.2.1.1.4. Carnaval na Inglaterra

Londres

O maior e mais famoso carnaval inglês é celebrado em agosto, no bairro de Notting Hill, e se trata de um desfile de carros alegóricos que abre as comemorações seguidas por concursos de dança.

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O evento que é o maior do Reino Unido e da Comunidade Européia, reunindo 80 mil pessoas em 2002, foi criado pela comunidade brasileira e hispânica e conta com o apoio do município de Southwark, distrito onde está a sede da prefeitura da grande Londres.

Por ocorrer em agosto, o carnaval de Notting Hill, mesmo atraindo muitos turistas, não compete público com o carnaval do Brasil, mais especificamente, o do Rio de Janeiro que ocorre em fevereiro.

I.2.1.1.5. Carnaval na Espanha

Tenerife

É o carnaval espanhol com maior número de participantes e celebra-se em toda a ilha de Tenerife, e que ocorre com maior intensidade em Puerto de la Cruz e Santa Cruz.

Na quarta-feira de carnaval, Puerto de la Cruz celebra o acontecimento mais relevante de todo o carnaval, que se chama: "El entierro de la Sardina", com uma gigantesca procissão que simboliza o enterro de uma enorme sardinha feita a mão com uma coroa na sua cabeça. As festividades começam três semanas antes da Quarta-feira de Cinzas.

I.2.1.2. Carnaval no Brasil

I.2.1.2.1. Carnaval de Salvador

A história do carnaval em Salvador começou no século XIX, onde grupos de mascarados saíam às ruas fazendo brincadeiras e atirando bexigas cheias com água de cheiro nos passantes, este era o carnaval português que chegava a

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Salvador como mais uma das contribuições do colonizador para a cultura local. Mais de 100 anos depois, o carnaval da capital baiana, que herdou ainda a influência da musicalidade africana dos escravos, tornou-se a maior e mais animada festa de rua do Brasil e do mundo. Durante os seis de folia, a capital baiana abriga mais de dois milhões de pessoas todos os anos, que dançam e pulam atrás do trio elétrico por 25 quilômetros de ruas e praças.

Organizado pela Prefeitura Municipal, através da EMTURSA - Empresa de Turismo S/A, a festa engloba mais de 20 órgãos públicos em sua operacionalização. O carnaval também movimenta, através dos investimentos da iniciativa privada, cerca de 600 milhões de reais por ano, incluindo hospedagem, passagens, venda de abadás (fantasia que dá direito ao folião brincar nos blocos), comercialização de bebidas e alimentos, venda de camarotes (espaços privativos para assistir aos desfiles) e arquibancadas, entre outros.

Existem três modalidades de divertimento, o “folião pipoca” (não compram abadá ou camarote e que acabam por curtir o carnaval na rua a passagem de todos os blocos e trios), pular em bloco e as festas nos camarotes (que possuem uma rica estrutura de entretenimento).

A infra-estrutura turística de Salvador é considerada hoje uma das mais completas e mais modernas do Brasil, principalmente no que se refere aos meios de hospedagem. Na cidade é encontrado um grande número de oferta de leitos que garante acomodações para todos os gostos e padrões, desde os Albergues da Juventude até os mais sofisticados, de categoria internacional.

I.2.1.2.2. Carnaval de Pernambuco

A riqueza do carnaval pernambucano pode ser medida pela sua imensa variedade de ritmos. Ao lado do frevo, em todas as suas variações, estão: o maracatu, o afoxé, o samba e os caboclinhos.

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O carnaval de Olinda é o que mais se destaca pela participação popular, sendo um dos mais autênticos e espontâneos carnavais do Brasil. A alegria do frevo, o calor da multidão e a magia do centro histórico criam uma atmosfera mágica e alegre.

A principal atração são os bonecos gigantes. O município possui dezenas deles sendo o mais conhecido deles o Homem da Meia-Noite, que está nas ruas desde 1932 e é o responsável por dar início, oficialmente, à zero hora do sábado, ao carnaval olindense. Além dos bonecos, o período carnavalesco é composto pelo desfile de afoxés, escolas de samba, caboclinhos e maracatus.

Os preços das acomodações no carnaval equivalem atualmente aos do Rio de Janeiro e Salvador.

I.2.1.2.3. Carnaval Mineiro

O carnaval mineiro teve origem em Ouro Preto, quando os lacaios do Palácio dos Governadores da Província criaram o famoso “Zé Pereira” em 1867 (grupos de foliões de rua munidos de tambores e bumbos). Outro rancho que desfila desde 1922, e talvez o único remanescente do gênero no país, é o “Custa mais Vai” de São João Del-Rei, com carro alegórico e música própria. O carnaval do interior mineiro tem uma característica bem diferente, por ser uma manifestação do povo nas ruas, atraindo turistas e consequentemente divisas para os municípios.

As cidades que mais se destacam são: Diamantina, Ouro Preto e Tiradentes.

Diamantina

O município é dono de um dos mais animados carnavais de rua, reservados aos visitantes uma programação de shows, batuques, sambas de roda, desfiles de blocos, e concursos. Os palcos espalham-se pelas ruas históricas da cidade, mas o principal fica na Praça do Mercado.

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O destaque da festa de rua são as batucadas, no palco principal. As duas mais importantes são: a Bat-Caverna (com aproximadamente 40 ritmistas) e a Bartucada (há mais de 30 anos anima as madrugadas carnavalescas).

Ouro Preto

O carnaval da cidade é animado por shows que se dividem em três pontos do Centro Histórico: Praça Tiradente, Reinaldo Alves de Brito e Largo da Alegria.

A programação abre na sexta-feira com shows na Praça Tiradente, e na Praça da Universidade. O local é dividido em área vip, camarotes, pista e um espaço aberto ao público. As estadias em repúblicas são destaques também com as boates, shows e churrascos.

Tiradentes

O carnaval de Tiradentes começa na sexta e vai até a madrugada da Quarta- feira de Cinzas. Durante o dia e à noite, as bandas na praça central e o som dos bares animam os foliões. Mas os protagonistas da festa são os blocos de rua, que desfilam à noite, depois das 20h. Os mais tradicionais são os blocos das “Domésticas”, dos “Malas”, dos “Abandonados” e o “Ver-te-cana”.

I.2.1.2.4. Carnaval Paulista

O carnaval de São Paulo segue a mesma linha do carnaval carioca, com desfiles em um sambódromo projetado por Oscar Niemeyer com capacidade para 33 mil pessoas e 900 m de pista. Apesar da semelhança o carnaval paulista representa aproximadamente 2,5% em comparação com a receita gerada no carnaval carioca.

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I.2.1.2.5. Blocos de carnaval carioca

I.2.1.2.5.1. Bloco de Ipanema

Fundada em 1965, a Banda de Ipanema é um espaço de que reúne democraticamente jovens, velhos, ricos, pobres, homossexuais, heterossexuais, famosos, anônimos, travestis, senhoras de família e crianças convivendo amigavelmente todos os tipos brincam juntos o carnaval.

O local de concentração é na Praça General Osório e segue pela Avenida Vieira Souto até a orla do Leblon. A concentração é feita a partir das 15 horas no sábado (duas semanas antes do carnaval), no sábado de carnaval e na terça-feira de carnaval.

I.2.1.2.5.2. Bloco das Carmelitas

O bloco irreverente faz seu desfile nas ladeiras de Santa Tereza, na cidade do Rio de Janeiro, desde 1991 O Bloco surgiu como uma homenagem descontraída ao Convento de Carmelitas de Santa Teresa, onde vivem enclausuradas as freiras. A lenda conta que uma das freiras teria pulado o muro do convento no carnaval e se misturado aos foliões, para brincar o carnaval.

Devido a sua origem, os participantes do bloco usam um véu da ordem religiosa, para que ninguém identifique a freira fujona. O bloco sobe e desce as ladeiras do bairro considerado um dos mais charmosos do Rio de Janeiro.

I.2.1.2.5.3. Bloco Cordão da Bola Preta

O bloco Cordão do Bola Preta saiu pela primeira vez no ano de 1918. Último representante remanescente dos antigos cordões carnavalescos que existiam no Rio de Janeiro.

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Desfila pelas ruas do centro da cidade puxado por uma banda, com instrumentos de sopro e um vasto repertório conhecido de marchinhas de carnaval. É considerado por alguns como um dos pontos mais fortes do carnaval de rua do Rio de Janeiro. Todo ano são dezenas de milhares de pessoas, cantando numa festa democrática, seguindo um trio elétrico pelo Centro da cidade.

I.2.1.2.5.4. Monobloco

Com formação de escola de samba, o grupo carnavalesco criado em 2001, é uma mistura de samba, funk e charm. Sai com uma bateria de 150 componentes.

O local do Bloco é no Posto 12, final da praia do Leblon e a data é no domingo depois do carnaval às 14 horas.

I.2.1.2.5.5. Quizomba

O bloco Quizomba nasceu de uma oficina de percussão realizada em 2001 com a idéia de difundir o samba e outros ritmos brasileiros através dos instrumentos utilizados nas escolas de samba.

O Quizomba é o bloco do Circo Voador e responsável pela oficina de percussão que acontece por lá. Ele desfila na terça-feira de carnaval e a concentração se inicia à 17 horas em frente ao próprio Circo Voador.

I.2.1.2.5.6. Simpatia é quase amor

O nome do Bloco foi criado por Aldir Blanc através do personagem Esmeraldo Simpatia é Quase Amor, que era um fanfarrão, conquistador e simpático, como a cara do bloco. Hoje chamado de “Simpatia” arrasta uma multidão comandada com muito charme e profissionalismo a bateria nota dez de mestre Penha pela orla de Ipanema.

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I.2.1.2.5.7. Suvaco de Cristo

O bloco nasceu no Jardim Botânico, sob uma linha reta das axilas da estátua do Cristo Redentor, no morro do Corcovado, na cidade do Rio de Janeiro. O título foi inspirado em uma referência de Tom Jobim. O compositor queixava-se de que em sua casa tudo mofava porque ele vivia no sovaco do Cristo.

Os ensaios do Bloco são nas semanas anteriores do carnaval, mas o desfile só acontece na Rua Jardim Botânico no domingo anterior ao carnaval.

I.2.2. Concorrência direta

A concorrência direta se caracteriza pelas escolas que competem com a Mocidade para o título de campeã do carnaval, sendo assim todas as escolas do grupo especial.

Elas disputam entre si um maior número de freqüentadores, ou seja, participantes presentes nos ensaios, arrecadando dinheiro através das venda de ingressos e fantasias, para custear a produção do carnaval. Além de disputarem patrocinadores em busca de investimentos, buscam também maior visibilidade na mídia nacional e internacional.

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Figura 03 Ranking da LIESA

Ranking da LIESA 2006 0 20 40 60 80 100

Beija-Flor 83 Mangueira 63 Grande Rio 44 Imperatriz 42 Viradouro 39 Unidos da Tijuca 39 Salgueiro 24 Mocidade 24 Vila Isabel 21 Portela 14 Império Serrano 5 Porto da pedra 4 Caprichosos de Pilares 1 Tradição 0 Acadêmicos da Rocinha 0 São Clemente 0 Acadêmicos de Santa Cruz 0 União da Ilha do Governador 0 Paraíso do Tuiuti 0

Fonte: LIESA, 2006.

O ranking da LIESA é atualizado anualmente acumulando pontos para cada escola do grupo especial, atribuindo uma pontuação gradual de acordo com sua colocação. De acordo com o gráfico é possível ver que a Beija-Flor e a Mangueira encontram-se em destaque no ranking devido ao maior acumulo de pontos, ficando a Mocidade Independente de Padre Miguel em oitavo lugar.

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I.2.2.1. Beija-flor

A Beija-flor foi fundada em 25 de dezembro de 1948, cujo nome foi inspirado em um rancho Beija-flor na cidade Marquês de Valença.

A quadra localiza-se na Praça Wallace Paes Leme, número 1025, em Nilópolis e tem capacidade para quinze mil pessoas. Os ingressos custam R$ 3,00 para mulheres e R$ 5,00 para homens.

Atualmente a escola de samba sustenta uma creche, um educandário, um centro profissionalizante, uma escolinha de natação e outra de balé, promovendo anualmente, grandes festas de São Cosme e Damião e de Natal, para a comunidade, além de distribuir 6.000 cestas básicas mensalmente.

Títulos: 1976, 1977, 1978, 1980, 1983, 1998, 2003, 2004 e 2005.

I.2.2.2. Caprichosos de Pilares

A Caprichosos nasceu da insatisfação de componentes da Unidos da Terra Nova. Assim, em 19 de fevereiro de 1949 surgia o Grêmio Recreativo Escola de Samba Caprichosos de Pilares, fundado por Walter Machado, Sebastião Benjamin, Ferminiano Romão da Silva, Oscar Pedro de Alcântara, João Cândido e Amarildo Cristiano.

A quadra da Caprichosos fica na Rua Faleiro, número 01 e tem a capacidade para dez mil pessoas. O preço do ingresso é único sendo R$ 5,00.

Não há nenhum tipo de projeto social desenvolvido pela escola.

A escola não possui nenhum título.

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I.2.2.3. Grande Rio

Em 1988, foliões caxienses resolveram fundar a Acadêmicos de Duque de Caxias. Dessa forma, a escola teria que começar a disputar no carnaval carioca a partir do último grupo. Para evitar que isso acontecesse, a escola fundiu-se com a já existente Grande Rio, escola também de Duque de Caxias. Assim, em 22 de setembro de 1988, surgia o Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos do Grande Rio.

A quadra da escola fica na Rua Wallace Soares 5/6, Duque de Caxias e suporta uma quantidade de dez mil pessoas. O preço dos ingressos é único, custando R$ 5,00.

Não há nenhum projeto social desenvolvido pela escola de samba.

A Grande Rio não possui nenhum título.

I.2.2.4. Imperatriz Leopoldinense

A Recreio de Ramos já não existia mais, e a zona da Leopoldina precisava de uma escola que a representasse no carnaval. Surgia assim a idéia de fundar o Grêmio Recreativo Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense, fundada no dia 06 de março de 1959. Reafirmando sua identificação com a área, em sua bandeira há onze estrelas representando os bairros da Leopoldina e uma estrela maior que representa Ramos, o bairro onde fica a sede da escola.

Localização da quadra é na Rua Professor Lacê, 235, Ramos, com capacidade para três mil pessoas.

O preço dos ingressos é de R$ 2,00.

A escola ainda não tem muitos projetos sociais formalizados, contudo a própria construção do carnaval (montagem dos carros alegóricos e fantasias) gera

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muitos empregos, contribuindo assim com o desenvolvimento da comunidade.

Títulos: 1980, 1981, 1989, 1994, 1999, 2000 e 2001.

I.2.2.5. Mangueira

Fundada em 28 de Abril de 1928, por Carlos Cachaça, Cartola, Zé Espinguela, entre outros. Nesta época aquela região começava a se desenvolver, e começou a ser reconhecida por este nome devido a grande fabricação de mangas.

A localização da quadra Rua Visconde de ‘, 1072, Mangueira com capacidade para oito mil pessoas, o preço dos ingressos é de R$ 30,00.

A escola de samba possui projetos como: Projeto Olímpico com uma Vila Olímpica, contando com campo de futebol, pista de atletismo, um ginásio, piscina semi-olímpica e outras instalações, visando a formação de atletas profissionais; Projeto Educação que oferece cursos como ensino fundamental, iniciação ao trabalho,orquestra Afro-Brasileira ( que desenvolvem atividades que enfatizam a musica de percussão), Informática, Oficinas Profissionalizantes (cursos de cabeleireiro, estética facial e corporal e de etiqueta) visando a capacitação profissional e o crescimento sócio-econômico da comunidade. Projeto Resgate da Cidadania que consiste em uma parceria com a Universidade Castelo Branco, que fornece estagiários para a prestação de serviços à comunidade, além do projeto de acolhimento de crianças adolescentes e idosos moradores de rua, oferecendo oficinas adequadas à realidade dessa população, visando sua reintegração às famílias e à sociedade; Projeto Saúde em parceria com a iniciativa privada criou um posto de saúde que oferece assistência odontológica para crianças, clínica médica, pediatria, ginecologia e laboratório de análises clínicas, além de atividades especiais com gestantes, mulheres que estão na menopausa e hipertensos.

Seus títulos datam: 1932, 1933, 1934, 1940, 1949, 1950, 1954, 1960, 1961, 1967, 1968, 1973, 1979, 1984, 1986, 1987, 1998, 2002.

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I.2.2.6. Portela

A Portela, uma das mais tradicionais escolas do grupo especial, foi fundada em 11 de abril de 1923. O primeiro bloco de carnaval em Oswaldo Cruz foi fundado por Paulo da Portela e chamava-se "Ouro sobre azul".

A quadra se localiza na Rua Clara Nunes, 81 em Madureira e possui capacidade para doze mil pessoas. O preço dos ingressos é de R$ 2,00 para mulheres e R$ 3,00 para homens.

A partir de 2000, a escola em conjunto com a ONU estabeleceu um compromisso compartilhado com a sustentabilidade do Planeta. É um conjunto de oito macro-objetivos a serem atingidos pelos países até o ano de 2015, por meio de ações concretas dos governos e da sociedade. Estes objetivos são: Participação em iniciativas de erradicação da pobreza e da fome; Participação em iniciativas que visam a universalizar o ensino fundamental; Promoção da igualdade entre os sexos e a autonomia da mulher; Participação em iniciativas para melhoria da saúde materna; Participação em iniciativas de combate ao HIV / AIDS, malária e outras doenças; Participação em iniciativas que garantem a sustentabilidade ambiental; Participação em iniciativas que contribuam para estabelecer uma Parceria Mundial para Desenvolvimento.

Títulos: 1935, 1939, 1941, 1942, 1943, 1944, 1945, 1946, 1947, 1951, 1953, 1957, 1958, 1959, 1960, 1962, 1964, 1966, 1970, 1980, 1984.

I.2.2.7. Unidos da Tijuca

Fundada em 31 de Dezembro de 1931, por operários da fábrica de cigarros da Souza Cruz, fábrica de tecidos Maracanã, lanifício do Alto da Boa Vista, e outras fábricas de tecidos de menor porte. Teve sua origem da fusão de quatro blocos já existentes nos morros: Casa Branca, Boréo, Formiga, Ilha de Velhacos.

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A localização da quadra fica na Avenida Francisco Bicalho, número 47, no Clube dos Portuários – Rodoviária, com capacidade para suportar até cinco mil pessoas. O preço dos ingressos é de R$ 5,00.

Não é desenvolvido nenhum projeto social pela escola.

A escola não possui títulos ainda no grupo especial.

I.2.2.8. Vila Isabel

Foi fundada em 04 de Abril de 1946, a partir do afastamento de componentes do bloco vermelho e branco, que inicialmente criaram um time de futebol azul e branco, que mais tarde se tornou o Grêmio Recreativo Escola de Samba. Registrado por Antonio Fernandes da Silveira, que foi seu primeiro presidente ocupando o cargo até 1958.

A localização da quadra é Av. Boulevard, número 372, Vila Isabel, e seu espaço suporta até seis mil pessoas. O preço dos ingressos é de R$ 2,00 para mulheres e R$ 3,00 para homens.

A Vila Isabel desenvolve projetos sociais tais como: Curso de célula cultural, onde crianças e adolescentes aprendem a confeccionar fantasia, aprendem a costurar e a fazer a roupa; Serviço odontológico e um programa de medicina preventiva, em parceria com uma universidade, para a implantação de atendimento médico para o combate de doenças sexualmente transmissíveis, AIDS, diabetes e hipertensão.

Seus títulos datam 1988 e 2006.

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I.2.2.9. Viradouro

Fundada em 24 de junho de 1946, no bairro do Viradouro, em Niterói, a nasceu da paixão pelo samba de Nelson dos Santos, o “Jangada”. Ele costumava organizar batucadas no quintal de sua casa em Capitão Roseira, no alto do Viradouro. O sucesso foi tanto que Jangada resolveu organizar uma escola de samba. Com as cores vermelho e branco.

A quadra está localizada na Avenida do Contorno, número 16, em Barreto – Niterói e possui uma capacidade para sete mil pessoas. O preço único do ingresso é de R$ 2,00.

Um dos projetos sociais da Unidos do Viradouro tem como objetivo conscientizar as crianças sobre a importância das árvores para o meio ambiente, incentivando o plantio e preservação. A Viradouro mantém uma escola onde as crianças podem aprender arte e desenhar além de aulas de informática, dando a primeira chance as crianças que nunca tiveram acesso ao computador. A escola possui também um projeto social chamado Gente Ajudando Gente, que é uma iniciativa para multiplicar as ações de solidariedade, uma ação comunitária espontânea na qual são escolhidas algumas famílias que recebem cestas básicas mensais em troca de suporte e ajuda.

O único título da escola foi em 1997.

I.2.2.10. Salgueiro

O morro do Salgueiro sempre se destacou pela sua musicalidade, chegando a abrigar mais de dez blocos carnavalescos, onde componentes desciam para brincar na Praça Saenz Peña e nas famosas batalhas de confete da Rua Dona Zulmira. Nos anos 30, passou-se a organizar um corpo de jurados para premiar os blocos que desfilavam no morro. A cada ano o desfile ficava mais animado e reunia moradores de outros morros e bairros, atraídos pela qualidade dos sambas feitos no Salgueiro. Da fragmentação do samba do morro em vários blocos surgiu a Unidos do Salgueiro.

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A quadra da escola fica na Rua Silva Teles, 104, Andaraí. E a capacidade é para seis mil pessoas. O preço dos ingressos é R$ 10 para mulheres e R$ 15 para homens.

O Salgueiro tem uma Vila Olímpica, que conta com um campo de futebol, uma pista de atletismo, uma quadra de esportes, dois vestiários, dois banheiros, uma lanchonete e três salas de aula, abriga diversos Projetos de Cidadania desenvolvidos para as comunidades do bairro da Tijuca e cercanias, como os Morros do Salgueiro, Andaraí, Macacos, Turano, Chacrinha, Caçapava, Borel e Casa Branca.

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I.2.3. Marketing mix dos concorrentes diretos

Tabela 01

Comparação de Ponto, Produto, Promoção e Preço entre escolas do Grupo Especial.

Características de Características de Ponto Características de Produto Características de Preço Promoção Ingresso Capacidade Tamanho da Ranking Projetos Visibilidade na Preço médio Eventos dos da quadra comunidade* da LIESA sociais mídia das fantasias ensaios** 10 mil Somente em época 775.456 44 Na quadra Não R$ 400,00 R$ 5,00 Grande Rio pessoas de carnaval 7 mil Somente em época 596.780 24 Na quadra Sim R$ 400,00 R$ 5,00 Mocidade pessoas de carnaval 12 mil Somente em época 374.157 14 Na quadra Sim R$ 400,00 R$ 3,00 Portela pessoas de carnaval 7 mil Somente em época 459.451 39 Na quadra Sim R$ 400,00 R$ 2,00 Viradouro pessoas de carnaval 8 mil Na quadra e em 256.921 63 Sim Programas de TV R$ 550,00 R$ 30,00 Mangueira pessoas outros países Unidos da 5 mil Somente em época 367.005 39 Na quadra Não R$ 250,00 R$ 5,00 Tijuca pessoas de carnaval 6 mil Somente em época 367.005 21 Na quadra Sim R$ 250,00 R$ 2,00 Vila Isabel pessoas de carnaval 10 mil Somente em época Caprichoso 351.754 1 Na quadra Não R$ 250,00 R$ 5,00 s de Pilares pessoas de carnaval 15 mil Na quadra e em 153.712 83 Sim Programas de TV R$ 550,00 R$ 5,00 Beija-flor pessoas outros países 3 mil Somente em época 288.313 42 Na quadra Não R$ 400,00 R$ 2,00 Imperatriz pessoas de carnaval 6 mil Somente na época Salgueiro 327.651 24 Na quadra sim R$ 500,00 R$ 15,00 pessoas do carnaval

Fonte: Pesquisas sobre os quatro p’s.

Fonte: IBGE; regiões próximas às quadras.

Obs.: Os valores informados acima são estimativas uma vez o preço normalmente só é definido quando o evento está próximo.

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De acordo com a tabela vê-se que no quesito P de ponto quase todas as quadras das escolas, localizadas na própria comunidade, possuem uma capacidade ótima para suportar os freqüentadores (membros da comunidade e desfilantes) e turistas sendo a Unidos da Tijuca e a Imperatriz as escolas com menos capacidade (espaço) para realizar um evento de grande porte.

Todas as escolas organizam eventos em suas quadras, contudo a Mangueira, Unidos da Tijuca e a Beija-flor realizam festas em outros países, divulgando ainda mais a cultura brasileira e seus nomes no exterior. A maioria das escolas organizam projetos sociais, apenas a Unidos da Tijuca, Grande Rio, Caprichosos de Pilares e Imperatriz Leopoldinense não tem projetos formalizados, mas geram muitos empregos na época do carnaval.

As divulgações das escolas de samba acontecem com grande intensidade na época do carnaval, porém, apenas a Mangueira e a Beija-Flor que tem grande entrada na mídia com visibilidade em programas de televisão e rádio, sendo, portanto escolas atrativas para empresas patrocinadoras.

Os preços das fantasias e dos ingressos para os ensaios estão na média do mercado, sendo as escolas que se posicionam a cima da média, a Beija- Flor, Mangueira e Salgueiro.

I.2.4. Participação de mercado

Para conhecer melhor a participação de mercado, o grupo realizou uma pesquisa durante o primeiro semestre deste ano, entrevistando aproximadamente 60 pessoas com as perguntas: Qual sua escola de samba? Porque a escolheu?

Em seguida temos os gráficos com os resultados da pesquisa:

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Figura 04

Preferência do Público Vila Isabel U. da Tijuca 2%

4% Viradouro 4% Portela Caprichosos de Pilares 11% 2% Grande Rio 4% Imperatriz 6% Porto da Pedra 2%

Salgueiro 16%

23% Mangueira

Beija Flor 15% Mocidade 11% Fonte: Pesquisa de opinião desenvolvida pelo grupo.

Figura 05

Principais fatores que contribuem para a escolha da Escola de Samba

Pela sua organização Últimos carnavais 2% 6% Influência da Família ou amigos Tradição 22% 9%

Simpatia pela escola 19%

Morar próximo 42%

Fonte: Pesquisa de opinião desenvolvida pelo grupo.

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I.2.5. Segmentação de mercado

I.2.5.1. Estrutura de mercado

Figura 06

Estrutura de mercado do carnaval no Brasil e no exterior

CARNAVAL

BRASIL EUROPA EUA

RIO DE SALVADOR PERNAMBUCO MINAS GERAIS SÃO PAULO JANEIRO

Grupo Especial

Grupo de Acesso

Blocos de rua

Bailes de carnaval

Fonte: Análise mercadológica estudada pelo grupo.

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I.2.5.2. Variáveis utilizadas

Para segmentar o mercado consumidor, é necessário observar as características dos diferentes grupos de consumidores de escolas de samba e analisar suas causas e benefícios de compra.

Para o grupo dos freqüentadores, ou seja, pessoas que regularmente comparecem aos ensaios da quadra, a principal “causa de compra” é a segmentação geográfica. São pessoas que muitas vezes moram perto da comunidade e acabam tendo vínculos com membros diretos da escola. Esse grupo está ativamente ligado à escola e participa de várias etapas, desde a escolha do enredo até o desfile no Sambódromo.

O grupo dos torcedores são pessoas que assistem os desfiles pela televisão ou no próprio Sambódromo, não tendo muito vínculo com a escola. É comum que esse grupo torça para mais de uma escola de samba. Não são fiéis à marca/escola e sua escolha se baseia principalmente pela segmentação psicográfica. O fato de personalidades estarem envolvidos com as escolas, somado à tradição da mesma e ao enredo atual, influenciam na escolha desse grupo. Suas preferências são mutáveis e variam de acordo com seu estilo de vida, personalidade e valores.

Os desfilantes têm um perfil que agrega um pouco do grupo de torcedores e de freqüentadores. Alguns desfilantes se assemelham aos freqüentadores por participarem, mesmo que esporadicamente, aos ensaios da escola, porém alguns membros desse grupo não estabelecem laço algum com as escolas. Esse fato se aplica freqüentemente às pessoas que ganham fantasias, ou que simplesmente querem desfilar em uma escola e acabam preferindo uma à outra. O preço da fantasia pode ser um dos motivos dessa “preferência”, afinidade à escola, enredo e personalidades desfilantes. Desfilantes têm por hábito de se interessar pelo evento somente nos três meses que se antecedem o carnaval.

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As empresas se classificam principalmente pela segmentação comportamental, se baseando no beneficio em sua relação à escola e no retorno que esta pode dar a seus investimentos. Esse grupo se identifica com o fato de as escolas de samba estarem buscando patrocínios. Em geral, as empresas buscam nas escolas de samba aumentar sua visibilidade na mídia nacional e internacional.

I.2.5.3. Mercado-alvo

De acordo com o tamanho, a atratividade e o Retorno sobre o Investimento (ROI) a Mocidade tem a seguinte estrutura de segmentos de mercado. Como mostra a figura 07.

Figura 07

Estrutura de público-alvo da mocidade

MOCIDADE

Comunidade Desfilantes Patrocinadores

Fonte: Análise feita pelo grupo.

A comunidade, é grande colaboradora com a produção do carnaval através da força voluntária, ajuda na confecção de fantasias, produção dos carros alegóricos, desenvolvimento do enredo e das coreografias, sem tal segmento o resultado final do carnaval ficaria comprometido. Vale destacar que muitas empresas buscam patrocinar uma escola de samba com o objetivo de divulgar sua marca para a comunidade.

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Os desfilantes, através da compra de fantasias, e de espaços nos carros alegóricos (composição e destaque), injetam na escola verba que ajuda a custear os gastos com a produção do mesmo.

No segmento de patrocinadores, se encontram médias e grandes empresas privadas e secretarias municipais e estaduais de turismo que anualmente investem grande quantidade de capital em escolas de samba, visando principalmente aumentar sua visibilidade na mídia nacional e no exterior, uma vez que as imagens do carnaval são transmitidas para mais de 200 países.

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I.2.6. Posicionamento

I.2.6.1. Mapa perceptivo

Figura 08

Mapa perceptivo

90 Beija-Flor 80

70 Mangueira 60

50 Grande Rio Imperatriz 40 Unidos da Tijuca Viradouro 30 Ranking da Ranking LIESA Vila Isabel Mocidade Salgueiro 20 Portela 10 Caprichosos Porto da Pedra 0 Baixa Preferência do público Alta

Fonte: Pesquisas de opinião feita pelo grupo

I.2.6.2. Consumidor

Como foi citado anteriormente (no item II.2.5.2.), o grupo identificou quatro grupos de consumidores relacionados aos produtos oferecidos pela Mocidade: patrocinadores, desfilantes, torcedores, freqüentadores da quadra. No entanto, o grupo de torcedores que assistem o desfile na arquibancada, ou pela televisão não têm relação direta com a Mocidade e não serão considerados nesta análise.

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I.2.6.3. Perfil

I.2.6.3.1. Desfilantes

O perfil do grupo dos desfilantes são pessoas que se interessam pelo carnaval somente quando está próximo ao desfile. Compram fantasias e curtem a festa como se fizessem parte da escola há muito tempo. Vale ressaltar que alguns chegam a desfilar em várias escolas no mesmo dia. Em função do alto preço das fantasias, esse grupo, na grande maioria, é pertencente às classes A e B, residentes em bairros nobres da cidade (Leblon, Ipanema, Barra da Tijuca), e tem idades entre de 19 à 40 anos. Estes desejam status e acreditam que desfilar seja uma boa alternativa para divertimento na época de carnaval visto a falta de outras opções.

Turistas estrangeiros e nacionais que vêm para o Rio de Janeiro para aproveitar o carnaval também se encaixam nesse grupo. A grande maioria desses turistas não conhece a escola em que vão desfilar (comum nos turistas estrangeiros) por comprarem suas fantasias em pacotes de agências de viagens ou nos hotéis em que se hospedam.

I.2.6.3.2. Freqüentadores

Os freqüentadores da quadra são pessoas que moram na comunidade (crianças, jovens, adultos e idosos) e que buscam na escola uma alternativa acessível para divertimento e momentos de alegria durante os eventos que acontecem na quadra.

Através dos freqüentadores surgem os voluntários que se propõem a trabalhar no desenvolvimento da escola, seja na preparação do carnaval, ou nos projetos sociais executados na quadra.

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I.2.6.3.3. Patrocinadores

O perfil deste grupo é definido principalmente por seus interesses com as escolas. Normalmente são empresas privadas de médio e longo porte e secretarias municipais e estaduais de Turismo, que pretendem ao investir nas escolas de samba, obter uma grande visibilidade na mídia nacional e na transmissão do carnaval para o exterior (atualmente são 203 países assistem o carnaval através da Rede Globo).

I.2.6.4. Hábitos de uso e atitudes

I.2.6.4.1. Desfilantes

Os desfilantes são pessoas que pagam pelo prazer de estar dentro da avenida de forma a se sentir parte da escola, pelo menos durante a sua exibição. Não têm tanto envolvimento como os freqüentadores da quadra, mas se preocupam com a boa performance da escola no desfile. Normalmente não freqüentam os ensaios, somente a partir de janeiro, quando o carnaval se aproxima.

I.2.6.4.2. Freqüentadores

Os freqüentadores, normalmente residentes próximo a escola de samba, tem um grau maior de fidelidade à escola, pois dificilmente desfilam ou torcem por outras. Este grupo participa ativamente durante todo o ano das atividades executadas pelo grêmio, como projetos sociais e principalmente a produção do carnaval. Dentre estes estão mestre salas, porta bandeiras, passistas, presidentes de alas, etc.

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I.2.6.4.3. Patrocinadores

Empresas privadas e secretarias municipais/ estaduais de turismo que visam uma maior visibilidade na mídia investem capital nas escolas de samba para a produção do carnaval e desenvolvimento de projetos sociais, como cursos profissionalizantes, assistência médica e dentária e palestras para membros da comunidade.

I.2.6.5. Desejos e necessidades .

I.2.6.5.1. Desfilantes

Os desfilantes têm como principais necessidades ao participar do carnaval, a descontração, divertimento e lazer, já seu desejo é status e auto-realização.

I.2.6.5.2. Freqüentadores

Os freqüentadores têm a necessidade de usufruir de todas as atividades promovidas pela escola, como projetos sociais (assistência médica e odontológica, educação, oficinas profissionalizantes, danças, artesanatos, etc.) e ensaios, de forma a obter desenvolvimento pessoal, profissional além de entretenimento. Mas seu desejo principal é desfilar de graça e ser “rei por um dia”.

I.2.6.5.3. Patrocinadores

Empresas privadas ao patrocinar uma escola de samba, desejam ajudar as comunidades, através de projetos para a melhoria da educação, saúde, alimentação, contribuindo com o desenvolvimento social. Contudo sua real necessidade é obter uma ampla aparição na mídia na época do carnaval, fortalecendo sua imagem no mercado nacional e internacional.

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I.2.6.6. Papéis de compra

I.2.6.6.1. Desfilantes

Este grupo é o iniciador da compra, pois a busca de informações sobre as escolas e fantasias é feita por ele mesmo. A mídia, amigos e parentes são grandes influenciadores da levando muitas vezes a escolha de uma opção. Contudo o decisor, comprador e usuário serão o próprio individuo.

I.2.6.6.2. Freqüentadores

Os freqüentadores da quadra, normalmente são os próprios iniciadores, decisores, compradores e usuários da compra uma vez que eles próprios buscam informações sobre os eventos, decidem qual irão participar, e realizam a compra e usufruem de fato. Os influenciadores em alguns casos são grupos de amigos ou familiares.

I.2.6.6.3. Patrocinadores

O papel do iniciador é exercido na maioria dos casos pela própria escola de samba ao se apresentar às empresas, oferecendo parcerias, no entanto em alguns casos as outras empresas que já patrocinam alguma escola de samba também fazem este papel inicial. Estas empresas exercem um papel mais forte no papel de influenciador, pois existe uma troca de algumas informações entre as empresas para minimizar os riscos do investimento em patrocínio

O papel do decisor depende do porte da empresa em questão, pois em grandes empresas esta decisão parte de um gerente de marketing, enquanto que em empresas de menor porte, na falta de algum especialista, esta decisão pode ser tomada diretamente pelo dono ou presidente da empresa. Por fim, o usuário na

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verdade é a própria empresa ao ter maior visibilidade e exposição de sua marca, e consequentemente todos os seus stakeholders envolvidos.

I.2.6.7. Aspectos legais

I.2.6.7.1. Regulamento

No anexo I, pode-se conferir o regulamento completo do carnaval do Rio de Janeiro, nele contém todas as regras do desfile e cabe a LIESA punir a escola que desrespeitá-las.

I.2.6.7.2. Considerações éticas

No que se refere às questões éticas relacionadas ao carnaval não se pode deixar de mencionar o envolvimento dos bicheiros com as escolas de samba, pois apesar de cada vez mais diminuir este vínculo, no passado estas personagens tiveram grande influencia e impacto. Nos últimos anos a Mocidade tem se desvinculado destas atividades ilícitas, com o objetivo de mudar esta percepção negativa no mercado.

Veja no anexo II uma entrevista com o diretor cultural da LIESA sobre o assunto.

I.2.6.7.3. Tributos

O principal tributo pago pelas escolas de samba são referentes à taxa de administração, que representam 5% da receita das escolas proveniente dos projetos sociais e eventos na quadra, pagos à LIESA.

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I.2.6.7.4. Restrições às atividades do P de Promoção

A única restrição que se aplica neste caso é no que se refere ao capítulo 8 do regulamento do carnaval, que restringe a distribuição e utilização de merchandising. Segue abaixo as especificações:

VIII - não utilizar, distribuir ou apresentar-se com qualquer tipo de “merchandising” (implícito ou explícito) em Enredo, Alegorias, Adereços, Alas, Destaques, Samba-Enredo ou quaisquer outros meios, exceto: a. Nas vestimentas dos Empurradores de Alegorias; b. Em prospectos com letras do Samba-Enredo; c. Nos instrumentos musicais da Bateria, desde que sejam as marcas de seus respectivos fabricantes.

I.2.7. Fornecedores

O grupo de fornecedores responsáveis pelo fornecimento de recursos para a confecção das fantasias e alegorias, normalmente são os mesmos utilizador por todas as escolas. As lojas mais conhecidas são: Caçula e Babadão da Folia. Seu principal interesse está no fornecimento, onde estes conseguem um grande montante de dinheiro.

I.2.8. Governo

Diante do que já foi exposto anteriormente, percebe-se que o carnaval é muito importante para a economia da cidade. Segundo um estudo feito pelo SEBRAE, informou que o Carnaval carioca movimenta cerca de R$ 1 bilhão por ano, gerando 300 mil postos de trabalho. Por estes motivos é que a prefeitura do Rio de Janeiro

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investiu milhões de reais na criação da “Cidade do Samba”, e por outro lado o governo do Estado liberou R$ 4,5 milhões para cada escola do grupo especial em 2006. (Fonte: http://www.on-night.com/onnight/editorial.asp)

I.2.9. Agências de turismo e rede de hotéis

Agencias de turismo e rede de hotéis têm grande interesse pela festividade de carnaval , pois nesta época a quantidade de turistas, que vem ao Rio de Janeiro para assistir e participar do evento, atinge seu ápice, o que representa um grande investimento no setor de turismo.

I.2.10. Mídia

As principais mídias que existem no Brasil têm seu papel importantíssimo no carnaval, como por exemplo, a Rede Globo que paga uma quantia alta pelo direito de exclusividade da transmissão do desfile. Além disso, esta vende a transmissão das imagens do carnaval para mais de 200 países.

I.2.11. Patrocinadores

Os patrocinadores ao mesmo tempo em que contribuem com a construção do carnaval, e com a realização de projetos sociais com a inserção de verba nas escolas, pretendem ter um amplo espaço nas mídias contribuindo para a melhor e maior imagem no mercado mundial e nacional.

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II. Análise Interna

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II.1.1. Razão social e CNPJ

Razão social: GRES Mocidade Independente de Padre Miguel. C.N.P.J: 28.935.450.0001/95

II.1.2. Local do escritório central

Galpão número 10 da Cidade do Samba.

II.1.3. Fundadores e data da fundação

A estrela de Padre Miguel foi fundada em 10 de Novembro de 1955, pelo seu primeiro presidente, Sylvio Trindade, e o vice-presidente Renato da Silva, e outros membros do independente Futebol Clube: Ivo Lavadeira, Djalma Ferreira, Garibaldi Faria Lima, Cambalhota, Mestre André e Tião Marino.

II.1.4. Dados e fatos marcantes

A escola só começou a desfilar em 1957, ficando em quinto lugar com o enredo: “Baile das Rosas”. Logo após, no ano seguinte, a escola seria campeã daquele grupo com o enredo “Apoteose do samba”, e com isso se unia às melhores escolas de samba do Rio de Janeiro e apartir de então nunca mais saiu do primeiro grupo (que na época desfilava na Avenida Rio Branco).

No seu primeiro ano entre a elite do samba carioca, a estrela de Padre Miguel começava a brilhar diante de um erro do mestre André, foi quando foi criada a famosa paradinha da bateria. Naquele momento começava a aparecer um entusiasmo dentre o público em relação às novidades que a “Bateria nota 10” iria apresentar na avenida.

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Somente em 1979 a Mocidade Independente de Padre Miguel pode festejar seu primeiro título de campeã do carnaval, com o enredo “Descobrimento do Brasil”. Apartir daí foram vários outros carnavais surpreendentes e brilhantes. Com a entrada de Renato Lage a escola consegue ser campeã dois anos seguidos (1990 e 1991) com os enredos “Vira-Virou” e “Chuê-Chuá as águas vão rolar”.

II.1.5. Composição Acionária

Uma vez que se trata de uma agremiação, não há acionistas. O presidente, vice-presidentes e diretores são eleitos em assembléia, atualmente a Mocidade conta com 300 sócios.

II.1.6. Atividades de responsabilidade social

A falta de incentivos sociais, econômicos e culturais vem fazendo com que a fome cresça rapidamente no Brasil. Segundo o jornal O Globo, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) fez um levantamento sobre a miséria no país, usando o critério da renda per capita familiar. Como pano de fundo da fome, aparece a desigualdade entre as regiões. O estudo mostra, ainda, uma grande mancha no mapa brasileiro, o território da fome. Que pode ser alterado, se incluídos dados sobre saneamento básico, habitação, educação e outros indicadores sociais.

Enquanto os órgãos de estatísticas se debruçam sobre os números da fome, os dois departamentos da Mocidade Independente de Padre Miguel, feminino e comunitário, estão se tornando uma referência social na Zona Oeste do Rio.

O trabalho social na quadra da Mocidade teve início em 1998, com a realização de cadastro dos moradores carentes da Vila Vintém. Desse cadastro, o departamento comunitário conseguiu trazer a comunidade para dentro da quadra. "Começamos atender 20 pessoas com bolsas de alimentos, e quando percebemos já estávamos atendendo 300 pessoas. Só que infelizmente quem nos patrocinava

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começou a ter dificuldades e o trabalho foi diminuindo aos poucos", revela Maria da Graça, ex vice-presidente do departamento feminino.

Sem patrocínio para dar continuidade ao projeto, os integrantes do departamento promoveram oficinas para capacitar os moradores. “Eram palestras sobre saúde e doenças sexualmente transmissíveis. Para mante-los assistindo as oficinas oferecíamos café da manhã: com pão, refresco, bolo e biscoito. Isso tudo era particular, era nosso, sem ajuda de ninguém”, afirma Graça.

E foi com a iniciativa de Dona Ruth Cardoso (esposa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso) em criar o projeto Alfabetização Solidária, que o departamento comunitário viu a oportunidade para os moradores se alfabetizarem. No entanto, com término do patrocínio a Mocidade não teve condições de dar continuidade a alfabetização da comunidade e o projeto foi encerrado.

O grande desafio, e desejo dos integrantes dos departamentos feminino e comunitário, é retornar com um projeto antigo, o Baile de Todas as Idades, promovido em 2002 pelo atual presidente Paulo Viana. "O Paulo foi eleito em 2002, e voltamos de novo com esse projeto. Como a gente dizia: todo primeiro domingo de cada mês era o baile e no último domingo era a Ação Social. Desse baile, nós cobrávamos na entrada um quilo de alimento não perecível, e a quadra lotava. Porque era muito bem divulgado. Com esse alimento que nós arrecadávamos, conseguimos voltar a ajudar aquelas famílias cadastradas. Em 2003, o Paulo se afastou por motivo de doença e o projeto foi paralisado”, comenta Graça.

A Mocidade oferece serviços como odontologia para membros da comunidade e refeições.

II.1.6.1. A dança clássica para a comunidade

Fabiane Tavares é formada em educação física e pós-graduada em dança, e trabalha com ballet clássico e jazz há 10 anos, e afirma: "Essa é uma oportunidade nova para a comunidade, porque a dança não faz parte da cultura deles. O nosso

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grande desafio é conseguir que essas crianças tenham acesso a esse tipo de dança, uma cultura desconhecida que muitos não tem acesso. Aqui eles terão oportunidade de conhecer uma música que nunca ouviram nas rádios. Elas acabam se apaixonando pela dança clássica”.

Além de dar atenção há 60 crianças divididas em seis turmas e em dois turnos, Fabiane tem a preocupação de educar e monitorar o desempenho escolar de seus alunos. "O interessante dessa história é que essas crianças acabam tendo uma visão de mundo diferente, daquelas que não praticam a dança. Elas se tornam mais pacientes, tem uma percepção muito boa. Agora, eu cobro muito as notas que elas tiram na escola, porque elas sabem que para dar continuidade na dança tem que ir bem na escola e bem em casa, respeitando os pais e sendo obedientes com os responsáveis", revela.

Segundo Fabiane Tavares, as diferenças de se trabalhar em uma escola de dança ou no projeto da Mocidade são os contrastes sociais. "Sempre foi um sonho ensinar dança em comunidades carentes. Eu sempre trabalhei em escola de dança, na qual a visão de mundo é outro. São crianças que saem de casa dizendo eu vou fazer ballet, ou minha mãe quer que eu seja bailarina. Aqui não, as crianças vêm porque amam a dança e acham ruim quando não tem aula”, afirma. Quanto às expectativas, Fabiane espera que todas as crianças tenham uma oportunidade no mundo da dança, e que a Mocidade possa dar continuidade aos projetos sociais. "No final do ano nós esperamos fazer uma nova apresentação e o resultado está vindo rápido até de mais. Temos três meninas, as mais velhas, que fizeram um teste para um musical de um coreógrafo da Globo e passaram.”

II.1.6.2. Dança de Salão

Na Mocidade Independente de Padre Miguel, a dança de salão tem como objetivo principal a comunidade. No entanto, o projeto social para os moradores dentro da Mocidade vem conquistando a cada dia, moradores de outros bairros.A idéia surgiu em 2003 depois de conversa de uma professora de dança com o presidente Paulo Viana. "Eu tinha um desejo de oferecer isso à comunidade, como

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nunca tinha acontecido um trabalho dessa dimensão, o Paulo aceitou de imediato. A nossa proposta foi trazer esses moradores para dentro da quadra. Nunca ninguém tinha entrado na escola e ficavam encantados com esse universo”, afirma.

A demonstração da arte está expressa na vontade dos alunos com a dança. "É muita alegria. Temos muitas pessoas carentes. Tem gente que fica triste quando não temos aula. E eles já pediram para que eu realizasse um baile toda semana. Nós estamos correndo atrás, porque à vontade deles também é a minha”, orgulha-se Adriana.

A evolução social e humana já pode se percebida no convívio do curso. "Tem muita gente carente, mas não é só pelo alimento, é por carinho, atenção e amor. Elas vêm para cá e se distraem e extravasam todos os seus problemas, na dança. Eu tenho certeza absoluta que a comunidade sai daqui com a alma lavada”, emociona-se a professora. O sucesso do projeto pode ser traduzido em números: na primeira etapa do curso, se formaram no mês de outubro 146 pessoas. Em novembro esse número aumentou, com a continuidade das aulas e já chegam há 236 alunos (adultos) e 20 (crianças) matriculados.

II.1.7. Definição do negócio

Desfilar na Marquês de Sapucaí, cantando com muita alegria fatos históricos ou do mundo da fantasia, para que ao ser campeã do carnaval a Mocidade possa ajudar no desenvolvimento de sua comunidade.

II.1.8. Missão

Não há uma missão formalmente definida.

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II.1.9. Visão

Não há visão formalmente declarada pelas escolas.

II.1.10. Valores ético-culturais / Princípios

Entre os membros da Mocidade todos têm a mesma preocupação, de fazer não somente um carnaval empolgante, mas também inovador. Todos buscam ser honestos e companheiros, estabelecendo com isso, uma sensação de família entre os que ali atuam.

II.1.11. Objetivos corporativos

Não existem objetivos definidos; no entanto, informalmente os componentes da escola almejam serem campeões do carnaval, e também aumentar o trabalho social realizado na comunidade.

II.1.12. Metas corporativas

A principal meta da Mocidade é ser campeã do carnaval, no entanto existem outras metas que são: duplicar o trabalho social realizado na quadra, para atender 4 mil pessoas no próximo ano; quitar gradualmente a dívida financeira da escola, nos próximos anos.

II.1.13. Estratégias corporativas

Para atingir as metas citadas anteriormente a escola tem a preocupação de buscar patrocínio para seus projetos sociais e também para o enredo.

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II.1.14. Recursos humanos

II.1.14.1. Organograma gerencial

Figura 09 e 10

Organograma Gerencial

Presidente Executivo

Vice-Presidente de Marketing

Diretor Marketing Vice-Presidente Administrativo Diretor Administrativo Vice-Presidente Financeiro Administrativo

Diretor Financeiro Vice-Presidente Social

Diretor Social Vice-Presidente Comercial Diretor Comercial Vice-Presidente Médico Diretor Médico Vice-Presidente Feminino Diretor Feminino

Presidente de comissão de carnaval

Trabalhadores e voluntários da produção do carnaval. Fonte: Informações obtidas com o presidente

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A figura 09 ilustra como se subdividem os vice-presidentes e diretores da escola, cada um com sua responsabilidade, os vice-presidentes são responsáveis pela estratégia da escola que é definida junto com o presidente. Enquanto isso, os diretores acompanham o desenvolvimento destas atividades na quadra ou no desfile.

O departamento de marketing foi criado com a finalidade de trabalhar a imagem organizacional da escola, e elaborar projetos em busca de patrocínio. Estes projetos são elaborados com o auxílio do departamento social, que acompanha o desenvolvimento e as necessidades da comunidade.

Os departamentos financeiro e administrativo estão voltados para as questões burocráticas que toda organização deve ter, como por exemplo: funcionamento da escola, funcionários, contas a pagar e a receber. O departamento comercial é responsável pela venda de ingressos, CD’s, e outros itens que são vendidos na quadra em eventos. Com base na estrutura montada com estes departamentos, a Mocidade criou outros dois departamentos que têm um objetivo complementar à operação da escola, que são: o departamento médico se preocupa com a saúde da comunidade e propõe ações sociais como a do atendimento dos dentistas citadas anteriormente; o departamento feminino se preocupa com questões específicas das mulheres, como orientações para prevenção de doenças como câncer da mama, do colo do útero, e sexualmente transmissíveis.

Separadamente destes departamentos, existe ainda um presidente de comissão de carnaval que controla todas as atividades e pessoas ligadas diretamente à produção do evento, como: produção de carros alegóricos, confecção de fantasias, produção do enredo entre outros.

II.1.14.2. Número de funcionários

Existem pouco mais de dez funcionários administrativos efetivos da escola, porém na época de produção carnaval são contratados diversos profissionais

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temporários, cerca de 250. Também existem os voluntários que se propõem a contribuir com as atividades do grêmio.

II.1.14.3. Política de carreira

Não há plano de carreira por não ter características de empresa. Na verdade, o “crescimento” diante da hierarquia da escola se dá pelos contatos e relacionamentos durante o carnaval.

II.1.14.4. Política salarial

Não há uma política salarial definida na escola, principalmente devido à quantidade de funcionários. Em época de carnaval, a maioria dos trabalhadores são temporários, ou voluntários, e conseqüentemente têm características bem diferentes dos funcionários permanentes.

Vale destacar que o presidente, os vice-presidentes e diretores exercem suas atividades sem remuneração.

II.1.14.5. Política de benefícios

Não há política de benefícios, além dos exigidos por lei como vale-transporte, INSS e ticket refeição.

II.1.14.6. Política de treinamento

Não se aplica nenhum tipo de treinamento.

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II.1.14.7. Análise de clima organizacional

O ambiente dentro da organização é excepcional, pois a maioria que ali está trabalhando, são pessoas extremamente envolvidas com a escola. Alguns são voluntários, o que agrega mais vontade em trabalhar pela escola. Todos se esforçam e buscam fazer seu trabalho da melhor maneira possível esperando assim um bom resultado na Marquês de Sapucaí e o reconhecimento da comunidade.

II.1.15. Processos

II.1.15.1. Localização das filiais

A Mocidade Independente de Padre Miguel possui três espaços físicos, considerado suas filiais. Entre elas:

A quadra da escola, que fica na Rua Coronel Tamarindo, número 38 em Padre Miguel, onde ocorrem os ensaios da bateria, projetos sociais, e eventos durante o ano, com a participação principalmente dos membros da comunidade.

Na Cidade do Samba, no galpão 10, fica o novo pavilhão que tem espaço suficiente para a construção de grandes carros alegóricos, com área de circulação entre eles, para o melhor deslocamento dos trabalhadores. No interior do atual barracão, há um prédio administrativo onde se localiza o escritório do presidente e de todo o corpo administrativo.

O Centro Cultural que fica ao lado do metrô da Praça Onze, é o antigo barracão da escola, e hoje funciona a escola mirim da Mocidade.

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II.1.15.2. Metragem ocupada

O barracão atual que fica na Cidade do Samba possui 7.200 m², enquanto que a quadra em Padre Miguel tem um espaço de aproximadamente 4.000 m² e o centro cultural aproximadamente 2.500 m².

II.1.15.3. Capacidade ociosa

No que se refere à capacidade ociosa da escola, pode-se destacar o espaço disponível na quadra e no barracão fora da época do carnaval. Este ano, por exemplo, a escola esteve quase dois meses fechada após o carnaval.

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II.1.15.4. Fluxograma de produção

Figura 11 Fluxograma de Produção do Desfile

ESCOLHA DO ENREDO

Criação das primeiras Escolha do samba- Preparação das alegorias fantasias enredo

Entrega dos protótipos Início dos ensaios Teste dos Carros aos presidentes de ala Alegóricos

Produção e venda das Gravação do CD Retoques finais fantasias

DESFILE

Fonte: Informações obtidas com o presidente da Mocidade.

As atividades da escola começam com o sorteio do enredo, e é com base nele que serão feitos os protótipos das fantasias, as alegorias e adereços, e também o samba-enredo. Quando os protótipos das fantasias ficam prontos, algumas são entregues aos presidentes de ala que têm a responsabilidade de replicá-las e vender, ou entregá-las, aos integrantes de sua ala; as outras fantasias de responsabilidade da escola são da bateria, dos compositores, velha guarda, comissão de frente, e ala mirim.

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Ao mesmo tempo, com a escolha do samba-enredo começam os ensaios da bateria na quadra, e a gravação do CD.

A preparação dos carros alegóricos acontece em simultâneo com a criação das fantasias e a escolha do samba enredo. Após a preparação são feitos testes, e logo em seguida, alguns reparos necessários para depois entrar na avenida.

II.1.16. Serviço

Os serviços oferecidos pela escola podem ser considerados como básicos e essenciais, sendo: segurança e limpeza nos locais onde ocorrem os eventos e ensaios.

II.1.17. Sistema de qualidade

O único sistema de qualidade praticado pela escola é no processo de replicação das fantasias, pois a escola entrega apenas uma unidade de cada fantasia aos presidentes de ala. Portanto, cabe a estes fazer com que as fantasias sejam feitas de acordo com o modelo original, e caso este modelo não seja respeitado o presidente de ala pode ser punido em perder o direito de ter uma ala na escola.

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II.1.18. Finanças

II.1.18.1. Balanço Patrimonial dos últimos três anos.

Tabela 02

BALANÇO PATRIMONIAL

R$

ATIVO 2003 2004 2005 PASSIVO 2003 2004 2005

CIRCULANTE CIRCULANTE Disponibilidades 10.000 10.000 11.222 Fornecedores 301.000 300.072 385.540 Aplicações Financeiras 237.896 186.300 154.068 Contas a Pagar 230.000 234.700 143.136 Títulos a Receber 184.792 150.227 94.680 Empréstimos a Pagar - - - Estoques 385.479 344.492 315.896 Imposto de Rendas (32.465) (36.235) (34.289) Outros - - - Outros 40.000 41.589 37.580 TOTAL ATIVO CIRCULANTE 818.167 691.019 575.866 TOTAL PASSIVO CIRCULANTE 538.535 540.126 531.967

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO Títulos a Receber Empréstimos a Pagar Tríbutos a Pagar Outros - - - Outros - - - TOTAL REALIZÁVEL A LONGO PRAZO - - - TOTAL EXIGÍVEL LONGO PRAZO - - -

PERMANENTE PATRIMÔNIO SOCIAL Terreno 52.915 52.915 52.915 Superavit Acumulado Anterior 401.033 367.547 272.455 Predios e Equipamentos 70.000 108.647 98.659 Superavit do Exercício (33.486) (95.093) (121.981) Depreciação Acumulada (35.000) (40.000) (45.000) TOTAL ATIVO PERMANENTE 87.915 121.562 106.574 TOTAL PATRIMÔNIO LÍQUIDO 367.547 272.455 150.473

TOTAL ATIVO 906.082 812.581 682.440 TOTAL PASSIVO 906.082 812.581 682.440

Fonte: Informações passadas pela escola.

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Tabela 03 e 04 ANÁLISE VERTICAL

ATIVO 2003 2004 2005 PASSIVO 2003 2004 2005

CIRCULANTE CIRCULANTE Disponibilidades 1,10% 1,23% 1,64% Fornecedores 33,22% 36,93% 56,49% Aplicações Financeiras 26,26% 22,93% 22,58% Salários a Pagar 25,38% 28,88% 20,97% Títulos a Receber 20,39% 18,49% 13,87% Dividendo a Pagar 0,00% 0,00% 0,00% Estoques 42,54% 42,39% 46,29% Empréstimos a Pagar -3,58% -4,46% -5,02% Outros 0,00% 0,00% 0,00% Outros 4,41% 5,12% 5,51% TOTAL ATIVO CIRCULANTE 90,3% 85,0% 84,4% TOTAL PASSIVO CIRCULANTE 59,4% 66,5% 78,0%

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO Títulos a Receber 0,00% 0,00% 0,00% Empréstimos a Pagar 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% Tríbutos a Pagar 0,00% 0,00% 0,00% Outros 0,00% 0,00% 0,00% Outros TOTAL REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 0,0% 0,0% 0,0% TOTAL EXIGÍVEL LONGO PRAZO 0,0% 0,0% 0,00%

PERMANENTE PATRIMÔNIO LÍQUIDO Investimentos 5,84% 6,51% 7,75% Capital Social 44,26% 45,23% 39,92% Imobilizado 7,73% 13,37% 14,46% Reservas -3,70% -11,70% -17,87% Outros -3,86% -4,92% -6,59% Lucros/ (Prejuízos) Acumulados 0,00% 0,00% 0,00% TOTAL ATIVO PERMANENTE 9,7% 15,0% 15,6% TOTAL PATRIMÔNIO LÍQUIDO 40,6% 33,5% 22,0%

TOTAL ATIVO 100,0% 100,0% 100,0% TOTAL PASSIVO 100,0% 100,0% 100,0%

ANÁLISE HORIZONTAL

ATIVO 2003 2004 2005 PASSIVO 2003 2004 2005

CIRCULANTE CIRCULANTE Disponibilidades 100% 100% 112% Fornecedores 100% 100% 128% Aplicações Financeiras 100% 78% 65% Salários a Pagar 100% 102% 62% Títulos a Receber 100% 81% 51% Dividendo a Pagar Estoques 100% 89% 82% Empréstimos a Pagar 100% 112% 106% Outros Outros TOTAL ATIVO CIRCULANTE 100% 120% 70% TOTAL PASSIVO CIRCULANTE 100% 100% 99%

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO Títulos a Receber Empréstimos a Pagar Tríbutos a Pagar Outros Outros TOTAL REALIZÁVEL A LONGO PRAZO TOTAL EXIGÍVEL LONGO PRAZO

PERMANENTE PATRIMÔNIO LÍQUIDO Investimentos 100% 100% 100% Capital Social 100% 92% 68% Imobilizado 100% 155% 141% Reservas 100% 284% 364% Outros 100% 114% 129% Lucros/ (Prejuízos) Acumulados TOTAL ATIVO PERMANENTE 100% 138% 121% TOTAL PATRIMÔNIO LÍQUIDO 100% 74% 41%

TOTAL ATIVO 100% 90% 75% TOTAL PASSIVO 100% 90% 75%

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Figura 12 Estrutura do Balanço Patrimonial

100% 90% 80% 59,44% 70% 66,47% 77,95% 85,04% 84,38% 60% 90,30% 50% 40% 30% 40,56% 20% 33,53% 22,05% 14,96% 15,62% 10% 9,70% 0% ATIVO PASSIVO ATIVO PASSIVO ATIVO PASSIVO 2003 2004 2005

Diante das dificuldades financeiras da escola nos últimos anos, pode-se observar que a parcela de capital de terceiros no passivo está aumentando. Isto cria uma situação insustentável, influenciando diretamente a qualidade do desfile da Mocidade, podendo ocasionar em péssimos resultados e até mesmo o rebaixamento ao grupo de acesso.

II.1.18.2. DRE dos últimos três anos

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Tabela 05

DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS DO EXERCÍCIO 2003 2004 2005 Receita Bruta de Vendas (LIESA) 2.485.000 2.650.000 2.700.000 Outras Receitas ( Fantasias e outros produtos) 600.000 592.000 583.000 Deduções de Vendas, abatimentos (74.550) (79.500) (81.000) Impostos Receita Líquida de Vendas 3.010.450 3.162.500 3.202.000 Custo do Carnaval (2.669.139) (2.846.365) (2.900.070) Superavit / (Deficit) 341.312 316.135 301.930 Despesas com Projetos Sociais (15.200) (16.209) (16.515) Despesas Administrativas (347.900) (371.000) (378.000) Depreciação (5.000) (5.000) (5.000) Provisão para Imposto de Renda (6.697) (19.019) (24.396) Superavit / (Deficit) (33.486) (95.093) (121.981) Fonte: Informações obtidas com o presidente da escola.

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Tabela 06 e 07

ANÁLISE VERTICAL

2003 2004 2005 Receita Bruta de Vendas 82,55% 83,79% 84,32% Deduções de Vendas, abatimentos -2,48% -2,51% -2,53% Impostos 0,00% 0,00% 0,00% Receita Líquida de Vendas 100,00% 100,00% 100,00% Custo dos Serviços Prestados -88,66% -90,00% -90,57% Lucro Bruto 11,34% 10,00% 9,43% Despesas com Vendas -0,50% -0,51% -0,52% Despesas Administrativas -11,56% -11,73% -11,81% Despesas Financeiras -0,17% -0,16% -0,16% Receitas Financeiras -0,22% -0,60% -0,76% Resultado da Equivalencia Patrimonial -1,11% -3,01% -3,81% Receita não-operacional Lucro Operacional 0,00% 0,00% 0,00% Provisão para Imposto de Renda 0,00% 0,00% 0,00% Lucro Líquido 0,00% 0,00% 0,00%

ANÁLISE HORIZONTAL

2003 2004 2005 Receita Bruta de Vendas 100,00% 106,64% 108,65% Deduções de Vendas, abatimentos 100,00% 106,64% 108,65% Impostos Receita Líquida de Vendas 100,00% 105,05% 106,36% Custo dos Serviços Prestados 100,00% 106,64% 108,65% Lucro Bruto 100,00% 92,62% 88,46% Despesas com Vendas 100,00% 106,64% 108,65% Despesas Administrativas 100,00% 106,64% 108,65% Despesas Financeiras 100,00% 100,00% 100,00% Receitas Financeiras 100,00% 283,98% 364,28% Resultado da Equivalencia Patrimonial 100,00% 283,98% 364,28% Receita ão-operacional Lucro Operacional Provisão para Imposto de Renda Lucro Líquido

Fonte: Informações passadas pela escola.

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Figura 13

Demonstração do Resultado do Exercício

- 2003 2004 2005

(20.000)

(40.000)

(60.000)

(80.000)

(100.000)

(120.000)

(140.000)

Fonte: Desenvolvido de acordo com dados da DRE.

II.1.18.3. Fluxo de caixa dos anos de 2003,2004 e 2005.

Tabela 08

2003 2004 2005

Superavit / (Deficit) 341.312 316.135 301.930 Depreciação 162.810 158.785 194.622 Imposto de Renda - - - FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL 504.122 474.920 496.552

Fonte: Informações passadas pela escola.

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No que se refere à análise financeira da Mocidade é possível identificar o ponto mais crítico de todos e que pode provocar conseqüências graves para o resultado da escola, trata-se da falta de investimento de patrocinadores nos últimos anos. Como já foi citado anteriormente, muitas escolas de samba hoje em dia conseguem patrocínio com grandes empresas, e conseqüentemente a qualidade do desfile melhora a cada ano.

No caso da Mocidade, não foi firmado nenhum acordo de patrocínio nos últimos anos, o que pode levar a escola a perder ainda mais o rendimento no desfile, e ser rebaixada para o grupo de acesso, além de ter que arcar sozinha com os gastos em projetos sociais. Vale destacar que o balanço patrimonial está com o passivo descoberto devido ao acúmulo no “contas a pagar”, que expõe a incapacidade da escola em sanar suas dívidas apenas com os recursos da prefeitura.

Outra informação que se percebe é que a receita da escola é quase que totalmente dependente do dinheiro repassado pela LIESA, ou seja, a receita obtida com os eventos que ocorrem na quadra é muito pequena em relação aos custos que a escola tem durante o ano inteiro.

II.1.18.4. Inadimplência

A inadimplência que pode ocorrer em escolas de samba é o não pagamento por parte do patrocinador e do desfilante, o que pode acarretar em prejuízos para a escola.

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II.1.19. Marketing

II.1.19.1. Objetivos

Desenvolver projetos que possam ser patrocinados por empresas, a fim de promover o carnaval da escola e o desenvolvimento da comunidade.

II.1.19.2. Estrutura Departamental

As atividades de marketing são concentradas no vice-presidente e diretor de marketing, que buscam elaborar projetos sociais a serem apresentados para empresas que tenham interesse em patrociná-los. Além disso, são responsáveis por trabalhar a marca Mocidade diante do público.

II.1.19.3. Produtos

II.1.19.3.1. Desfile

O principal produto oferecido pela escola é o desfile de carnaval, quando a escola brilha na avenida mostrando o resultado de todo seu trabalho durante aquele ano. O desfile é o responsável pela maior inserção de dinheiro/receita na escola através da venda de fantasias e ingressos e o prêmio de primeiro lugar. A Mocidade está entre as seis únicas escolas de samba que estiveram presentes em todos os desfiles do grupo especial ocorridos na Marquês de Sapucaí.

O gráfico a seguir, mostra o desempenho da escola nos últimos vinte carnavais, percebe-se que desde os últimos dez anos a escola tem caído de posição no resultado dos carnavais, e quase foi rebaixada para o grupo de acesso no ano de 2006.

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Figura 14

Resultado da Mocidade nos últimos 20 anos

Primeira

Última 1986 1991 1996 2001 2006

Fonte: Gráfico desenvolvido de acordo com o histórico da Mocidade.

O enredo é o tema central que norteia todas as outras atividades da escola no carnaval, é a partir dele que será extraída a letra do samba, as fantasias, carros alegóricos, e tudo mais. Os enredos mais comuns são os que falam sobre a história ou sobre temas abstratos, porém existem também casos de enredos patrocinados. Este patrocínio é permitido e pode ser de empresas privadas e secretarias municipais e estaduais de turismo.

Alegorias e adereços são objetos que os componentes carregam durante o desfile simbolizando algo relacionado com o enredo, podem ser também os carros alegóricos que transmitem de uma forma mais explícita as partes principais do enredo.

O desfile da Mocidade sempre teve a inovação como característica, desde o tempo da bateria do mestre André que ficou reconhecida como a bateria nota 10. Vale lembrar que a famosa paradinha da bateria foi criada na Mocidade, e hoje todas as outras escolas têm a paradinha incorporada em seu samba.

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II.1.19.3.2. Fantasias

As fantasias constituem uma sub-linha de produtos do desfile e fazem o enredo ter sua evolução na avenida, algumas são mais incrementadas e outras até teatrais. No entanto, todas elas revelam a essência do enredo. Existem diversos tipos de fantasias, porém as mais comuns são: os destaques que revelam os personagens mais importantes do enredo (algumas utilizam o luxo para transmitir sua importância para o desfile); as fantasias de enredo são aquelas que vão contribuir para a evolução do enredo, porém não têm muito valor individual, em geral compõem uma ala inteira.

Destas fantasias, existem as que são de responsabilidade dos presidentes de ala, que devem ser replicadas com base no protótipo fornecido pela escola na quantidade exigida pelo carnavalesco. Para a confecção, normalmente o presidente de ala vende estas fantasias ao desfilante, ou então, em alguns casos utilizam recursos próprios para garantir que todas as fantasias estejam devidamente prontas no dia no desfile. Além disso, existem algumas fantasias que são de responsabilidade da escola, como as baianas, bateria, ala mirim, compositores, velha guarda, entre outras. Normalmente convidados (pessoas famosas e destaques dentro da comunidade) não pagam pelas fantasias, mas fazem a propaganda da escola devido à grande repercussão na mídia.

A venda de fantasias é responsável pela inserção de grande parte da receita da escola, utilizada para custear os gastos com a produção do carnaval.

II.1.19.3.3. CD com os sambas-enredos

O samba-enredo é a tradução musical do enredo, ou de parte deste, e que será trabalhada nas alegorias. É o samba-enredo que dita o ritmo da escola na avenida. A escolha do samba-enredo é o primeiro evento realizado pela escola que

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reúne um número elevado de espectadores, após ter sido escolhido começa a ser desenvolvido o CD com os sambas enredo de todas as escolas de samba. A receita da venda destes CDs é repartida entre as escolas, a gravadora e a LIESA. O valor da venda dos CDs repassado pela LIESA no ano de 2005 foi de R$ 50.000, o que representa uma ajuda de custo para a produção do carnaval.

II.1.19.3.4. Eventos

Desde a escolha do enredo até as festas de comemoração ao título, as escolas realizam vários eventos em suas quadras, barracões, e em qualquer outro lugar com capacidade para a festa (no ano passado, por exemplo, aconteceram ensaios na praia da Barra da Tijuca e na Avenida Ayrton Senna, também na Barra). Em geral, têm maior freqüência em época de carnaval.

A principal característica da maioria destes eventos é a compra por conveniência, pois o público freqüentador busca diversão sem se deslocar para regiões mais distantes. O que eles mais gostam nestes eventos é a empolgação contagiante que não pára durante toda a noite, podendo extravasar e esquecer os problemas do dia-a-dia.

Estes eventos são de grande importância para a escola pois, além de divulgar o samba e o enredo, arrecada grande quantidade de capital utilizado para custear o carnaval. No ano de 2006 a receita de eventos foi de R$ 350.000.

II.1.19.3.5. Projetos sociais

São ações promovidas pelas escolas, com ou sem patrocínio, com o objetivo de melhorar a condição de vida da comunidade e proporcionar desenvolvimento educacional, profissional, e até interpessoal. A maioria é realizada com apoio de voluntários e normalmente têm sua vida útil bem curta, pois o investimento inicial é pequeno e muitas vezes é retirado por seus patrocinadores.

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Estes projetos são considerados como produtos complementares, por não terem relação com o enredo do carnaval. Além disso, têm um mercado potencial no que se refere aos patrocínios de empresas interessadas em praticar responsabilidade social.

Nos projetos realizados pela Mocidade, nota-se uma preocupação em promover o bem estar da comunidade, fazendo-os se sentir em casa, em um ambiente familiar. Além disso, percebe-se a importância das ações solidárias de distribuir alimentos e oferecer atendimento médico gratuito, para a população carente.

II.1.19.4. Ponto

II.1.19.4.1. Quadra

A quadra tem aproximadamente 4.000 m² onde ocorrem eventos durante todo o ano. Localizada em Padre Miguel, na Rua Coronel Tamarindo número 38. É também o local onde ocorrem os projetos sociais, no conceito de distribuição do produto, bem como ponto de venda das fantasias. A região é perigosa, sem segurança, sendo um ponto negativo para muitos clientes que desistem de ir aos ensaios devido ao difícil acesso e à insegurança do local.

Na quadra não há estacionamento próprio para os freqüentadores, mas existem algumas pequenas lojas para venda de souvenirs, a lanchonete que faz sucesso nos eventos, além de um ambiente fechado com seguranças da própria escola.

II.1.19.4.2. Barracão

Recentemente inaugurado, o barracão das escolas do grupo especial ficam na Cidade do Samba. Lá cada uma tem 7.200 m² cobertos e com uma estrutura preparada para um único fim: proporcionar um melhor carnaval a cada ano que passa.

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Figura 15

Mapa da Cidade do Samba

Fonte: LIESA.

II.1.19.4.3. Centro cultural

Após a criação da Cidade do Samba, o antigo barracão passou a se chamar Centro Cultural devido o trabalho que é realizado com as crianças. São aproximadamente 2.500 m², ao lado do metrô da Praça Onze, onde atualmente é a sede da Estrelinha da Mocidade (escola mirim).

II.1.19.4.4. Sambódromo

É no sambódromo, através da Marquês de Sapucaí, onde ocorrem os desfiles. Abaixo temos uma imagem fornecida pela LIESA do local. Também é no sambódromo que ocorre a venda de ingressos para os dois dias de desfile.

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Figura 16

Estrutura do Sambódromo

Fonte: LIESA

II.1.19.5. Promoção

As formas de promoção utilizadas pela escola têm sua maior expressividade nos meses que antecedem o carnaval (período de outubro a janeiro).

Nesta época, é comum ter anúncios de jornais e revistas sobre os eventos, localidades e respectivos preços. Na televisão programas anunciam os enredos, as personalidades que irão participar dos desfiles, além de mostrar as imagens de ensaios divulgando o próprio samba enredo, fazendo os telespectadores conhecerem os temas, fantasias e a letra do samba.

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Informativos e folders também são distribuídos por diversos bairros da cidade a fim de divulgar todos os eventos que a escola promove como forma de arrecadação de dinheiro para a construção do carnaval.

A internet é outro importante meio de comunicação utilizado pela Mocidade, onde através do próprio site da escola divulgam-se os ensaios, eventos e as fantasias.

O departamento de marketing também tem o objetivo de desenvolver projetos sociais, e apresentá-los às empresas (que são consideradas clientes potenciais para patrocinarem estes projetos). Neste caso, todas as atividades relacionadas aos projetos podem ser consideradas atividades promocionais, ou seja, apresentar o projeto e divulgar a marca da empresa patrocinadora.

II.1.19.6. Preço

II.1.19.6.1. Fantasias

O preço praticado pela Mocidade é baseado na estrutura do custo de fabricação, estando de acordo com o que é praticado pelas outras escolas de samba.

Os preços das fantasias de ala variam de 350 a 600 reais, já as fantasias em carros que se dividem em duas categorias, as composições (preenchimento dos carros), têm um preço médio de R$ 2.000,00, e os destaques onde o preço da fantasia pode chegar até a R$ 50.000,00.

II.1.19.6.2. Ensaios

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O preço dos ensaios é similar aos preços praticados em casas de shows e boates da região, normalmente é cobrado R$ 30,00. Também está no mesmo nível de preço praticado pelas outras escolas. No preço não está incluso nenhum tipo de bebida ou comida.

II.1.19.6.3. Ingressos para o desfile

Os ingressos para o desfile são vendidos e administrados pela LIESA.

II.1.19.7. Sistema de informação de marketing

A Mocidade possui um sistema de informações de marketing ainda incompleto.

Nos registros internos, são armazenados arquivos de pedidos de fornecedores, de vendas, preços, custos, contas a receber e níveis de estoques, porém, muitas vezes esse sistema não é aproveitado pelo fato das informações cadastradas ficarem desatualizadas. Esta desatualização ocorre em função do sistema não ser informatizado, fazendo com que a gerência da escola não possa identificar oportunidades e problemas importantes.

Como sistema inteligência de marketing, a escola dispõe de pessoas que trabalham há muito tempo na área, isso faz com que se obtenha um grande conhecimento do mercado, garantindo assim uma vantagem competitiva. Informações de mercado são importantes, pois assim se aprende sobre os principais concorrentes, entendem-se as ameaças e conseqüentemente as vantagens do mercado, e ao coletar e disseminar informações de marketing os gerentes têm informações rígidas para apoiar sua tomada de decisão.

A Mocidade não investe em pesquisa de marketing, o que faz com que a inteligência de marketing anteriormente seja comprometida.

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A Escola não possui nenhum sistema de apoio a decisão de marketing, não coordenando os dados tão pouco interpreta informações relevantes provenientes dos negócios e do ambiente.

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III. Diagnóstico

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III.1.1. Análise setorial - Modelo das Cinco Forças da Concorrência (Porter)

Com base nas cinco forças de Porter, o grupo identificou as seguintes características:

Figura 17

Fonte: KOTLER, 2000.

Concorrência

A concorrência da Mocidade são escolas do grupo especial, que disputam o campeonato do carnaval, esta é controlada pelo regulamento estabelecido pela LIESA. As outras escolas influenciam a Mocidade quando conquistam novos torcedores, e quando trazem alguma inovação para o desfile chamando mais atenção do público.

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Escolas como a Mangueira e a Beija-Flor possuem preços mais elevados, quanto as fantasias e ingressos dos ensaios, isto é devido principalmente a tradição e à melhor visibilidade destas na mídia, acarretando conseqüentemente na maior facilidade de obter patrocínio.

Clientes

Os clientes potenciais da Mocidade (freqüentadores, desfilantes e patrocinadores) influenciam no sucesso dos eventos realizados na quadra, da mesma forma que também são responsáveis pelo sucesso da escola na avenida. Estes têm grande poder de barganha, uma vez que através da compra de fantasias, dos ingressos dos ensaios, e de investimentos em projetos e no próprio enredo da escola, estes financiam a produção do carnaval. É importante salientar que a Mocidade atualmente possui uma dívida ocasionada principalmente pela ausência de patrocínio.

Fornecedores

A importância dos fornecedores de uma escola é referente à qualidade das fantasias e das alegorias. Também é importante ressaltar que nesta época em que a escola está com dificuldades financeiras, os fornecedores são parceiros importantes para garantir o desenvolvimento de um bom carnaval. Para isso, o grêmio tem que estabelecer prazos de entrega de materiais, pois o atraso prejudicaria a fabricação das fantasias, e carros alegóricos, comprometendo assim todo o processo. Por este ponto de vista, nota-se que os fornecedores acabam tendo um poder de barganha, pois facilitam no processo de venda de materiais além de serem fundamentais no processo. Porém, por demandarem uma enorme quantidade de materiais, a Mocidade, por conseguinte acaba tendo poder de barganha sobre esses pequenos fornecedores.

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Produtos substitutos

O carnaval do Rio tem vários substitutos que já foram citados na concorrência indireta e possuem grande importância nesta análise, porque muitos foliões deixam de assistir o desfile para participar de micaretas e blocos de carnavais de outras regiões e países.

Novos entrantes no mercado

Este item tem pouca influência devido à limitação do regulamento na quantidade de escolas que vão subir do grupo de acesso para o especial. Mesmo assim, não se deve esquecer dessas escolas, pois podem trazer grandes mudanças para o desfile das principais escolas.

Com isso, é importante que a Mocidade esteja acompanhando freqüentemente as atividades que ocorrem nas outras escolas, seja do grupo especial ou de acesso, para se preparar diante do mercado. Por outro lado, não deve esquecer os outros tipos de festas que ocorrem durante o carnaval e identificar quais fatores são mais relevantes para o público, pois com isso a escola poderá agregar novas idéias em seu desfile e manter o carnaval do Rio de Janeiro como uma das maiores festividades do mundo. Além disso, a Mocidade deve estabelecer bons relacionamentos com seus fornecedores e clientes a fim de se fortalecer ainda mais e evitar a perda de mercado para seus concorrentes. Um bom desfile dependerá, além da dedicação dos membros organizadores, a qualidade do material e o cumprimento do prazo acarretando na qualidade nas fantasias e na satisfação do cliente, rendendo mais receita para a escola e dificultando entrada de substitutos.

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III.1.2. Análise de Portfólio dos Produtos da Empresa

Figura 18 Matriz BCG Projetos

ALTA

C R D E E S C M PROJETOS I E M R E C N A T D O O

DESFILE EVENTOS BAIXA ALTA % DE PARTICIPAÇÃO DE MERCADO BAIXA

Fonte: Kotler, 2004.

Com base na matriz BCG (Boston Consulting Group) o portifólio de produtos oferecidos pela escola tem a seguinte classificação:

Os produtos e serviços oferecidos pela escola citados anteriormente (item III.21.3) são classificados da seguinte forma:

Desfile (Vaca Leiteira): É o principal produto da Mocidade, já está no grupo especial há anos, e representa quase toda a receita recebida pela escola. Como já foi exposto anteriormente a concorrência direta da Mocidade são as outras escolas do grupo especial, e por ter um limite de escolas neste grupo considera-se que sua participação seja próxima à média.

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Ainda no que se refere ao desfile como produto, percebe-se que a cada ano tem-se um crescimento da receita gerada pelo carnaval como um todo, no entanto, o desfile da Mocidade Independente não tem apresentado bons resultados e inovações, tendo um crescimento abaixo de outras grandes escolas.

Normalmente seria dito que não é necessário fazer nada pelo desfile de carnaval que a escola terá lucro, porém diante do que já foi citado anteriormente percebe-se uma real necessidade de mais atenção a este item, pois é importantíssimo para todas as atividades da escola e que, no caso da Mocidade, tem perdido seu brilho conquistado no passado.

Projetos sociais (Interrogação): Os projetos sociais representam um produto oferecido há bastante tempo que sofreu algumas mudanças desde suas primeiras idealizações. Como já foi explicitado, boa parte dos projetos são promovidos por patrocínio de empresas públicas ou privadas que pretendem aumentar sua visibilidade como responsável socialmente, atualmente vê-se o aumento da quantidade de empresas interessadas nesta prática.

Apesar do crescimento na demanda, de empresas em busca de patrocinar projetos sociais, percebe-se que a Mocidade tem tido pouco relacionamento com estas empresas, e por isso sua baixa participação neste mercado. Esta falta de patrocínio evidencia um dos pontos mais fracos do carnaval da Mocidade que despendendo boa parte do lucro em projetos sociais, para crescimento da comunidade, não possui capital suficiente para desenvolvimento de novas tecnologias, fantasias e carros alegóricos, tornando-se mais fraca em relação a concorrência.

Eventos (Cachorro): Os eventos podem ocorrer na quadra e no barracão, mas também podem ser realiza dos em diversos outros lugares como: na praia, em outros países, festas particulares, etc. Apesar da diversidade, a demanda é sazonal sendo muito influenciada pela proximidade do carnaval e com isso percebe-se um baixo crescimento de mercado.

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Ainda assim muitas escolas atuam bastante neste mercado aparecendo em programas de TV, exposições em outros países, ou festas fora de época na cidade, o que não tem ocorrido com a Mocidade de Padre Miguel que se apresenta em seus ensaios e algumas vezes em locais públicos. Sendo assim os eventos são classificados na categoria “cachorro”, o que destaca a necessidade de a escola buscar acompanhar seus concorrentes e aumentar suas atividades e conseqüente visibilidade durante todo o ano.

Não há nenhum produto estrela na Mocidade.

III.1.3. Análise do Ciclo de Vida dos Produtos

Figura 19

Fonte: Kotler, 2004.

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III.1.3.1. Desfile

O desfile de carnaval da Mocidade, assim como o das outras escolas de samba, apresenta características de um produto que está na maturidade de seu ciclo de vida. Isto porque esta já conquistou a aceitação de seus clientes potenciais e seu crescimento de venda é baixo. Percebe-se que as mudanças de um ano para o outro são pouco significativas, e dificilmente há algum tipo de inovação.

Até surgir mais alguma criação entre as escolas, o desfile de carnaval estará se comportando desta forma, no estágio de maturidade constante, com um crescimento baixo podendo até mesmo entrar em declínio.

III.1.3.2. Projetos Sociais

Os projetos sociais apresentam uma característica importante a ser destacada, de que inicialmente foram idealizados pelas escolas de samba com um único intuito de promover o desenvolvimento da comunidade. No entanto, apresentou um declínio rápido devido à falta de recursos. A partir deste momento, as empresas perceberam a oportunidade de patrocinar estes projetos sociais com o intuito de melhorar a imagem como socialmente responsável. Assim apesar da baixa, os projetos sociais encontram-se na fase de crescimento.

III.1.3.3. Eventos na quadra

Os eventos que ocorrem na quadra não recebem muita atenção da escola no que se refere à busca por inovações, divulgação ou algum tipo de melhoria que aumente o numero de clientes potenciais e consequentemente a geração de receitas. Com isso, este produto se posiciona no estágio de declínio do ciclo de vida, sem ter atingido o estágio de maturidade, necessitando assim de uma reestruturação.

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III.1.4. Análise de Equilíbrio (Matriz SWOT)

Matriz SWOT Figura 20

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

IV. Falta de Profissionalismo na administração

I.Ser reconhecida como escola inovadora IV. Ùltimos resultados alcançados no Ranking

II. Tamanho da comunidade VI. Falta de planejamento e racionalização na

III. Tradição no mercado de atuação VII. Qualidade visual do desfile

VIII. Associação da escola com o

IX. Falta de Patrocínio

OPORTUNIDADES AMEAÇAS

X. Aumento do conceito de Responsabilidade Social XIII. Concorrência acirrada, com grande visibilidade por parte das empresas no cenário nacional e internacional

XIV. Falta de confiabilidade das empresas em XI. Contrução da Cidade do Samba escolas de Samba

XII. Aumento do Turismo no Rio de Janeiro

Fonte: Kotler, 2004.

III.1.4.1. Forças X Oportunidades (SO)

O fato de ser percebida como uma escola inovadora, influenciando a curiosidade das pessoas a assistirem o desfile em busca da próxima novidade, leva ao aumento do público-alvo efetivo e a geração de receita. Outro fator que acresce a

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essa possibilidade é o aumento do turismo na cidade do Rio de Janeiro, principalmente na época de carnaval.

A tradição da Mocidade no mercado de escolas de samba e o enorme volume populacional da comunidade, junto com o aumento do conceito de responsabilidade social eleva a possibilidade do interesse de empresas em patrocinar eventos sociais como forma de torna-se mais visível.

A construção da cidade do samba foi um grande facilitador para a Mocidade, tanto para a construção do carnaval como para o aumento da visão da escola como organização séria e responsável possibilitando também o aumento de investimento de empresas patrocinadoras.

III.1.4.2. Fraquezas X Oportunidade (WO)

A falta de profissionalismo da administração, de um departamento responsável por atrair empresas patrocinadoras, e os baixos resultados no ranking alcançados pela escola nos últimos anos, gera fraqueza para a Mocidade uma vez que diminuem o interesse de patrocinadores na escola.

Apesar da construção da Cidade do Samba ter facilitado o trabalho da escola na produção do desfile, a falta de planejamento e racionalização da produção, causam desperdícios e consequentemente o aumento generalizado dos custos.

III.1.4.3. Forças X Ameaças (ST)

Apesar de a Mocidade possuir grande tradição no mercado das escolas de samba, esta enfrenta uma acirrada concorrência das outras escolas do grupo especial, tanto no quesito de posicionamento no ranking quanto no investimento de empresas patrocinadoras nas outras escolas.

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Além disso, o volume demográfico da comunidade carente de Padre Miguel, encarado como fator positivo, pode representar um fator negativo uma vez que diversas empresas que associam as atividades carnavalescas ao jogo do bicho deixam de investir em projetos sociais aumentando a miséria da população, as precárias condições de vida diminuindo as expectativas de vida e oportunidades de crescimento e desenvolvimento social.

III.1.4.4. Fraquezas X Ameaças (WT)

Fatores como a falta de profissionalismo da administração, a associação da escola ao jogo do bicho, a queda do rendimento da escola nos desfiles e principalmente a acirrada concorrência de escolas com grande visibilidade social, são importantes contribuintes com a falta de interesse de empresas patrocinadoras em investir na Mocidade.

Com a falta de investimento a escola não consegue investir em projetos beneficentes à sua comunidade, investir na produção do carnaval, e com isso cada vez mais esta pode perder espaço no mercado das escolas de samba levando até mesmo ao declínio do seu ciclo de vida.

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III.1.5. Análise da cadeia de valor

Figura 21

Análise da cadeia de valor

Fonte: Kotler, 2004.

ATIVIDADES DE APOIO

Infra-Estrutura da Empresa

A Mocidade não possui nenhuma departamentalização de setores interligados, somente áreas que funcionam separadamente em suas atividades.

Apesar do organograma definido pela escola de Samba, composto por uma área de Marketing, uma de Administração, uma Financeira, um Presidente Social, um Presidente Comercial, áreas Médica e Feminina além da área de Comissão de carnaval, percebe-se que na prática a falta de profissionalismo e atuação de todos os departamentos, uma vez que diversos projetos não são realizados ou

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concretizados, há atrasos de atividades desempenhadas e desperdício de recursos e dinheiro.

É observado também que a ausência de ligação entre os diversos setores, dificulta a comunicação, aumentando a burocratização trazendo a falta de transparência organizacional prejudicando todos os processos.

Destaca-se a necessidade da departamentalização e interligação de todos os setores, como forma trazer a profissionalização da mão-de-obra além da melhoria da comunicação melhorando o desenvolvimento de todas as atividades tanto administrativas como operacionais.

Gerência de Recursos Humanos

Devido a maior parte dos funcionários da Mocidade desenvolver trabalhos temporários, período de agosto a fevereiro (temporada de produção de carros alegóricos e fantasias), a escola não possui nenhuma gerência de Recursos Humanos responsável pela seleção e desenvolvimento dos empregados. Assim a seleção é feita pelo presidente da comissão de carnaval, que dá prioridade a membros da comunidade.

A introdução de uma gerência de Recursos Humanos na escola seria de extrema importância para a profissionalização da organização como empresa, selecionando mão-de-obra qualificada e desenvolvendo as capacidades dos funcionários, trazendo a racionalização e otimização da produção.

Desenvolvimento da Tecnologia

Engenheiros especializados em grandes estruturas prestam assessoria para desenhar os carros alegóricos. Embora quase tudo ainda seja feito à mão, há cada vez mais dependência da tecnologia.

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Desde 1991, sob a influência do carnavalesco Renato Lage, responsável pela identidade high-tech da escola, esta vem investindo cada vez mais no setor de inovação, tecnologia e desenvolvimento se preocupando sempre com a segurança dos desfilantes.

Na etapa de criação dos carros, designers e operários da escola trabalham conjuntamente no projeto e analisam a viabilidade de sua construção, sendo aprovado, a próxima fase é a de construção e montagem dos carros alegóricos.

A Mocidade contrata engenheiros consultores para evitar que os carros comportem peso excessivo ou estrutura subdimensionada, o que poderia causar o rompimento e desestruturação na hora do desfile.

Anualmente as escolas de samba buscam efeitos novos, diferentes, sofisticados por isso a Mocidade mantém lâmpadas e fumaças controladas por computadores criando um maior impacto na avenida cativando os membros das escolas e torcedores.

O responsável pela área de carros alegóricos e fantasias é o Presidente da Comissão de Escola de Samba, e é ele que vai controlar os efeitos que os carnavalescos e designers quiserem implementar ao desfile, aprovando ou não uma inovação.

Aquisição

Após a definição do enredo da escola, os preparativos para a fabricação das fantasias e carros alegóricos se iniciam. Assim aquisições de materiais como: arames, tecidos (dos mais variados materiais), paetês, plumas, vidrilhos, purpurinas, gesso, madeira, isopor, espelhos, espumas, lâmpadas, papel, vidro, sisal, resinas, tintas, polias, serras e soldas, entre tantos outros, são requisitados pelo presidente da comissão de carnaval da Mocidade. Alguns materiais são reaproveitadas do carnaval anterior, diminuindo o desperdício e reduzindo custos.

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O fornecimento de matérias primas é feito por micro e pequenas empresas ligadas diretamente ao setor de carnaval, o que pode ocasionar alguns problemas como atrasos nas entregas dos materiais, escassez de mercadorias e conseqüentemente o atraso da produção da escola.

Costureiras, carnavalescos e trabalhadores que ficam na parte operacional fazem uma lista de materiais a serem comprados e o passam para o Presidente da Comissão das Escolas de Samba. Sendo aprovado os pedidos, o presidente entra em contato com a área financeira que se encarrega de tratar com os fornecedores. A equipe espera os materiais para dar continuidade na fabricação do carnaval.

Infelizmente algumas vezes, a lentidão do processo de pedidos, pagamento e aquisição de mercadoria por parte dos fornecedores, atrasa a confecção das fantasias e dos carros alegóricos atrapalhando assim todo o processo.

ATIVIDADES PRINCIPAIS

Logística Interna

Não se aplica.

Operações

O processo de produção do carnaval se inicia logo após a Quarta-feira de Cinzas com a definição do enredo, das fantasias e carros e encomenda da matéria- prima para a montagem. De modo geral, abril e maio são os meses de desmontagem dos carros e reaproveitamento de material.

De junho a setembro, inicia-se a compra dos materiais das fantasias e de contratação das costureiras para a execução das peças a partir de um protótipo. Em seguida, sapatos e malhas começam a ser customizados. Novembro é o começo do movimento nos barracões, com a contratação de pessoal e, em dezembro, os trabalhos se intensificam. O ápice dos trabalhos é entre janeiro e fevereiro, quando

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os contratados atingem seu maior número e se somam a outros que darão suporte no momento do desfile.

Apesar de haver o presidente da comissão de carnaval que é o responsável direto pelas operações, muitas vezes a falta de planejamento e um cronograma de produção acaba por dificultar o desenvolvimento e a qualidade das atividades.

Logística Externa

O conceito de logística externa se aplica no momento de transporte do carro alegórico do barracão para o Sambódromo e se trata de uma operação complicada que requer cuidados. Os membros da comunidade se arriscam muitas vezes trafegando na contramão sendo cautelosos para não danificar nenhuma estrutura do carro alegórico. O rompimento de qualquer estrutura no transporte pode prejudicar o desfile e conseqüentemente fazer com que a escola perca pontos. O transporte tem que ser especializado e por isso é utilizado guincho, caminhão, carro e moto, tudo monitorado por um equipamento de rádio (intercomunicadores) que permite que a equipe se comunique.

Marketing e Vendas

A precificação das fantasias é feita pelos presidentes das alas após a entrega dos protótipos. O preço de cada fantasia de ala varia de R$ 350 a R$ 600, enquanto que a fantasias em carros dividem-se em duas categorias: as composições (preenchimento dos carros) que tem um preço médio de R$ 2.000, e os destaques que podem chegar até a R$ 50.000. Os pontos de venda são os mais variados, normalmente localizados nos ateliês dos presidentes de ala, ou ainda feito no site da própria escola, sendo uma desvantagem uma vez que não há um ponto centralizado para as vendas, o que facilitaria a prestação de serviço ao cliente.

Como ações de marketing, a Mocidade oferece gratuitamente fantasias a pessoas de destaque na comunidade, e às celebridades sempre presentes na mídia de forma a atrair a atenção do grande público.

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Uma outra ação de marketing é a busca por patrocínios. A imagem de escolas de samba atreladas ao “jogo do bicho” dificulta o aumento de patrocínio nesse mercado, e a área de marketing da Mocidade busca passar seriedade para empresas investidoras para que se aumentem os investimentos. Atualmente não há nenhum responsável direto com essa busca por investidores, sendo um ponto negativo da empresa.

Serviço

Os serviços desenvolvidos pela Mocidade, são atualmente destinados principalmente a comunidade de Padre Miguel, compreendendo cursos de corte de cabelo; escola de instrumento; ballet; jazz; dança de salão; artesanatos entre outros que tem por finalidade contribuir com o crescimento e desenvolvimento pessoal e profissional dos membros comunitários. Contudo serviços direcionados aos restantes públicos efetivos (freqüentadores, desfilantes, patrocinadores) são inexistentes.

Assim em conclusão vê-se que todas as atividades principais e de apoio da Mocidade estão inter-relacionadas e são interdependentes, fazendo com que qualquer problema que ocorra na cadeia prejudique o resultado final.

De acordo com a cadeia de valor da Mocidade, tem que se ter uma atenção especial à infra-estrutura uma vez que a escola não possui setores bem definidos com atividades e responsabilidades especificas para cada área dificultando todo o processo de produção de carnaval. A gerência de recursos humanos também ausente no grêmio devido ao baixo número de funcionários permanentes dificulta a seleção e capacitação de mão-de-obra qualificada de forma a profissionalizar a organização aumentando a credibilidade da empresa no mercado patrocinador.

As atividades de aquisição devem ser aperfeiçoadas e o desenvolvimento de uma logística interna deve ser implementado, como forma de criar um cronograma

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de planejamento de atividades minimizando desperdícios de tempo, de custo e de material.

Melhoramentos nas estratégias de vendas e de marketing, assim como a criação de setores específicos responsáveis pela a captação de recursos para a escola, divulgação de projetos sociais, eventos de arrecadação e vendas de novos produtos criados, aumentando a visibilidade da Mocidade durante todo o ano.

O desenvolvimento de novos serviços não só a comunidade mas também à clientes freqüentadores e desfilantes ajudarão a aumentar a fidelização destes e consequentemente o aumento da geração de receita.

III.1.6. Conclusão

Com base no que foi exposto neste relatório, o grupo identificou vários itens que podem ser melhorados no que se refere à estruturação da escola como uma organização lícita mantendo sua criatividade e prestígio diante da sociedade.

Acredita-se que a partir do portfólio de produtos apresentado existem algumas ações a serem tomadas para proporcionar maior retorno para a escola, principalmente quando se refere ao produto de projetos sociais que serão trabalhados mais detalhadamente na proposta estratégica.

O grupo ressalta também que o mercado trabalhado tem características bem diferentes do que se costuma trabalhar em empresas, no entanto tem grande importância econômica e social para a sociedade. Ou seja, existe uma limitação por parte do regulamento da LIESA que impede algumas inovações para preservar essência do carnaval.

Mesmo assim, acredita-se que ainda há muito a ser feito na escola com o intuito de padronizar processos, otimizar a utilização e captação de recursos, e atender cada vez mais as necessidades de sua comunidade. Não se deve esquecer

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que o G.R.E.S. Mocidade Independente de Padre Miguel é uma instituição sem fins lucrativos e tem como principal objetivo proporcionar mais alegria para a comunidade, freqüentadores e desfilantes.

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IV. Proposta estratégica

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IV.1.1. Visão

Atual: Não há visão formalmente definida atualmente.

Proposta: Tornar-se referência do carnaval durante o ano inteiro, e ser reconhecida como uma organização sólida e confiável capaz de promover o desenvolvimento sociocultural da população carioca.

IV.1.2. Missão

Atual: Não há missão formalmente definida atualmente.

Proposta: Contribuir para o desenvolvimento cultural da sociedade carioca, não somente através de um bom carnaval, mas também intensificando o relacionamento da população com a escola durante todo o ano através de atividades sociais e de arrecadação.

IV.1.3. Valores éticos

Atual: Não existem valores oficialmente definidos pela escola, e sim a percepção de cada integrante em relação à escola e seu passado.

Proposta: Transmitir valores como pilares de uma nova estrutura da escola, se preparando para o futuro:

o Solidariedade: Desenvolver na comunidade a consciência de ser solidário com os mais carentes; o Alegria de ser brasileiro: Incentivar o fortalecimento da cultura brasileira , sendo o carnaval um dos principais elementos. o Seriedade e Profissionalismo no carnaval: Transformar a administração das escolas de samba em uma prática séria e bem estruturada, estabelecendo com isso um novo mercado de trabalhadores.

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IV.1.4. Objetivos Estratégicos

Objetivo 1: Capacitar a Mocidade com recursos que viabilizem sua recolocação como uma das principais escolas de samba do Rio de Janeiro e que possibilitem a produção de eventos sócio-culturais nos próximos quatro anos.

Objetivo 2: Intensificar as atividades sócio-culturais relacionadas ao carnaval de forma que em quatro anos tenha no mínimo uma atividade por dia na quadra ou na Cidade do Samba.

Metas

Através da captação de novos patrocínios, liquidar a dívida da escola no primeiro ano.

A partir do segundo ano promover um carnaval competitivo com as principais escolas de samba.

Subir no ranking da LIESA até o quarto ano.

No primeiro e no segundo ano, fazer parcerias que forneçam serviços sociais e cursos gratuitos trazendo benefícios à comunidade e que aumente 40% da freqüência na quadra da escola.

No terceiro e quarto ano, buscar através de patrocínios, investimentos e capacitação profissional para a criação de um centro cultural da Mocidade, onde ocorrerão atividades diariamente proporcionando a integração da sociedade com a escola.

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IV.1.5. Hipóteses Econômicas

Com base nas informações obtidas com a empresa AVANTI, seguem os principais indicadores da economia brasileira, projetadas a partir do ano de 2006.

Tabela 9

INDICADORES 2005 2006 2007 2008 2009 2010

CÂMBIO, JUROS E INFLAÇÃO

Fonte: Avanti Gestão de Recursos.

Os dados expostos influenciarão diretamente nos cenários a serem estudados posteriormente.

IV.1.6. Balanced Scored Card

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Figura 22 Promover o Se tornar referência do Estar entre as principais Temas desenvolvimento da carnaval do Rio de escolas de samba do Rio estratégicos sociedade Janeiro de Janeiro

Clientes Freqüência nas Atividades o ano Estar entre as mais atividades inteiro esportivas e preferidas do carnaval sócio-culturais

Incentivo ao turismo Participação da Necessidades da comunidade

comunidade Marca Mocidade

Investimento em estrutura Financeiro

Verba destinada às atividades culturais

Captar patrocínio

Criar controle financeiro

Estabelecer objetivos Processos Criar controle de e benefícios de cada internos ação social qualidade da produção Cronograma anual das atividades

Código de ética Estruturar modelo de gestão

Capacitar equipes para Desenvolver a integração orientações aos turistas Capacitar os principais dos funcionários e membros da colaboradores com a administração da comunidade escola

Aprendizado Desenvolver nos funcionários e colaboradores os valores éticos propostos

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IV.1.6.1.1. Perspectiva de aprendizado

Desenvolver a integração dos funcionários e colaboradores com a comunidade

Objetivo: Aproximar os funcionários colaboradores da Mocidade com a comunidade que participa das atividades sociais.

Indicador: Este objetivo será controlado através de uma meta mínima de 50% de freqüência de cada funcionário nas atividades sócio-culturais promovidas pela escola.

Desenvolver nos funcionários e colaboradores os valores propostos

Objetivo: Disseminar os valores éticos propostos à todos os novos funcionários e colaboradores.

Indicador: Cada funcionário ou colaborador ao começar suas atividades na escola deverá assistir uma palestra de ambientação, com duração de quatro horas, sobre a história da escola, seus títulos, principais enredos, e os valores éticos que devem estar presentes em seu dia-a-dia.

Capacitar os principais membros da administração da escola

Objetivo: Tornar a administração de uma escola samba um novo mercado de trabalho, capacitando o presidente, os vice-presidentes e diretores, com ferramentas que contribuam para criar um diferencial.

Em parceria com a universidade Estácio de Sá, serão oferecidos cursos semestrais na área de administração para parte da administração da escola. Indicador: O indicador deste objetivo será de no mínimo 65% de freqüência nas aulas.

Capacitar a equipe de orientação ao turista

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Objetivo: Capacitar membros da comunidade a orientar os turistas. Neste objetivo a escola irá selecionar adolescentes entre 16 e 19 anos para cursos de inglês, espanhol e turismo, desenvolvidos em parceria com a universidade Estácio de Sá.

Indicador: O indicador será a freqüência nas aulas e nota nas provas, sendo aprovados aqueles que obtiverem média 6.0 com no mínimo 75% de freqüência nas aulas.

Os alunos aprovados estarão cadastrados na escola sendo convidados para conduzir turistas na visitação da quadra, ou barracão.

IV.1.6.1.2. Processos internos

Estruturar o modelo de gestão da escola

Objetivo: Desenvolver normas e procedimentos para as atividades executadas dentro da escola, aplicar as ferramentas que são apresentadas nos cursos, e definir as responsabilidades de cada cargo ou função dentro da escola.

Indicador: Este indicador será calculado da seguinte forma: B – A – C. Sendo que: A: Quantidade de processos que não possuem normas; B: Quantidade de ferramentas implantadas na operação; C: Quantidade de cargos e funções que não têm responsabilidade e metas definidas.

Vale destacar que a administração da escola deverá manter este indicador ao menos zerado, pois sabe-se que não é viável implantar constantemente novas ferramentas de gestão.

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Código de ética

Objetivo: Padronizar e tornar público os valores éticos da escola, atuando como uma forma de contrato, que deve ser assinado ao ser contratado como funcionário ou voluntário.

Indicador: O indicador deste objetivo é o percentual de funcionários e colaboradores que aderirem ao código ética apresentado. Apesar da escola não poder obrigar o voluntário a assinar este código, aquele que não assinar não poderá participar de atividades diretamente relacionadas ao carnaval.

Controle de qualidade da produção do carnaval

Objetivo: Identificar todas atividades que ocorrem durante a preparação do carnaval, atribuir custos, prazos e responsáveis pela execução. A análise PERT é aconselhada neste caso.

Indicador: Este indicador será a soma do tempo de atraso com a variação do custo previsto em cada atividade.

Cronograma anual das atividades

Objetivo: Busca facilitar a administração da escola durante o ano inteiro, contribuindo para uma melhor apresentação aos possíveis patrocinadores.

Indicador: Neste caso o responsável por cada área da escola deverá apresentar em até 45 dias após o desfile das campeãs, o cronograma de sua área para o próximo carnaval. O indicador será o tempo de entrega deste relatório, sendo valor nulo aquele que apresentar dentro do prazo estipulado, ou seja, a escola deve buscar ter este indicador zerado.

Estabelecer objetivos e benefícios para cada ação sócio-cultural

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Objetivo: Possibilitar melhor avaliação dos projetos sócio-culturais apresentados aos diretores, com o objetivo de viabilizar a busca de patrocínio.

Indicador: Este indicador será a soma da quantidade de projetos sociais aprovados pelos diretores.

IV.1.6.1.3. Financeiro

Captar patrocínio

Objetivo: Proporcionar maior investimento em todas atividades da escola, seja na produção do carnaval, em projetos sociais e atividades culturais.

Indicador: Este indicador será o valor investido por empresas que estejam patrocinando a escola em alguma destas atividades.

Criar controle financeiro

Objetivo: Estabelecer uma regra de alçada de pagamento para os diretores, vice-presidentes e presidente, dificultando com isso a possibilidade de desvio de verba não autorizada. Além disso, todo pagamento deverá conter no mínimo duas assinaturas, conforme quadro a seguir:

Tabela 10

CARGOS VALOR LIMITE DE PAGAMENTO

PRESIDENTE + 1 VICE- Acima de R$ 100.000,00 PRESIDENTE 2 VICE-PRESIDENTES R$ 100.000,00

1 VICE-PRESIDENTE + 1 R$ 50.000,00 DIRETOR Fonte: Valor estabelecido pelo grupo.

Indicador: Este indicador será calculado de acordo com a quantidade de pagamentos identificados com alçada não permitida.

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Verba destinada às atividades sócio-culturais

Objetivo: Garantir que um percentual mínimo da verba da escola seja destinado às atividades sócio-culturais, buscando não somente o desenvolvimento da sociedade mas também fazer com que a Mocidade se torne um principais pontos de referência do carnaval carioca.

Indicador: Este indicador é o percentual de investimento da verba da escola nas atividades sócio-culturais. É importante definir um percentual mínimo de 20%, para evitar estas atividades sejam suspensas por falta de verba.

Investimento em estrutura

Objetivo: Preparar o espaço físico da quadra com uma estrutura capaz de atender às necessidades de turistas, comportar grandes eventos com segurança, e proporcionar melhores condições de trabalho aos funcionários e colaboradores.

Indicador: Este indicador é o percentual de investimento em estrutura, em relação ao custo total da escola. Neste item serão considerados investimentos em estrutura reformas ou obras na quadra com o objetivo de melhorar o ambiente.

IV.1.6.1.4. Clientes

Trabalhar melhor a marca Mocidade

Objetivo: Tornar a Mocidade uma marca presente no dia-a-dia da população carioca, destacando-se como um grande agente de desenvolvimento sócio- cultural, e não somente uma escola de samba.

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Indicador: Este objetivo será avaliado através da quantidade de campanhas publicitárias durante o ano, envolvendo a Mocidade.

Identificar as necessidades da comunidade

Objetivo: Identificar quais as necessidades da comunidade, para possibilitar a elaboração de novos projetos sociais, e com isso torná-los mais eficientes.

Indicador: Este indicador será uma média ponderada da quantidade de pesquisas realizadas durante os projetos sociais, multiplicados pela avaliação da comunidade que estiver sendo atendida.

Freqüência nas atividades sociais

Objetivo: Avaliar e acompanhar a freqüência da comunidade, principalmente os adolescentes e crianças, nas atividades esportivas e sócio-culturais. Com isso, contribuir para o desenvolvimento da sociedade e para a maior circulação de pessoas na quadra da escola.

Indicador: Este indicador será a freqüência das atividades realizadas na quadra.

Participação da comunidade

Objetivo: Buscar maior participação da comunidade no desenvolvimento da escola, na escolha de sambas e enredos, e de todas as outras atividades também.

Indicador: Este indicador será uma lista de presença nas atividades sócio- culturais e eventos, como ensaios e shows na quadra.

Ter atividades realizadas na quadra durante todo o ano

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Objetivo: Com base na maioria dos objetivos citados anteriormente, pretende- se ter atividades na quadra durante todo o ano.

Indicador: Este indicador é a quantidade de dias no ano que tem ao menos uma atividade na quadra, divido por 365 dias. O resultado será a proporção de dias que a escola está tendo alguma atividade, sendo que o objetivo de longo prazo da escola ter este indicador no valor 1, que indicará que todos os dias têm atividades na quadra.

Incentivo ao turismo

Objetivo: Incentivar o turismo internacional e interestadual, através de parcerias com agências de turismos, instituições de ensino, clubes e também com a rede hoteleira da cidade.

Indicador: Este índice é a quantidade de visitantes que a escola tiver durante o ano através destas ações.

Estar entre as escolas de samba mais preferidas do Rio de Janeiro

Objetivo: Voltar a ser uma das principais escolas de samba do carnaval carioca. Indicador: Para este indicador serão utilizadas as pesquisas que já são realizadas atualmente pelas empresas de comunicação em massa, rádio e televisão.

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IV.1.7. Cenários

IV.1.7.1. Turismo

Figura 23

Desembarques de passageiros em vôos domésticos no aeroporto do Galeão

Fonte: EMBRATUR

O gráfico mostra que o número de passageiros domésticos no período de janeiro a junho do ano de 2006 cresceu significativamente comparado com os valores de 2005. Este fato pode ser devido principalmente ao barateamento dos custos de passagens aéreas como forma de incentivo ao turismo doméstico.

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Figura 24

Desembarques de passageiros em vôos internacionais no Aeroporto do Galeão

Fonte: EMBRATUR

Os dados acima mostram que o número de passageiros estrangeiros no Rio de Janeiro no ano de 2006 decresceu cerca de 9% em relação à 2005. Soma à essa estatística o aumento da violência urbana na cidade carioca. Nos gráficos abaixo percebe-se a distribuição dos turistas nacionais e estrangeiros, o que pode ser utilizado para direcionar melhor a comunicação da escola com a população.

Tabela 11

Ranking dos turistas nacionais no Rio em 2005

Nº Estado Participação 1 Rio de Janeiro 39,10% 2 São Paulo 26,10% 3 Minas Gerais 17,50% 4 Espirito Santo 2,60% 5 Bahia 2,40% 6 Paraná 2,30% 7 2,00% 8 Santa Catarina 1,50% 9 Pernambuco 1,30% 10 Distrito Federal 1,30% Fonte: Fipe/ EMBRATUR

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Tabela 12

Ranking dos turistas estrangeiros no Rio em 2005

Nº Estado Participação 1 Rio de Janeiro 39,10% 2 São Paulo 26,10% 3 Minas Gerais 17,50% 4 Espirito Santo 2,60% 5 Bahia 2,40% 6 Paraná 2,30% 7 Rio Grande do Sul 2,00% 8 Santa Catarina 1,50% 9 Pernambuco 1,30% 10 Distrito Federal 1,30%

Fonte: EMBRATUR

De acordo com os rankings acima pode-se ver que a procura dos turistas domésticos e estrangeiros pela capital do Rio de Janeiro é maior comparativamente com os outros estados do Brasil. Principalmente em festividades como Reveillon e carnaval.

Projeção

De acordo com as informações obtidas com a EMBRATUR e RioTur o número de turistas está crescendo, principalmente através de embarcações náuticas, o que contribuirá para o crescimento das atividades relacionadas com o carnaval devido a proximidade do porto com a Cidade do Samba.

É importante focar nos turistas que vêm para o Rio de Janeiro com cruzeiros. Segundo dados da ACRJ (Associação de Comércio do Rio de Janeiro), o perfil dos passageiros que viajam em cruzeiros para o Rio é de pessoas com mais de 40 anos, elevado poder aquisitivo, e que buscam agilidade, segurança e conforto. Com pouco tempo na cidade, os turistas tentam aproveitar para conhecer o máximo possível de cada lugar dando prioridade para as culturas locais. Talvez por isso, as estatísticas mostrem que 75% dos passageiros de um cruzeiro marítimo retornam

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posteriormente aos locais que mais gostaram por via aérea e, em geral, levando consigo boa parte da família.

Segundo o gráfico abaixo podemos acompanhar o crescimento de turistas que desembarcam na cidade, valendo a pena ressaltar que a relação entre passageiro e tripulante é aproximadamente de 3 para 1, ou seja, temos 35% a mais de potenciais turistas em cada navio que aporta na Cidade e que o cálculo da estimativa de movimentação de passageiros para 2006/2007 gira em torno de 30% de crescimento.

Figura 25 Evolução dos Turistas no Porto do Rio de Janeiro

400000

350000

300000

250000 Passageiros 200000 Tripulantes Potenciais Turistas 150000

100000

50000

0 2003/2004 2004/2005 2005/2006 2006/2007 Anos

Fonte: Riotur

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IV.1.7.2. Demográfico

Tabela 13

Dados Demográficos da comunidade de Padre Miguel (AP5)

Grupos de Idade Número de Habitantes < de 1 ano 1 021 1 ano 1 042 2 anos 1 028 3 anos 1 030 4 anos 1 068 5 anos 1 069 6 anos 1 068 7 anos 1 027 8 anos 1 021 9 anos 978 10 anos 956 11 anos 1 044 12 anos 1 027 13 anos 1 009 14 anos 1 041 15 anos 1 156 16 e 17 anos 2 347 18 e 19 anos 2 670 20 a 24 anos 5 687 25 a 29 anos 5 076 30 a 34 anos 4 784 35 a 39 anos 4 954 40 a 49 anos 9 285 50 a 59 anos 6 060 60 a 64 anos 2 155 65 a 69 anos 1 786 70 a 74 anos 1 492 75 a 79 anos 996 80 anos ou mais 877 TOTAL 64 754

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Censo Demográfico 2000.

Segundo a tabela a comunidade de Padre Miguel é composta em sua maioria por indivíduos (homens e mulheres) com idades entre 40 a 49 anos, sendo 6.060 habitantes o que corresponde aproximadamente 9,4% da população total.

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Figura 26

Distribuição da população do município do Rio de Janeiro por áreas de planejamento

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40 AP1 – Portuária, Centro, Rio Comprido, São Cristóvão, 35 Paquetá, Santa Tereza. AP2 – Botafogo, Copacabana, 30 Lagoa, Tijuca, Vila Isabel, Rocinha. AP3 – Ramos, Penha, Inhaúma, 25 Méier, Irajá, Madureira, Ilha do Governados, Anchieta, Pavuna, 20 Jacarezinho, Complexo do Alemão, Maré. 15 AP4 – Jacarepaguá, Barra da Tijuca, Cidade de Deus. AP5 – Bangu, Campo Grande, 10 Santa Cruz, Guaratiba, Realengo. 5

0 AP1 AP2 AP3 AP4 AP5

Fonte: IBGE/Censo Demográfico de 2000.

A Zona Oeste da cidade forma a AP5, onde predominam os setores populares. É a segunda área mais populosa da cidade, com 1.556 mil habitantes (26,6% do total). A região apresenta a mesma tendência de crescimento populacional observado na Barra da Tijuca, mas sua população apresenta nível de renda bastante inferior ao apresentado na área litorânea.

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Tabela 14

Distribuição da População por grupos etários, observada e projetada segundo hipótese Município do Rio de Janeiro.

Grupos Etários 2000 2005 2010 2015 2020 0-5 447.395 417.649 416.241 417.670 420.895 0-14 876.251 846.427 814.427 791.815 796.388 15-60 3.782.434 3.819.798 3.838.711 3.864.629 3.886.188 60 + 751.822 810.475 900.894 1.011.420 1.131.037 Total 5.857.902 5.894.349 5.970.273 6.085.534 6.234.508 Fonte: Dados Brutos IBGE/ Censos Demográficos 1960,1991 e 2000, Ministério da Saúde (SIM).

Projeção

De acordo com perspectivas apontadas para a população carioca haverá baixo crescimento populacional. A taxa de crescimento projetada para o período 2000-2020 não deverá ultrapassar os 0,2%. Variações na fecundidade e nas taxas de migração desempenharão um papel importante na dinâmica dessa população, assim como os efeitos de migração.

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IV.1.7.3. Educação

Tabela 15 Taxa de Analfabetismo nas regiões Administrativas do Rio de Janeiro.

1991 2000 Região Administrativa Taxa (%) Ordem Taxa (%) Ordem Cidade do Rio de Janeiro 6,1 4,4 Copacabana 2,5 1º 1,5 1º Botafogo 2,8 2º 1,6 2º Lagoa (s/Rocinha) 3,3 3º 1,9 3º Vila Isabel 3,4 4º 2,4 5º Tijuca 3,5 5º 2,2 4º Centro 3,9 6º 3,1 8º Méier 4,1 7º 3 7º Irajá 4,5 8º 2,8 6º Madureira 4,9 9º 3,4 9º Anchieta 5,5 10º 3,9 11º Ilha do Governador 5,7 11º 4,3 14º Santa Teresa 5,8 12º 4 13º Penha 6,2 13º 4,7 17º Inhauma (s/ Jacarezinho) 6,4 14º 3,6 10º Jacarepaguá (s/ C. Deus) 6,4 15º 5 20º Cidade de Deus 6,7 16º 6,6 23º Rio Comprido 6,8 17º 4,6 16º Ramos (s/Maré e s/Alemão) 6,8 18º 4,6 15º Bangu (inclui Realengo) 6,9 19º 4,7 18º Barra da Tijuca 6,9 20º 3,9 12º Campo Grande 7,5 21º 4,9 19º Pavuna 8,1 22º 5,7 22º Paquetá 8,1 23º 6,9 24º São Cristóvão 8,3 24º 5,2 21º Santa Cruz 9,3 25º 6,7 24º Portuária 11,5 26º 8,5 26º Guaratiba 12,5 27º 9,7 28º Jacarezinho 13,1 28º 9,6 27º Alemão 14,8 29º 12,5 30º Maré 16,7 30º 11,4 29º Rocinha 18,1 31º 13,1 31º

Fonte: IBGE. Censos demográficos de 1991 e 2000 Cálculos e compatibilização das bases geográficas: IPP/DIG/GSD

As cinco melhores regiões em 1991 são as mesmas de 2000 e constituem a chamada Área de Planejamento 2 (AP 2): Copacabana, Botafogo, Lagoa, Tijuca e Vila Isabel. A grande exceção é a sexta Região Administrativa a integrar a AP2, a Rocinha. Esta RA, formada pela área favelada de mesmo nome, estava em 1991 e permanece em 2000, em último lugar no ranking carioca, com a mais alta taxa de analfabetismo.

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As cinco piores colocadas em 2000 são também as mesmas regiões que, em 1991, estavam em tal situação: as RA’s onde predominam favelas (Rocinha, Maré, Alemão e Jacarezinho) e Guaratiba na Zona Oeste.

A Área de Planejamento 5 composta por Bangu, Senador Camará, Realengo e Padre Miguel está em 18º lugar subindo uma posição em relação a colocação no ano de 1991. O que mostra ainda um grande nível de analfabetismo na região. No entanto a diminuição deste índice mostra-se progressiva reduzindo a cada ano, sendo um fator positivo para a região.

IV.1.7.4. Político

Os baixos índices de crescimento, de investimentos e na ingerência dos deveres do Estado indicam o provável resultado insatisfatório a todos que dependem do rumo que o país deverá ter num próximo mandato. Aos trabalhadores, menos oportunidades e empregos. Aos empregadores insegurança de expansão em suas empresas e negócios. O descrédito do povo na seriedade e competência dos seus governantes.

A banalização dos escândalos envolvendo políticos ligados ao PT e ao Governo Lula mostrou a consolidação da impunidade, e da corrupção envolvendo membros da aliança partidária se alastre. Porém, por outro lado, haverá uma vigilância partidária da oposição que estará atenta para qualquer acontecimento político envolvendo os membros do Partido dos Trabalhadores.

Dificuldade em equilibrar o consumo entre o mercado interno e crescimento nas exportações é um fator que contribui para a desvalorização do Real comprometendo cada vez mais as exportações de produtos brasileiros.

Em função do insucesso de candidatos do PT nas eleições, o governo terá dificuldade em aprovar projetos na Câmara dos Deputados e Senado, sendo prejudicado por interesses opostos aos do governo.

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IV.1.7.5. Econômico

Com relação à economia do país acredita-se que o Brasil está demonstrando alguns sinais de redução da taxa de juros e um possível crescimento sustentável, principalmente no que se refere a percepção dos investidores, pois uma vez que o balanço de pagamento tem apresentado bons resultados o Brasil começa a ser percebido como uma boa opção.

Vale destacar que a situação do mercado internacional pode influenciar no desenvolvimento econômico do Brasil, pois numa visão geral os juros de todo o mundo está subindo principalmente por conseqüência do aparecimento de países como a China como uma economia alternativa à norte-americana.

Com base nisso, se a economia do país estiver bem e a inflação sob controle cria-se um cenário favorável para um aumento no turismo, principalmente em época de carnaval. Além disso, quanto ao aumento dos investimentos estrangeiros no Brasil, caso realmente aconteça, pode contribuir para o aumento de patrocínio às escolas de samba, por estar diretamente relacionados com o tema “responsabilidade social” que está em alta no momento.

IV.1.7.6. Impactos dos Cenários para a Mocidade

De acordo com todos os cenários (econômicos, políticos, sociocultural, turismo e demográfico) reais e as projeções, podem-se formular três impactos para a Mocidade, um pessimista, o mais provável e um otimista.

IV.1.7.7. Cenário otimista

Através da análise da distribuição da população do Rio de Janeiro, percebe- se que a Área de planejamento 5 (composta pelos municípios de Realengo, Padre

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Miguel, Senador Camará e Bangu) é a segunda mais populosa da cidade, sendo a comunidade de Padre Miguel composta por 64.754 pessoas. E em sua projeção de crescimento dados registram um baixo crescimento populacional até o ano de 2020. Assim, conclui-se que se o crescimento da população corresponder abaixo das expectativas projetadas de 0,2% num prazo de quinze anos, todas as necessidades (saúde, educação, segurança, emprego) da população serão atendidas, diminuindo a miséria contribuindo com o desenvolvimento social. Com isso a Mocidade será favorecida pela estabilidade da população sendo mais fácil a obtenção de resultados positivos com projetos sociais.

Com base registros da EMBRATUR, percebe-se que o turismo doméstico no Rio de Janeiro tem aumentado significativamente, enquanto que o internacional obteve um decréscimo no ano de 2006. Esses fatos são explicados principalmente pela a baixa de passagens aéreas nacionais e o aumento da violência na cidade sendo passada para paises estrangeiros. De acordo com esses fatos se ocorrer um crescimento generalizado de turistas domésticos e estrangeiros na cidade do Rio de Janeiro, haverá um acréscimo nas receitas da Mocidade, obtidas em vendas de fantasias, ensaios e camarotes da Sapucaí.

Uma maior queda da taxa de analfabetismo contribuirá para o aumento de instrução da população de Padre Miguel e um conseqüente aumento de mão de obra qualificada, além do desenvolvimento da comunidade.

Aprofundar a redução da taxa de juros, aproximando-a das praticada nos países em desenvolvimento. Essa redução permitiria ao país elevar dos atuais 20% para 25% a taxa interna de investimentos no setor produtivo e aumentaria a credibilidade política favorecendo diretamente a Mocidade uma vez que patrocínios viabilizam o desenvolvimento de seus projetos. No carnaval, diante das mudanças proporcionadas por este planejamento a Mocidade estará entre as primeiras colocadas nos próximos anos, com grandes chances de ser campeã do grupo especial.

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IV.1.7.8. Cenário mais provável

Com o baixo crescimento será mais fácil atender a toda população obtendo assim maiores resultados com os projetos sociais, contudo devido ao baixo nível econômico observado nesta região, o desenvolvimento populacional será de pouca expressividade.

Com a décima sétima colocação no ranking de analfabetismo nas Regiões Administrativas do Rio de Janeiro, a Comunidade de Bangu e Padre Miguel a comunidade terá que investir ainda mais na educação, o que implicará para a Mocidade grande necessidade de investir em projetos sociais.

Diante da dificuldade em equilibrar o consumo entre o mercado interno e o crescimento nas exportações, o Real pode se desvalorizar fazendo com que o turismo estrangeiro seja alavancado.

Vale destacar que além destas projeções, a criação da Cidade do Samba é outro fator que contribui para a criação de um ambiente favorável aos investimentos em escolas de samba, e projetos sociais, devido à melhor estrutura em receber os visitantes. Em relação ao carnaval, o mais provável é que ao aplicar o planejamento proposto, a Mocidade melhore seus resultados gradualmente apartir do ano de 2007, e ser a campeã do grupo especial.

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IV.1.7.9. Cenário Pessimista

Caso ocorra uma explosão populacional em Padre Miguel, problemas trazidos pela superlotação tendem a aumentar, como a marginalidade, as condições sub humanas de vida, a miséria, fome falta de infra-estrutura, aumentando com isso a ineficiência de projetos sociais feitos pelo grêmio assim como a instabilidade social.

Com o aumento da violência na cidade do Rio de Janeiro e o encarecimento das passagens aéreas de companhias nacionais, poderá se observar uma queda agressiva do turismo doméstico e estrangeiro, trazendo a diminuição de receitas da Mocidade e sua visibilidade no exterior.

Caso ocorra um grande aumento do analfabetismo na região de Padre Miguel, podemos observar a queda do desenvolvimento e crescimento populacional, o que para a Mocidade torna-se um fator negativo, pois esta terá que investir muito mais na sua comunidade além tornar-se mal vista diante dos demais municípios.

Desvalorização da moeda nacional, afetando diretamente as empresas que ao tentarem fugir da crise, reduzem sua produtividade, contribuem para o aumento da taxa de desemprego e reduzem investimentos e patrocínios. Portanto, em momentos de alta de inflação, a Mocidade Independente, entre muitas outras empresas, se prejudica por receber menos verba de seus patrocinadores ou até mesmo por ter seus contratos de patrocínio rompido.

Além disso, no cenário pessimista a Mocidade é rebaixada para o grupo de acesso em 2007 ou 2008 devido às diversas dificuldades em se reestruturar. Com isso, a escola não será uma boa escolha para investimentos em patrocínio, dificultando ainda mais sua recuperação.

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IV.1.8. Plano de Marketing

IV.1.8.1. Produto

IV.1.8.1.1. Características

A Mocidade não dispõe de muitos produtos, se restringindo à venda de fantasias e o desfile. Um dos objetivos do departamento de marketing é aumentar a quantidade de produtos e serviços da escola, buscando parcerias com outras empresas para patrocinar seus projetos sociais e de arrecadação.

IV.1.8.1.2. Benefícios

Com a criação desses novos produtos, a Mocidade aumentará sua receita, e mudará sua imagem perante as empresas patrocinadoras, alavancando com isso o investimento na escola.

Com uma agenda permanente na quadra e no barracão, a escola possa atrair novos freqüentadores, ser mais respeitada socialmente e melhorar a qualidade de vida das pessoas da comunidade.

IV.1.8.1.3. Marca

Atualmente o grande problema da escola é a falta de patrocínio, o que faz com que a Mocidade promova eventos, fantasias e até mesmo um desfile de qualidade inferior em relação às principais escolas de samba do grupo especial.

Serão criados novos produtos e serviços para agregar a marca atual da escola, porém não será criada nenhuma marca complementar.

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Para que a marca Mocidade seja melhor vista por investidores, é necessário haver maior seriedade e profissionalismo da administração nos processos e projetos que visem a preocupação pelo desenvolvimento social da comunidade.

Em função disso, é imprescindível que inicialmente se estabeleçam parcerias e que as pessoas sejam mobilizadas para auxiliar no trabalho voluntário que ocorrerá na escola.

IV.1.8.1.4. Qualidade

Com a criação do Ateliê da Mocidade as fantasias e alegorias terão um maior monitoramento nas fases de produção e conseqüentemente um melhor resultado final.

Para uma melhor qualidade dos eventos que serão desenvolvidos, a escola criará um departamento de eventos que será responsável por todas as etapas evitando assim possíveis falhas e minimizando o risco de insucesso dos mesmos.

IV.1.8.1.5. Bens e serviços facilitadores e de suporte

Para auxiliar no processo de captação de novos investimentos, parcerias e voluntários, a escola criará a Mocidade Voluntária que facilitará o desenvolvimento de projetos Ler Para Crer, Mocidade Infantil e Mocidade Olímpica.

Parcerias com a Universidade Estácio de Sá, Centro de Dança Jaime Arôxa, Osklen e Vênus Turística darão suporte aos outros produtos da escola.

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IV.1.8.1.6. Necessidades Regionais

Os projetos sociais que ocorrerão na quadra da escola atenderão as necessidades da comunidade e das regiões próximas. A Mocidade auxiliará na diminuição do analfabetismo local, redução de jovens na marginalidade e no desenvolvimento sócio-cultural de todos os membros envolvidos em tais projetos.

Os ensaios realizados em São Conrado terão o planejamento e a estrutura diferenciados dos ensaios realizados na quadra em função do público freqüentador não ser o mesmo. Este público tem outras necessidades como diferente decoração, equipamentos de som, um cardápio mais amplo de bebidas, entre outros.

IV.1.8.1.7. Novos produtos

IV.1.8.1.7.1. Ação Social

Buscar uma parceria com a Universidade Estácio de Sá é uma alternativa de apoio dos estudantes em serviços gratuitos oferecidos aos membros da Mocidade e comunidades próximas. Esta parceria seria feita com estudantes de campus próximo à comunidade, como por exemplo, o campus Bangu, o que facilitaria o deslocamento destes.

Esse modelo de parceria já é realizado pela Mangueira (junto à Universidade Castelo Branco) e tem dado certo na escola concorrente por fazer com que haja uma interação dos estudantes com a comunidade local. Com isso a universidade é percebida como uma empresa socialmente responsável tem sua imagem bem vista e a escola de samba é a maior beneficiada.

A idéia é aplicar um modelo similar ao exercido pela Mangueira, porém desenvolver essa parceria fazendo com que ocorra uma maior interdependência entre a universidade e a Mocidade.

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A Estácio de Sá vem se inserindo anualmente no setor, buscando criar um espaço oficial para o estudo do carnaval com a realização do Congresso Nacional de carnaval. Além disso, a universidade começou a oferecer em seu Instituto Politécnico Universitário, um Curso de Samba, a fim de estimular o desenvolvimento de competências artísticas e científicas, envolvendo o pensamento reflexivo na área.

Essa parceria fará com que a universidade forneça estagiários para a prestação de serviços à comunidade: assessoria jurídica; encaminhamento para novos empregos e cursos de capacitação profissional; obtenção de documentos junto aos cartórios; melhoria na utilização dos recursos disponíveis na comunidade, desenvolvimento de atividades esportivas, recreativas e culturais; e atendimento às crianças, adolescentes, portadores de deficiência, terceira idade e atletas.

As atividades esportivas ocorrerão de duas a três vezes (dependendo da atividade) por semana na quadra da escola e serão conduzidas pelos alunos e professores dos cursos de Educação Física e de Fisioterapia da Estácio de Sá. Haverá um rodízio entre os alunos que serão avaliados por seus professores diariamente, fazendo com que haja um maior comprometimento dos alunos e conseqüentemente o sucesso da parceria.

Os alunos de Direito estarão presentes na quadra duas vezes por semana e prestarão serviços de assessoria jurídica à comunidade, os alunos de moda e desenho industrial auxiliarão no Ateliê da Mocidade e os alunos de pedagogia e psicologia contribuirão na Mocidade Infantil.

Um dos objetivos mais importantes é reduzir o envolvimento dos jovens da comunidade com as drogas e a marginalidade. Através de atividades esportivas e culturais como fio condutor, atrair os jovens, afastando-os da situação de risco à qual estão ou estariam permanentemente expostos, caso não lhes fossem oferecidas tais alternativas. Além disso, conscientizar os estudantes da Universidade Estácio de Sá da importância do trabalho voluntário.

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IV.1.8.1.7.2. Ateliê da Mocidade

Através dessa parceria, criar o Ateliê da Mocidade, de modo que os estudantes de moda e desenho industrial, monitorados pelos professores, possam fazer trabalhos junto à comunidade. Essa integração permitirá que todos os envolvidos no projeto possam aperfeiçoar e opinar na escolha das alegorias e adereços do desfile da Mocidade.

Com isso criar um programa de artes visando estimular o reaproveitamento de materiais reciclados tanto de desfiles anteriores, como de materiais de uso cotidiano (latas de refrigerante, plásticos, isopor...) diminuindo os custos do desfile e conscientizando a população da importância da reciclagem.

Essa oficina de arte fará com que se desenvolva a criatividade, o intelecto e as capacidades de improvisação do grupo, além de favorecer indiretamente à escola com inovações para o desfile.

IV.1.8.1.7.3. Mocidade Voluntária

Como já foi citado anteriormente, o objetivo da Mocidade Voluntária é estimular o serviço voluntário, pois esse programa visa a captação e cadastro de voluntários, fazendo com que haja uma grade horária para prestação de serviços aos membros da comunidade. A partir desse projeto, serão alocadas pessoas para os projetos Ler Para Crer, Mocidade Infantil e Mocidade Olímpica (a serem vistos nos próximos tópicos).

A Mocidade Voluntária é composto por pessoas físicas e jurídicas, sendo que o cadastro de pessoa física servirá para seleção de mão de obra para os projetos sociais e as empresas com investimentos para sua realização.

O cadastro do voluntariado consiste em dizer qual o tempo disponível, em que atividades o voluntário pode ser útil à comunidade, informando o telefone para que a escola possa contatá-lo o mais rápido possível.

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Empresas que investirem na Mocidade Voluntária terão sua marca exposta na quadra, no site e no Ônibus do Samba, variando de tamanho com o valor do investimento. Com isso a empresa patrocinadora receberá crédito por tal investimento além de aumentar sua publicidade.

A escola buscará a divulgação em rádios (98 FM, FM O Dia e Mania FM), entre os membros da comunidade e no site da Mocidade para que se possa aumentar o número de cadastrados.

IV.1.8.1.7.4. Ler Para Crer

Criar um projeto de alfabetização solidária (com voluntários captados pelo Mocidade Voluntária) a fim de diminuir o analfabetismo de adultos da comunidade e através disso, aumentar o desenvolvimento sócio- cultural dos membros locais.

IV.1.8.1.7.5. Mocidade Infantil

Montar um espaço na quadra, aberto de segunda à sexta, destinado à crianças de 0 a 4 anos, para que os pais da comunidade possam deixar seus filhos sob os cuidados da equipe pedagógica compostas por voluntários.

Sua capacidade total é de 50 crianças que serão divididas em duas turmas de acordo com suas idades e para que assim seja dado o acompanhamento pedagógico adequado para cada etapa da criança.

Será oferecido no local alimentação, apoio pedagógico, psicológico e médico. Vale salientar que a maioria das pessoas que trabalharão profissionalmente (sem ser voluntário ou sem ser estudantes da Estácio de Sá), nos projetos da Mocidade serão pessoas da própria comunidade, o que acarretará em uma importante oportunidade de emprego para os moradores locais.

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IV.1.8.1.7.6. Mocidade Olímpica

Com a verba captada pela Mocidade Voluntária, criar um programa de ginástica olímpica que realizará o trabalho de fortalecimento da auto-estima, auto- conhecimento do corpo promovendo a inclusão social de crianças que não podem pagar para freqüentar um clube de ginástica olímpica. Gratuitas, as aulas beneficiarão principalmente as famílias de baixa renda.

Professores e estudantes da Estácio de Sá, todos pertencentes aos cursos de Educação Física e Fisioterapia, estimularão seus alunos com brincadeiras divertidas, avaliando a coordenação motora, força e flexibilidade treinando-os para competições.

A idade ideal para iniciar os treinamentos é entre seis e oito anos, no caso dos meninos, e de cinco à sete, no caso das meninas. É nessa fase que a parte motora pode ser trabalhada para atingir a força e a flexibilidade que os futuros ginastas vão precisar. Todas as crianças serão divididas em grupos de acordo com o gênero e o nível de aptidão.

As aulas ocorrerão duas vezes por semana, porém, as crianças que se destacarem passarão por um treinamento mais forte e freqüente.

IV.1.8.1.7.7. Site

Disponibilizar todas as fantasias no site da escola com fotos de diferentes ângulos, preços, informações dos materiais utilizados para a produção e local de exposição no desfile, para que os desfilantes possam obter total esclarecimento relacionado à fantasia, facilitando a escolha.

Oferecer uma seção no site para que os clientes possam ter uma visão das posições dos camarotes disponíveis, reservá-los e fazer a compra dos ingressos via internet pelo próprio site. Isso diminuirá as filas para a compra da entrada da quadra além de aumentar a visitação ao site.

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Através do projeto Mocidade Voluntária, fazer uma sessão no site para que empresas e pessoas físicas possam se cadastrar a fim de fazer doações à escola e se disponibilizar a trabalhos voluntários. Exibir o logotipo das empresas parceiras (participantes da Mocidade Voluntária) no site.

IV.1.8.1.7.8. Clube de Associados da Mocidade

Como aumentar a fidelização dos clientes e captação de recursos pretende-se criar o Clube de Associados da Mocidade. Esse projeto consiste em cadastrar clientes que através do site da escola que pegarão uma tarifa mensal de R$ 10,00 e terão benefícios diferenciados.

Os associados receberão o jornal informativo via e-mail com todos os eventos ocorridos dentro e fora da quadra, atividades culturais e esportivas, além de receberem brindes e descontos de 10% em todos os eventos produzidos pela escola. Esses clientes teriam acesso à quadra (nos dias de ensaio) pela entrada vip, livres do incômodo das filas.

O fundo captado por esses clientes será aplicado na escola e revertidos para melhorar ainda mais os serviços ofertados pela Mocidade.

IV.1.8.1.7.9. Feijoada da Mocidade

Promover a realização de uma feijoada trimestral no último sábado do mês no hotel InterContinental, em São Conrado. Nesse evento será servido uma feijoada completa, caipirinha e cerveja ao som de samba e pagode tocado pela bateria da Mocidade.

O passe para entrada seria uma camiseta estilizada e o evento teria início ao meio-dia e término às 2 horas da manhã.

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A descontração e a folia trarão à escola um novo público, da Zona Sul e Zona Oeste, tornando-os mais propícios a uma futura visita à quadra da escola.

O departamento de relações públicas e de assessoria de imprensa seria responsável pela captação da imprensa e pessoas da mídia a fim de aumentar a visibilidade do evento e garantir o sucesso do mesmo.

IV.1.8.1.7.10. Aula de dança

Em parceria com o Centro de Dança Jaime Arôxa, realizar aulas de dança de salão duas vezes por semana para crianças entre 4 e 16 anos, na quadra da escola.

Em paralelo a isso, a Mocidade disponibilizaria um profissional para dar aula de samba duas vezes por semana (não coincidindo com os dias das aulas na quadra) no Centro de Dança, em Botafogo, divulgando assim os samba-enredos da escola e fazendo com que haja um aumento no interesse de futuros freqüentadores da quadra. Com essa parceria a escola atrairia um maior número de visitantes da Zona Sul e estaria atingindo seu objetivo de ter uma maior visibilidade desse público.

IV.1.8.1.7.11. Osklen do Samba

Em parceria com a marca Osklen, produzir uma linha de camisetas e bermudas femininas e masculinas que serão confeccionadas e oferecidas na coleção de verão da loja.

Essas camisetas seriam produzidas pela Osklen e teriam mensagens relacionadas à Mocidade destacando a alegria e descontração da escola. O tema da linha seria “Osklen do Samba”.

A Osklen vem desde 2001 fazendo uma parceria com a UNESCO no Brasil com sua linha de camisetas celebrando a Década Internacional da Promoção da Cultura de Paz e Não-Violência (2001-2010) e vem obtendo sucesso de vendas. Em

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função da marca ser visionária e ligada ao público jovem, a Mocidade teria uma maior visibilidade e atenção desses consumidores.

Reforçando sua parceria como descontraída e moderna, a marca deverá abrir seu desfile com o enredo Sonhar Não Custa Nada regido por um DJ a fim de modernizar ainda mais o desfile, como foi feito pela V.ROM (marca do empresário Ricardo-Mansur) e aplaudido por muitos críticos e obtendo atenção da mídia.

Em função da complexidade e da organização necessária para uma programação diária, é necessário a criação de um setor de Relações Públicas que seria responsável com essas ocupações e em atrair novos programas de interação para a escola.

IV.1.8.1.7.12. Ensaios na Zona Sul

A partir do mês de outubro, serão realizados ensaios da Mocidade no bairro de São Conrado. Ocorridos em todos os sábados (de outubro a janeiro), com inicio às 20h. e término as 3 horas da manhã, o evento será dedicado ao público das classes A e B moradores da Zona Sul e Zona Oeste.

Em cada sábado trará um artista convidado que comandará a festa, fazendo brincadeiras com a platéia, anunciando os futuros eventos da Mocidade, introduzindo o repertório e distribuindo folhetos com a letra do enredo do próximo carnaval.

No palco a bateria da Mocidade com seus principais puxadores cantarão antigos sambas, mas sempre enfatizando o enredo atual da escola para que este fique na memória dos freqüentadores da festa. No palco e espalhadas pelo evento, passistas da escola vestidas com trajes típicos ficarão dançando ininterruptamente animando os convidados.

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Na saída da festa haverá um quiosque que fará a venda de souvenirs da Mocidade.

IV.1.8.1.7.13. Samba´s Tour

A fim de fortalecer o vínculo da Mocidade com turistas estrangeiros e nacionais, a escola em parceria com as grandes redes de hotéis, agências de viagens e a Secretaria de Turismo do Rio de Janeiro criaria uma programação destinada para o público que está visitando a cidade.

As agências e os hotéis que fizerem parte da parceria receberão 6% do valor pago, por turista que indicarem e encaminharem para o Samba´s Tour, fazendo assim com que haja interesse em captação de clientes para o Samba’s Tour por todas as partes envolvidas (Mocidade e parceiros).

Guiado por um funcionário bilíngüe (com conhecimento da língua inglesa) da escola, os turistas seriam levados inicialmente para a Cidade do Samba, onde aprenderão a historia do samba e seus fatos marcantes, divulgando a cultura nacional. Esse serviço será prestado de segunda à quarta-feira, com saída do Hotel/Navio às 12 horas (pois o horário de funcionamento da Cidade do Samba é de 12h às 20h), e o pacote só será fechado caso tenha um numero mínimo de seis turistas.

Ao entrarem no barracão da Mocidade, presenciarão algumas das etapas para a produção e logística do carnaval. O guia explicará a importância de cada fase e traduzirá perguntas feitas pelos turistas aos funcionários que estiverem presentes no barracão, fazendo assim com que haja uma interação entre o turista e a Mocidade.

Ao saírem da Cidade do Samba, o Ônibus do Samba (meio de transporte utilizados pelos turistas) passará pela Marques de Sapucaí, onde os turistas poderão ver para onde vai todo o esforço e dedicação dos funcionários do barracão.

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O último local do passeio seria a própria quadra da Mocidade onde terão a oportunidade de ver na pratica alguns projetos que estarão sendo desenvolvidos. Após a apresentação dos projetos sociais, serão recebidos por uma equipe de percursionistas e passistas que animarão e interagirão com os turistas que poderão consumir alimentos e bebidas da cantina da quadra e serão encaminhados para a loja de souvinirs.

Se a visita ocorrer na época dos ensaios da escola, na volta para o hotel/navio, o guia dará informações dos ensaios que ocorrem na quadra e fora da quadra fazendo a publicidade dos eventos e dando o número e site da Mocidade pelo quais os turistas podem reservar camarotes e comprar seus ingressos.

Com base nas projeções do mercado de turismo citado anteriormente, estima- se um crescimento de aproximadamente 30% ao ano de turistas que chegam à cidade através de embarcações. Isto cria uma situação favorável ao Samba’s Tour, fazendo com que a Mocidade atenda melhor as necessidades deste segmento dentre os turistas.

IV.1.8.1.7.14. Ônibus do Samba

A fim de apoiar o Samba’s Tour, as empresas que participarem do Mocidade Voluntária terão a logo de suas empresas expostas no Ônibus do Samba (existindo uma variação de tamanho de acordo com o investimento feito na escola). Além disso a Mocidade buscará a parceria com a Vênus Turística, empresa de Turismo e Fretamento.

O Ônibus do Samba será envelopado, trazendo cores alegres e chamativas (não esquecendo de dar ênfase para o verde e branco que são as cores da escola) com o tema do enredo atual da Mocidade.

O Ônibus do Samba terá 49 lugares e será equipado com ar condicionado, som (para que o guia possa falar por microfone) e cabine de separação entre o motorista e os passageiros.

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Com todos esses projetos, a Mocidade aumentará o fluxo de visitantes propiciando uma maior interação dos funcionários da escola com os freqüentadores favorecendo direta e indiretamente o seu principal produto que é o desfile de carnaval.

IV.1.8.1.7.15. Pesquisas de marketing

Para medir a satisfação dos novos serviços e produtos, o departamento de marketing fará pesquisas no site da escola (com enquetes e sugestões dos internautas), manterá contato com o responsável de cada projeto para identificar possíveis falhas no desenvolvimento de cada um desses projetos, aos clientes cadastrados no Clube de Associados da Mocidade com o envio de pesquisas via e- mail e com as agências de viagem e hotéis que forem parceiras no projeto Samba’s Tour.

Através dos dados recolhidos pelas pesquisas, o setor de marketing fará possíveis adequações para manter a qualidade nos serviços e impedir a perda de seus clientes para a concorrência.

IV.1.8.1.7.16. Equipamentos e instalações

Para desenvolver esses novos produtos e serviços, a Mocidade terá que fazer algumas obras para a criação de salas. A quadra passará por uma reforma para melhorar o impacto visual e aumentar o conforto aos clientes.

Obrigatoriamente terá que fazer a aquisição de equipamentos de ginástica olímpica e de computadores. Os equipamentos e valores serão detalhados no próximo item a seguir.

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IV.1.8.1.7.17. Comentários

Com estes novos produtos a Mocidade pretende se reposicionar entre as principais escolas de samba do Rio de Janeiro, e poderá se tornar um agente de desenvolvimento sociocultural de sua região.

IV.1.8.1.7.18. Custo e cronograma de atividades

Tabela 16 Inicio das PROJETOS Custo atividades Quadra R$ 10.000,00 JAN/2007 Obra para reforma R$ 10.000,00 JAN/2007 Ação Social R$ 2.600,00 JAN/2007 Obra para construção de uma sala R$ 700,00 JAN/2007 Mobília R$ 500,00 JAN/2007 Material (mensal) R$ 100,00 JAN/2007 Computador R$ 1.300,00 JAN/2007 Ler para Crer R$ 3.800,00 MAI/2008 Obra para construção de uma sala R$ 1.000,00 MAI/2008 Mobília R$ 2.000,00 MAI/2008 Material (mensal) R$ 800,00 MAI/2008 Mocidade Olímpica R$ 15.000,00 JUL/2008 Equipamentos de ginástica R$ 15.000,00 JUL/2008 Ateliê da Mocidade R$ 2.500,00 ABR/2009 Reforma da sala de produção (no barracão) R$ 500,00 ABR/2009 Mobília R$ 1.000,00 ABR/2009 Equipamentos R$ 1.000,00 ABR/2009 Mocidade Infantil R$ 5.200,00 JUN/2009 Obra para construção de duas salas R$ 2.000,00 JUN/2009 Mobília R$ 2.000,00 JUN/2009 Material (mensal) R$ 1.200,00 JUN/2009 Site R$ 2.000,00 MAR/2007 Reformulação do site R$ 2.000,00 MAR/2007 Manutenção (mensal) R$ 150,00 MAR/2007 Feijoada da Mocidade R$ 2.500,00 OUT/2007 Compra de alimentos (por evento) R$ 2.500,00 OUT/2007 Aulas de dança R$ 1.000,00 AGO/2008

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Custo do patrocinador (mensal) R$ 1.000,00 AGO/2008 Clube de Associados da Mocidade R$ 200,00 MAR/2008 Custo Administrativo R$ 200,00 MAR/2008 Osklen do Samba R$ 50.000,00 NOV/2009 Custo do patrocinador (mensal) R$ 50.000,00 NOV/2009 Samba's Tour R$ 7.350,00 SET/2009 Envelopamento do ônibus (mensal) R$ 5.000,00 SET/2009 Custo médio de combustível R$ 350,00 SET/2009 Motorista e guia R$ 2.000,00 SET/2009

Fonte: Pesquisas feitas pelo grupo.

Para o desenvolvimento dos produtos/ serviços ofertados pela Mocidade, serão feitas obras no espaço físico para adequá-los aos projetos estabelecidos. Assim o quadro de orçamento de P de Produto e P de Ponto estão estritamente interligados, sendo, portanto apresentados na mesma planilha.

IV.1.8.2. Ponto

IV.1.8.2.1. Localização

IV.1.8.2.1.1. Quadra

A localização da quadra é na Rua Coronel Tamarindo número 38, no bairro de Padre Miguel e é o local de todos os projetos da escola (com exceção do Ateliê da Mocidade e do Samba´s Tour que não ocorre somente na quadra).

O local é considerado perigoso e inacessível fazendo com que ocorra uma desistência de muitos clientes. Para mudar esse quadro é preciso uma melhora nas vias de acesso, implantação de cabines da polícia militar nos arredores da quadra e uma maior iluminação. Essas mudanças refletirão na freqüência dos visitantes e no aumento destes.

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IV.1.8.2.1.2. Barracão

O barracão da Mocidade é localizado na Cidade do Samba, galpão 10 e é onde ocorrem as etapas de produção do desfile. Os turista do Samba’s Tour farão uma visita ao barracão.

IV.1.8.2.1.3. Feijoada da Mocidade

O evento trimestral ocorrerá no restaurante A Varanda, do Hotel. O InterContinental se situa na Avenida Prefeito Mendes de Moraes, número 222, em São Conrado. O local tem boa localização por ser próximo a bairros de grande poder aquisitivo.

IV.1.8.2.1.4. Osklen do Samba

Os produtos da linha “Osklen do Samba” estariam nas 34 lojas nacionais da rede e nas cinco lojas situadas na Europa (Portugal, Suíça e Itália) atingindo assim âmbito internacional.

IV.1.8.2.1.5. Ensaios na Zona Sul e Zona Oeste

Produzir os ensaios em uma casa noturna, hoje desativada, na Estrada do Joá, número 138, em São Conrado. Até dois anos atrás, a casa noturna, chamada inicialmente de The Bedroom e depois de Red, era freqüentada pelos públicos A e B, ou seja, o público alvo da Mocidade. Esse fato pode favorecer, pois a grande parte dos futuros freqüentadores conhece o ambiente.

Um ponto favorável é o fato do bairro de São Conrado se situar na Zona Sul e próximo à Zona Oeste, facilitando o acesso ao publico que se busca atingir.

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IV.1.8.2.1.6. Samba´s Tour

Conforme foi citado anteriormente. o projeto Samba’s Tour atuará diretamente nos hotéis e nos navios atracados no Porto do Rio de Janeiro e levará os turistas para a Cidade do Samba, na Marquês de Sapucaí e na quadra da Mocidade.

IV.1.8.2.2. Instalações

IV.1.8.2.2.1. Quadra

A quadra da escola deve passar por uma obra de nivelamento do piso, pintura externa e interna, aquisição de novos móveis e equipamentos necessários para a realização dos projetos sociais, e obras nos banheiros disponibilizados para freqüentadores, buscando mudar a imagem e causar um impacto positivo para o visitante, fazendo-o voltar futuramente.

Além disso, deverá ser feito uma reforma para a passagem dos clientes vips, ou seja, aqueles que ficarão no camarote, aqueles que fizeram a compra do ingresso via Internet e os pertencentes ao Clube de Associados da Mocidade, passando assim a ter diferenciação de seus clientes Premium.

Para maior comodidade e bem estar dos freqüentadores é preciso que haja um estacionamento próximo e seguro para comportar um mínimo de 50 carros.

Para gerar outra fonte de renda a Mocidade deve construir dentro da sua quadra uma loja para venda de souvenirs. Além vender produtos próprios, a loja amplia a publicidade com a venda de camisetas, isqueiros, bonecos, entre outros produtos contendo o logo da empresa.

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IV.1.8.2.2.2. Barracão

Nenhuma obra nas instalações ou investimento significativo será feito no barracão da escola situado na Cidade do Samba, em função do local ser propriedade da prefeitura.

IV.1.8.2.2.3. Hotel InterContinental

O setor de eventos terá que cuidar de toda a produção e logística da Feijoada da Mocidade que ocorrerá no restaurante externo do hotel Intercontinental.

O restaurante tem capacidade para 160 lugares e possui área externa e interna, e já oferece toda a infra-estrutura para esse tipo de eventos, facilitando assim o setor responsável pela produção da Feijoada.

IV.1.8.2.2.4. Site

O site da escola passará por reformas a fim de facilitar o acesso e de aumentar o número internautas. Deverá aumentar a qualidade dos recursos visuais e ter a opção de outros idiomas, (inglês e espanhol) melhorando o acesso de estrangeiros e assim a visibilidade da escola no exterior.

O site será E-Commerce (compra on-line), de forma a facilitar a compra de fantasias e ingressos para eventos, camarotes, aumentando a praticidade e comodidade dos clientes.

Além disso, cada visitante do site da Mocidade poderá fazer seu cadastro, recebendo noticias sobre projetos sociais, convites para os eventos de arrecadação e ainda o cronograma dos ensaios.

Em função da importância da Mocidade Solidária e das enquetes feitas, será preciso uma atualização constante do site.

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IV.1.8.2.2.5. Ensaios na Zona Sul e Zona Oeste

Pelo fato do espaço escolhido para os ensaios já ter uma estrutura física apropriada para comportar grandes festas e shows (ser revestida de parede acústica e iluminação necessária), não haverá necessidade de nenhuma obra, a não ser a pintura da fachada externa e da construção de um palco.

O local tem dois andares, sendo o segundo destinado para os camarotes, podendo ser utilizado também para a comissão organizadora e por membros importantes da Mocidade. O primeiro andar é composto pelo palco, por pequenas mesas e por uma pista de dança.

IV.1.8.2.2.6. Samba´s Tour

Conforme foi citado anteriormente, o projeto Samba’s Tour atuará diretamente nos hotéis e nos navios atracados no Porto do Rio de Janeiro e levará os turistas para a Cidade do Samba, na Marquês de Sapucaí e na quadra da Mocidade.

IV.1.8.2.2.7. Canais de distribuição

O canal de distribuição utilizado pela Mocidade é curto uma vez que todos os produtos (fantasias, desfile) passam direto do fabricante para os clientes finais, não havendo nenhum intermediário. Esse nível de canal favorece a satisfação dos clientes, controle da distribuição além de reduzir custos de armazenagem e distribuição.

Conforme visto o responsável pelo canal de distribuição são os presidentes de ala uma vez que estes acompanham de perto todas as etapas, desde a produção das fantasias e carros alegóricos até a entrega ao consumidor final.

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IV.1.8.2.2.8. Logística de mercado

Como forma de minimizar os riscos de atraso ou de escassez de materiais, o que implica no aumento de custos, atraso no cronograma de produção e até mesmo o comprometimento da qualidade do desfile, a Mocidade desenvolverá um quadro de atividades que auxiliarão na sua logística de mercado.

Com a desmontagem dos carros alegóricos no período de abril a maio, começará o reaproveitamento de materiais como forma de diminuir custos de aquisição de novas matérias primas. No mês de maio iniciará a pré-estocagem de materiais, até então atividade inexistente na escola, suprindo com isso qualquer necessidade instantânea. No mês de junho dará início ao planejamento das fantasias e dos carros alegóricos por parte dos profissionais do Ateliê da Mocidade. Em julho será feita toda a compra de material, esse processo será facilitado pela a existência do novo setor de compras, interligado ao setor operacional e o financeiro, que reduzirá o tempo de listagem de toda matéria prima, aprovação dos gastos e contato com fornecedores, reduzindo com isto possíveis riscos. Nos meses seguintes serão iniciadas as construções de todos os adereços e alegorias além do controle de qualidade dos carros, e da entrega das fantasias.

IV.1.8.2.3. Pesquisas de marketing

Realizar pesquisas nos eventos realizados fora da quadra (Feijoada da Mocidade, aulas de dança e ensaios em São Conrado) para saber se a infra- estrutura do local está de acordo com as necessidades dos clientes.

IV.1.8.2.4. Comentários

O planejamento proposto visa preparar a Mocidade para receber um número maior de pessoas em sua quadra, tornando viável um cronograma de atividades diárias. Com relação ao site o objetivo é facilitar a comunicação da escola com a sociedade.

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IV.1.8.3. Preço

IV.1.8.3.1. Estrutura de Preços

A Mocidade pretende praticar uma estrutura de preços baseada no mercado,a estratégia escolhida se justifica uma vez que apesar de ser uma instituição sem fins lucrativos a escola pretende obter lucro para reinvestir no carnaval e na comunidade. Desta forma, os preços a serem praticados vão seguir os da concorrência aumentando assim a competitividade entre as escolas.

IV.1.8.3.2. Nível do preço proposto

A precificação dos produtos e serviços ofertados pela escola necessitam de uma planejada estimativa de custos para que não haja prejuízo e que o público faça uma relação de custo-benefício positiva

IV.1.8.3.2.1. Ensaios em São Conrado

Os ensaios que ocorrerem fora da quadra (em São Conrado) terão seu preço equiparado aos preços do mercado, por isso, o ingresso masculino será R$40,00 e o feminino R$20,00. .

IV.1.8.3.2.2. Ensaios na quadra

Buscando elevar sua percepção de qualidade em função da melhoria da quadra e processos da escola, os ingressos após as obras feitas aumentarão de preço, se aproximando aos cobrados pelas principais concorrentes (Salgueiro e Mangueira que cobram preço único de R$10,00), aumentado de R$3,00 feminino e R$5,00 masculino cobrados atualmente para R$5,00 feminino e R$7,00 masculino.

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IV.1.8.3.2.3. Osklen do Samba

Os produtos relacionados à linha “Osklen do Samba” estarão um pouco acima da média dos preços vendidos na loja por se tratar de uma coleção exclusiva, sendo as camisetas e as bermudas masculinas custando R$ 90,00 e R$ 130,00 respectivamente, e camisetas femininas R$ 80,00 e as bermudas R$120,00.

IV.1.8.3.2.4. Estacionamento

O preço do estacionamento será de R$8,00 por carro. Isso garantirá um aumento da renda da Mocidade, uma vez que os clientes preferirão a segurança e comodidade do estacionamento ao desconforto e risco da rua.

IV.1.8.3.2.5. Feijoada da Mocidade

Em função da média de preços dos concorrentes o preço do ingresso da Feijoada da Mocidade custaria R$ 80,00, não havendo distinção de preços femininos e masculinos.

IV.1.8.3.2.6. Mocidade Infantil

Para pagar os custos do projeto, inicialmente seria utilizado 80% de doações captadas pela Mocidade Voluntária e ou outros 20% da mensalidade que seria de R$30 reais por criança Uma vez que a capacidade total seria de 300 crianças, a Mocidade poderia gerar até R$9.000,00 de receita.

Posteriormente, quando a Mocidade estiver bem financeiramente ou com um patrocinador que arque com todos os custos do projeto, a mensalidade passará a ser gratuita.

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IV.1.8.3.2.7. Samba´s Tour

Em função do preço cobrado de segunda à quarta-feira para a entrada da Cidade do Samba ser de R$20,00 para turistas (moradores do Rio de Janeiro com comprovante de residência pagam R$10,00), mais os custos do Ônibus do Samba (incluso no pacote) e do guia, o preço por pessoa será de R$160,00, mas se o cliente for indicado pelos hotéis e parceiro, é descontado uma margem sobre esse valor.

A visitação pelo Samba’s Tour será feito somente de segunda à quarta-feira, pois o local fica aberto ao público de segunda à quinta, mas quinta-feira a Cidade do Samba tem seu preço elevado (R$80,00) em função de um evento local.

IV.1.8.3.2.8. Comparação com a concorrência

As comparações abaixo foram feitas de acordo com os principais concorrentes que possuem serviços similares aos oferecidos pela escola, portanto havendo uma relevância no estudo.

Os produtos da linha Osklen no Samba e Samba’s Tour não serão analisados uma vez que são produtos e serviços diferenciados. O Mocidade Infantil também não será analisado em função do preço da mensalidade ser muito baixo, incomparável com os preços de outras creches locais de qualidade.

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IV.1.8.3.2.9. Ensaios na quadra

Tabela 17

O quadro a seguir mostra uma comparação de preço dos principais ensaios:

Preço Escola Feminino Masculino Mangueira R$ 10,00 R$ 10,00 Salgueiro R$ 10,00 R$ 10,00 Mocidade R$ 5,00 R$ 7,00 Grande Rio R$ 5,00 R$ 5,00 Portela R$ 3,00 R$ 5,00 Fonte: Pesquisa feita pelo grupo

IV.1.8.3.2.10. Ensaios fora da quadra O quadro a seguir mostra uma comparação de preço dos principais ensaios realizados fora da quadra.

Tabela 18 Preço Escola Feminino Masculino Mangueira R$ 20,00 R$ 40,00 Salgueiro R$ 20,00 R$ 30,00 Mocidade R$ 20,00 R$ 35,00 Grande Rio R$ 20,00 R$ 30,00 Portela R$ 15,00 R$ 25,00 Fonte: Pesquisa feita pelo grupo

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IV.1.8.3.2.11. Feijoada da Mocidade

O quadro a seguir mostra o preço das principais feijoadas ocorridas na cidade e que buscam atingir o mesmo público da Feijoada da Mocidade

Tabela 19 Feijoadas Preço Amaral R$ 50,00 Rio Othon R$ 30,00 Mocidade R$ 80,00 Hotel Caesar Park R$ 75,00 Fonte: Pesquisa feita pelo grupo

IV.1.8.3.2.12. Margens de comercialização dos canais de vendas

Como a Mocidade faz algumas parcerias, é cobrado uma margem para os canais de venda, no entanto não é um percentual muito elevado para não aumentar o preço.

IV.1.8.3.2.13. Samba´s Tour

O valor cobrado por turista é de R$160,00 porém, caso o cliente tenha sido captado por hotéis e agências parceiras, será descontado 6% (de margem), ou seja, renderá à Mocidade R$ 150,40 por cliente.

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IV.1.8.3.2.14. Osklen do Samba

No caso dessa parceria, a Mocidade é quem recebe uma margem de 10% sobre os produtos relacionados à linha “Osklen do Samba” como mostra a tabela a seguir.

Tabela 20

Preço cobrado % da Margem unitária na Osklen Margem para a Mocidade Masculina R$ 90,00 10% R$ 9,00 Camiseta Feminina R$ 80,00 10% R$ 8,00 Masculina R$ 130,00 10% R$ 13,00 Bermuda Feminina R$ 120,00 10% R$ 12,00 Fonte: Estimativas feita pelo grupo.

IV.1.8.3.2.15. Descontos não-promocionais

Todos os clientes que se associarem ao Clube de Associados da Mocidade terão descontos de 10% nos eventos (Feijoada da Mocidade, ensaios dentro e fora da quadra e nas aulas de dança) alem de receberem descontos nas compras de fantasias. Esses clientes também terão tratamento diferenciado uma vez que nos eventos na quadra, entrarão por outra entrada livre de filas.

Os descontos das fantasias irão variar de acordo com o preço de cada uma como mostra a tabela a seguir. Tabela 21 Fantasias até Desconto A partir de R$ 2000,00 3% Até R$ 2000,00 4% Até R$ 1000,00 7% Até R$ 500,00 14%

Fonte: Valores estabelecidos pelo grupo.

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IV.1.8.3.2.16. Condições de pagamento

A maioria dos serviços e produtos terão que ser pagos a vista, com exceção dos ensaios fora da quadra, das compras feitas nas lojas de souvenirs e em algumas compras de fantasias.

IV.1.8.3.2.17. Lojas de souvenirs

Os pagamentos feitos nas lojas de souvenirs poderão ser feitos à vista em dinheiro ou por cartões de debito.

IV.1.8.3.2.18. Ensaios em São Conrado

O cliente receberá uma cartela de consumação e poderá consumir o que quiser e só efetuará o pagamento no final (o preço da entrada somado a tudo que tenha sido consumido). O pagamento poderá ser feito à vista, ou através de cartões de créditos.

IV.1.8.3.2.19. Compra de fantasias

Além do pagamento a vista que pode ser realizado na quadra ou no site, através de um boleto bancário ou cartão de crédito, os clientes que tiverem sua análise de crédito aprovada terão direito a pagar suas fantasias parceladas.

IV.1.8.3.2.20. Financiamentos

Aos clientes que comprarão fantasias, haverá um a analise de crédito para verificar se o cliente está na lista de maus pagadores no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) para evitar o aumento da inadimplência.

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O valor da quantia financiada deverá ser pago à instituição financeira em parcelas (no máximo em seis vezes) com acréscimo de juros. Em caso de atraso, o valor da parcela será maior, pois serão cobradas multas e outros encargos.

IV.1.8.3.2.21. Estrutura de preços

A estrutura de preços praticada pela Mocidade será buscar sua sustentabilidade financeira, ou seja, garantir que a escola tenha receita suficiente para manter os produtos e serviços oferecidos.

IV.1.8.3.2.22. Pesquisas de marketing

Coletar dados de satisfação de preços pelo site (através de enquetes) e pesquisar os preços cobrados pela concorrência. Através das informações obtidas, fazer a analise dos dados par que assim possa de fazer alguma mudança na estrutura de preços.

IV.1.8.3.2.23. Comentários

Uma vez que a escola é uma instituição sem fins lucrativos, todas atividades de preço citadas anteriormente foram criadas para utilizar o lucro obtido para promover o crescimento da escola, para melhor atender a comunidade.

IV.1.8.4. Promoção

IV.1.8.4.1. Copy strategy

Objetivo: Comunicar a todos os clientes potenciais da Mocidade (freqüentadores, patrocinadores e desfilantes), todos os eventos que estão sendo realizados, sociais ou de arrecadação, aumentando a receita da escola.

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Reason-Why: Diante dos péssimos resultados alcançados pela Mocidade nos últimos carnavais, levando a diminuição do seu market share, concluiu-se que é necessário aumentar a visibilidade da escola diante do publico - alvo, atraindo o interesse de empresas patrocinadoras e freqüentadores dos eventos e consequentemente o aumento de suas receitas.

Estilo e Tom: Uma vez que se trata de uma escola de samba, a comunicação deve ser alegre com cores vibrantes, mas ao mesmo tempo deve passar a seriedade da Mocidade como organização, de forma a aumentar a sua credibilidade.

Imagem do consumidor: Focar principalmente a comunicação em empresas de médio a grande porte, que têm interesse em investir neste tipo de organização e freqüentadores de eventos de escola de samba das classes A e B.

IV.1.8.4.2. Propaganda

A comunicação feita pela Mocidade é insuficiente, dada a quantidade de oferta no mercado e de atenção limitada do consumidor.

IV.1.8.4.2.1. Objetivos

O objetivo relacionado com os clientes é de desenvolver as propagandas que serão feitas para alavancar a freqüência nos eventos da Mocidade, aumentar o nível de conhecimento dos produtos e serviços ofertados, e evitar a perda de clientes para outras escolas de samba.

No que se refere às empresas além de aumentar a visibilidade da Mocidade, o objetivo é fazer com que esta seja mais atrativa para possíveis patrocínios.

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IV.1.8.4.2.2. Estratégias

A Mocidade utilizará mídia externa e mídia impressa para atingir seus públicos potenciais.

IV.1.8.4.2.3. Busdoor

Esse tipo de propaganda atinge um público diversificado, desde classe A até D. além de ser mais eficiente que o outdoor e outras mídias concorrentes, pois servirá para aumentar as vendas dos ensaios, reforçar a marca e aumentar a massificação da mensagem.

IV.1.8.4.2.4. Anúncios em jornais

O Rio de Janeiro é a cidade com o maior número de leitores de jornal totalizando 5 milhões, sendo que desses, mais de 4 milhões lêem os jornais O Globo e o Extra (mais de 82 % dos cariocas lêem o Extra e/ou O Globo) por isso, a Mocidade deve anunciar nesses jornais os eventos e os projetos sociais da escola, divulgando sua marca.

O quadro a seguir demonstra os principais compradores de tais jornais, ou seja, as classes que o anúncio atingiria.

Tabela 22 Jornais Atuação O GLOBO 75% leitores de classes A e B EXTRA 78% de leitores de classes B e C Fonte: Marplan

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Com base no orçamento disponível, a Mocidade inicialmente terá a seguinte freqüência em propaganda em mídia impressa:

Tabela 23

Freqüência de inserção em Jornais

1º trimestre 2º trimestre 3º trimestre 4º trimestre TOTAL

R$ 15.000,00 R$ 15.000,00 R$ 15.000,00 R$ 15.000,00 R$ 60.000,00

Fonte: Pesquisas feitas pelo grupo

IV.1.8.4.2.5. Busdoor

Deseja-se implementar busdoors em cinco linhas de ônibus em função dos percursos/ áreas e de seus determinados públicos respectivamente. A tabela a seguir mostra as linhas a serem aplicadas pelo busdoors e suas áreas de atuação pela cidade.

Tabela 24 Visibilidade Linha Origem Trajeto Destino (área) Copacabana / Barra / Zona Sul / 175 Central Leblon Recreio Zona Oeste Botafogo / Barra / Zona Sul / 179 Central Jardim Botânico Recreio Zona Oeste 179 (linha Barra / Zona Norte / amarela) Central Linha Amarela Recreio Zona Oeste Jardim 819 Bangu Via Catiri Bangu Zona Oeste Campo Marechal Zona Oeste / 820 Grande Jardim Bangu Hermes Zona Norte

Fonte: Rio Ônibus.

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IV.1.8.5. Promoção de vendas

IV.1.8.5.1. Objetivos

Reduzir o risco de não vender todas as fantasias, facilitando a compra através do site e da equipe de vendas.

IV.1.8.5.2. Estratégias

No site as fantasias serão expostas em diversos ângulos, possibilitando uma melhor apresentação do produto. A partir de janeiro, as fantasias que ainda não tiverem sido vendidas estarão em promoção no site com 20% de desconto.

IV.1.8.6. Marketing direto

IV.1.8.6.1. Objetivos

Manter um relacionamento com as empresas e pessoas que se acessam o site da escola, principalmente com os associados do Clube da Mocidade, através do envio de mala direta com informações sobre o carnaval, eventos, projetos sociais e fantasias.

IV.1.8.6.2. Estratégias

Fazer com que as pessoas tenham contato com a Mocidade durante todo ano, e não somente em época de carnaval. Isto possibilitará a compra de novos produtos, ou ingressos de eventos.

IV.1.8.7. Relações públicas

A criação de setor de Relações Públicas traz como objetivo desenvolver o trabalho de valorizar a imagem da escola atraindo celebridades do meio musical,

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televisivo e ícones do esporte, promovendo eficiente mídia espontânea. Para apoiar o desenvolvimento do departamento de Relações Públicas é preciso criar um setor de assessoria de imprensa.

Devido à inviabilidade financeira atual da Mocidade, foi analisado que só será possível fazer a contratação desses funcionários a partir de 2009, porém a escola terceirizará os serviços de assessoria de imprensa para cuidar da divulgação de seus eventos até essa data de ampliação do quadro fixo de funcionários.

De acordo com o preço do mercado, a escola terá uma despesa (até a contratação de funcionários fixos) de R$ 3.500,00 por mês de tais empregados

IV.1.8.7.1. Assessoria de Imprensa

Esse setor tem por objetivo estabelecer uma melhor relação entre o mercado e a Mocidade, acarretando em benefícios da imagem da mesma.

É também responsabilidade da assessoria de imprensa, divulgar junto à imprensa nacional e estrangeira as atividades relevantes da escola assim como ensaios, tema do desfile, personalidades participantes, ações sociais nas comunidades, sambas e eventos diversos. Fornecer material rico em informações com eficiência e rapidez gerando noticias e interesse geral para que se estabeleça contratos e parcerias com empresas internacionais.

A fim de atrair mais torcedores e freqüentadores da quadra, a escola teria que investir no público da Zona Sul e Zona Oeste do Rio de Janeiro inicialmente com a produção de ensaios no bairro de São Conrado, partindo posteriormente para outros bairros. Com isso a Mocidade atrairia pessoas das classes A e B, ampliando seu quadro de pessoas com maior poder aquisitivo. Além de chamar atenção desse público pouco valorizado pela escola, esse fato enobreceria socialmente a Mocidade.

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Fazer um trabalho bem elaborado para que esses convidados e formadores de opinião sintam-se privilegiados ao receberem um convite para festa ou presenteados com a fantasia para o desfile e credenciais de camarotes.

Fortalecer o vínculo com emissoras de televisão (Rede Globo, Rede TV, SBT e Bandeirante) e de rádio (98 FM, FM O Dia e Mania FM) destinando um determinado número de fantasias e alguns ingressos dos eventos para ações promocionais desses meios de comunicação.

Prever em seu orçamento anual uma verba destinada a fantasias doadas a artistas e pessoas da mídia. Chamando a atenção dos torcedores e atraindo outras personalidades a virem a desfilar pela escola.

Focar na preocupação da Mocidade com a utilização de materiais recicláveis, no estimulo do serviço voluntariado e valorização de seus projetos sociais fortalecendo a escola como uma empresa socialmente responsável e que busca o desenvolvimento sustentável.

IV.1.8.7.2. Objetivos

Atingir maior visibilidade para a escola destacando a qualidade, segurança e alegria dos eventos na quadra fomentam o interesse do público e associados para a Mocidade. Eventos bem organizados, seguros e bem freqüentados são sinônimos de sucesso.

IV.1.8.7.3. Estratégias

Fazer com que a marca da Mocidade esteja presente no dia-a-dia da população durante o ano inteiro, agregando valores de confiabilidade e profissionalismo à escola. Isto também contribuirá para melhorar sua imagem junto às empresas que podem se tornar patrocinadoras.

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IV.1.8.8. Venda pessoal

O departamento tem como função identificar e desenvolver diversos projetos para atingir suas metas de vendas e por isso estará interligado ao setor de marketing. Isto porque os projetos sociais devem ser apresentados às empresas de forma a serem mais eficazes. Esse departamento será treinado para dar um atendimento personalizado para cada empresa possa se tornar patrocinadora, criando assim um serviço diferenciado.

IV.1.8.8.1. Objetivos

Captação de empresas potenciais patrocinadoras que apresentem em seus produtos ou serviços uma convergência com os projetos da Mocidade servindo de apoio ao Mocidade Voluntária, buscando aumentar o investimento na escola.

IV.1.8.8.2. Estratégias

Identificar empresas que são favoráveis a este tipo de patrocínio e desenvolver projetos que estejam alinhados aos objetivos e produtos destas empresas. Com isso, ao apresentar este projeto sustentar os principais benefícios para a empresa ao aceitar a parceria, demonstrando maior seriedade da Mocidade.

IV.1.8.9. Endomarketing

IV.1.8.9.1. Objetivos

O objetivo do endomarketing é fazer com que cada funcionários conheça e entenda as responsabilidades, direitos e deveres de cada área, fazendo assim com que haja uma valorização interna entre os setores.

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Além disto, profissionais da área de comunicação interna estarão encarregados de informar à todos os projetos sociais e de arrecadação que estão sendo desenvolvidos, quais s

IV.1.8.9.2. Estratégias

Com base na estratégia traçada a escola estará criando o programa: "Estrela por um dia", neste programa será sorteado mensalmente um funcionário e um colaborador voluntário para ter um dia de estrela na Mocidade. Ao serem sorteados eles terão que escolher quem eles gostariam de ser dentro da escola, e vão passar o dia com conhecendo como é sua função, ou seja, se um funcionário escolher ser presidente ele vai acompanhar o presidente durante aquele dia em suas reuniões, enquanto que se escolher ser mestre de bateria ele participará de um ensaio da bateria. Conhecendo assim a importância de cada área para escola. Além disso, algumas fotos serão divulgadas no ambiente da quadra e do barracão para motivar, e até descontrair os membros de cada unidade.

IV.1.8.10. Mudanças na estrutura de comunicação

Todas as peças publicitárias a serem desenvolvidas pela Mocidade serão feitas pela área de comunicação externa, como será demonstrado a seguir, com o auxílio dos estudantes de comunicação social e design fornecidos pela parceria da escola com a Universidade Estácio de Sá. Com isso os custos de terceirização de uma agência publicitária será isento.

IV.1.8.10.1. Pesquisas de marketing

Os alunos da Universidade farão pesquisas semestrais para avaliar a eficácia e o nível de aceitação das peças veiculadas, servindo como base para a elaboração das próximas.

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IV.1.8.10.2. Comentários

A estratégia de promoção criada visa aumentar a visibilidade da Mocidade diante os clientes e as empresas, estabelecendo uma imagem sólida e confiável, sem perder a alegria de ser uma escola de samba.

IV.1.8.11. Orçamento de promoção

Tabela 25

Gastos com Promoção Por ano Envelopamento do ônibus (mensal) R$ 5.000,00 R$ 60.000,00 Custo com propagandas em jornais (trimestral) R$ 15.000,00 R$ 60.000,00 Busdoor (semestral) R$ 6.800,00 R$ 13.600,00 R$ 26.800,00 R$ 133.600,00

Fonte: Pesquisas de preço desenvolvidas pelo grupo.

IV.1.9. Plano de Produção

Segundo a análise da Cadeia de Valor percebe-se que os Tópicos como Infra- Estrutura da Empresa; Gerência de Recursos Humanos; Aquisição; Logística Interna; Operações; Logística Externa; Marketing e Vendas e Serviços, precisam de mudanças de forma a contribuir com o sucesso da Mocidade como empresa.

IV.1.9.1. Infra-Estrutura da Empresa

A ausência de setores especializados, interligados e interdependentes na Mocidade comprometem toda a sua infra-estrutura e o processo de produção do carnaval, como atrasos no cronograma, discussões de prioridades, questões técnicas, problemas de administração e principalmente de excesso de custos. Assim

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diante disto propõem-se a departamentalização da organização como um todo, obtendo o seguinte desenho organizacional.

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IV.1.9.2. Organograma

Figura 27

PRESIDENTE EXECUTIVO

ÁREA DE MARKETING ÁREA FINANCEIRA ÁREA DE PRODUÇÃO

Setor de Setor de Design Setor de Setor de Vendas Comunicação Inovação e Moda Engenharia

Setor Operacional Setor de R.P Eventos

Setor de Compras

Fonte: Estudo Organizacional, elaborado pelo grupo.

Neste Organograma todos os setores são interligados e Interdependentes, com exceção do setor operacional.

A Área de Marketing seria composta por:

o Setor de Vendas: terá como principal função a formação de parcerias com empresas como forma de arrecadar recursos para a concretização de projetos sociais, além de financiar parte da construção do carnaval. Este setor será formado por dois responsáveis. Além disso, controlam a venda de fantasias, ingressos para eventos, camarotes e ensaios da escola de samba.

o O setor de comunicação: Formado por quatro integrantes, estaria responsável pelo Endomarketing da escola e a comunicação externa. No endomarketing seriam comunicados à todos, ações sociais, eventos, além de todas as informações sobre as novas decisões de marketing e de

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produção. Já na comunicação destinada ao público externo seriam divulgados eventos que vão ocorrer (sociais e os de arrecadação), incluindo o local e preços aumentando a visibilidade da escola durante todo o ano.

o O setor de Relações Públicas: Desenvolver o trabalho de valorizar a imagem da escola atraindo celebridades do meio musical, televisivo e ícones do esporte, promovendo eficiente mídia espontânea. Dentro deste setor tem um profissional responsável pela assessoria de imprensa.

o Área de eventos teria como objetivo o planejamento de eventos destinados apenas para a captação de dinheiro sendo reinvestido na produção de todo o carnaval.

Área financeira: Será encarregada de controlar todas as contas a receber e a pagar, ou seja, toda a receita proveniente de patrocínios, eventos, venda de cds, fantasias, camarotes, ensaios e custos com a produção de fantasias, carros alegóricos, salários e benefícios à seus funcionários fixos. Além disso, está é composta por um setor de compras que estará responsável por toda a listagem e compra de materiais, diminuindo toda a burocracia da operação.

Área de produção: antes denominada Comissão de Escola de Samba, é responsável por todas as atividades ligadas diretamente à produção dos carros alegóricos e fantasias. Esta área se subdivide em três setores específicos, eles são:

Setor de Engenharia, responsável pelo planejamento de toda a estrutura dos carros alegóricos de forma a comportar o peso ideal para não causar rompimento e desestruturação;

Setor de Design, Moda e Inovação, têm como responsabilidades criar fantasias e carros alegóricos inovadores. Esta área funciona em parceria com a Universidade Estácio de Sá;

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Setor Operacional é composto por funcionários responsáveis pela a construção de todas as alegorias e adereços. Normalmente esta mão de obra é temporária devido ao ápice de produção atingir meses como novembro, dezembro e janeiro.

É importante salientar que toda a contratação de mão-de-obra será feita com o dinheiro obtido através de patrocínios de empresas, na medida em que o grêmio não possui fins lucrativos e por sua vez não dispõem de patrimônio liquido disponível para investimentos.

IV.1.9.3. Gerência de Recursos Humanos

A Mocidade por não possuir um quadro de funcionários fixos somente voluntariados membros da comunidade, esta não possui uma gerência de Recursos Humanos definida e estruturada. A fim de profissionalizar a organização, torna-se imprescindível a criação deste setor.

A primeira função deste será organizar um processo seletivo para preenchimento das vagas, assim através de requisitos básicos necessários a Mocidade poderia optar pela melhor seleção de profissionais. Com a contratação de funcionários permanentes, a escola poderá por sua vez construir um quadro de funcionários, elaborando um sistema de salários, benefícios e bonificação, como forma de aumentar a produtividade. Possibilitar processos de treinamento e desenvolvimento das capacidades dos funcionários, realizado com a ajuda de professores da Universidade Estácio de Sá, aperfeiçoando as atividades além de aumentar a motivação.

Na análise feita no processo de aquisição de matérias-primas, verificou-se que muitas vezes o fato do fornecimento ser feito por micro e pequenas empresas, além da dependência da aprovação da lista de materiais ser feita pelo presidente da comissão de escola de samba seguido pela a aprovação da área financeira, provocava demora nas entregas, escassez de mercadorias atrasando todo o cronograma de produção do carnaval.

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Assim para evitar este tipo de risco, será necessário fazer uma pré-estocagem de matérias primas mais utilizadas, além da criação de um novo setor, o setor de compras, responsável pela listagem de materiais para a produção de fantasias e carros alegóricos e contado com fornecedores, minimizando assim o tempo para formação do pedido e realização da compra.

IV.1.9.4. Logística Interna

Uma vez que a escola não adota nenhum tipo de logística interna quanto à entrega de fantasias, propõe-se que a Mocidade tenha um serviço de “entrega domiciliar”, uma vez que muitas dessas fantasias são grandes, pesadas e cheias de apetrechos sendo difícil de transportar. Neste serviço será utilizado o Ônibus do Samba , que em determinados dias circulará por bairros do Rio de Janeiro como Ipanema, Leblon, Copacabana, Botafogo, Tijuca, Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e Jacarepaguá, para que cada cliente possa buscar sua fantasia no local mais próximo a sua residência. O ônibus servirá também para aumentar a visibilidade da escola diante do público pretendido.

Para organizar as tarefas desempenhadas pela área de produção, seria necessário criar um cronograma de atividades, de forma a orientar todo o projeto, otimizando assim o custo e o tempo utilizado.

Tabela 26 Etapas Atividades Abril/Maio Desmontagem dos carros alegóricos e fantasias e reaproveitamento de materiais Maio Pré Estocagem de Matérias-Primas

Junho Planejamento de fantasias e carros alegóricos

Julho Compra de material necessário

Agosto-Janeiro Contrução de carros alegóricos e fantasias Janeiro Entrega de fantasias

Janeiro/Fevereiro Pré-teste dos carros alegóricos

Fonte: Cronograma de atividades estabelecido pelo grupo.

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Na primeira etapa que acontece de abril a maio, ocorre a desmontagem de carros alegóricos e fantasias e o reaproveitamento de todo material necessário para a nova produção. No mês de maio a área de compras começa a fazer a pré- estocagem de matéria prima. Em junho o setor de design e inovação faz o planejamento de todas as alegorias com ajuda de profissionais. Em julho acontece a compra de todo material necessário para a confecção de alegorias e adereços. De agosto a janeiro é feita toda a produção do carnaval. No mês de janeiro são feitas as entregas das fantasias e os pré- testes dos carros alegóricos.

Assim, o planejamento de um cronograma de produção ajuda a controlar o tempo gasto com cada etapa, os custos decorrentes, e ainda tomar atitudes pro ativas de forma a minimizar os erros contribuindo com o sucesso da escola no desfile.

IV.1.9.5. Logística Externa

O transporte dos carros alegóricos pode ser considerado uma das grandes dificuldades das escolas de samba, uma vez que muitas vezes ocorre rompimento e desestruturação dos carros comprometendo o desempenho destas no desfile.

IV.1.9.6. Marketing e Vendas

A fim de aumentar o número de clientes fidelizados à escola (membros da comunidade, freqüentadores, patrocinadores e torcedores), e o conseqüente aumento de verbas resultantes de patrocínios, compras de fantasias, eventos, venda de cds, a Mocidade criará diversos subprodutos que atenderão a especificidade de cada publico alvo.

Como forma de contribuir com o desenvolvimento e crescimento da comunidade, a Mocidade estabelecerá parceria com a Universidade Estácio de Sá que em troca de sua maior projeção na sociedade como responsável social irá ceder alunos que irão desenvolver projetos de atividades esportivas, auxílio a crianças,

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adolescentes, portadores de deficiência e idosos. Além de auxiliar com cursos de capacitação profissional, encaminhamento para novos empregos e obtenção de documentos junto aos cartórios.

Para os freqüentadores dos ensaios, serão desenvolvidos eventos ao longo do ano como forma de aumentar a visibilidade da escola além do envolvimento das pessoas com a mesma. Com a reformulação do site os internautas terão a disponibilidade de compra de fantasias, ingressos para eventos e camarotes (aumentando a comodidade e praticidade), e informação sobre projetos sociais desenvolvidos pela escola, melhorando assim a credibilidade destas diante deste público alvo. Ônibus envelopado, destinados à entrega de fantasias e transporte de turistas nas alocações da Mocidade (Cidade do Samba e quadra), contribuirão com a expansão da marca pela cidade, além do serviço diferenciado disposto à seus clientes, até então inexistente em outras escolas.

Através de parcerias, a Mocidade terá auxilio para concretizar diversas atividades sociais e ações de marketing, que são de extrema importância para a fidelização de clientes. Com isso essas empresas terão suas marcas expostas no site e na quadra.

O setor de vendas será responsável pela venda de fantasias, ingressos para os ensaios e camarotes. Uma nova forma de venda utilizada pela empresa será via site aumentando assim a comodidade, praticidade dos clientes.

IV.1.9.7. Serviços

Visando aumentar a fidelidade de clientes da Mocidade (desfilantes, patrocinadores, membros da comunidade e torcedores), a escola deve implementar os seguintes serviços:

Para maior comodidade e praticidade dos desfilantes, a entrega das fantasias será feita por ônibus, envelopados com o logo da escola, que circularão nos bairros do público efetivo facilitando assim o transporte dos adereços.

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Para fortalecer o relacionamento da escola com as empresas patrocinadoras a Mocidade irá ceder espaço publicitário (sites, eventos, quadra e ônibus) para tais, aumentando a sua visibilidade como socialmente responsável.

Com um sistema de parcerias e patrocínios, a escola pretende desenvolver mais projetos de cunho social contribuindo com a educação, saúde, segurança e desenvolvimento de toda a comunidade.

IV.1.10. Plano de Recursos humanos

Tabela 27

Áreas Número de Funcionários Salários Total de salários com encargos Marketing Setor de Vendas 2 R$ 800,00 R$ 2.960,00 R.P 1 R$ 1.000,00 R$ 1.850,00 Comunicação 4 R$ 1.200,00 R$ 8.880,00 Eventos 1 R$ 1.100,00 R$ 2.035,00 Financeiro 2 R$ 1.500,00 R$ 5.550,00 Compras 2 R$ 800,00 R$ 2.960,00 Produção Engenharia 1 R$ 1.500,00 R$ 2.775,00 Design 1 R$ 1.000,00 R$ 1.850,00 Total 14 R$ 28.860,00

Fonte: Projeção feita pelo grupo

De acordo com o plano de produção seria necessária a contratação de um quadro de funcionários fixos para a construção de uma imagem de uma administração profissional, aperfeiçoando seu modelo de gestão e aumentando sua credibilidade no mercado de empresas patrocinadoras.

Assim na área de marketing seriam contratados oito funcionários que teriam como função principal capitação de patrocínios e divulgação interna e externa da marca Mocidade. Na área financeira, quatro profissionais serão responsáveis pelo controle contábil além da compra de materiais. Na área de produção, dividida em

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dois setores, um engenheiro que controlará toda a construção dos carros alegóricos e o design que estará responsável por toda a parte visual do carnaval.

Para viabilizar financeiramente esta proposta estratégica, a contratação de funcionários fixos, ocorrerá somente a partir do ano de 2009.

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IV.1.11. Plano Financeiro

De acordo com o planejamento estratégico exposto podem ser feitas diversas análises financeiras, principalmente considerando as hipóteses econômicas e os cenários. Neste item será detalhado o cenário mais provável, sendo os demais citados apenas em alguns momentos.

IV.1.11.1. Demonstração do Resultado do Exercício – DRE

Tabela 28

DEMONSTRATIVO DE RESULTADO (BASE) Cenário Básico (MARGINAL, INCREMENTAL ou RELEVANTE) 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Unidades Vendidas - 342.364 671.103 1.299.255 1.768.611 RECEITAS BRUTAS R$ - 342.364 671.103 1.299.255 1.768.611 ISS 0,00% R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - ICMS 18,00% R$ - R$ 61.626 R$ 120.799 R$ 233.866 R$ 318.350 PIS + COFINS 3,65% R$ - R$ 12.496 R$ 24.495 R$ 47.423 R$ 64.554 RECEITA LÍQUIDA DE IMPOSTOS R$ - R$ 268.243 R$ 525.809 R$ 1.017.966 R$ 1.385.707 COMISSÕES R$ - R$ 21.459 R$ 42.065 R$ 81.437 R$ 110.857 CUSTO VARIÁVEL R$ - R$ 154.064 R$ 301.996 R$ 584.665 R$ 795.875 MARGEM CONTRIBUIÇÃO R$ - R$ 92.719 R$ 181.748 R$ 351.864 R$ 478.975 MARGEM CONTRIBUIÇÃO 0% 27% 27% 27% 27% DESPESAS FIXAS DO PRODUTO Despesa de Administração R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - DEPRECIAÇÃO R$ 3.380 R$ 4.394 R$ 5.408 R$ 6.422 R$ 7.436 ADMINISTRAÇÃO ( Pessoal de Marketing) R$ - R$ - R$ - R$ 240.000 R$ 240.000 R$ 240.000 PROPAGANDA R$ 25.000 R$ 25.000 R$ 25.000 R$ 25.000 R$ 32.000 R$ 40.000 PESQUISA DE MERCADO R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - PESQ. E DESENVOLVIMENTO R$ 2.000 R$ 2.000 R$ 2.000 R$ 2.000 R$ 2.000 R$ 2.000 DESP. FIXAS TOTAIS R$ 27.000 R$ 30.380 R$ 31.394 R$ 272.408 R$ 280.422 R$ 289.436

LUCRO OPERACIONAL R$ (27.000) R$ (30.380) R$ 61.325 R$ (90.660) R$ 71.442 R$ 189.539

PERDA CONTRIBUIÇÃO OUTROS OUTROS SERVIÇOS R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ -

Contribuição para a operação da emrpesa (27.000) (30.380) 61.325 (90.660) 71.442 189.539

Imposto de Renda 25% - 15.331 - 17.861 47.385 Contribuição scial sobre o Lucro Líquido 9% - 5.519 - 6.430 17.059 LUCRO LÍQUIDO (27.000) (30.380) 40.475 (90.660) 47.152 125.096

Fonte: Projeção feita pelo grupo

A DRE acima acompanha o desempenho da Mocidade para os próximos 5 anos. Observa-se que nos dois primeiros anos, a empresa apresentará uma situação de prejuízo, fruto dos altos investimentos feitos para estruturar toda a estratégia de marketing, recursos Humanos e produção propostas.

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No entanto, nos anos seguintes a escola terá lucro, e conseqüentemente novos investimentos. A situação de lucro é conseqüência das ações estratégicas que objetivam aumentar a receita, através da captação de novos patrocinadores e melhorar a eficiência operacional.

A margem de contribuição tem um aumento de 27 % apartir de 2008. Existem duas principais razões que podem justificar esse aumento, são elas o aumento das atividades na quadra, e o aumento de patrocinadores.

Vale ressaltar que a escola é uma instituição sem fins lucrativos, e por este motivo todo o lucro é reinvestido na escola e na comunidade através dos projetos sociais desenvolvidos.

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IV.1.11.2. Fluxo de Caixa

Tabela 29

"Cash Flow" (Fluxo de Caixa, valores em R$) 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Fluxo de Caixa Operacional Lucro Operacional R$ (30.380) R$ 61.325 R$ (90.660) R$ 71.442 R$ 189.539 Depreciação R$ 3.380 R$ 4.394 R$ 5.408 R$ 6.422 R$ 7.436 Imposto de Renda R$ 0 R$ 15.638 R$ 5.213 R$ 18.218 R$ 54.405 FCO R$ (27.000) R$ 50.081 R$ (90.465) R$ 59.646 R$ 142.570

Capital de Giro Devedores (contas a receber) R$ - R$ 31.383 R$ 61.518 R$ 119.098 R$ 162.123 Estoque R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - Credores (Fornecedores) R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - Capital de Giro líquido R$ - R$ 31.383 R$ 61.518 R$ 119.098 R$ 162.123 Investimento em capital de Giro R$ - R$ (31.383) R$ (30.134) R$ (57.581) R$ (43.024) R$ 162.123

Gastos de Capital Pesquisa e Desenvolvimento R$ 2.000 R$ 2.000 R$ 2.000 R$ 2.000 R$ 2.000 R$ 2.000 Pesquisa Mercado R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - R$ - Propaganda R$ 25.000 R$ 25.000 R$ 25.000 R$ 25.000 R$ 32.000 R$ 40.000 Ativo Permanente R$ 16.900 R$ 5.070 R$ 5.070 R$ 5.070 R$ 5.070 R$ 5.070 Valor Residual (Receita não operacional) R$ 8.450 Total Gastos de Capital R$ (16.900) R$ 32.070 R$ 32.070 R$ 32.070 R$ 39.070 R$ 55.520

Fluxo Caixa Total R$ (10.100) R$ (53.314) R$ 25.017 R$ (142.975) R$ 21.692 R$ 318.213

Fluxo Caixa Total Acumulado R$ (10.100) R$ (63.414) R$ (38.397) R$ (181.372) R$ (159.680) R$ 158.533 Fonte: Projeção feita pelo grupo

A análise do fluxo de caixa da empresa permite saber a quantidade de Reais que entrou no Caixa da escola e a quantidade que saiu. Observa-se que o Fluxo de Caixa Operacional é negativo em quase todos anos devido à dificuldade em restabelecer as condições financeiras da escola, tornando-se auto-sustentável, o que permite manter as atividades propostas no planejamento.

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IV.1.12. 3. Valor Presente Líquido – VPL

O Valor Presente Líquido é de R$ 54.363,00. A diferença entre o valor de mercado do investimento e o seu custo é o VPL

Sendo esse VPL positivo, conclui-se que para a escola este planejamento estratégico poderá agregar mais valor do que a operação atual. Considerando as outras hipóteses analisadas, em um cenário pessimista o VPL pode ser de R$ 1.419,00, ou seja, ainda que as condições de mercado não sejam favoráveis à escola pretende-se agregar valor à escola. Os gráficos abaixo ilustram o comportamento do VPL em cada um dos cenários econômicos, e suas respectivas TIR.

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Figura 28

Cenário Mais provável

Análise VPL X TIR Cenário Mais provável

R$ 2.000

R$ 1.500 Centenas

R$ 1.000

R$ 500

R$ 0

0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% 45,00% 50,00% 55,00% 60,00%

-R$ 500

Fonte: Projeção feita pelo grupo. Figura 29

Cenário Pessimista

Análise VPL X TIR Cenário Pessimista

R$ 1.000

R$ 800

Centenas R$ 600

R$ 400

R$ 200

R$ 0

0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% 45,00% 50,00% 55,00% 60,00%

-R$ 200

-R$ 400

-R$ 600

Fonte: Projeção feita pelo grupo.

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Figura 30 Cenário Otimista

Análise VPL X TIR Cenário Otimista

R$ 3.000

R$ 2.500 Centenas R$ 2.000

R$ 1.500

R$ 1.000

R$ 500

R$ 0

0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% 45,00% 50,00% 55,00% 60,00%

-R$ 500

Fonte: Projeção feita pelo grupo

IV.1.13. 4. ROI

É a relação entre o lucro e os ativos totais. O retorno sobre o investimento da empresa é de 61%. No entanto, vale destacar novamente que todo o lucro é revertido em novos investimentos no carnaval ou na comunidade através dos projetos sociais.

IV.1.14. 5. Payback

O Payback é o número de anos necessários para que o desembolso correspondente ao investimento inicialmente realizado seja recuperado.

No caso deste planejamento estratégico o payback não é uma ferramenta aconselhável para análise, porque as ações são baseadas inicialmente através parcerias e mão-de-obra voluntária, e por este motivo não há investimento inicial. Os

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investimentos serão feitos gradualmente durante os anos oriundos de patrocínios e os subsídios da escola.

Esses indicadores são as melhores ferramentas de analisar a rentabilidade de um projeto ou empresa. Após análise desses indicadores, conclui-se que o planejamento proposto, nos cenários otimistas e básicos, é financeiramente rentável e poderá agregar mais valor à escola.

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IV.1.15. Conclusão

O crescimento do mercado das escolas de samba é justificável por diversos motivos, como por exemplo: a criação da Cidade do Samba tende a trazer mais turistas, a proximidade com o Panamericano de 2007 pode contribuir para um aumento principalmente no turismo internacional.

Além disso, com as ações propostas neste planejamento pretende-se aumentar o market-share da escola a cada ano, melhorando sua imagem e tornando-se cada vez mais uma boa opção para empresas que pretendem investir em projetos sociais. Vale destacar que atualmente o tema “Responsabilidade Social” é o centro das atenções no ambiente dos negócios, o que proporciona uma situação favorável aos patrocínios que foram citados anteriormente.

Embora não disponha hoje de uma estrutura interna bem organizada, com seu novo posicionamento e com a sua nova proposta, terá a oportunidade de se reestruturar. Será necessário profissionalizar as atividades relacionadas ao carnaval, começando de cima para baixo, desde o presidente até os responsáveis pela produção das alegorias.

O principal objetivo deste planejamento estratégico é atender as principais necessidades da comunidade local, através de ações relacionadas ao carnaval, ou ao menos que ocorram na quadra da escola. Estabelecendo cada vez mais uma relação mais próxima com a população, a Mocidade se tornará um excelente canal de comunicação e influência aos diversos públicos. Para que isso ocorra o foco dos responsáveis pelo marketing da escola estarão buscando aumentar cada vez o número de investidores na escola.

Esse estudo, sem dúvidas, contribuiu para o aprendizado do grupo como um todo, e se tornou a oportunidade de colocar em prática todo o conhecimento adquirido ao longo do curso.

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BIBLIOGRAFIA

Sites:

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Livros:

 KOTLER, Philip. Administração de Marketing. Prentice Hall.  KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing. Pearson Brasil.

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ANEXO I - REGULAMENTO

Artigo 1o. Os Desfiles das Escolas de Samba do Grupo Especial da LIESA (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro), no ano de 2006, obedecerão às normas contidas no presente Regulamento.

CAPÍTULO I DAS OBRIGAÇÕES DA RIOTUR

Artigo 2o. A RIOTUR se responsabilizará pela adoção das medidas relativas ao funcionamento da Avenida dos Desfiles, nos termos do disposto no Contrato celebrado com a LIESA.

CAPÍTULO II DAS OBRIGAÇÕES DA LIESA

Artigo 3o. Além das atribuições que lhe confere o Contrato citado no Artigo anterior, a LIESA se responsabilizará, com exclusividade, por tudo que se relacione com a Direção Artística dos Desfiles.

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CAPÍTULO III DO LOCAL, DAS DATAS E DOS HORÁRIOS DOS DESFILES

Artigo 4o. Os Desfiles de que trata este Regulamento serão realizados na Passarela do Samba, denominada de “Passarela Professor Darcy Ribeiro”, situada na Rua Marquês de Sapucaí, nesta Cidade, nos dias 26 e 27 de fevereiro de 2006, respectivamente Domingo e Segunda-feira de Carnaval.

Artigo 5o. Os Desfiles começarão às 21:00 (vinte e uma) horas.

CAPÍTULO IV DAS AGREMIAÇÕES PARTICIPANTES

Artigo 6o. O Grupo Especial no ano 2006 será composto por 14 (quatorze) Escolas de Samba, divididas em 02 (dois) grupos, compostos, cada um, por 07 (sete) Escolas de Samba, obedecendo à seguinte Ordem de Desfile para Domingo e Segunda-feira de Carnaval: I - dia 26 de fevereiro de 2006 (Domingo) - às 21:00 horas - GRES. Acadêmicos do Salgueiro - entre 22:05 e 22:20 horas - GRES. Acadêmicos da Rocinha - entre 23:10 e 23:40 horas - GRES. Imperatriz Leopoldinense - entre 00:15 e 01:00 horas - GRES. Caprichosos de Pilares - entre 01:20 e 02:20 horas - GRES. - entre 02:25 e 03:40 horas - GRES. Acadêmicos do Grande Rio - entre 03:30 e 05:00 horas - GRES. Beija-Flor de Nilópolis II - dia 27 de fevereiro de 2006 (Segunda-feira) - às 21:00 horas - GRES. - entre 22:05 e 22:20 horas - GRES. Estação Primeira de Mangueira

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- entre 23:10 e 23:40 horas - GRES. Unidos do Viradouro - entre 00:15 e 01:00 horas - GRES. Mocidade Independente de Padre Miguel - entre 01:20 e 02:20 horas - GRES. Unidos da Tijuca - entre 02:25 e 03:40 horas - GRES. Império Serrano - entre 03:30 e 05:00 horas - GRES. Portela

Parágrafo Único. Ressalvadas as hipóteses previstas no Contrato citado no Artigo 2o deste Regulamento, a Agremiação que descumprir o compromisso de desfilar no Grupo Especial no Carnaval de 2006, será penalizada com o rebaixamento para o Grupo imediatamente inferior (Grupo de Acesso A), obrigando-se, ainda, a devolver à LIESA, devidamente atualizada, toda e qualquer quantia até então recebida, relativamente aos Desfiles do Carnaval de 2006, acrescida de juros legais e das despesas decorrentes de eventual cobrança judicial, por via executiva.

CAPÍTULO V DA COORDENAÇÃO DOS DESFILES

SEÇÃO I DA DIREÇÃO ARTÍSTICA DOS DESFILES

Artigo 7o. A Direção Artística dos Desfiles será composta pelo Presidente da LIESA, Vice- Presidente da LIESA e Diretor de Carnaval, e a ela estarão subordinadas as seguintes Comissões:

I - Comissão de Concentração; II - Comissão de Cronometragem; III - Comissão de Dispersão; IV - Comissão de Verificação das Obrigatoriedades Regulamentares.

Artigo 8o. Caberá ao Presidente da LIESA a aplicação das penalidades de conformidade com

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o estabelecido neste Regulamento.

SEÇÃO II DA COMISSÃO DE CONCENTRAÇÃO

Artigo 9o. A Comissão de Concentração deverá ser constituída até o dia 17 de Novembro de 2005 e será composta por 03 (três) Membros indicados pela Direção Artística dos Desfiles e, com o apoio operacional do pessoal colocado à sua disposição, a ela competirá:

I - até o dia 25 de Novembro de 2005, apresentar o Relatório das necessidades de alterações físicas a serem feitas nas Áreas de Concentração e de Armação e nas vias por onde transitarão as Alegorias de cada Agremiação;

II - até o dia 20 de Dezembro de 2005, elaborar e apresentar os Mapas de Concentração, que deverão conter, obrigatoriamente, as seguintes indicações para cada Agremiação: a. data e horário de saída da última Alegoria do respectivo "Barracão"; b. itinerário a ser cumprido por cada Agremiação; c. data e horário de chegada das Alegorias à Área próxima à Concentração; d. horário e área de disposição das Alegorias de cada Agremiação na Concentração.

III - até o dia 25 de Janeiro de 2006, apresentar o Relatório de vistoria das Áreas de Concentração e de Armação e das vias por onde transitarão as Alegorias de cada Agremiação, como forma de verificar se foram adotadas todas as providências solicitadas antecipadamente;

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IV - coordenar a chegada das Alegorias à Área de Concentração e suas disposições, de acordo com a Ordem de Desfiles, com a distribuição das áreas e com os Mapas de Concentração, previstos neste Regulamento.

Parágrafo Único. A eventual ausência de Membros previamente escolhidos será suprida por indicação da Direção Artística dos Desfiles;

SEÇÃO III DA COMISSÃO DE CRONOMETRAGEM

Artigo 10. A Comissão de Cronometragem deverá ser constituída até o dia 25 de Janeiro de 2006 e será composta por 03 (três) Membros, para cada dia de Desfile, todos eles indicados pela Direção Artística dos Desfiles, da seguinte forma:

I - a Comissão que atuará nos Desfiles do dia 26 de Fevereiro de 2006 (Domingo de Carnaval) terá seus Membros escolhidos dentre Representantes das Agremiações que desfilarão no dia 27 de Fevereiro de 2006 (Segunda-feira); II - a Comissão que atuará nos Desfiles do dia 27 de Fevereiro de 2006 (Segunda- feira de Carnaval) terá seus Membros escolhidos dentre Representantes das Agremiações que desfilarão no dia 26 de Fevereiro de 2006 (Domingo).

Parágrafo Único. A eventual ausência de Membros previamente escolhidos será suprida, até o momento do início dos Desfiles, por indicação da Direção Artística dos Desfiles.

Artigo 11. À Comissão de Cronometragem competirá:

I - acompanhar o acionamento do cronômetro, no início do Desfile de cada Escola de Samba, assim como a sua respectiva parada, no término de cada Desfile;

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II - apontar, em mapa específico, o tempo de Desfile de cada Escola de Samba;

III - propor a aplicação das penalidades previstas no Artigo 22 deste Regulamento.

Artigo 12. Cada Escola de Samba indicará à Diretoria da LIESA, até o dia 25 de Janeiro de 2006, 01 (um) Representante para, durante o Desfile de sua respectiva Agremiação, acompanhar a Comissão de Cronometragem, ficando estabelecido que a ausência desse Representante não impedirá que a Comissão de Cronometragem determine o acionamento e a respectiva parada do cronômetro.

SEÇÃO IV DA COMISSÃO DE DISPERSÃO

Artigo 13. A Comissão de Dispersão deverá ser constituída até o dia 17 de Novembro de 2005 e será composta por 03 (três) Membros indicados pela Direção Artística dos Desfiles e, com o apoio operacional do pessoal colocado à sua disposição, a ela competirá:

I - até o dia 25 de Novembro de 2005, apresentar o Relatório das necessidades de alterações físicas a serem feitas nas Áreas de Dispersão e nas vias por onde transitarão as Alegorias de cada Agremiação;

II - até o dia 25 de Janeiro de 2006, apresentar o Relatório de vistoria da Área de Dispersão e das vias por onde transitarão as Alegorias de cada Agremiação, como forma de verificar se foram adotadas todas as providências solicitadas antecipadamente;

III - acompanhar e fiscalizar, com pelo menos 01 (um) de seus Membros, a remoção/retirada das Alegorias de cada Escola de Samba, a partir da Linha Demarcatória de Final de Desfile e até o término da Área de Dispersão, esclarecendo-se que:

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a. é de responsabilidade exclusiva de cada Escola de Samba a operacionalização da remoção/retirada de suas Alegorias da Área de Dispersão, bem como removê-las até o seu respectivo “Barracão”; b. dentro dos limites da Área de Dispersão, cada Escola de Samba poderá usar, se necessário, os equipamentos e pessoal colocados à sua disposição, inclusive carros-guincho.

IV - propor, em mapa específico, a aplicação da penalidade prevista no Artigo 25 deste Regulamento, às Escolas de Samba que não retirarem suas Alegorias da Área de Dispersão, dentro dos limites de tempo estabelecidos neste Regulamento.

Parágrafo Único. A eventual ausência de Membros previamente escolhidos será suprida, até o momento do início dos Desfiles, por indicação da Direção Artística dos Desfiles.

Artigo 14. Cada Escola de Samba indicará à Diretoria da LIESA, até o dia 25 de Janeiro de 2006, 01 (um) Representante para acompanhar os trabalhos da Comissão de Dispersão, ficando estabelecido que a ausência desse Representante não impedirá que a Comissão desenvolva seus trabalhos, proponha a aplicação da penalidade estabelecida por este Regulamento ou determine a adoção de medidas emergenciais que propiciem a retirada de Alegorias cuja permanência possa vir a acarretar riscos e/ou prejuízos para o bom andamento dos Desfiles.

SEÇÃO V DA COMISSÃO DE VERIFICAÇÃO DAS OBRIGATORIEDADES REGULAMENTARES

Artigo 15. A Comissão de Verificação das Obrigatoriedades Regulamentares deverá ser constituída até o dia 30 de Janeiro de 2006, sendo composta por 03 (três) Membros

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indicados pelo Presidente da LIESA, e a ela competirá a verificação do disposto no Artigo 26 deste Regulamento e a proposição das penalidades nele previstas, a serem aplicadas a juízo do Presidente da LIESA.

CAPÍTULO VI DA CONCENTRAÇÃO

Artigo 16.A concentração das Escolas de Samba será feita na Avenida Presidente Vargas, na pista central que margeia o Canal do Mangue, sendo que:

I - as Escolas de Samba, cuja posição na Ordem de Desfiles corresponda à numeração ímpar, deverão se concentrar a partir do prédio do Juizado de Menores no sentido do prédio da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos;

II - as Escolas de Samba, cuja posição na Ordem de Desfiles corresponda à numeração par, deverão se concentrar a partir da lateral do Setor 01 da Avenida dos Desfiles no sentido do Edifício “Balança Mas Não Cai”;

III - a primeira Escola de Samba a desfilar em cada um dos dias de Desfiles poderá se concentrar a partir da Área de Armação (Área anterior ao Portão de Início de Desfile).

Artigo 17. As Escolas de Samba ficam obrigadas a se concentrar de acordo com a Ordem de Desfiles constante dos Artigos 6 o e 9 o , Inciso II, deste Regulamento e nas áreas determinadas pelo Artigo 16.

Parágrafo Único. As Escolas de Samba que não se apresentarem com suas Alegorias na Área da Concentração (Artigo 16), dentro dos horários e de acordo com o Mapa com os percursos previstos pela Comissão de Concentração de que trata o Artigo 9o deste Regulamento, poderão ser penalizadas com uma multa pecuniária de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais), a ser indicada, segundo o mapa

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específico apresentado pela Comissão de Concentração, e aplicada a juízo do Presidente da LIESA.

Artigo 18. Cada Escola de Samba avançará da Área de Concentração para a Área de Armação, após a saída da Agremiação que lhe preceder, posicionando-se, então, para o início de seu respectivo Desfile, levando-se em conta o disposto no Artigo 20.

CAPÍTULO VII DO TEMPO DOS DESFILES

Artigo 19. O tempo de duração do Desfile de cada Escola de Samba será de, no mínimo, 65 (sessenta e cinco) minutos e, no máximo, 80 (oitenta) minutos.

Artigo 20. Cada Escola de Samba iniciará o seu respectivo Desfile ao sinal de autorização da Direção Artística dos Desfiles, obedecendo as seguintes condições:

I - para a primeira Escola de Samba a desfilar, em cada um dos dias de Desfile, o procedimento será o seguinte: a. um primeiro toque de sirene (toque único) alertará que o seu Desfile deverá ter início no prazo máximo de 15 (quinze) minutos; b. um segundo toque de sirene (toque duplo) alertará que o seu Desfile deverá ter início no prazo máximo de 5 (cinco) minutos e a partir deste toque (duplo) poderá ser iniciada a apresentação de seu intérprete (puxador), com a emissão do som para toda a Avenida; c. um terceiro toque de sirene (toque triplo) determinará o início de seu Desfile,

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ocasião em que se dará o acionamento imediato do cronômetro.

II - para as demais Escolas de Samba o procedimento será o seguinte: a. um primeiro toque de sirene (toque único) alertará a próxima Escola de Samba a Desfilar que o último componente da Escola de Samba precedente ultrapassou o Portão de Início de Desfile, podendo, então, a próxima Escola de Samba a desfilar, avançar na Área de Armação até o referido Portão de Início de Desfile, em silêncio, não sendo permitido, em hipótese alguma, aquecer a Bateria, afinar instrumentos e/ou utilizar microfones ligados ao carro-de-som; b. um segundo toque de sirene (toque duplo) alertará à próxima Escola de Samba a Desfilar que o último componente da Escola de Samba precedente ultrapassou a Faixa Demarcatória de Metade de Desfile, sendo permitido, então, à próxima Escola de Samba a Desfilar iniciar o aquecimento preliminar de sua Bateria e o teste de regulagem dos instrumentos e microfones ligados ao carro-de-som; c.um terceiro toque de sirene (toque triplo) avisará a próxima Escola de Samba a Desfilar que o último componente da Escola de Samba precedente ultrapassou a Faixa Demarcatória de Final de Desfile, sendo permitido o início da passagem da voz do puxador (intérprete) para toda a Avenida, e alertando que o seu desfile deverá ter início em 5 (cinco) minutos, ocasião em que se dará o acionamento imediato do cronômetro.

Parágrafo Único. As Escolas de Samba, a que se refere o Inciso II deste Artigo, que, na Área de Armação e antes do segundo toque de sirene (toque duplo), iniciarem o aquecimento da sua respectiva Bateria e/ou utilizarem o carro-de-som, poderão sofrer penalidade de 0,5 (meio) ponto, que será apontada, em mapa específico, pela Direção Artística dos Desfiles e aplicada a juízo do Presidente da LIESA.

Artigo 21 O Desfile de cada Escola de Samba se iniciará no momento em que, por ordem da Direção Artística dos Desfiles, for acionado o cronômetro, e terminará no momento

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em que o último Componente ou Alegoria da Agremiação desfilante ultrapassar a Faixa Demarcatória do Final de Desfile.

Parágrafo Único. Caso ocorra falta, parcial ou total, de energia elétrica e/ou de som na Pista de Desfiles, a Escola de Samba cujo primeiro Componente já tiver ultrapassado a Faixa Demarcatória de Início de Desfile deverá continuar o seu Desfile sem interrupção.

Artigo 22. As Escolas de Samba que não desfilarem no tempo estabelecido pelo Artigo 19 deste Regulamento poderão sofrer, segundo o mapa específico da Comissão de Cronometragem e a juízo do Presidente da LIESA, uma das penalidades a seguir:

I - perda de 0,2 (dois décimos) de ponto para cada minuto não utilizado em seu Desfile, quando este tempo for inferior a 65 (sessenta e cinco) minutos;

II - perda de 0,2 (dois décimos) de ponto para cada minuto excedente, quando o tempo de Desfile for superior a 80 (oitenta) minutos.

CAPÍTULO VIII DA DISPERSÃO

Artigo 23. A Área de Dispersão compreende o trecho entre a Faixa Demarcatória de Final de Desfile, passando pela Rua Frei Caneca, até o Largo situado em frente ao Centro Administrativo São Sebastião (Prefeitura).

Artigo 24. Cada Escola de Samba é obrigada a fazer a dispersão de suas alegorias, ultrapassando a faixa demarcatória no final da dispersão, no tempo máximo de 02:30 (duas horas e trinta minutos), contados a partir do efetivo início de seu desfile.

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Artigo 25. As Escolas de Samba que não retirarem suas Alegorias da Área de Dispersão (Artigo 23), dentro do tempo fixado no Artigo 24 acima, poderão ser penalizadas com uma multa pecuniária de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais), a ser aplicada, segundo o mapa específico apresentado pela Comissão de Dispersão, e a juízo do Presidente da LIESA.

TÍTULO II DAS OBRIGAÇÕES DAS ESCOLAS DE SAMBA E DEMAIS RECOMENDAÇÕES

Artigo 26. Além de outros deveres expressos no presente Regulamento, cada Escola de Samba tem a obrigatoriedade de:

I - desfilar com, no mínimo, 200 (duzentos) Ritmistas agrupados na Bateria;

II - desfilar com, no mínimo, 100 (cem) Baianas agrupadas;

III - impedir a presença de pessoas do sexo masculino na Ala de Baianas, exceto Diretores, desde que estes não estejam com a mesma fantasia da Ala em questão;

IV - não se apresentar com animais vivos de quaisquer espécies, inclusive para tração de alegorias;

V - impedir a apresentação de pessoas que estejam com a genitália à mostra, decorada e/ou pintada;

VI - impedir a utilização de instrumentos musicais de sopro ou de qualquer outro artifício que emita sons similares, em sua Bateria, exceto os apitos dos Diretores;

VII - desfilar com o mínimo de 05 (cinco) e o máximo de 08 (oito) Alegorias,

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entendendo-se, como tal, qualquer estrutura que contenha rodas em contato direto com o solo da Pista de Desfiles, com exceção dos elementos que vierem na Comissão de Frente;

VIII - não utilizar, distribuir ou apresentar-se com qualquer tipo de “merchandising” (implícito ou explícito) em Enredo, Alegorias, Adereços, Alas, Destaques, Samba- Enredo ou quaisquer outros meios, exceto: a. nas vestimentas dos Empurradores de Alegorias; b. em prospectos com letras do Samba-Enredo; c. nos instrumentos musicais da Bateria, desde que sejam as marcas de seus respectivos fabricantes. IX - desfilar com o mínimo de 10 (dez) e até o máximo de 15 (quinze) componentes na Comissão de Frente;

Parágrafo Primeiro. O não cumprimento das obrigatoriedades dos Incisos I, II, III, IV, V e VI deste Artigo poderá implicar na penalização de 0,5 (meio) ponto para cada Inciso infringido, a qual será proposta pela Comissão de Verificação das Obrigatoriedades Regulamentares, de que trata o Artigo 15 deste Regulamento e aplicável a juízo do Presidente da LIESA.

Parágrafo Segundo. Especificamente para os Incisos VII e IX deste Artigo, a penalização poderá ser de 01 (um) ponto para cada Inciso, a qual será proposta pela Comissão de Verificação das Obrigatoriedades Regulamentares, de que trata o Artigo 15 deste Regulamento, e aplicável a juízo do Presidente da LIESA.

Parágrafo Terceiro. Especificamente no caso de ocorrer falha mecânica em qualquer Alegoria que esteja desfilando de maneira acoplada e que esta falha venha a ocasionar a separação destas Alegorias, fazendo com que seja desrespeitado o limite máximo de 08 (oito) Alegorias, a Agremiação poderá ser punida com a perda de 0,1 (um décimo de ponto), a qual será proposta pela Comissão de Verificação

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das Obrigatoriedades Regulamentares, de que trata o Artigo 15 deste Regulamento, e aplicável a juízo do Presidente da LIESA.

Parágrafo Quarto. Especificamente para o Inciso VIII deste Artigo, a penalização poderá ser de 02 (dois) pontos, a qual será proposta pela Comissão de Verificação das Obrigatoriedades Regulamentares, de que trata o Artigo 15 deste Regulamento, e aplicável a juízo do Presidente da LIESA.

Artigo 27. Recomenda-se, ainda, a cada Escola de Samba, que observe a necessidade de:

I - até o dia 27 de Julho de 2005, entregar à LIESA a Sinopse do Enredo para o Carnaval/2006;

II - até o dia 28 de Outubro de 2005, entregar à LIESA, a letra do seu Samba-Enredo para o Carnaval/2006 e o(s) nome(s) de seu(s) respectivo(s) Compositor(es);

III - até o dia 11 de Janeiro de 2006, entregar à LIESA, sob protocolo, a Ficha de Registro Cadastral do 1o Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira que representará a Agremiação, esclarecendo-se que após a entrega da Ficha só poderá ocorrer trocas com o prévio entendimento entre as partes envolvidas e o expresso referendo da LIESA;

IV - até o dia 11 de janeiro de 2006, entregar à LIESA, os seguintes documentos: a.Histórico e Justificativa do Enredo; b.Ficha Técnica da Agremiação, preenchida no conjunto de formulários que será entregue antecipadamente pela LIESA em disquete; c. outros que julgar necessários e imprescindíveis ao perfeito entendimento e atuação do Corpo de Julgadores.

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V - até o dia 23 de Janeiro de 2006, entregar à LIESA, o seu Roteiro de Desfile (descrição da disposição seqüencial de Alas, Alegorias e outros elementos integrantes de seu desfile);

VI - impedir, nos dias de desfile, a entrega de revistas, folhetos, brindes e quaisquer outros tipos de materiais a Julgadores;

VII - transitar por Vias Públicas e pelas Áreas de Concentração e Dispersão com Alegorias que não ultrapassem, em largura ou altura, os gabaritos fixados pelas autoridades públicas, em decorrência da existência de obras ou obstáculos urbanos, tais como pontes, viadutos, redes elétricas e telefônicas, túneis e outros;

VIII - apresentar-se na Avenida dos Desfiles com Alegorias que não ultrapassem as seguintes medidas: a. largura de 8,5 (oito e meio) metros fixos ou 10 (dez) metros desmontáveis, compreendendo-se, como tal, os que possam ser desmontados manualmente; b. altura não superior à da Torre de Televisionamento existente entre os Setores 11 (onze) e 13 (treze) da Avenida dos Desfiles.

IX - desfilar com Alegorias inéditas, entendendo-se, como tal, as que nunca tenham sido utilizadas em outros desfiles, mesmo que em Grupos diferentes, no mesmo ano ou em anos anteriores; X - dotar suas Alegorias de equipamentos que propiciem segurança adequada aos Componentes (Destaques e/ou Figuras de Composição) que sobre elas desfilem acima de 02 (dois) metros do solo, tais como cintos de segurança, guardas-varanda, guardas-mancebo e outros;

XI - dotar suas Alegorias de dispositivos (ganchos ou similares) que possibilitem a sua imediata retirada por carros-guincho ou qualquer outro tipo de viatura apropriada;

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XII - desfilar com o mínimo de 2.500 (dois mil e quinhentos) e o máximo de 4.500 (quatro mil e quinhentos) Componentes;

XIII - desfilar com o máximo de 250 componentes de Diretoria e apoios, com exceção dos empurradores de alegorias;

XIV - cumprir o que determina o Artigo 208 do Código Penal Brasileiro (não "...vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso"); ·

XV - cumprir o que determina o Provimento do Juizado de Menores, no que tange à presença de menores nos Desfiles, inclusive com relação aos que venham a se apresentar sobre Alegorias, ressaltando-se que é facultativa a apresentação de Alas de Crianças, porém em estrita obediência aos requisitos previamente estabelecidos no referido Provimento;

XVI - cumprir o que determina a Resolução emitida pela Diretoria de Serviços Técnicos do Corpo de Bombeiros Militares do Estado do Rio de Janeiro, que versa sobre os procedimentos a serem adotados para confecção e liberação de Alegorias e as normas estabelecidas pelos demais órgãos competentes;

XVII - não desfilar com: a) 1o Intérprete (Puxador) de Samba-Enredo; b) Mestre de Bateria; c) Mestre-Sala e Porta-Bandeira, em conjunto ou separadamente, e d) Comissão de Frente, no todo ou em parte, que tenham participado, no mesmo ano e nas mesmas funções, de outros desfiles, mesmo que em grupos diferentes, realizados no Rio de Janeiro ou em qualquer outro Município.

Parágrafo Único. Estabelece-se que a ocorrência de qualquer anormalidade, transtorno, prejuízo ou acidente decorrentes da não observância dos Incisos anteriores será de integral responsabilidade da respectiva Escola de Samba.

TÍTULO III DO JULGAMENTO DOS DESFILES

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CAPÍTULO I DO CORPO DE JULGADORES

Artigo 28. O Corpo de Julgadores será composto por 40 (quarenta) membros, sendo 04 (quatro) para cada Quesito.

Artigo 29. A indicação do Corpo de Julgadores é atribuição exclusiva do Presidente da LIESA.

CAPÍTULO II DOS QUESITOS EM JULGAMENTO

Artigo 30. Os Quesitos em julgamento são os seguintes:

I - Bateria; II - Samba-Enredo; III - Harmonia; IV - Evolução; V - Enredo; VI – Conjunto VII - Alegorias e Adereços; VIII- Fantasias; IX - Comissão de Frente; X - Mestre-Sala e Porta-Bandeira.

Parágrafo Único. A LIESA estabelecerá, em ato próprio, expresso no “Manual do Julgador”, os critérios de julgamento relativos a cada Quesito.

CAPÍTULO III

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DAS CABINES DE JULGAMENTO

Artigo 31. As Cabines de Julgamento estarão dispostas ao longo da Pista de Desfiles, de acordo com a ordem estabelecida no Manual do Julgador, que será entregue, em tempo hábil, a todos os Julgadores e Presidentes das Escolas de Samba do Grupo Especial.

Parágrafo Único. É obrigatória a permanência dos Julgadores em suas respectivas Cabines de Julgamento durante todo o tempo de Desfile de cada Escola de Samba, não podendo os mesmos permanecerem nas áreas destinadas para seus acompanhantes ou em quaisquer outros locais, exceto quando ocorrer falta de energia elétrica, hipótese em que poderão dirigir-se à margem da Pista de Desfiles, acompanhados das recepcionistas da LIESA.

CAPÍTULO IV DO SISTEMA DE CONCESSÃO DE NOTAS

Artigo 32. Cada Julgador concederá a cada Escola de Samba notas de 07 (sete) a 10 (dez) pontos, esclarecendo-se que:

I - serão admitidas notas fracionadas em decimais, tais como, por exemplo: 7,1; 7,2; 7,3, e assim sucessivamente até a nota máxima de 10 pontos;

II - em caso de rasura no Mapa de Notas, o Julgador deverá esclarecer e confirmar, no espaço denominado “Observações”, a nota concedida; se persistirem dúvidas, a decisão final caberá à Comissão de Apuração.

Parágrafo Primeiro. Nos critérios de Julgamento somente haverá diferença na concessão de notas para o Quesito "Samba-Enredo" porque neste Quesito a nota será concedida através do sistema de pontuação por "sub-quesitos" (Melodia e

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Letra);

Parágrafo Segundo. Os Julgadores do Quesito de que trata o Parágrafo anterior deverão, então, fazer o somatório das notas concedidas para os dois "sub-quesitos" e só lançar no Mapa definitivo de Notas o resultado desse somatório.

TÍTULO IV DA APURAÇÃO

Artigo 33. A apuração ocorrerá em local público, no dia 01/03/2006 (Quarta-feira de Cinzas), às 15:00hs., sendo da responsabilidade exclusiva da LIESA a adoção de todas as medidas indispensáveis à realização dos trabalhos.

Artigo 34. A apuração será feita por uma Comissão integrada pelos seguintes Membros:

I - Presidente da LIESA; II - Presidente da RIOTUR; III - Presidente Cons. Deliberativo da LIESA; IV - Vice-Presidente da LIESA; V - Vice-Presidente da RIOTUR; VI - Diretor de Carnaval da LIESA; VII - Diretor de Operações da RIOTUR; VIII - Secretário da LIESA; IX - Diretor Jurídico da LIESA; X - Diretor Jurídico da RIOTUR.

Artigo 35. À Comissão de Apuração compete:

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I - a abertura e conferência dos malotes e envelopes contendo os Mapas preenchidos pela Direção Artística dos Desfiles e pelas Comissões a ela subordinadas;

II - a conferência dos malotes e contagem dos envelopes contendo os Cadernos de Julgamento preenchidos pelos 40 (quarenta) Julgadores dos diversos Quesitos;

III - a conferência de todos os Mapas e Cadernos de Julgamento;

IV - a leitura e divulgação das penalidades que tenham sido aplicadas de acordo com este Regulamento, observando-se a seguinte ordem: a.Direção Artística dos Desfiles; b.Cronometragem; c.Obrigatoriedades Regulamentares; e d.Dispersão.

V - a leitura e divulgação das notas conferidas pelos 04 (quatro) Julgadores de cada um dos Quesitos de que trata o Artigo 30 deste Regulamento, obedecendo, para tanto, a ordem que for estabelecida através do Sorteio que será realizado na Sede da LIESA, até as 13:00 horas do dia 01 de março de 2006 (Quarta-feira de Cinzas);

VI - considerar a maior nota dada no mesmo Quesito para a mesma Escola de Samba dentre as conferidas pelos demais Julgadores do Quesito, na hipótese da ocorrência da falta de 01 (um) ou 02 (dois) Julgador(es) de um determinado Quesito e/ou, também, na hipótese de 01 (um) ou 02 (dois) Julgador(es) de um mesmo Quesito deixar(em) de atribuir nota a qualquer Agremiação;

VII - anular o Quesito na hipótese da falta de 03 (três) dos seus Julgadores e/ou na hipótese de 03 (três) Julgadores de um mesmo Quesito deixarem de atribuir notas a

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qualquer Agremiação;

VIII - considerar a nota 7 (sete) pontos para o caso de algum Julgador conceder nota inferior a 7 (sete) pontos para Quesito(s) apresentado(s);

IX - aplicar a nota 0 (zero) na hipótese de uma ou mais Agremiações deixarem de apresentar qualquer dos Quesitos em Julgamento;

X - decidir as dúvidas quanto ao preenchimento dos Cadernos de Julgamento e dos Mapas Específicos da Direção Artística dos Desfiles e das Comissões a ela subordinadas;

XI - totalizar os Mapas de Apuração;

XII - aplicar os critérios de desempate e classificação estabelecidos neste Regulamento;

XIII - divulgar o resultado dos Desfiles;

XIV - lavrar e assinar as Atas de Apuração.

TÍTULO V DOS EMPATES E CRITÉRIOS DE DESEMPATES

Artigo 36. Só serão admitidos empates, entre duas ou mais Escolas de Samba, quando isto ocorrer na primeira colocação e, assim mesmo, se as Escolas de Samba obtiverem somatório de pontos iguais em cada um dos 10 (dez) quesitos de que trata o Artigo 30 deste Regulamento, na ordem de precedência que for estabelecida através do Sorteio de que trata o item V do Artigo 35 deste Regulamento.

Artigo 37.

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Não ocorrendo o previsto no Artigo anterior, não serão admitidos empates em quaisquer outras posições; Se for necessário estabelecer o desempate, o procedimento observará as seguintes orientações:

I - recorrer-se-á, sucessivamente, ao somatório das notas concedidas em cada Quesito, na ordem de precedência que for estabelecida, através do Sorteio referido no item V do Artigo 35 deste Regulamento, para os 10 (dez) Quesitos de que trata o Artigo 30 deste Regulamento, obtendo, então, melhor classificação a Agremiação que alcançar as maiores notas em cada um dos supracitados Quesitos, na ordem de precedência acima descrita;

II - persistindo o empate, recorrer-se-á novamente às notas concedidas, obtendo, então, melhor classificação, dentre as Escolas de Samba empatadas, a que tenha obtido a maior quantidade de notas 10 (dez);

III - persistindo ainda o empate, será utilizado o mesmo critério anterior (Inciso II, acima), porém recorrendo-se às notas menores que 10 (dez), a partir de 9,9 (nove vírgula nove), passando, sucessivamente, pela análise das demais notas de menor valor, em ordem decrescente (inclusive as notas com fração decimal), até o ponto de se alcançar o desempate;

IV - persistindo, ainda, o empate, a classificação será definida por sorteio.

TÍTULO VI DAS IMPUGNAÇÕES E DOS RECURSOS

CAPÍTULO I DAS IMPUGNAÇÕES

Artigo 38. As Impugnações promovidas em razão de eventuais infringências a este

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Regulamento e a outras normas estabelecidas em atos editados pela LIESA, deverão ser apresentadas, por escrito, pelo Presidente da Agremiação ou seu Representante credenciado junto à LIESA, diretamente ao Presidente da LIESA, na sede da Entidade, mediante protocolo, até às 13:00 horas da 4a feira de Cinzas (dia da Apuração dos Resultados dos Desfiles), para serem analisadas e decididas antes da abertura dos envelopes contendo os Mapas de Julgamento.

CAPÍTULO II DOS RECURSOS

Artigo 39 É de competência exclusiva da Diretoria da LIESA a apreciação e julgamento de qualquer Recurso contra o resultado oficial dos desfiles, no que concerne às penalidades propostas pelas Comissões previstas nos incisos I à IV do Artigo 7o e no Parágrafo Único do Artigo 20, e que forem aplicadas pelo Presidente da LIESA.

Parágrafo Primeiro. O Recurso, que não terá efeito suspensivo, acompanhado das suas razões e dos documentos pertinentes, deverá ser apresentado diretamente na sede da LIESA, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, contados a partir da Apuração do Resultado, devendo a LIESA dar ciência às demais Agremiações, que terão prazo idêntico para se pronunciar, se for o caso.

Parágrafo Segundo. Serão indeferidos de plano, pela Diretoria da LIESA, os Recursos meramente protelatórios, intempestivos e os desacompanhados de qualquer meio de provas.

Parágrafo Terceiro. As Escolas de Samba participantes dos desfiles do Carnaval de 2006 se obrigam por seus representantes, subordinados, componentes e prepostos a respeitar e cumprir fielmente todos os termos do presente regulamento, comprometendo-se, outrossim, a não tomar nenhum procedimento judicial sem, antes, esgotar as vias administrativas competentes.

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Parágrafo Quarto. A inobservância ou falta de cumprimento do disposto no Parágrafo anterior implicará na suspensão imediata de todos os direitos da Agremiação infratora, bem como o bloqueio de qualquer receita que, por ventura, venha a ter direito junto à LIESA, até decisão final do procedimento judicial que tenha sido tomado, independentemente das demais sanções e cominações estatutárias.

Artigo 40. Da decisão da Diretoria da LIESA, que deverá se dar no prazo máximo de 20 (vinte) dias, contados a partir da data de divulgação do resultado oficial dos Desfiles, caberá recurso ao seu Conselho Deliberativo no prazo de 10 (dez) dias, contados da ciência da decisão, e idêntico prazo terão os eventuais terceiros interessados para se pronunciar. Das decisões do Conselho Deliberativo caberá recurso para a Assembléia Geral da LIESA, no mesmo prazo, adotando-se procedimento igual ao anterior.

Parágrafo Primeiro. As decisões da Diretoria e do Conselho Deliberativo, serão precedidas de pareceres a serem emitidos respectivamente pela Diretoria Jurídica da LIESA e pela Assessoria Jurídica do Conselho Deliberativo da LIESA.

Parágrafo Segundo. A decisão do Conselho Deliberativo, que alterar o resultado do desfile, será comunicada à Diretoria da LIESA para tomar as medidas que a decisão determinar.

TÍTULO VII DO DESFILE DAS CAMPEÃS

Artigo 41. O Desfile das Campeãs, com a participação das 06 (seis) Escolas de Samba primeiras colocadas nos Desfiles do Grupo Especial da LIESA, será realizado no dia 04 de Março de 2006 (Sábado das Campeãs), a partir das 20:00 horas, na Avenida dos Desfiles, localizada na Rua Marquês de Sapucaí, nesta Cidade.

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Artigo 42. A ordem dos Desfiles será a seguinte:

- às 20:00 horas - Apresentação de atrações especiais; - às 21:00 horas - Agremiação 6ª Colocada no Grupo Especial da LIESA; - entre 22:05 e 22:20 horas - Agremiação 5ª Colocada no Grupo Especial da LIESA;

- entre 23:10 e 23:40 horas - Agremiação 4ª Colocada no Grupo Especial da LIESA;

- entre 00:15 e 01:00 horas - Agremiação 3ª Colocada no Grupo Especial da LIESA;

- entre 01:20 e 02:20 horas - Agremiação Vice-Campeã do Grupo Especial da LIESA; - entre 02:25 e 03:40 horas - Agremiação Campeã do Grupo Especial da LIESA.

Artigo 43. A divisão da receita auferida com a venda de ingressos de Arquibancadas, Cadeiras de Pista e Frisas, para o Desfile das Campeãs, no que concerne à parte destinada às Escolas de Samba, será feita da seguinte forma, após a dedução da parcela de 5% (cinco por cento), referente a taxa de administração da LIESA:

I - após essa dedução, o equivalente a 60% (sessenta por cento) desse total, será dividido igualmente e repassado para as 06 (seis) Escolas de Samba primeiras colocadas no Grupo Especial, a título de Ajuda de Custos; e II - os 40% (quarenta por cento) restantes serão divididos em 40 cotas a serem rateadas entre as mesmas 06 (seis) Escolas de Samba, a título de Prêmio, da seguinte forma: a.11 (onze) cotas, para a Agremiação Campeã do Grupo Especial da LIESA d.06 (seis) cotas, para a Agremiação 4ª Colocada no Grupo Especial da LIESA ;

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e.05 (cinco) cotas, para a Agremiação 5ª Colocada no Grupo Especial da LIESA; e

f.03 (três) cotas, para a Agremiação 6a Colocada no Grupo Especial da LIESA.

Artigo 44. Para o Desfile das Campeãs, os participantes obrigam-se, a:

I - desfilar no tempo máximo de 40 (quarenta) minutos para o caso da apresentação da Atração Especial;

II - desfilar dentro do limite de tempo não inferior a 65 (sessenta e cinco) minutos e não superior ao tempo máximo permitido de 80 (oitenta) minutos, para o caso das Escolas de Samba do Grupo Especial;

III - será tolerada a ausência de 01 (uma) Alegoria do total das Alegorias apresentadas no desfile principal, dos dias 26 e 27 de Fevereiro de 2006, exceto quando da ocorrência de casos fortuitos ou de força maior, desde que devidamente justificados, em tempo hábil, e julgados procedentes pela LIESA;

IV - cumprir o disposto no Artigo 26 deste Regulamento, notadamente o estabelecido em seu Inciso VIII;

Parágrafo Primeiro. O descumprimento por parte das Agremiações do Grupo Especial, de qualquer dos Incisos II, III ou IV do presente Artigo implicará na perda do Prêmio pecuniário instituído pela LIESA, de que trata o Inciso II do Artigo 43 deste Regulamento.

Parágrafo Segundo. Na hipótese de aplicação da penalidade supramencionada, os valores pecuniários que seriam destinados às Agremiações infratoras serão divididos, igualmente, entre as demais Escolas de Samba do Grupo Especial

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participantes do Desfile de Sábado das Campeãs e, na hipótese de todas as Agremiações cometerem infrações, os valores a elas destinados serão creditados à LIESA.

Parágrafo Terceiro. As normas estabelecidas neste Artigo serão analisadas e decididas pela Diretoria da LIESA.

TÍTULO VIII DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS PARA O CARNAVAL DE 2007

Artigo 45. Os Desfiles do Grupo Especial da LIESA, no Carnaval de 2007, serão realizados nos dias 18 e 19 de Fevereiro de 2007, respectivamente Domingo e Segunda-feira de Carnaval, esclarecendo-se que desfilarão 06 (seis) Agremiações no Domingo e 07 (sete) Agremiações na Segunda-feira.

Artigo 46. No Carnaval de 2007, o Grupo Especial será composto:

I - pela primeira colocada no Carnaval de 2006, no Desfile Oficial do Grupo de Acesso “A” da AESCRJ (Associação das Escolas de Samba da Cidade do Rio de Janeiro); e

II - pelas 12 (doze) Escolas de Samba primeiras colocadas, no Carnaval de 2006, no Grupo Especial da LIESA.

Artigo 47. A 02 (duas) Escolas de Samba do Grupo Especial da LIESA que, no Carnaval de 2006, obtiverem a 13a e a 14a colocação passarão, automaticamente, a integrar o Grupo de Acesso A da AESCRJ, nos Desfiles do Carnaval de 2007.

Artigo 48.

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A ordem dos desfiles das Escolas de Samba do Grupo Especial da LIESA será estabelecida pela própria LIESA, através de sorteio dirigido, a ser realizado no mês de Junho de cada ano, com critérios previamente estabelecidos e presidido pelo Presidente da LIESA, visando tão somente um equilíbrio de forças e, conseqüentemente, o engrandecimento do espetáculo, ficando desde já estabelecidos os seguintes critérios:

I - a Escola de Samba Campeã do Grupo de Acesso A da AESCRJ, conforme o Artigo 46, será a primeira Escola a desfilar no Domingo de Carnaval, a menos que esta Escola e uma outra Agremiação pretendam trocar de posição de desfile, no período de 10 (dez) minutos concedidos para que as Agremiações troquem de posição, dentro de um mesmo dia de desfile, por ocasião do Sorteio da Ordem dos Desfiles de que trata o Caput deste Artigo;

II - a Escola de Samba 12a colocada no Grupo Especial, será a primeira Escola a desfilar na Segunda-feira de Carnaval, a menos que esta Escola e uma outra Agremiação pretendam trocar de posição de desfile, no período de 10 (dez) minutos concedidos para que as Agremiações troquem de posição, dentro de um mesmo dia de desfile, por ocasião do Sorteio da Ordem dos Desfiles de que trata o Caput deste Artigo;

III - as demais posições de Desfile serão definidas por sorteio na forma prevista no Caput deste Artigo.

Parágrafo Único. Após a realização do sorteio, será concedido um prazo de 10 (dez) minutos para permitir uma eventual troca na ordem de apresentação dentro do mesmo dia de Desfiles.

TÍTULO IX DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Artigo 49.

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Os casos omissos neste Regulamento serão apreciados em Reunião Plenária da LIESA e submetidos à decisão do Presidente da LIESA, exceto os ocorridos no transcurso da Apuração dos Resultados dos Desfiles, quando a competência de deliberação será da Comissão de Apuração.

Artigo 50. Todos os Títulos, Capítulos, Seções, Artigos, Incisos, Alíneas e Parágrafos deste Regulamento foram analisados e aprovados em Reunião Plenária da LIESA, com maioria absoluta de votos das 14 (quatorze) Escolas de Samba que constituem, para o Carnaval de 2006, o Grupo Especial.

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ANEXO II – Reportagem: “Dinheiro do bicho”

O diretor cultural da Liesa deixa bem clara sua opinião a respeito dos “mecenas”, como prefere chamar os bicheiros que dão suporte financeiro ao Carnaval: “O jogo do bicho está aí espalhado por todo o Brasil. Eles são banqueiros como qualquer outro, mas, como não são reconhecidos pela lei, são considerados criminosos”. Araújo explica que os “mecenas” procuram investir seu lucro nas comunidades. “Você pega o Anísio, por exemplo, que é de Nilópolis. Ele investe todo o seu dinheiro em ações comunitárias”. Desde a década de 70, no entanto, a forma de investimento dos bicheiros mudou. “Naquela época não havia ainda o sambódromo, então precisávamos do dinheiro deles. Agora não. Eles administram e podem até complementar com algum dinheiro que falta”. Araújo vê necessidade da presença dos bicheiros pela “alta capacidade administrativa” que possuem. “Eles sabem como conduzir um negócio, sabem como movimentar dinheiro”. Com muito menos participação privada e dos “mecenas”, São Paulo corre por fora para crescer ainda mais e deixar o prejuízo no passado. “A nossa projeção é que tenhamos, em três ou quatro anos, de iniciativa privada, de R$ 6 milhões a R$ 8 milhões. A Liga qualificou os espetáculos e agora a meta é qualificar nosso atendimento. É buscar a sua sustentabilidade, essa cadeia de investimentos, de verba de patrocínio, de associação das marcas ao evento Carnaval. Trabalhamos e hoje temos um espetáculo de qualidade”, diz o presidente da Liga de São Paulo. Mas, para Araújo, os paulistanos podem fazer de tudo. Não chegarão lá. “O Carnaval do Rio tem a experiência, a vivência de muitos anos de batalha, que chegou a essa síntese que aqui está. Falta talvez o tempero. O carioca tem uma forma toda especial de brincar o carnaval que o paulista não tem.” Fonte: http://www.aol.com.br/revista/materias/2006/0034.adp

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