“Como Se Fossem Insetos”: África E Ideologia No Cinema Contemporâneo
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I UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA “COMO SE FOSSEM INSETOS”: ÁFRICA E IDEOLOGIA NO CINEMA CONTEMPORÂNEO MARCOS JOSÉ DE MELO Orientadora: Professora Doutora Regina Maria Rodrigues Behar Linha de Pesquisa: Ensino de História e Saberes Históricos JOÃO PESSOA 2012 II UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA “COMO SE FOSSEM INSETOS”: ÁFRICA E IDEOLOGIA NO CINEMA CONTEMPORÂNEO MARCOS JOSÉ DE MELO Orientadora: Professora Doutora Regina Maria Rodrigues Behar Linha de Pesquisa: Ensino de História e Saberes Históricos Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal da Paraíba, em cumprimento às exigências para obtenção do título de Mestre em História, Área de Concentração em História e Cultura Histórica. JOÃO PESSOA 2012 III “COMO SE FOSSEM INSETOS”: ÁFRICA E IDEOLOGIA NO CINEMA CONTEMPORÂNEO Marcos José de Melo Dissertação de Mestrado avaliada em ___/___/___ com conceito ___________________ BANCA EXAMINADORA ___________________________________________________ Professora Doutora Regina Maria Rodrigues Behar Programa de Pós-Graduação em História – Universidade Federal da Paraíba Orientadora ___________________________________________________ Professor Doutor Alberto da Silva Professor da Université Rennes II Examinador Externo ___________________________________________________ Professor Doutor Raimundo Barroso Cordeiro Júnior Programa de Pós-Graduação em História – Universidade Federal da Paraíba Examinador Interno ___________________________________________________ Professor Doutor Élio Chaves Flores Programa de Pós-Graduação em História – Universidade Federal da Paraíba Examinador Interno ___________________________________________________ Professor Doutor Iranilson Buriti de Oliveira Programa de Pós-Graduação em História – Universidade Federal de Campina Grande Suplente Externo ___________________________________________________ Professora Doutora Solange Pereira da Rocha Programa de Pós-Graduação em História – Universidade Federal da Paraíba Suplente Interna IV Dedico este trabalho à memória de um trabalhador africano chamado Muhammad ibn Bouazizi. Que sua morte seja lembrada como o marco do início de uma primavera não apenas para os Muhammads, mas para os Juans, Smiths, Jans, Johns, Xiangs, Jeans e, quem sabe, Joões e Josés. Louvada e imitada seja sua coragem. A revolta não deve ser contra uma tirania, mas contra toda a tirania – esteja sob o disfarce que estiver. V “Leopardos irrompem no templo e bebem até o fim o conteúdo dos vasos sacrificiais; isso se repete sempre; finalmente, torna- se previsível e é incorporado ao ritual.” Franz Kafka "Quando todos pensam do mesmo jeito, é porque ninguém está pensando." Walter Lippman VI AGRADECIMENTOS À escritora belga Marguerite Yourcenar são atribuídas as seguintes sábias palavras: O verdadeiro lugar de nascimento é aquele em que lançamos pela primeira vez um olhar inteligente sobre nós mesmos. Seguindo tal raciocínio, posso dizer que apesar de ter visto a luz em São Paulo e ter crescido em Pernambuco, não tenho dúvidas de que nasci de fato em João Pessoa, Paraíba. Essa dissertação, obra primeira desse recém-nascido, não existiria sem a ajuda fundamental de um grupo especial de pessoas que cruzaram meu caminho e ajudaram a pavimentar a estrada que me trouxe a João Pessoa e a essa vida nova. Agradeço à minha mãe por todo o esforço e sacrifício desprendido na minha criação e educação. Ao meu grande amigo José Maria Gomes de Souza Neto, eterno mestre, agradeço por ter me ensinado tão bem o ofício de historiador; certamente não estou à altura do que você ensinou, mas isto aqui não existiria sem você, Zé. Alberon Lemos é um amigo que sinceramente ainda não me acho merecedor de ter; de coração agradeço a sua presença silenciosa nas entranhas dessa dissertação. Kalina Vanderlei, sem uma única conversa particular, se tornou pra mim um exemplo de profissionalismo, e eu a agradeço por isso também. A José Luciano Queiroz Ayres eu deveria dedicar esse trabalho inteiro, e não apenas agradecer, pois foi uma singela frase dita por ele em um simpósio temático, há muito tempo, que desencadeou o processo criativo cuja culminância é esta bendita. Agradeço por isso e por toda a ajuda que generosamente me estendeu. Provavelmente eu não acharia João Pessoa essa cidade tão maravilhosa que acho se não fossem as pessoas maravilhosas que me acolheram aqui. Aos meus colegas de copo e de cruz gostaria de agradecer pessoalmente por terem tornado tão suave minha estadia. Dentre a minha turma não posso deixar de nomear alguns que estiveram mais próximos nesse processo: meu querido Almair Morais e a inseparável e maravilhosa sousense Rafaela Dario; a querida Jandynéa Gomes; o demônio do Geisel Márcio Macedo; a aracajuana arretada Carla Karinne; a sempre serena e zen Juliana Barros; o todo-coração Vanderlan Paulo; o esquisitão gente boa João Batista; a flor de Itaporanga Fabíolla Furtado; a enigmática Sylvia Brito; a futura primeira VII campinograndense canonizada, Germana Guimarães. Em especial, agradeço ao ilustre cidadão ‘siarense’ Leonardo Rolim por ter me ensinado nos dias mais sombrios o significado da palavra companheiro, e tomo a liberdade de ‘recitar’ para ele os versos do Pessoa: “Damo-nos tão bem um com o outro / Na companhia de tudo / Que nunca pensamos um no outro, / Mas vivemos juntos e dois / Com um acordo íntimo / Como a mão direita e a esquerda.” Valeu, companheiro. Aos professores do PPGH que de uma forma ou outra auxiliaram na consecução do trabalho, especialmente ao poético Raimundo Barroso e suas leituras de meus manuscritos e ao etílico Mozart Vergetti e nossas reuniões administrativas em Orlando’s bar, agradeço. À compreensão do professor Damião de Lima a cada farrapada minha no projeto de auxílio à docência, agradeço. E às leituras repletas de erudição do professor Élio Chaves Flores, sou também extremamente grato. Às instituições que, com o dinheiro de impostos do povo brasileiro, financiaram o projeto, por meio da bolsa acadêmica Reuni, e tornaram possível minha vida aqui e a realização da pesquisa, serei eternamente grato. Agradeço a João Pessoa, ou Philipéia de Nossa Senhora das Neves, ou Cidade da Parahyba, como queiram, cidade maravilhosa, por tudo que me proporcionou, especialmente as pessoas. Como expressar a plenitude de minha gratidão a Filomena Vargas – a única pessoa que sempre acreditou em mim (não em relação à dissertação, mas ao que realmente importa), e que se não tivesse tido as longas conversas que teve comigo, não tenho dúvidas que teria atendido precocemente ao chamado e não concluído esse trabalho –, muito provavelmente nunca saberei. A Verônica Behar agradeço pela generosa ajuda que em diversas ocasiões me estendeu. A Jorge Pereira agradeço pela casa e pela amizade, e por ter em casa Harry Potter, que me deu a infância que eu não tive – sem falar nos consertos do PC. A Leila Medeiros agradeço por toda e cada conversa edificante. Agradeço à Sulleyma Andrade toda a paciência e generosidade para comigo. Agradeço a amizade terna de Luísa Gadelha, Normanda Leitão, Laís Medeiros, Dany Almeida. À Etelvina Fernandes, que semeou alegria e bons conselhos em meu coração cotidianamente, além de prestar socorro sempre que preciso, agradeço, mais do que por tudo isso, pela filha: Olga Elis e sua poética amizade e presença, que foi quem me fez mesmo sentir em casa aqui. Os sábados nunca mais serão os mesmos. VIII Um grupo de pessoas que não vive em João Pessoa também foi fundamental para minha chegada e estadia aqui, de uma forma ou de outra. Se não fosse Alfredo Neto ter me explicado o que é vestibular, em julho de 2004, nada disso teria sequer começado, por exemplo. Quero agradecer à Rúbia de Kássia, à tia Mary, à Manoela Ferreira, a Tito Silva, a meu pai, a Lula (meu único e querido tio, não o presidente), e a Celso Amorim (meu querido irmão, não o ministro) por toda a ajuda que me estenderam. Em cada momento, ela foi fundamental. Por último, o maior e mais afetuoso de todos os agradecimentos que me sinto impelido a fazer é àquela que sempre foi mais que orientadora, foi amiga, Regina Behar. Ainda não existe nas línguas humanas palavra que defina o quanto lhe sou grato por tudo. Das mais abissais profundezas de meu coração, muito obrigado, Regina. E muito obrigado, a todos vocês, inclusive quem eu porventura tenha me esquecido de citar. IX RESUMO A imagem da África no cinema hegemônico contemporâneo não compõe um mero objeto passível de apreciação ou depreciação estética; para além disso, essa imagem é um dos indicadores palpáveis de uma prática política contemporânea cujas raízes estão fincadas no discurso colonial eurocêntrico do século XIX. Nesta dissertação, o esforço intelectual é direcionado no sentido de mostrar as maneiras pelas quais o cinema hegemônico contemporâneo representa o continente africano, após o quê é feita uma revisão histórica de como essa imagem da África foi construída pela intelectualidade europeia, em fins do século XIX, a que interesses essa imagem inventada atendia, quais argumentos legitimadores lhe forneceram sustentação e por quais modos tal imagem foi popularizada. Ao final, é feito um esboço da ponte que liga a conjuntura política do final do século XIX, que engendrou a invenção da África, à do início do século XXI, que faz com que aquela imagem permaneça popular, e algumas considerações sobre a relação