Baixa Pombalina

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Baixa Pombalina Câmara Municipal de Lisboa Vereação do Licenciamento Urbanístico e Reabilitação Urbana BAIXA POMBALINA PEDIDO DE INCLUSÃO NA LISTA INDICATIVA NACIONAL PARA CANDIDATURA A PATRIMÓNIO MUNDIAL VOL. 1/2 2 ÍNDICE DESCRIÇÃO ..............................................................................................................5 JUSTIFICAÇÃO DE “VALOR UNIVERSAL EXCEPCIONAL”..........................15 1. Primeiro critério (i)...........................................................................................15 2. Segundo critério (ii) ..........................................................................................19 3. Terceiro critério (iii) .........................................................................................24 4. Quarto Critério (iv) ...........................................................................................28 5. Quinto critério (v)..............................................................................................42 6. Sexto Critério (vi)..............................................................................................46 7. O critério de autenticidade e integridade .........................................................53 7.1. Garantias de autenticidade e integridade....................................................53 7.1.1. A protecção e o enquadramento legislativo no quadro administrativo português .......................................................................................................53 7.1.2. Envolvimento de todos os actores interessados no processo de classificação...................................................................................................58 7.2. Garantias de conservação do sítio a classificar. O plano de gestão ...........63 7.2.1. INVENTÁRIO E ANÁLISE...............................................................63 7.2.1.1. Reclassificação das áreas de valor arqueológico..........................63 7.2.1.2. Recolha de indicadores para a gestão do sítio. O livrete do edifício ...................................................................................................................66 7.2.1.3. Sistema geo-referenciado e campanhas de vistorias ....................66 7.2.2. CONSOLIDAÇÃO..............................................................................67 7.2.2.1. Intervenção de consolidação arquitectónica de urgência .............67 7.2.3. CONSERVAÇÃO ...............................................................................68 7.2.3.1. Revitalização e atracção de novos residentes...............................68 7.2.3.2. Incentivos aos comerciantes.........................................................69 7.2.3.3. O programa “Lisboa a Cores” ......................................................70 7.2.3.4. O Plano cromático da Baixa.........................................................71 7.2.3.5. Melhoria do espaço público e racionalização da distribuição das infra-estruturas básicas ..............................................................................72 7.2.4. MANUTENÇÃO.................................................................................73 7.2.4.1. Fundo Remanescente do Chiado ..................................................73 7.2.4.2. Grafitis e brigadas de limpeza periódica ......................................73 7.2.4.3. O programa “Lisboa Alerta” ........................................................74 7.2.5. MONITORIZAÇÃO ...........................................................................74 7.2.5.1. Rede de piezómetros e de marcas de nivelamento topográfico ...74 7.2.5.2. Controlo da qualidade do ar, do tráfego e dos agentes de deterioração ...............................................................................................76 7.2.6. PROTECÇÃO .....................................................................................79 7.2.6.1. Regulamento próprio....................................................................79 7.2.6.2. Unidade de projecto da Baixa-Chiado..........................................79 3 7.2.6.3. Controlo do tráfego e criação de alternativas de transporte público ...................................................................................................................80 7.2.6.4. Redução da vulnerabilidade sísmica do edificado .......................81 7.2.6.5. Sistema de protecção civil............................................................81 7.2.7. VALORIZAÇÃO E INTERPRETAÇÃO...........................................84 7.2.7.1. Desafectação.................................................................................84 7.2.7.2. Centro de interpretação do sítio e Museu Pombalino ..................84 7.2.7.3. Animação......................................................................................85 ILUSTRAÇÕES E MAPAS TEMÁTICOS ..........................................................................87 Mapas temáticos....................................................................................................87 BIBLIOGRAFIA............................................................................................................89 4 PEDIDO DE INCLUSÃO NA LISTA INDICATIVA NACIONAL PARA CANDIDATURA A PATRIMÓNIO MUNDIAL Nome do País: PORTUGAL Lista preparada pela: Comissão Portuguesa da UNESCO Data: Janeiro de 2004 Nome do sítio histórico: BAIXA POMBALINA Posição geográfica (UTM): 38º 42' 27,10" N (centróide da estátua de D.José I) -9º 8' 11,28" W DESCRIÇÃO Conjunto histórico monumental por excelência e zona emblemática da Cidade de Lisboa e de Portugal. 5 Sítio ocupado desde há 2000 anos, cidade denominada Felicitas Julia Olisipo desde época romana, com ocupação árabe, centro comercial do antigo império marítimo português nos séculos XV a XVIII, lugar histórico de intercâmbio de culturas, capital da nação portuguesa. Entre 1580 e 1640, quando Portugal e Espanha constituíram uma unidade política, foi (em 1581- 1583 e 1619) centro da corte ibérica. Fig. 1 - Aspecto do Terreiro do Paço na visita de Filipe III em 1619. Fig. 2 – Partida da Infanta Catarina de Bragança para se tornar 6 Rainha de Inglaterra em 25 de Abril de 1662. (Dirk Stoop) Depois do terramoto de 1 de Novembro de 1755, a sua reconstrução sob o governo do Marquês de Pombal serviu, na Europa e no Mundo, para a criação da primeira cidade moderna do Ocidente. Fig. 3 - Representação da Baixa antes e durante o terramoto de 1755 (gravura alemã do séc.XVIII). Inovadora nas soluções viárias, de construção sobre estacas e sobre novos aterros sobre o rio, de soluções estruturais anti-sísmicas, anti-incêndio, de saneamento e de salubridade pública. Esta nova cidade é a concretização maior da escola urbanística portuguesa que influenciou a construção de um grande número de novas 7 cidades, na África, Ásia, Oceânia e América, várias delas já classificadas como Património da Humanidade. Fig. 4 – Plano de Eugénio dos Santos de 1758 sobreposto à disposição anterior ao terramoto. A racionalidade deste sistema e a sua capacidade de pré-fabricação traduziu-se quase contemporaneamente na edificação de Vila real de S. António, situada no Sul de Portugal. Fig. 5 – Alçado do Cartulário Pombalino de 1756 e esquema estrutural da gaiola pombalina (J. Appleton). 8 Conjunto riquíssimo de monumentos públicos, religiosos, escultóricos, sítio arqueológico romano, feito da integração de edifícios medievais, renascentistas e barrocos. Fig.6 – Aspecto actual da Praça do Rossio (D. Pedro IV) e de parte da Rua Augusta. 9 Estilo dominante classicista com exemplos tardo-barrocos, neo- clássicos, eclécticos, arte-nova, art-deco e modernistas. Fig. 7 – Outro aspecto da Praça do Rossio, depois da reposição do antigo desenho de pavimento. Fig. 8 - Aspecto actual da Rua Augusta com tráfego unicamente pedonal. 10 Centro do poder durante a Monarquia e a República, sala de visitas e de aparato da cidade de Lisboa, centro de representação política, de revoluções, de embarque e desembarque de monarcas, dignatários, de tropas invasoras e de invasão, de paradas militares, recepção de heróis, manifestações políticas pacíficas e mais violentas, regicídios, proclamação da República Portuguesa, motivo de inspiração poética e literária portuguesa e estrangeira. Fig. 9 – Recepção do Presidente Loubet da França em 1907. A área histórica proposta para classificação é a delimitada no plano em anexo (mapa 1) e corresponde morfologicamente ao plano de reconstrução da cidade, aprovado em 1758 (fig. 4), incluindo a Baixa entre o antigo Terreiro do Paço (hoje Praça do Comércio), alargada à colina do Chiado e à Freguesia de S. Paulo, adjacente ao Rio. 11 Fig. 10 – Vista aérea da Baixa Pombalina (anos 1930, espólio Eduardo Portugal). A área proposta foi até ao terramoto de 1 de Novembro de 1755, centro político e comercial da cidade, onde se situava o palácio real rodeado de um emaranhado medieval de ruas repletas de comércios tradicionais e de novos produtos permitidos pelas Descobertas e pelo comércio com as Índias. Apesar de ter sofrido um terramoto, um maremoto e um incêndio que ficaram nos Anais da História como o primeiro “desastre moderno” e referência internacional de uma gravíssima destruição e perda de pessoas e de patrimónios incalculáveis, esta ocupação humana e civilizacional foi restabelecida. A reconstrução, iniciada em 1756, foi executada segundo um plano ortogonal totalmente inovador, fruto único e paradigmático da escola urbanística portuguesa. O plano, desenvolvido sob o regime autocrático iluminado do Marquês de Pombal, foi proposto por Manuel da
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