pp. 109-128 Ciencias da Terra (UNL) Lisboa 1978 I fig., I est.

NOTAS SOBRE DEPOSITOS DETAVEIRO ESTRATIGRAFIA, PALEONTOLOGIA, IDADE, PALEOECOLOGIA *

M. T. ANTUNES ** J. PAIS**

* Linha de ac<;iio «Geologia e Paleontologia do Neocretacico e Terciario", Centro de Estratigrafia e Paleobiologia da Universidade Nova de Lisboa (INIC). ** Faculdade de Ciencias e Tecnologia, Departamento de Geologia e Geotecnia. Quinta do Cabe<;o, 1899 Lisboa Codex.

car on n'en connaissait en Europe qu'une dent d'age Cretace superieur dans Ie Sud de la France; ailleurs, outre quelques pieces du Perou, RESUMO on ne peut mentionner que Ie riche materiel des USA et de Mongolie. Les vegetaux representent la «flore a Debeya», cOnnue dans plusieurs Palavras-chave: Taveiro - Cretticico superior - Estratigrafia ­ gisements de Litoral, dans les «gres de Buc;aco», et dans Ie Datl/l;iio - Critica - Vertebrados - Mamiferos - Vegetais Complexe basaltique de Lisbonne. Du point de vue stratigraphique, la conclusion la plus importante est A fim de apoiar trabalhos de cartografia dos Servic;os Geologicos de la datation du Campanien superieur et/ou Maestrichtien des depots , folhas 19-C () e 19-D (-Lousii), bern fossiliferes, quelquefois consideres comme d'age tertiaire. como datar algumas formac;oes continentais, foram efectuadas pesquisas On a verifie, comme a Aveiro, que les assises a «flore a Debeya» nas imediac;oes de Taveiro. sont un peu plus modernes que celles a vertebres de Vizo-Aveiro; les Foi estudado 0 corte da Ceriimica do Mondego, Ld. a. A partir da correlations avec d'autres gisements contenant la meme flore sont main­ base observa-se uma serie onde predominam pelitos com montmori­ tenant plus evidentes. lonite. Inclui depositos de canal correspondentes a sedimentac;iio de alta L'ensemble des donnees concernant la serie inferieure de Taveiro energia e assentadas de areia. Na porc;iio superior desenvolvem-se cama­ indiquent un milieu assez chaud (et humide?) dans une region fre­ das arenosas com vegetais. Sobre esta serie, separada por uma super­ quemment inondee (inondations saisonnieres?). ficie de descontinuidade, aparece outra, arenosa, com maior proporc;iio de caulinite. Niio foram encontrados fosseis. Apresentam-se resultados preliminares de estudos paleontologicos que, em parte, tern em conta resultados concernentes a outras jazidas. Foram recolhidos gastropodes (TV. 15), vertebrados diversos (TV. 18), ABSTRACT peixes (TV. 19?) e vegetais (TV. 19 a TV. 24). Destacam-se verte­ brados da mesma fauna de Vizo, Aveiro, etc. E particularmente impor­ Key-words: Taveiro - Upper Cretaceous - Stratigraphy - Age ­ tante a presenc;a de mamiferos. Os vegetais representam a «flora com Discussion - Vertebrata - Mammals - Plants Debeya», que ocorre em varias localidades. Do ponto de vista estratigrafico, a principal conclusiio e a datac;iio This paper reports some research work that has been done to support do Campaniano superior e/ou Maastrichtiano de depositos, as vezes Geological Survey's field work for the I:50.000 Carta Geologica de considerados terciarios. Verifica-se (como em Aveiro) a posiC;iio urn Portugal, (sheets 19-C Figueira da Foz and 19-D Coimbra-Lousii). Its pouco superior de camadas com a «flora com Debeya» sobre outras com main purpose was to establish the age of some continental formations. os vertebrados; e mais evidente a correlac;iio com outros depositos At Ceramica do Mondego, Ld. a near Taveiro; two series were contendo a mesma flora. observed. The lower one is mainly pelitic, montmorillonite being predo­ No conjunto, os dados concernentes a serie inferior de Taveiro minant. It also includes some sandy beds and channel deposits with high indicam meio relativamente quente em areas frequentemente inundadas energy sediments (conglomerate with limestone pebbles). (sazonalmente?). The upper series lies unconformably upon the former, and there is a neat discontinuity surface between the two. It mainly consists of sands, kaolinite being the most abundant of the clay minerals. This seems to indicate an intensive weathering, an acid, well drained environment and RESUME transportation by quite high energy running waters. No fossils were recorded. Mots-eMs: Taveiro - Cretace superieur - Stratigraphie - Data­ Preliminary paleontological results are presented, along with some tion - Critique - Verttfbres - Mammiferes - Vegetaux data concerning other localities (Aveiro, etc.). Fossils found in the lower series are: gastropoda (Bulimus gaudryi, TV. 15 bed), several Des etudes ont ete consacrees a la region de Taveiro, a fin vertebrates (TV. 18), fishes (TV. 19?) and plants (TV. 19-TV. 24). d'appuyer des levees des Servic;os Geologicos de Portugal (Carte geolo­ Vertebrata belong to the same fauna as that from Vizo, Aveiro, etc. gique du Portugal 1:50.000, feuilles 19-C de Figueira da Foz, et 19-D The presence of mammals is most important as only a single tooth de Coimbra-Lousii) et, en particulier, de dater quelques formations was previously Know in Europe (Southern France) in Late Cretaceous continentales. formations. Elsewhere there are some mammalian remains in Peru La coupe de Ceramica do Mondego, Ld. a permet d'observer a besides the rich assemblages found in the USA and Mongolia. Plants la base une serie essentiellement pelitique riche en montmorillonite, are representative of the «Debeya flora» well known at several localities qui comprend egalement des assises sableuses, et un canal rempli de in Beira Litoral province, in «Buc;aco sandstones», and in Lisbon's conglomerats a galets de calcaire. «Basaltic Complex». Au-dessus, separee par une surface de discontinuite, affleure une The most important stratigraphical conclusion is that the lower series serie sableuse, riche en kaolinite. On n'y connait aucun fossile. Ces is Upper Campanian and/or Maastrichtian in age, and not Tertiary as caracteres indiquent lessivage intense, milieu acide, un bon drainage, sometimes it has been considered. et transport par des cours d'eau alteignant des niveaux energetiques As at Aveiro, «Debeya flora» occurs in beds somewhat higher than considerables. those with the Aveiro-Vizo-Taveiro vertebrate fauna. Correlation with On presente les resultats preliminaires d'etudes paleontologiques qui, other «Debeya flora» localities are now more clear. en partie, tiennent compte egalement de donnees concernant d'autres Data concerning Taveiro lower series, in the whole, point out to a gisements. Parmi les recoltes il y a des gasteropodes (Bulimus gaudryi, rather warm (and moist?) environment in an occasionally (seasonally?) couche TV. 15), vertebres divers (TV. 18), poissons (TV. 19?) et flooded region. vegetaux (TV. 19 a 24). Les vertebres representent la faune de Vizo. Aveiro, etc. La presence de mammiferes est particulierement importante

1 - OBJECTIVOS Ionite (M) bern cristalizada > 80 %, cauli­ nite (K) < 10 %, minerais micaceos (ilite) Tendo-nos sido solicitada, pelos Servi~os Geol6gicos de (I) < 10 %. Portugal, colabora~ao no sentido de datar algumas das for­ 2,1 m. ma<;6es continentais p6s-turonianas representadas, nomea­ damente, nas folhas 1:50.000, 19-C (Figueira daFoz) e TV. 2 - Siltito arenoso pouco argiloso. Cor branca. 19-0 (Coimbra-Lousa), procedemos a observa~6es de Composi~ao fundamental: frac~ao arenosa campo e a colheitas de material. Em particular, estudamos 46,3 %, frac<;ao silto-argilosa 53,7 %. o corte, bastante representativo, da explora~ao de argilas Frac~ao argilosa: M bern cristalizada da Ceramica do Mondego, Ld.a, em Taveiro. > 80 %, K < 10 %, 1 < 10 %. Paralelamente, analisamos toda a bibliografia pertinente ...... 0,09-0,10 m. a fim de tentarrnos alcan~ar uma solu~ao tanto quanta Contactos com as camadas inferior e supe­ possivel adequada dos problemas que nos foram postos. rior irregulares, muito rendilhados. Junto' do Verificamos, em consequencia, que qualquer tentativa de contacto com TV. 3 ha concentra~ao de mine­ solu<;ao nao pode ser dissociada da problemlitica que diz rais pesados . respeito a outros depositos correlativos da Beira Litoral, bern como a certas coberturas do Maci~o Hesperico. TV. 3 - Argilito silto-arenoso. Cor vermelho-escura. Como a exposi<;ao dos resultados e a subsequente dis­ Composi<;ao fundamental: frac~ao arenosa cussao nos hajam parecido excessivamente longas para 19,4 %, frac~ao silto-argilosa 76,4 %, frac~ao inc1usao numa 'noticia explicativa, pareceu preferivel carbonatada4,2 %. publica-las a parte, nesta nota...... 0,25-0,3 m. Frac~ao argilosa: M bern cristalizada II - DESCRIC;AO DO CORTE DA CERAMICA > 80 %, K < 10 %, I, vestigios. DO MONDEGO, TAVEIRO-ESTRATI­ Esta camada, de cor vermelha, tern contac­ GRAFIA (I) tos muito irregulares, de tipo rendilhado, com as camadas sobre e subjacentes. o estudo pormenorizado do. corte do barreiro da Ceramica do Mondego [coordenadas M = 167,875 km TV. 4 - Argilito silto-arenoso. Cor branca. Composi­ P = 358,600 km folha n. o 240 (Montemor-o-Velho) a ~ao fundamental: frac<;ao arenosa 18,9 %, escala 1.25.000] permitiu estabelecer a seguinte sucessao . frac~ao silto-argilosa 73, I %, frac~ao carbo­ de camadas de baixo para cima: natada 8,0 %...... 0,05-0,06 m. TV. 1 - Arenito silto-argiloso. Cor vermelha. Compo­ Frac<;ao argilosa: M > 90 %, K < 5 %, si~ao fundamental: frac~ao arenosa 64,9 %, 1<5 %. frac<;ao silto-argilosa 35,1 %. Contactos menos rendilhados que nas cama­ Composi~ao da frac~ao argilosa: Montmori- das anteriores.

TV. 5 - Arenito argilo-siltoso. Cor vermelha. Compo­ (') Trabalhos de campo com a colaborac;ao de J. Cesar Lopes. Identificac;ao dos minerais das argilas da autoria de A. Sanches Furtado si<;ao fundamental: fr~c~ao arenosa 46,3 %, (Centro de Pedologia Tropical, ISA, Lisboa). frac~ao silto-argilosa 53,7 %.

113 Fracc;ao argilosa: M bern cristalizada Fracc;ao argilosa: M bern cristalizada > 90 %, > 90 %, K < 5 %, I < 5 %. K < 5 %, I < 5 %. 0,95 m. 0,50 m.

TV. 6 - Arenito argilo-siltoso. Cor branca. Composi­ TV. 12 - Inacessivel. Cor branca. c;ao fundamental: fracc;ao arenosa61,3 %, 0,50 m. fracc;ao silto-argilosa 36,2 %, fracc;ao carbona­ tada 2,5 %. TV. 13 - Inacessivel. Cor vermelha. Fracc;ao argilosa: M bern cristalizada 0,40-0,50 m. > 90 %, K < 5 %, I < 5 %...... 0,25-0,35 m. TV. 14 - Nao observavel. Contacto inferior muito regular, ainda que cerca de 0,50 m. com ondulac;6es. Contacto superior rendilhado. TV. 15 - Argilito siltoso, pouco arenoso. Cor vermelha. TV. 7 - Argilito silto-arenoso. Cor vermelha. Compo­ Composic;ao fundamental: fracc;ao arenosa sic;ao fundamental: fracc;ao arenosa 28,0 %, 6,~ %, fracc;ao silto-argilosa 87, 9 %, fracc;ao fracc;ao silto-argilosa 67,8 %, fracc;ao carbona­ carbonatada 5,9 %. tada 4,2 %. Fracc;ao argilosa: M regular a bern cristali­ Fracc;ao argilosa: M bern cristalizada zada > 80 %, K < 10 %, I < 10 %. > 90 %, K < 5 %, I < 5 %. . 3,30 m...... 0,45 m. Foram colhidos raros exemplares de Bulimus Contacto com TV. 8 muito rendilhado, ha­ gaudryi. venda zona de interpenetrac;ao com cerca de 0,15 m de espessura. TV 16 - Argilito pouco arenoso calcario. Cor vermelha. Composic;ao fundamental: fracc;ao arenosa TV. 8 - Arenito argilo-siltoso. Cor branca em seco e 15,6 %, fracc;ao silto-argilosa 69,5 %, fracc;ao cinzenta quando molhado. Composic;ao funda­ carbonatada 14,9 %. mental: fracc;ao arenosa 42,6 %, fracc;ao silto­ Fracc;ao argilosa: M bern cristalizada > 80 %, -argilosa 52,6>%, fracc;ao carbonatada 4,8 %. K < 10 %, I < 10 %. Fracc;ao argilosa: M bern cristalizada > 90 %, ...... 0,45 m. K < 5 %, I < 5 % Camada rija, formando cornija. Contem con­ ...... 0,12 m. crec;6es carbonatadas. o contacto superior e rendilhado (menos que Os contactos com as camadas inferior e supe­ o inferior). rior sao regulares.

TV. 9 - Argilito areno-siltoso. Cor vermelho-escura TV. 17 - Argilito pouco arenoso. Cor vermelha, passan­ com zona mais clara a 0,13 m da base e com do a acinzentada. Composic;ao fundamental: 0,10 m de espessura. Composic;ao fundamen­ fracc;ao arenosa 6,0 %, fracc;ao silto-argilosa tal: fracc;ao arenosa 23,7 %, fracc;ao silto-argi­ 89,7 %, fracc;ao carbonatada 4,3 %. losa 75,3 %, fracc;ao carbonatada 1,0 %. Fracc;ao argilosa: M regularmente cristali­ Fracc;ao argilosa: M bern cristalizada > 90 %, zada > 80 %, K < 5 %, I < 10 % K < 5 %, I < 5 %. . 0,63 m. 0,62-0,63 m. Apresenta concrec;6es carbonatadas.

TV. 10 - Argilito areno-siltoso. Cor branca. Compo­ TV. 18 - Conglomerado arenitico, calcario margoso. sic;ao fundamental: fracc;ao arenosa 35,5 %, Cor acinzentada. Composic;ao fundamental: fracc;ao silto-argilosa 61,6 %, fracc;ao carbona­ fracc;ao arenosa 2,1 %, fracc;ao silto-argilosa tada 2,9 %. 26,5 %, fracc;ao carbonatada 71,4 %. Fracc;ao argilosa: M bern cristalizada > 90 %, Fracc;ao argilosa: M regularmente cristali­ K < 5 %, I < 5 %. zada > 70 %, K < 5 %, I < 20 %...... 0,15-0,20 m...... 0,20-1 m. Toda a camada tern aspecto rendilhado, com Trata-se de conglomerado com elementos sedimento vermelho e branco. rolados, essencialmente calcanos. Nalguns pontos, os elementos sao areniticos, noutros TV. II - Argilito silto-arenoso. Cor vermelha. Compo­ atingem ou excedem 0 tamanho de favas. sic;ao fundamental: fracc;ao arenosa 17,0 %, Granotriagem positiva nitida. fracc;ao silto-argilosa 79,8 %, fracc;ao carbona­ Esta camada ravina a anterior, e corresponde tada 3,2 %. ao enchimento de urn canal com cerca de

114 15 metros de largura na zona observada. TV. 23- Argilito siltoso. Cor acinzentada. Composi! 85 %, K < 5 %, I < 10 %. adiante)...... 0,10-0,04 m. Argilito muito bern litado apresentando, no TV. 19 - Argilito siltoso. Cor cinzenta. Composi! 70 %, K < 10 %, I > 20 %. varia!<3.o gradual. Composi!<3.o fundamental a ...... 4,5-5 m. 0,25 m da base (cinzenta): frac!<3.o arenosa Os sedimentos encontram-se fortemente 50,2 %, frac!<3.o silto-argilosa 49,8 %. compactados. Frac! 90 %, K < 5 %, I < 5 %. Para 0 topo, existem leitos muito finos com Composi!<3.o fundamental a 0,25 m do topo restos de vegetais incarbonizados (carv3.o). (vermelha): frac!<3.o arenosa 30,8 %, frac! 90 %, K < 5 %, I, vestigios...... 1,15 m. TV. 20 - Arenito argilo-siltoso. Cor cinzento-amarelada. Existe estratifica!<3.o cruzada muito fina. Composi!<3.o fundamental: frac! 80 %, TV. 25 - Argilito silto-arenoso. Cor variavel entre ver­ K < 10 %, I < 10 %. melha e cinzenta, aparentemente conforme 0 ...... 1,0 m. teor de argila. Composi! 90 %, K < 5 %, I, vestigios. Composi!<3.o fundamental a 0,25 m do topo TV. 21 - Arenito pouco argiloso. Cor amarela, as vezes (vermelho-vivo): frac! 80 %, K < 5 %, I < 15 %. Composi! 80 %, melhada. Composi! 90 %, argilosas, cinzentas. K < 10 %, I < 5 %. . 0,14 m. TV. 22 - Arenito argilo-siltoso. Cor cinzenta. Compo­ si! 90 %, K > 10 %, I, vestigios. Frac~3.o argilosa: M bern cristalizada ...... 0,30 m. > 90 %, K < 5%, I < 5 % Apresenta estratifica!<3.o cruzada muito fina. . 4,Om. Nalguns pqntos podem observar-se restos de No topo, abundantes concre~oes de man­ vegetais incarbonizados (carvao). ganes. 115 TV: 28 - Argilito silto-arenoso. Cor branca. Compo­ A caracteriza<;ao de unidades litostratigraficas it escala si<;ao fundamental: frac<;ao arenosa 14,7 %, regional transcende 0 ambito do nosso trabalho; tern sido frac<;ao silto-arenosa 85,3 %. objecto de estudos pormenorizados do Prof. A. Ferreira Frac<;ao argilosa: M regular a bern cristali­ Soares e colaboradores da Universidade de Coimbra. zada > 90 %, K < 5 %, I < 10 %...... 0,10 m. III - PALEONTOLOGIA Nlvel muito constante ao longo de toda a

extensao lateral do corte. Apresenta aspecto Parecendo prematuro 0 estudo pormenorizado de todo rendilhado, particularmente no topo, e concre­ o material, tanto mais que as colheitas prosseguem, limi­ <;Oes de manganes. tamo-nos a apresentar listas de fosseis identificados, ainda que, nalguns casos, as determina<;oes sejam dadas a titulo TV. 29 - Argilito siltoso pouco arenoso. Cor vermelha. provisorio. Com efeito, certos grupos carecem de profunda Composi<;ao fundamental: frac<;ao arenosa revisao; os estudos ate aqui realizados temo de ser reto­ 4,3 %, frac<;ao silto-argilosa 94,3 %, frac<;ao mados noutras condi<;Oes. carbonatada 1,4 %. Por outro lado, convem notar que os fosseis obtidos pro­ Frac<;ao argilosa: M regularmente cristali­ vern de niveis diferentes: zada > 80 %, K < 10 %, I < 10 %...... 1,80 m. - 0 mais baixo, assentada carbonatada com Nlvelrico de concre<;oes de manganes; algu­ «Bulimus» , (TV. 15) mais nao deu que alguns mas concre<;Oes carbonatadas. exemplares dos gastropodes que Choffat designou por Bulimus gaudryi, ja conhecidos (embora raros) TV. 30 - Argilito pouco calcario e pouco arenoso. Cor nos arredores de Aveiro. branco-rosada. Composi<;ao fundamental: frac­ - 0 deposito mais rico de vertebrados (TV. 18) - e <;ao arenosa 2,3 %, frac<;ao silto-argilosa que, ate agora, nao deu quaisquer outros fosseis - e 94,2 %, frac<;ao carbonatada 3,5 %. o enchimento do canal, atras descrito. As condi<;6es

Frac<;ao argilosa: M regularmente 0 cristali­ sao semelhantes as de outras jazidas ja exploradas zada > 80 %, K < 10 %, I < 10 %. (Aveiro, Vizo, etc.). Integrando todos os elementos ...... 3,0 a 4,0 m. conhecidos em posi<;ao estratigrafica anaIoga, h

As varia<;Oes laterais de facies sao pouco importantes Repteis no espa<;o observavel. Contudo, as camadas descritas com TESTUDINATA - Cf. Rosasia soutoi CARRING­ os numeros TV. 20 a TV. 26 tern passagens laterais mais TON DA COSTA (**). arenosas, as vezes manganesiferas. Os leitos mais argi­ SAURISCHIA - Megalosauridae «Megalosaurus losos sao extremamente ricos de vegetais na parte E do pannoniensis» (sensu SAUVAGE 1898-1899) (*). corte. ORNITISCHIA - Posslvel Ceratopsidae indetermi­ No corte ha que distinguir duas unidades principais, nado. conforme o·esquema: CROCODYLIA - Mesosuchia, nov. gen. nov. sp.

o (=«Crocodylus blavieri» (*) in SAUVAGE, loc. Litologia Idade cit.). - Outro crocodiliano de pequeno porte (*). Unidade superior: - areias cauliniferas Paleogenico? PTEROSAURIA - Alguns restos de pterossauros (descontinuidade) indeterminados (*). (Oiseau? citado por SAUVAGE, id., p. 36). Unidade inferior: - areias e argilas com SQUAMAI'A- Sauria: restos pertencentes a varias 0 vegetais (flora com formas (*). Debeya) Maastrichtiano e/ou - argilas, areias e ?Campaniano superior Anfibios conglomerado com vertebrados (fauna URODELA - Restos de urodelos (*). de Aveiro-Vizo) ANURA ~ Diversos ossos de anuros (*).

116 Minerals Fossels C.lIlologlca argllosos Curva IItologlca .:. ciJ II) al -m Q) II) III al C ·lIl .. U .. 0 0 0 0 ! e .Q .CI) > III .. c: 2al Q) "Etl 0 Q) .. c E :E Z .!!! ! .. :lIl alal al C~ c~ '3 ;e ! al lIl.Q u"O 01 o c: -Q) al ... Co 'E ·al c: c: .Q) al u: LLOl u. .. al ::Ii:.Q ::Ii:u u 3 5 6 8 ... 1

30 1 -Argilito 2 -$iltito 3-Arenito 4 • Conglomeredo 5 • Concrec;oes car· 29 bonatadas

III 27 tV i 01 Q) > E 0 U III ~ .-.- Ol.. al -J; X Q) ... X 0 III -1J i: al Q) Qi 00- .. -~ 20 £; < ..... X Q) OJ '0 -tOe X III E 0 en '0 OlO 'c c"o ::> 0 al U .. 19 .Q Q) ! III .. al·Ql e.. > al E 0 ui U 18 al 0 17 =01"0 .. al 16 < .. ... -~ X 10m

15

------)\ 14 13

.L_...._....J'- --' fa,,- An'",,"

117 Peixes que conhecemos, c:oncementes aos depositos de Taveiro e afins: Sehiceo indeterminado. Lepisosteus (**). - TEIXEIRA (1952, p. 15): «... as argilas e gres, pro­ Amia. vavelmente senonianos, de Taveiro ...» Idem, no Teleosteos nao identificados. pe-de-pagina: «Alem de conterem impressoes de bivalves muito semelhantes aos dos depositos desta E de salientar, pelo interesse primacial, a presen«a de idade da regiao a norte do Mondego, as forma«oes mamiferos, sabendo-se que, em toda a Europa, apenas e sao·extraordinariamente parecidas com as dos bar­ conhecido urn unico dente no SuI de Fran«a; fora do conti­ reiros da Pampilhosa, onde uma rica flora fossil, nente europeu hli apenas que assinalar uma jazida no Peru, de que fazem parte Dewalquea lusitanica TEIX., e outras, as mais ricas, nos Estados Unidos e na Republica Pseudoprotophyllum, etc., indica claramente 0 Popular da Mongolia. Senoniano» . Mais alto hli a considerar 0 nivel de arenitos argilosos folheados (TV. 19) com peixes completos. Os dois exem­ - TEIXEIRA (in TEIXEIRA et BERTHOIS 1952, plares que tivemos ensejo de observar (pertencentes it. p. 159, pe-de-pagina): «En dehors de leur ressem­ Universidade de Coimbra e cedidos, para 0 efeito, pelo blance avec les formations senoniennes de Pampi­ Prof. A. Ferreira Soares) sao, indubitavelmente, pequenos lhosa, ces depots contiennent une faune de lamelli­ teleosteos que valera a pena estudar com pormenor. Serao, branches qui rappelle beaucoup celle des couches possivelmente, Clupeiformes, mas so 0 conhecimento pre­ fluvio-marines du Nord du Mondego». ciso da anatomia pode esclarecer a posi«ao sistematica. Finalmente, 0 nivel mais elevado, proximo do que deu - CARVALHO (1955, p. 42): «2 - Les depots de os peixes citados, e rico de impressoes foliares (e outras) Pampilhosa, Taveiro, Alcarraques et Marmeleira de vegetais superiores. De onde a onde aparecem sedimen­ sont du meme age (Senonien) mais differents des tos com leitos finoslignitosos contendo tambem macror­ depots immediatement superieurs aux calcaires turo­ restos. Ate agora, foram identificados: niens (Turonien superieur)>>. Quanto it. data«ao cita C. Teixeira. GYMNOSPERMAE: - SOARES (1966, p. 286 e seguintes): «0 complexo Frenelopsis sp. (*). gresoso superior», que definiu, corresponderia «nao Outras indetenninadas. so aos gres do Ceadouro de Choffat (1900), como a parte da assentada fluvio-marinha deste mesmo ANGIOSPERMAE: autor» (p. 286); «os jazigos senonianos mais pro­ ximos ... sao os de Taveiro, a suI, e Pampilhosa do Monocotiledoneas indeterminadas. Botao, a nordeste» (p. 287); «aceita que os depositos Dicotiledoneas: de Taveiro sao superiores aos 'gres do Ceadouro' de Ranunculales - Debeya (**) lusitanica (TEIX.) Choffat» (ibid.); id., pe da pag. 287 «0 nosso colega ( = Dewalquea lusitanica) Dr. Celso Figueiredo Gomes colheu alguns exem­ Laurales - Cinnamomum broteri (*) TEIX. plares de peixes e urn fragmento de Quelonio nos Platanales indeterminadas. depositos de Taveiro». Zingiberales - ?nov. gen., nov. sp. - MARQUES e SOARES (1974, p. 109): -«... estes Sao assinaladas com (*) as formas conhecidas noutras gres, que compoem 0 Gres Grosseiro superior ... jazidas correlativas, e com (**) as mais importantes pela apresentam, para 0 topo, ..., a unidade que denomi­ frequencia e por servirem de base a correla«oes. namos de Gres e Argilas da Pampilhosa». Pros­ seguem os autores (ibid.): «Os elementos floristicos encontrados nos barreiros do Entroncamento pare­ IV - ESTUDOS ANTERIORES, UNIDADES cern-nos semelhantes, entre outros, ... aos de LITOSTRATIGRAFICAS, DATA<;AO, Taveiro». COURBOULEIX (1972, p. 259) e de CORRELA<;OES acordo com opiniao de Lemoigne, considera esta flora como eocenica (?), acrescentando que «os IV.l - Referencias bibliograficas acerca de generos eas especies assinaladas encontram-se Taveiro fundamentalmente no Terciano (Eocenico-Oligo­ cenico inferior), sem contudo excluir 0 Cretacico Os depositos considerados, atribuidos ou atribuiveis, de terminal». Pelas interroga«Oes deixadas, esta posi«ao modo geral, ao Cretacico superior, foram tema de estudos em pouco adianta it. de TEIXEIRA (1950), quando de vanos autores. Na maioria dos casos, porem, dizem diz ser ela correspondente, juntamente com a do respeito a outras regiOes. Sao as seguintes as referencias Bu«aco-Vale de , aos «ultimos tempos do

118 Cretacico e os principios do Eocenico» (pp. 109­ KEDVES e DINIZ (1967) referem alguns dos generos -110)>>. encontrados. Os esporos de fetos correspondem, segundo' osautores, a: IV.2 - Jazidas de vegetais relacionadas com a de Taveiro; a «flora com Debeya» Leiotriletes sp. var. Triplanosporites sp. var. Os restos de vegetais fosseis descritos dos depositos do Polypodiaceoisporites sp. final do Cretacico da Beira Litoral sao, ainda, incomple­ tamente conhecidos. De alguns (Berba, Arada, Presa, Entre os polenes com afinidades com as gimnospermicas Casal dos Bemardos, Vizo, Bizarros e Portomar) foi reaIi­ reconheceram numerosas especies, mas apenas enumeram:' zado estudo sumario por WENCESLAU DE LIMA (1900­ -1901). Outros, como os de Esgueira, Bu~aco e Vila FIor Classoidites glandis AMERON foram estudados porTEIXEIRA (1946-1950). Spheripollenites psilatus COUPER Situarn-se na regiao de Aveiro as jazidas de Berba, Pityosporites sp. Arada, Esgueira, Presa, etc. Outras, Casal dos Bemardos, Monosulcites ex-grupo minimus COOKSON Vizo, Bizarros, Portomar, Bu~aco e Vila FIor, situam-se a Sui, no distrlto de Coirnbra. Os polenes de angiospermicas sao dominantes. Existem De Berba refere W. DE LIMA (op. cit.) duas formas do numerosas formas de Normapolles, por exemplo: genero Phlebomeris, uma proxima de P. spectanda e outra de P. willkomi. Refere, ainda, Sphenolepis aff. kurrianna. Pseudopapillopollis sp. var. Sequoia sp., S. aff. reichenbachi, escamas de cone de Papillopollis sp. Pinus sp. e fruto de Zamia. Extratriporopollenites sp. De Arada menciona flora rica onde identificou, alem de lnterporopollenites sp. var. (KEDVESe DINIZ, ibid.). frutos de Sequoia e de Zamia, duas ou tres especies de Eucalyptus (W. LIMA, op. cit.): De Aveiro, Arada e Presaforam descritas por KEDVES e HEGEDUS (1975) 26 especies (22 novas) do genero ?Sphenopteris plurinervia HEER lnterporopollenites (Quadro I). Sequoia aff. fastigiata STERN S. subulata HEER QUADRO Sequoia sp. Distribui~ao Laricopsis sp. das eSpCcies do genero Inrerporopollenites no Cretacico superior de Aveiro, Echinostrobus sp. Arada e Presa (segundo KEDVES e HEGEDUS, 1975) Frenelopsis aff. occidentalis HEER Flabellaria sp. Eucalyptus sp. Aveiro Arada Presa Aristolochia sp. Inrerporopollenites initium PFL. x X X Paliurus ou Ziziphus sp. I. endotriangu/us HEG. x I. subgranulosus KEDV. e HEG. x X As plantas de Esgueira foram descritas por TEIXEIRA I. vancampoae KEDV. e HEG. x X (1946): I. proporus WEYL. e KRIEG. x X I. ornatus KEDV. e HEG. X X I. rugulatus KEDV. e HEG. x X Sphenopteris plurinervia HEER I. weylandi KEDV. e HEG. X Sphenopteris mantelli BRONGN. I. nagyae KEDV. e HEG. X X Zamites sp. I. zaklinskaiae KEDV. e HEG. x X Frenelopsis aff. hohenegeri (ETTING.) I. microporus KEDV. e HEG. X Salix sp. I. thomsoni KEDV. e HEG. X I, krempi KEDV. e HEG. x X ?Cinnamomum sp. I. nimbus PFL. x X ?Phyllotaenia sp. I. plicatus KEDV. e HEG. X I. triangulus KEDV. e HEG. x Esta flora, irnportante pela abundancia de dicotiledo­ I. guineti KEDV. e HEG. x I. concavus KEDV. e HEG. X neas, aproxirna~se das de Vale de Madeira e de Vila FIor, I. stanleyi KEDV. e HEG. X ainda que mais pobre de angiospermicas. J. pilugi KEDV. e.HEG. X Os depositos de Presa fomeceram, alem de Nelumbo, J. prezaensis KEDV. e HEG. X bons exernplares de Credneria (W. LIMA, op. cit.). J. heteropolatus KEDV. e HEG. x A analise palinologica de uma argil~ carbonosa, colhida J. aveiroensis KEDV. e HEG. x por urn de nos (T. A.) no barreiro da fabrica Jeronimo J. dinizae KEDV. e HEG. X J. goczani KEDV. e HEG. X numeros~s Pereira Campos em Aveiro, revelou esporos e I. kriegeri KEDV. e HEG. x p6lenes.

119 Dos depOsitos atribuidos ao Turoniano-Coniaciano de Apenas os generos Frenelopsis e Magnoliaephyllum Carrajiio (Aveiro) foram descritos, pela primeira vez na aparecein citados em ambas, 0 primeiro dos quais ainda Europa, esporos com flagelos: FlagelLisporites lusitanica duvidoso quanto' a Bu<;aco-Vale de Madeira. DINIZ e Flagellisporites hirsuta DINIZ (DINIZ 1967). Poucas siio, tambem, as especies conhecidas em jazigos As floras de Casal dos Bemardos, Vizo (Arazede) e Por­ vizinhos, em especial no de Vila Flor. tomar (Mira) foram estudadas por W. DE LIMA (op. cit.); ainda que pobres, fomeceram algumas formas. De Casal IV.3 - Unidades sllsceptiveis de data~ao dos Bemardos provem Frenelopsis occidentalis, frondes e cones de Sphenolepsis. Glyptostrobus debilis. escamas, Cremos poder admitir a correla<;iio entre os depositos algumas com pinh6es, de cone de Pinus, dicotiledoneas de Taveiro, Pampilhosa e alguns do «fluvio-marinho» da como Laurus. Comus. Echitonium. Myrica e Ziziphus Beira Litoral, nomeadamente os que contem Debeya. etc., (este ultimo, segundo 0 autor, proximo de Ceanothus a julgar pelos caracteres litologicos e paleobotanicos que ziziphoides). constam da Bibliografia. Em Vizo, cita W. de Lima, alem das formas ja referidas Os trabalhos de urn de nos (T. A.), baseados sobretudo para Casal dos Bemardos, tres ou quatro especies de no estudo do corte da Ceramica do Vouga, Lda., em Quercus uma das quais proxima de Q. sphenobasis. Aveiro, permitem aduzir outros elementos de caracter Debeya alem de outras formas proximas de Gardenia wetz­ litostratigrafico. Com efeito, 0 corte de Taveiro mostra leri que representam provavelmente fruto de cicadinea. claramente uma sucessiio de unidades compacivel it de Portomar fomeceu os mesmos Ziziphus. Echitonium. Aveiro, em particular com a sobreposi<;iio de arenitos finos Myrica e Comus, duas lauraceas, Rhamnus (proximo de argilosos ricos de vegetais (donde provem os restos da R. alaternoides), Credneria. fruto talvez de Fraxinus, flora com Debeya. as vezes com caracter de pseudo­ alem de vestigios de monocotiledoneas. De Bizarros varvitos) a assentadas argilo-margosas com canais preen­ apenas refere Nelumbo. chidos por depositos mais grosseiros - areias, arenitos A flora dos «Gres do Bu<;aco», incluindo no mesmo silicificados, conglomerados - ricos de vertebrados, conjunto fosseis de Sula e Vale de Madeira (2), com­ componentes da fauna outrora descrita de Vizo. e que preende, alem de outras dicotiledoneas, uma monocotile­ adiante discutiremos. Nestas assentadas, ou melhor, nos donea, etc. (TEIXEIRA, 1950): niveis argilosos, ocorrem lamelibranquios como Corbicula ( = Cyrena) e outros moluscos. Desconhecemos na biblio­ ?Frenelopsis sp. grafia a caracteriza<;iio clara das unidades que estamos a Debeya lusitanica (TEIX.) = Dewalquea lusitanica considerar, apesar de a sobreposi<;iio estar indicada de TEIX. modo apenas perceptivel no corte entre 0 canal de S. Ro­ Cinnamomum broteri (TEIX.) que e 0 ramal da c.P., camada c) sobre d) (CARRING­ Sassafras aff. acutilobum LESQ. TON DA COSTA, 1937, p. 19). Magnoliaephyllum palaeocretacicus (SAP.) Houve, portanto, relativa constancia das caracteristicas Comus sp. da sedimenta<;iio numa area bern mais vasta do que poderia supor-se, pelo menos desde Aveiro a Taveiro. Resumindo: as caracteristicas litostratignificas e paleon­ Na flora de Vila Flor () nota-se, de tologicas permitem desde ja considerar dois conjuntos sus­ igual modo, predominancia de dicotiledoneas (TEIXEIRA, ceptiveis de discussiio quanta a cronologia (sobrepostos 1950): ainda por assentadas com fosseis menos caracteristicos):

Sphenopteris sp. (diversas formas). - assentadas essencialmente arenosas com vegetais e Frenelopsis sp. branquiopodes, de cores claras (esbranqui<;ado-ama­ Sequoia sp. relado) - floras de Arazede, Aveiro, Pampilhosa, Protophyllocladus subintegrifolius (LESQ.) etc. - sobre Phyllotaenia sp. - assentadas essencialmente argilo-margosas, sobre­ Cissites limae TEIX. tudo avermelhadas, com niveis grosseiros (canais) Magnoliaephyllum vilaflorensis TEIX. ricos de vertebrados (fauna de Taveiro, Vizo, Magnoliaephyllum lusitanicum TEIX. Aveiro). Oreodaphne beirensis TEIX. Dicotiledoneas ind~terminadas. IV.4 - Data~ao, correla~Oes

Aceitamos a correla<;ao entre os depositos de Taveiro (2) W. DE LIMA (1900-1901) cita para S. Pedro de Mucela e Aveiro, pelas razoes apontadas. Por outro lado, nao (do mesmo nivel de Vale de Madeira), Ziziphus sp., Magnolia sp.. vemos, neste caso, motivos para admitir significativo Diospyrus sp., Sassafras aff. cretacica. Cinnamomum sezannense. Quercus sp. e numerosos exemplares de Debeya (= Dewalquelt) diacronismo antes parece tratar-se de forma<;6es aproxima­ gelindinensis e D. insignis. damente sincronicas.

120 Assim, para datac;ao, assentaremos essencialmente em porem, urn elemento novo e interessante do ponto criterios (a) posicionais, (b) paleozoologicos, considerando de vista cronostratigrafico ao identificarem (p. 58) sobretudo a fauna de vertebrados, (c) paleobotanicos, com 4 pequenas vertebras de centrum particularmente base nas floras de Casal dos Bemardos, Esgueira, Taveiro, alongado como pertencentes a urn «... Pterosaurien etc.: a longue queue, ...», rejeitando a atribuic;ao a uma ave. Na verdade, e possivel que fossem estes (a) Parece evidente a modemidade relativamente ao exemplares os que levaram SAUVAGE (id.. p. 36) «gres do Ceadouro», com Hemitissotia, amonite a admitir uma ave entre a fauna de Vizo. Parece­ tipica do Senoniano inferior. -nos, no entanto, dificil (mas nao impossive!) a atri­ buic;ao das vertebras a pterossauros, grupo em que a - Posic;ao, considerac;Oes paleogeograficas e son­ fragilidade dos ossos e as condic;Oes de vida obstam dagens em Aveiro levam a aceitar como muito a boas possibilidades de fossilizac;ao, salvo casos provavel a sobreposic;ao aos arenitos de Mira excepcionais. Sem duvida, sao vertebras caudais com foraminiferos (Larrazetia. Siderolites. Num­ de animais voadores; a estrutura de outro exemplar mofallotia) e, em particular, com amonites do de Taveiro tambem 0 aponta. Ave ou pterossauro? genero Hoplitoplacenticeras, caracteristico da Porque nao uma ave com cauda, lembrando zona do mesmo nome do Campaniano superior. Archaeopteryx? No fundo, persistiu certa indeterminac;ao, com Conclusao (a): -A idade e certamente pos-Coniaciano predominancia de opinioes de idade cretacica. e muito provavelmente pos-Campaniano, portanto, Porem, chegou-se a admitir idade eocenica, sobre­ pelo menos, Campaniano superior e/ou' Maastrich­ tudo apos uma nota de MOITINHO DE ALMEIDA tiano. (1948). Autores houve, como Carlos Teixeira, que oscilaram nitidamente (comparar, por ex., nota (b) Alem de branquiopodes (unicos fosseis animais que de 1944 e a memoria de 1950). Idade senoniana encontramos, em Aveiro, nas assentadas com vege­ surgia como provavel, mas nunca provada alem de tais) e de ostracodos, ocorrem moluscos, sobretudo quaisquer duvidas. Corbicula marioni (CHOFFAT). Esta especie (e A questao apresenta-se diferentemente ap6s as os -demais lamelibranquios e gastropodes) indica pesquisas em Aveiro que efectuamos (T. A.) com meio vasoso, de aguas pouco agitadas, salobre a a colaborac;ao de uma equipa do CNRS (Institut dulc;aquicola. Nao fomecem indicac;oes cronologicas de Paleontologie, Paris). Lavagem de cerca de precisas. A idade senoniana dos vertebrados foi 4 toneladas de sedimentos permitiu triar e recolher admitida por Sauvage com base nas interpretac;oes muitos outros fosseis, alguns incontestavelmente de Choffat; pronuncia-se c1aramente quanta a Vizo cretacicos: «. .. ainsi que nous venons de Ie voir en signalant la faune de Fuveau, les types Emyde, Crocodile - Selaceos, como Hylaeobatis e Scapanorhynchus proprement dit et Lepidosteide sont bien de la fin - Teleosteos, particularmente Ichthyodectidae, En- de la periode Cretacique» (SAUVAGE, 1897-1898, chodus e Cimolichtys p. 36). Merece comentario: - a fauna conhecida de - Holosteos: Coelodus. Microdon Sauvage e, em si, incaracteristica. as Lepisosteidae - Repteis, como mosassauros, dinossauros (pre- europeus persistem ate 0 Eocenico; as tartarugas senc;a comprovada) e pterossauros. sao, na verdade, da familia Pelomedusidae, bern representada na Europa ate 0 Eocenico superior; Conclusoes (b): -A idade, ainda cretlicica, e incontes­ o crocodilo (<

121 WENCESLAU DE LIMA (1900-1901) eita, para 1. a - A unidade inferior compreende, na base, urn Presa e Portomar (na ausencia de cortes descritos eonjunto de camadas essencialmente pelitieas, quase sein e dificil averiguar a posi~ao estratigrafica exacta) 0 fosseis (rarosBulimus), onde se intercalou urn canal com genero Credneria, angiospennica afiQ1 dos platanos. restos de vertebrados. Acima, outro eonjunto de camadas, conhecida entre 0 Cretacico medio e superior. sobretudo arenosas, com peixes e vegetais. Por outrolado, entre os polenes encontrados Ao conjunto inferior, com predominio de montmorilo­ em amostras colhidas por M. T. Antunes na fabrica nite, corresponde, como situa~ao prevaleeente, uma zona Jeronimo Pereira Campos (Aveiro) conta-se baixa, com drenagem deficiente, em que inunda~6es episo­ (KEDVES e DINIZ, 1967) Pseudopapillopollis. dicas altemavam com periodos de seca prolongada. A po­ genero caracteristico do Maastrichtiano inferior e breza de fosseis indica escassas possibilidades de fossiliza­ parte do superior (GOCZAN et al.. 1967). Ainda ~ao e meio pouco propicio. Faltam, mesmo, restos tao da mesma amostra provem, segundo KEDVES e resistentes, dos pontos de vista mecanico e quimico, como DINIZ (op. cit.), Extratriporopollenites, conhecido escamas de Lepisosteus; nao haveria massas de agua sufi­ entre a parte inferior do Maastrichtiano superior e 0 eientemente importantes e duradouras a permitir a vida Paleocenico medio. permanente destes peixes, nem sequer noutras regioes de Os macrorrestos de Taveiro com significado onde pudessem ter sido arrastados, mesmo post mortem. cronostratigrafico foram igualmente citados em Constitui excep~ao 0 canal. Nele, a abundancia de sedi­ Arazede, Portomar, Casal dos Bemardos, Vizo e mentos grosseiros expliea 0 desgaste de muitos fosseis. Vale de Madeira. Calhaus de calcario, neutralizando a aeidez, favoreeeram a No conjunto, estes elementos sao compativeis eonserva~ao de vertebrados, alguns muito significativos com a idade Maastrichtiana para os depOsitos do quanto as condi~6es de vida. Assim, persistemila natureza final do Cretacico da orla litoral, particularmente formas proximas de algumas das mais comuns dentre a os de Aveiro-Taveiro, sobrepostos aos niveis com fauna representada (que so em parte teria habitado 0 vertebrados do Campaniano superior-Maastrichtiano. canal). Nos casos apontados, as estreitas semelhanc;as ana­ Em oposi~ao a esta data~ao esta a proposta por tomicas nao indicam adapta~oes muito diferentes nem per­ KEDVES e DINIZ (1967), baseada na abundancia mitem supor dissemelhan~as notorias quanto a eondi~6es de fonnas do genero Interporopollenites na amostra de vida: de Aveiro. A data~ao Santoniano-Campaniano admitida por aqueles autores e insustentavel por - Rosasia e tipico representante da familia Pelomedu­ InterporopoUenites nab ser suficientemente carae­ sidae. Os generos actuais, nomeadamente Podoc­ teristico; com efeito, e conhecido entre 0 Turoniano nemis e Pelomedusa, vivem em regi6es tropicais superior e 0 Eocenico medio (GOCZAN etal., encharcadas da America do SuI e Africa, respeetiva­ 1967). Recentemente, foi tambem referido em depo­ mente; a distribui~ao testemunha a liga~ao entre sitos de Arada e Presa (KEDVES e HEGEDUS, aqueles continentes e e exemplo classico de distri­ 1975). Contudo, estes jazigos (como Quintas e bui~ao disjunta (cf. THENIUS, 1973, pp. 156-157). Chousa do Fidalgo) poderao ser urn pouco mais As numerosas fonnas do Neocretacieo e Terciario antigos do que os de Aveiro-Taveiro, estes de cer­ devem ter vivido em condi~oes semelhantes. teza sobre as camadas mais ricas de vertebrados. - Os crocodilos, apesar de algo arcaicos, nao pareeem aqueles provavelmente abaixo e inais proximos dos significativamente diferentes dos actuais. Todos depOsitos com moluscos indicadores de certa salini­ habitam zonas hUmidas (maces, rios, lagos); alguns," dade (o.stras, anomias, Glycymeris. Panopea. etc.). adaptados it floresta de chuva ou frequentando cursos de agua de montanha, sao urn tanto peeuliares. Conclusao (c): - Os elementos fomecidos pela Paleo­ Em condi~6es naturais, '. os mais tolerantes (alguns botanica s'ao compativeis com idade Maastrichtiana. Alligatorinae) nao suportam temperaturas inferiores a IDOC no mes mais frio. Crocodylidae e Gavialidae sao mais exigentes. Nesta base e de admitir que 0 V- PALEOECOLOGIA canal em causa se formou em condi~6es tropicais ou subtropicais. - Os urodelos indicam agua doce tranquila, chareos o estudo paleoecologico do corte de Taveiro depara ou zonas hUmidas proximos do canal (a fragilidade com dificuldades, pois apenas e possiveI recorrera obser­ dos ossos exclui transporte de longe). va~Oes limitadas. A sedimentologia fomece elementos de caracter muito geral, enquanto a paleontologia, embora - Lepisosteus, apos terem tido distribui~ao euro-norte- permitindo construir urn modelo mais nitido e, provavel­ -americana (Neoeretacico-Eocenico) sobrevivem do mente, mais proximo da realidade, apenas cobre poucos SuI dos Estados Unidos it Guatemala. Frequentam dos niveis expostos. zonas encharcadas e cursos de agua de fraca Consideremos sucessivamente as duas unidades litostra­ corrente. Em ocasi6es de cheia podem ser arrastados tigraficas principais: para aguas costeiras de baixa salinidade ou para 0

122 mar, circunstancias que nada tern a vercom 0 habitat da caulinite indicariio incremento de circulac;iio das aguas, normal. com lixiviac;iio acentuada em meio acido (VATAN, 1967) e/ou a chegada a bacia de sedimentac;iio de caulinite Sem duvida, 0 ambiente era 0 de uma regiiio baixa, as herdada das rochas do soco. vezes inundada mas a maior parte do tempo a seco, mal drenada, ocasionalmente atravessada por canais sujeitos a 2) Do ponto de vista paleontologico foram caracteri­ regime torrencial. Estes constituiam suporte de comunida­ zadas varias formas nos niveis TV. 15 (Bulimus), TV. 18 des dulc;aquicolas ou que viviam em areas hUmidas limitro­ (vertebrados), TV. 19? (peixes), TV. 19 a TV. 24 (vege­ fes. Restos carreados traduzem presenc;a menos proxima tais). de vertebrados terrestres (dinossauros, mamiferos) ou aere­ A jazida de vertebrados e sobremaneira interessante pela os (pterossauros). Niio se revelou influencia marinha, ao presenc;a de mamiferos, alem de variados elementos ja contrario de Aveiro, onde foi evidenciada pela presenc;a de conhecidos em formac;oes correlativas de Vizo, Aveiro, certos peixes e de mosassauros (cuja raridade denota certo etc. Corresponde, sem duvida, aos (ou a parte dos) tempos afastamento). A regiiio devia, portanto, estar ainda mais do final do Cretacico. longe do litoral de entiio. 3) A datac;iio e a mesma da do conjunto de depositos a conjunto superior da mesma unidade, mais arenoso, correlativos dos de Aveiro. Quanto a estes, tudo leva a corresponde ao estabelecimento de uma rede de drenagem crer serem superiores aos depositos marinhos de Mira, e de regime fluvial. Desvaneceram-se afinidades com uma datados do Campaniano superior. Assim, a idade corres­ regiiio encharcada menos afastada do litoral (casos de ponde, no maximo, aos derradeiros tempos do Campani­ Aveiro e, em menor grau, do conjunto inferior de Ta­ ano. Por outro lado, a fauna (e, de certo modo, a flora) veiro). as pequenos peixes completos (TV. 19) significam exclui idade pos-cretacica. Em suma: idade Campaniano morte por dessecac;iio, portanto, periodos de seca. As indi­ superior? e/ou Maastrichtiano. cac;oes mais validas derivam, todavia, dos vegetais. Dentre estes, pertencem as Zingiberales e Laurales (Cinnamo­ 4) Do ponto de vista paleoclimatologico e paleoecolo­ mum) os que tern afinidades claramente estabelecidas com gico, os elementos disponiveis acerca das camadas com formas actuais, todas tropicais; apenas Laurus nobilis fosseis indicam claramente meio relativamente quente e atinge a regiiio mediterranea. Tanto quanta e possivel zonas encharcadas. julgar a partir de elementos escassos e imprecisos, a flora A circulac;iio de agua era, pelo menos nalguns periodos, de Taveiro pode igualmente ser considerada como de reduzida, permitindo a fossilizac;iio de folhas de Zingibera­ caracter tropical ou subtropical. les com mais de 50 cm, quase perfeitamente estendidas. as mamiferos poderiam habitar zonas arborizadas onde, a 2. - A unidade superior apenas pode ser interpretada nomeadamente, viviam Frenelopsis. do ponto de vista paleoecologica - no estado actual dos Aquando da formac;iio de outras camadas, e possivel que conhecimentos - atraves de dados sedimentologicos e fosse menor a importancia das zonas hUmidas. Se e de crer geoquimicos, 0 que requer analise mais pormenorizada, ter persistido clima quente (ou com estac;iio quente mais ou fora do ambito deste trabalho. menos prolongada), e tambem possivel ter predominado certa aridez. A serie superior, rica de caulinite, e compa­ tivel com precipitac;oes mais importantes, responsaveis VI - CONCLUSOES pela lixiviac;iio intensa e pelo transporte.

I) No geral, 0 corte da Ceramica do Mondego, Lda., apresenta predominancia de sedimentos finos ricos de AGRADECIMENTOS montmorilonite, apenas com algum decrescimo percentual nas camadas TV. 18 e TV. 19. Ha mUdanc;a acentuada na Apresentamos os melhores agradecimentos as entidades composic;iio da fracc;iio argilosa na camada TV. 31, onde a seguintes: caulinite e predominante. as dados sedimentologicos indi­ cam, tal como os paleontologicos, urn meio geralmente de - Empresa Ceramica do Mondego, Lda.. de Taveiro. baixa energia, sem influencia marinha. pelas jacilidades concedidas. Durante a deposic;iio das camadas TV. 18-TV. 19 a - Ao Prof. Dr. A. Ferreira Soares, da Universidade de baixa do teor de montmorilonite em favor do aumento dos Coimbra, cuja experiencia das jormm;oes em causa nos minerais micaceos indica enriquecimento relativo de tem sido da maior utilidade, e com quem temos mantido potassio, talvez por abaixamento temporano do nivel das colaborac;iio proveitosa. aguas em.clima quente com evaporac;iio intensa. No topo, - Ao Dr. A. Sanches Furtado, pela colaborac;iio desin­ a quebra brusca do teor de montmorilonite e 0 acr6scimo teressada na determinac;iio dos minerais das argilas.

123 BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA, F. Moitinho de (1948): Notas geologicas sobre a regiao da Tocha. Bol. Soc. Geol. Port., Porto, vol. VII, fase. I-II, pp. 95-98. CARVALHO, G. S. (l95\): A geologia do nos arredores de Coimbra (Estado actual do seu conhecimento). Publ. Mus. Lab. Miner. Geol. e Cent. Est. Geol. Univ. Coimbra, n.O 29, pp. 1-36. (1955): Sur la sedimentologie des depots cretaces de la region entre Vouga et Mondego et Ie gres de Bu~aco (Portugal). Mem. Not. Publ. Mus. Lab. Min. Geol. Univ. Coimbra, n.O 39, pp. 16-45. CHOFFAT, P. (1900): Recueil de monographies stratigraphiques sur Ie systeme crhacique du Portugal. Le Cretacique superieur au Nord du Tage. Dir. Servo Geol. Portugal, Lisbonne, 287 p., 4 pI. COSTA, J. Carrington da (1937): 0 Neocretacico da Beira-Litoral. Publ. Mus. Lab. Min. Geol. da Fae. Cie;n. Porto, vol. V, pp. 5-34, 6 figs. (1940): Um novo quelonio fossil. Com. Servo Geol. Portugal, Lisboa, I. XXI, pp. 107-125. (1958): Novos metatipos para 0 genero Rosasia (Testudinata. Pelomedusidae). Com. Servo Geol. Portugal, Lisboa, I. XLII, pp. 5-30, 2 figs., 6 est. COURBOULEIX, S. (1972): Etude geologique des regions de Anadia et de . au Nord de Coimbra (Portugal). Dipl. d'etudes superieures, Univ. Lyon, 342 p., 15 figs., pI. I-IX. DINIZ, F. (1967): Spores Ii flagelles nouvelles pour Ie Cretace du Portugal. Pollen et Spores, Paris, vol. IX, pp. 569-577. GOCZAN, F. et al. (1967): Die gattungen des -Stema Normapolles PFLUG 1953» (Angiospermae). Neuberschreibungen und revision europeischer formen (Oberkreide bis Eoziin). Palaeont., Stuttgart, Abh. B, II, 3. pp. 431-526, taf. I-XIX. KEDVES, M. e DINIZ, F. (1967): Quelques types de sporomorphes de sediments cretaces d'Aveiro. Portugal. Com. Servo Geol. Port. Lisboa, t. LII, pp. 17-26, I pI. KEDVES, M. e HEGEDUS, M. (1975): Pollen grains of the Interporopollenites f. gen. from sediments of Upper Cretaceous period of Portugal. Act. BioI. Szeg., n.o 21, pp. 43-62. LAPPARENT, A. Po de e ZBYSZEWSKI, G. (1957): Les Dinosauriens du Portugal. Mem. Servo Geol. Port., Lisboa, N. S., n.o 2,63 p., 12 fig., 36 pI. LIMA, W. (l900-190\): Noticia sobre alguns vegetais fosseis da flora Senoniana (s. I.) do solo portugues. Com. Dir. Servo Geol., Lisboa, t. IV, pp. 1-12. MARQUES, L. F. e SOARES, A. F. (1974): Contribuit;ao para 0 estudo do Cretiicico em Portugal (0 Cretacico superior da Marmeleira do Botao). Mem. Not., Publ. Mus. Lab. Min. Geol. Univ. Coimbra, n.O 78, pp. 105-133, 14 figs. SAUVAGE, H. E. (1897-1898): Verrebres fossiles du Portugal. Contribution Ii l'hude des poissons et des reptiles du Jurassique et du Crhacique. Mem. Direel. Trav. Geol. Portugal, Lisboa, 47 p., 10 pI. SOARES, A. F. (1966): Estudo das formOl;oes pos-Jurassicas da regiao de entre Sargento-Mor e Montemor-o-Velho (Margem direita do rio Mondego). Rev. Fae. Cien. Univ. Coimbra, vol. XL, pp. 1-343. TEIXEIRA, C. (1944): Um novo Cinnamomumfossil de Portugal e algumas considera~oes sobre a cronologia dos «Gres do Bu~aco». Publ. Mus. Lab. Min. Geol. Fae. Cien. Porto, vol. XL, 2." serie, pp. 5-15, ,7 fig., I est. (1945): Sur Ie Cinnamomum broteri nouvelle espeee du Paleogene portugais. Bol. Soc. Brol., Coimbra, vol. XIX, 2." serie, pp. 593-594, I fig., I pI. (1946): Flora cretacica de Esgueira (Aveiro). Portugalia Acta Biologica, Lisboa, vol. I, fase. 3/4, pp. 235-240. (1946): Une forme portugaise fossile de l'Onodea sensibilis. An. Ciene. Nat., Braga, 2." serie, \.0 vol., fase. I, pp. 1-4, I est. (1950): Flora Mesozoica portuguesa. II parte. Mem. Servo Geol. Port., Lisboa, 33 p., 21 fig., 13 est. (1952): Significado geologico dos blocos pseudo-erraticos dispersos na orla litoral do Centro do pais. Mem. Aead. Ciene. Lisboa, Classe Ciencias, t. VI, pp. 3-20, 5 est. TEIXEIRA, C. e BERTHOIS, L. .(1952): Sur un spongolithe Ii diatomees de S. Martinho do Bispo. Com. Servo Geol. Portugal, Lisboa, t. XXXIII, pp. 155-168. TEIXEIRA, C. e PAIS, J. (1976): Introdu~ao Ii paleobotiinica. As grandes fases da evolu~ao dos vegetais. Ed. aut., Lisboa, 210 p., 69 fig., II quad. THENIUS, E. (1973): Fossils and the life of the Past. The English Universities Press Ltd, London/Springer-Verlag, New York, Heidelberg, Berlin, 194 pp. VATAN, A. (1967): Manuel de sedimentologie. Ed. Technip, Paris, 397 p.

124 DOCUMENTA<.;AO- FOTOGRAFICA ESTAMPA I

Fig. I- Aspecto geral do barreiro da Ceriimica do Mondego, Lda. Estiio indicados a carnada TV. 28, muito constante lateralmente, e 0 local de origem dos vegetais (ve). Fig. 2 - Pormenor do barreiro, evidenciando os niveis mais baixos observados. Fig. 3 -Idem. Estiio indicadas as camadas TV. 15, de onde provem raros Bulimus gaudryi, e TV. 18, com abundantes restos de Vertebrados (iF).

Fotografias de J. Pais, em Abril de 1977. ESTAMPA I