Sobre Hemilophini (Coleoptera, Cerambycidae, Lamiinae) Da Região Neotropical: Espécies Novas E Novos Registros
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Sobre Hemilophini (Coleoptera, Cerambycidae, Lamiinae) da Região Neotropical: espécies novas e novos registros Ubirajara R. Martins 1, 3 & Maria Helena M. Galileo 2, 3 1 Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo. Caixa Postal 42494, 04218-970 São Paulo, São Paulo, Brasil. 2 Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Caixa Postal 1188, 90001-970 Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. 3 Bolsista do CNPq. ABSTRACT. On Neotropical Hemilophini (Coleopteraa, Cerambycidaeycidae, Lamiinae)Lamiinae): new species and new records. New species described from Panama: Adesmus acangauna sp. nov.., A. windsori sp. nov.., A. hovorei sp. nov.., Sybaguasu anemum sp. nov.., Iareonycha albisterna sp. nov.., and from Bolivia (Santa Cruz): Phoebe alba sp. nov. and Purusia wappesi sp. nov. New records: Adesmus divus (Chabrillac, 1857), A. nevisi (Gounelle, 1909), Apypema yara Galileo & Martins, 1992, Cuicirama spectabilis (Blanchard, 1843), Phoebe ornator (Tippmann, 1960), Purusia acreana Lane, 1956 and Zeale dubia Galileo & Martins, 1997. A key to the species of Sybaguasu Martins & Galileo, 1991 is added. KEY WORDS. Adesmus, Iareonycha, Phoebe, Purusia, Sybaguasu. RESUMO. Novas espécies descritas do Panamá: Adesmus acangauna sp. nov.., A. windsori sp. nov.., A. hovorei sp. nov.., Sybaguasu anemum sp. nov.., Iareonycha albisterna sp. nov.., e da Bolívia (Santa Cruz): Phoebe alba sp. nov. e Purusia wappesi sp. nov. Novos registros: Adesmus divus (Chabrillac, 1857), A. nevisi (Gounelle, 1909), Apypema yara Galileo & Martins, 1992, Cuicirama spectabilis (Blanchard, 1843), Phoebe ornator (Tippmann, 1960), Purusia acreana Lane, 1956 e Zeale dubia Galileo & Martins, 1997. Acrescenta-se chave para espécies de Sybaguasu Martins & Galileo, 1991. PALAVRAS CHAVE. Adesmus, Iareonycha, Phoebe, Purusia, Sybaguasu. Com base nas coleções de F.T. Hovore, de R.H. Turnbow e do Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Porto American Coleoptera Museum, descrevemos sete novas espé- Alegre (MCNZ); Museo de Historia Natural, Noel Kempff Mer- cies de Hemilophini e apresentamos novos registros. cado, Santa Cruz (MNKM); Museu de Zoologia, Universidade Em Adesmus Lepeletier & Audinet-Serville, 1825, gênero de São Paulo, São Paulo (MZSP); Coleção R.H. Turnbow, Fort revisto recentemente por GALILEO & MARTINS (1999), são descri- Rucker, Alabama (RHTC) e United States National Museum, tas três espécies do Panamá. Em Phoebe Audinet-Serville, 1835, Washington (USNM). O depósito dos holótipos no MNKM e também revisto por esses autores (MARTINS & GALILEO 1998), no USNM foi uma determinação de J.E. Wappes (ACMB), res- acrescentamos espécie nova da Bolívia. ponsável pelo envio do material para estudo. A segunda espécie do gênero Iareonycha Martins & Galileo, 1997 é descrita do Panamá, gênero cujas espécies apre- Phoebe ornator (Tippmann, 1960) sentam duas carenas contíguas em cada élitro. Adesmus ornator Tippmann, 1960: 204, est. 13, fig. 32b. Sybaguasu foi estabelecido por MARTINS & GALILEO (1991). Phoebe ornator; Martins & Galileo, 1993: 113; 1998: 432 (cha- Incluímos chave para espécies do gênero com a descrição de ve). mais uma nova espécie do Panamá que apresenta acentuado dimorfismo sexual na coloração do protórax. Descrita de Yungas del Palmar, Bolívia e assinalada para Em Purusia Lane, 1956, até agora gênero monotípico, Cochabamba, Villa Tunari (16°55’S, 65°22’W) e para Leopoldo acrescentamos uma segunda espécie da Bolívia com elaborado Bulhões (16°37’S, 48°46’W), Goiás, Brasil por MARTINS & GALILEO padrão de colorido dos élitros. (1993). Ampliamos a distribuição na Bolívia. As siglas citadas no texto correspondem: American Material examinado. BOLÍVIA, Santa Cruz: Buena Vista (4- Coleoptera Museum, Bulverde, Texas, (ACMB); Coleção F.T. 6 km SSE, Hotel Flora e Fauna, 430 m), macho, 22-31.X.2002, Hovore, Santa Clarita, California (FTHC); Museu de Ciências Wappes & Morris leg. (ACMB). Revista Brasileira de Zoologia 21 (3): 535–541, setembro 2004 536 U. R. Martins & M. H. M. Galileo Phoebe alba sp. nov. Zeale dubia Galileo & Martins, 1997 Fig. 1 Zeale dubia Galileo & Martins, 1997: 162, fig. 3. Etimologia. Latim, albus = branco; alusivo a pubescência Discussão. Espécie descrita originalmente da Bolívia, branca compacta do corpo. Pando (Cobija) e Santa Cruz (San Ignacio). Ora registramos Cabeça com tegumento castanho-avermelhado; fronte para Cochabamba. glabra; pubescência branca, densa, reveste uma faixa trans- Material examinado. BOLÍVIA, Cochabamba: Villa Tunari versal entre os tubérculos anteníferos e uma área grande atrás (240 m), macho, 2-6.IX.1983, R. Wilkerson leg. (ACMB). dos lobos oculares superiores até o occipício que ocupa todo o dorso da cabeça. Fronte (fêmea) com duas gibosidades arre- Adesmus divus (Chabrillac, 1857) dondadas no topo. Olhos inteiros. Lobos oculares superiores Hemilophus divus Chabrillac, 1857: 200. mais próximos entre si do que a largura de um lobo. Escapo Amphionycha diva; Bates, 1881: 303. preto; atinge aproximadamente o meio do protórax. Pedicelo Adesmus divus; Aurivillius, 1923: 589 (cat.); Monné, 1995: 24 e flagelômeros alaranjados. Protórax castanho-avermelhado. (cat.); Galileo & Martins, 1999: 93, fig. 4. Pronoto coberto por pubescência branca, compacta, menos Amphionycha procera Gahan, 1889: 399; Martins & Galileo, 1993: em duas faixas curtas e estreitas situadas de cada lado do meio. 113 (sin.). Partes laterais do protórax quase glabras. Élitros com ZACJIW (1967) arrolou A. divus para o Brasil, Goiás tegumento vermelho-acastanhado; dorso (Fig. 1) revestido por (Goiânia), São Paulo (Batatais, Marília), Paraná (Rolândia), para pubescência branca, compacta; epipleuras castanho-averme- o Paraguai e para a Argentina (Misiones). A distribuição foi lhadas com quatro prolongamentos curtos, em direção à su- ampliada no Brasil por MARTINS & GALILEO (1993): Mato Grosso tura, o mais apical é o único que a atinge; para trás deste (Chapada dos Guimarães), Distrito Federal (Brasília, Lago Sul) último prolongamento, os élitros são ocupados por mancha e Minas Gerais (Pirapora); GALILEO & MARTINS (1999) acrescen- branca que envolve as epipleuras. Pernas alaranjadas. Coxas taram o Rio Grande do Sul (São Borja, Garruchos). recobertas por pubescência branca. Face ventral do corpo cas- Material examinado. BOLÍVIA, Santa Cruz: Buena Vista tanho-avermelhada, revestida por pubescência branca, mais (Hotel Flora e Fauna, 4-6 km SSE), fêmea, 23-26.X.2000, Wappes esparsa no mesosterno, no centro do metasterno e dos & Morris leg. (ACMB). urosternitos. Pubescência branca, compacta, recobre: a parte externa do mesosterno, a parte interna dos mesepimeros e Adesmus nevisi (Gounelle, 1909) dos mesepisternos, os metepimeros e os lados do metasterno e dos urosternitos. Amphionycha nevisi Gounelle, 1909: 83. Dimensões em milímetros, holótipo fêmea. Comprimen- Adesmus nevisi; Aurivillius, 1923: 590 (cat.); Monné, 1995: 25 to total, 14,1; comprimento do protórax, 2,4; maior largura do (cat.); Galileo & Martins, 1999: 95, fig. 34. protórax, 2,7; comprimento do élitro, 10,5; largura umeral, 3,5. Originalmente descrita com base em numerosos exem- Material-tipo. Holótipo fêmea, BOLÍVIA, Santa Cruz: Buena plares procedentes dos campos da região de Diamantina, Mi- Vista, XI-XII.1992, R. Clarke leg. (MNKM). nas Gerais, Brasil. GALILEO & MARTINS (1999) acrescentaram, tam- Discussão. Phoebe alba sp. nov. distingue-se de Phoebe bém no Brasil, Mato Grosso (Rosário Oeste), Distrito Federal spegazzinii Bruch, 1908 pelo pedicelo alaranjado, pela ausên- (Brasília), Goiás (Formosa, Leopoldo Bulhões). Ora ampliamos cia de faixas pretas no vértice, no occipício e no pronoto, pelas a distribuição para a Bolívia. partes laterais do protórax castanho-avermelhadas, pelo pa- Material examinado. BOLÍVIA, Santa Cruz: Buena Vista drão de colorido dos élitros, pela pubescência que reveste o (Hotel Flora e Fauna, 4-6 km SSE), fêmea, 22-31.X.2002, Wappes metasterno menos em estreita região centro-longitudinal. Em & Morris leg. (ACMB). P. spegazzinii o pedicelo é preto; cabeça e pronoto têm três fai- xas pretas ou avermelhadas; as partes laterais do protórax são Adesmus hovorei sp. nov. revestidas por pubescência branca menos em duas áreas; os élitros têm seis ou sete manchas pretas ou avermelhadas e ape- Fig. 2 nas o extremo lateral do metasterno é revestido por pubescência Etimologia. O epíteto é uma homenagem ao Dr. Frank T. branca. Hovore, Santa Clarita, California (FTHC), pelas inúmeras gen- Phoebe ornator (Tippmann, 1960) que também ocorre na tilezas. Bolívia, difere de P. alba pelo escapo alaranjado, pelos Tegumento alaranjado; preto no lado externo do esca- antenômeros apicais pretos, pela ausência de manchas na ca- po. Cabeça revestida por densa pubescência branca, menos na beça e no protórax, pelas extremidades elitrais ocupadas por fronte e nas genas que são glabras. Fronte pontuada. Antenas e faixa preta e pelos metepisternos e metepimeros inteiramente pernas alaranjadas. Todo o protórax recoberto por pubescência revestidos por pubescência branca. branca. Élitros (Fig. 2) avermelhados com pubescência branca: Revista Brasileira de Zoologia 21 (3): 535–541, setembro 2004 Sobre Hemilophini da Região Neotropical: espécies novas e novos registros 537 1234 6 5 78 Figuras 1-8. Habitus. (1) Phoebe alba sp. nov., comprimento, 14,1 mm; (2) Adesmus hovorei sp. nov., comprimento, 16,3 mm; (3) A. windsori sp. nov., comprimento, 7,4 mm; (4-5) A. acangauna sp. nov., comprimento, 17,7 mm: (4) dorsal, (5) lateral; (6) Iareonycha albisterna sp. nov., comprimento,