Abre-Alas Domingo
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ÍNDICE Agremiação Página G.R.E.S.E. IMPÉRIO DA TIJUCA 03 G.R.E.S. ACADÊMICOS DO GRANDE RIO 59 G.R.E.S. SÃO CLEMENTE 103 G.R.E.S. ESTAÇÃO PRIMEIRA DE MANGUEIRA 139 G.R.E.S. ACADÊMICOS DO SALGUEIRO 187 G.R.E.S. BEIJA-FLOR DE NILÓPOLIS 235 1 G.R.E.S.E. IMPÉRIO DA TIJUCA PRESIDENTE ANTÔNIO MARCOS TELES (TÊ) 3 “Batuk” Carnavalesco JÚNIOR PERNAMBUCANO 5 Abre-Alas – G.R.E.S.E. Império da Tijuca – Carnaval/2014 FICHA TÉCNICA Enredo Enredo “Batuk” Carnavalesco Júnior Pernambucano Autor(es) do Enredo Júnior Pernambucano, Diego Araújo e Rafael Moreira Autor(es) da Sinopse do Enredo Júnior Pernambucano, Diego Araújo e Rafael Moreira Elaborador(es) do Roteiro do Desfile Júnior Pernambucano e Diego Araújo Ano da Páginas Livro Autor Editora Edição Consultadas 01 Dicionário do Folclore CASCUDO, Luís Ed. Itatiaia 1993 Todas Brasileiro da Câmara 02 Antologia do Folclore CASCUDO, Luís Global 2001 Todas Brasileiro da Câmara 03 Batuque, Samba e MEIRELES, FUNARTE, 1998 Todas Macumba: Estudo de Cecília Instituto Nacional Gesto de Ritmo 1926- do Folclore 1936 04 Orixás: Deuses VERGER, Pierre Corrupio 1997 Todas Iorubás na África e no Novo Mundo 05 O Livro de Ouro da ALBIN, Ricardo Ediouro 2003 Todas MPB: História de Cravo nossa Música Popular de sua origem até hoje 06 Sambeabá: O Samba LOPES, Nei Folha Seca: Casa 2003 Todas que não se aprende na da Palavra Escola 07 100 Anos de Carnaval COSTA, Haroldo Irmãos Vitale 2001 Todas no Rio de Janeiro 7 Abre-Alas – G.R.E.S.E. Império da Tijuca – Carnaval/2014 FICHA TÉCNICA Enredo Outras informações julgadas necessárias Consultas Digitais: 01 – “Foli (there is no movement without rhythm)” / “Foli (Não Há Movimento Sem Ritmo)” http://www.youtube.com/watch?v=lVPLIuBy9CY 02 – “Chico Science – Movimento Manguebeat” http://www.youtube.com/watch?v=E-H_sDlXWWw 03 – "A Origem do Samba” http://museuhoje.com/app/v1/br/historia/72-a-origem-do-samba 01 - “O Misticismo da África ao Brasil” 02 - “Semba dos Ancestrais” G.R.E.S.E. Império da Tijuca – 1971 Martinho da Vila – Autor: Martinho da Vila Autor(es): Mário Pereira, João Galvão e Wilmar Costa Se teu corpo se arrepiar Lua alta, som constante Se sentires também o sangue ferver Ressoam os atabaques Se a cabeça viajar Lembrando a África distante E mesmo assim estiveres num grande astral E o rufar dos tambores, lá no alto da serra Se ao pisar o solo teu coração disparar Personificando o misticismo Se entrares em transe em ser da religião Que aqui se encerra Se comeres fungi, quisaca e mufete de cara-pau Saravá pai Oxalá Se Luanda te encher de emoção Que meu samba inspirou Saravá todo povo de Angola Nagô Se o povo te impressionar demais Agô ôôô agô ôôô É porque são de lá os teus ancestrais Lá na mata tem mironga Eu quero ver Pode crer no axé dos teus ancestrais Lá na mata tem um côco Este côco tem dendê Das planícies às cochilhas O misticismo se alastrou Num torvelhinho de magia Que preto velho ditou E o fetiche e o quebranto Ele nos legou Eu venho de Angola Sou rei da magia Minha terra é muito longe Meu gongá é na Bahia Tem areia ô tem areia Tem areia no fundo do mar, tem areia 8 Abre-Alas – G.R.E.S.E. Império da Tijuca – Carnaval/2014 HISTÓRICO DO ENREDO “BATUK” Tocar, bater, vibrar; Batuk. Que faz lembrar África dos nossos ancestrais E a pureza dos cânticos à vida, onde tudo é ritmo. N’aldeia, em volta da fogueira, Alegria e dança; celebração! A etnia é guerreira, tem o dom da comunicação. Assim quiseram os deuses, Pois minh’alma é força, é parte natureza. Transforma o corpo em orquestra, instrumento, Cura. Fala de saudade. Alerta. Baila no rito do mascarado a iniciação, Enfeita as cabeças, espalha felicidade. Faz kizomba, enaltece os valores da amizade. Gira no ritual que espalha axé, Mistura negro, branco e índio. Canta forte, pois tem fé, Bate palma, pois tem fé, Reza, é sagrado, é sinal de fé. Eleva o canto aos céus e pede, Clama o fim das injustiças, quer ser livre. Coroa a liberdade em forma de prece, Ao bondoso Deus e ao divino Espírito Santo. Faz-se essência da cultura popular. Dos reis, crioulas, marujeiros e brincantes, Rodopia, irradia alegria, espanta a tristeza. Desce a ladeira no passo que “freve”, ferve! Segue o cortejo da casa real, cortejo da coroa imperial. Profano, Embala o corpo, põem pra dançar. O ritmo desce a ladeira, inclui, Dita moda, conscientiza, refaz as cabeças. 9 Abre-Alas – G.R.E.S.E. Império da Tijuca – Carnaval/2014 Mistura, faz a critica, fala da realidade, Faz a onda que recria uma nação. Alegria de todo um povo, Condenado, proibido, imoral. Mesmo assim resistiu, pôs-se a jongar, Voltou pros salões, virou fino trato. Enfeitou-se de flores, levantou o estandarte, Lançou perfume e apaixonou a sociedade. Saiu por aí, deu samba, fez escola. Subiu o morro, Lá do alto fez seu reinado e estendeu o manto, Verde de esperança e branco da paz. Coroou uma gente guerreira, suburbana feliz, Que hoje faz sua batucada especial. Afinal, da África ao Brasil, Em todo o mundo, É tempo de Batuk. 1º Setor: RELEMBRAR, CELEBRAR E DIVINIZAR Tocar. Bater. Fazer vibrar. Isso é “Batuk”. Na cultura africana, o ato de produzir som com instrumentos de percussão tem três funções específicas que permitem preservar a identidade de cada povo. “Lua alta, som constante Ressoam os atabaques Lembrando a África distante...” Relembrar. Nas tradições africanas, os mais antigos tinham a tarefa de passar aos mais jovens as tradições de seu povo. Todos acreditavam que através da oralidade se obtinha o conhecimento necessário para recordar ou conhecer o lugar de origem de sua gente e seus costumes, tudo era realizado através de cânticos, conversas e toques. Miríade de formas e cores. Desertos. Savanas. Florestas. Eis a África de nossos ancestrais, a pureza da natureza que acalentou a vida. 10 Abre-Alas – G.R.E.S.E. Império da Tijuca – Carnaval/2014 Da terra seca e árida, entrelaçando paisagens de vegetação rasteira até chegar aos densos aglomerados de árvores. Plantas, flores, pequenos e grandes animais. Terra que bebe da dádiva de rios e riachos. Berço da humanidade. Celebrar. Todas as etnias africanas comemoravam sua história e os acontecimentos do seu dia a dia com grandes festejos. Nascimento e morte, plantio e colheita, até mesmo as manifestações da natureza eram motivo para que houvesse uma celebração. Reuniam-se todas as famílias, tribos aliadas também eram convidadas como forma de manter a boa convivência. Sob o lume de uma fogueira, no centro da aldeia, cantigas eram entoadas. Djembês, udus, caxixis, xequerês e outros instrumentos produziam os sons e ditavam o ritmo desejado para cada momento. O corpo também se transformava em instrumento, os pés marcavam o ritmo no chão poeirento, o bater das mãos faziam o acompanhamento. Homens e mulheres trajavam panos coloridos e colares de conta ornavam seus corpos durante as danças que aconteciam nos festejos. Em tempos de guerra, o som dos tambores foi um precioso meio de comunicação entre os guerreiros, que através de cada toque tinha seu motivo especifico e que comunicava a todos o que acontecia durante a batalha. Divinizar. Toques e cânticos sagrados despertavam a comunicação, o movimento. Louvavam as dádivas dadas pelos deuses aos seres humanos. A água, o fogo, a terra, o vento, o raio. A chuva, o Sol e a Lua. A natureza era o centro da crença religiosa. Os sons também faziam homens e mulheres entrarem em sintonia com seus espíritos e seus ancestrais. Os sons faziam os corpos adormecerem, transformando seres humanos em seres divinos, traziam os deuses para dançar junto aos seus fiéis. “Se o povo te impressionar demais É porque são de lá os teus ancestrais Pode crer no axé dos teus ancestrais” 2º Setor: RAÍZES AFRICANAS As raízes do batuque estão fincadas na África junto às raízes da humanidade. O som produzido pelos instrumentos musicais sempre acompanharam o homem durante sua caminhada na história, e cada um deles mantinha sua importância social e litúrgica para cada agrupamento de pessoas. Nas danças africanas, cada som e cada parte do corpo se torna uma grande orquestra, que em harmonia festeja, celebra um acontecimento ou até mesmo é capaz de prover a cura 11 Abre-Alas – G.R.E.S.E. Império da Tijuca – Carnaval/2014 de pragas e mazelas. Também era de costume o uso de artefatos manuais para auxílio e alcance da plenitude desejada no ritual. Nas ilhas de São-Tomé e Príncipe, desde os primórdios da cultura local, o “D’jambi” é tocado e dançado em busca da cura. Registros dão conta de que curandeiros dançam até estabelecer uma espécie de transe e após submetem o enfermo a rituais onde são evocados seres sobrenaturais e é feito o contato com espíritos de indivíduos falecidos para que se descubra de qual mal sofre a pessoa que está passando pelo ritual. Os curandeiros também utilizam ervas, sementes e outros artefatos advindos da natureza durante a cerimônia para auxiliar na cura da enfermidade que aflige a pessoa. Para os são-tomeenses a “Puita” relembra os ancestrais, e celebra a memória de um ente querido que houvesse desencarnado há pouco tempo. Na puita os tambores tocavam em ritmo frenético e obsessivo pela noite adentro. Homens e mulheres formavam grandes filas indianas. Quando em pares executam rodopios e umbigadas. Separados fazem movimentos sensuais, acreditando que assim celebravam com alegria a memória daquele que os deixou, e caso o ritual não fosse realizado poderia causar desventuras na família do finado.