Influências Internacionais Na Arquitectura Moderna No Porto (1926-1956)
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Alexandra Trevisan INFLUÊNCIAS INTERNACIONAIS NA ARQUITECTURA MODERNA NO PORTO (1926-1956) TESE DE DOUTORAMENTO Universidad de Valladolid, 2013 Alexandra Trevisan da Silveira Pacheco INFLUÊNCIAS INTERNACIONAIS NA ARQUITECTURA MODERNA NO PORTO (1926-1956) TESE DE DOUTORAMENTO Director: Prof. Doctor Ramon Rodriguez Llera Departamento de Teoria de la Arquitectura y Proyectos Arquitectonicos Universidad de Valladolid 2013 AGRADECIMENTOS O trabalho de elaboração de uma tese de doutoramento representa um esforço e dedicação ao longo de um período considerável de tempo e, no caso presente, só contando com algumas colaborações em diferentes âmbitos, pontuais ou continuadas, foi possível desenvolver a dissertação que agora se apresenta. Assim, agradeço, antes de mais, ao meu orientador Prof. Doctor Rámon Rodriguez Llera, que ao longo destes anos não deixou de acreditar no desfecho positivo do meu trabalho, toda colaboração e disponibilidade demonstradas. Deixo um agradecimento aos meus colegas e amigos, especialmente aos do Centro de Estudos Arnaldo Araújo, que estiveram dispostos a conversar e a reflectir comigo sobre os objectivos da minha tese, ajudando-me a clarificar algumas ideias e a tornar menos solitário todo o processo da sua construção. Ao Jorge Pimentel agradeço o generoso empréstimo de livros que me foram de grande utilidade. Agradeço particularmente à Helena Maia pela amizade, pelo incentivo, pela solidariedade e, sobretudo, pelo diálogo que estabelecemos em torno de assuntos que a ambas interessam e em relação aos quais se mostrou sempre disponível para me ajudar. Deixo um saudoso agradecimento ao Arquitecto Pedro Vieira de Almeida pelas várias conversas que tivemos sobre muitos temas que, directa ou indirectamente, influenciaram algumas das perspectivas que defendemos nesta dissertação. Ao Nuno, ao Guilherme e ao Lucas, obrigada por estarem presentes e fazerem parte da minha vida. ÍNDICE Introdução Introducción……………………………………………………………………………………… 09 Preâmbulo Preámbulo …………………………………………………………………………………..…….. 19 I PARTE – 1926-1938 1.A aprendizagem da arquitectura moderna no Porto El aprendizaje de la arquitectura moderna en Oporto …………………………………..…… 37 2. Contributos locais na década de 1930 Contribuciones locales en la década de 1930 …………………………………………..……. 61 II PARTE – 1938-1947 1. O Plano Geral de Urbanização e os arquitectos italianos El Plan General de Urbanización y los arquitectos italianos ……………………………..…. 85 2. Repercussões da celebração dos “Centenários” Repercusiones de la celebración de los “Centenarios” ………………………….…………..107 3. A Igreja de Santo António das Antas e o Palácio da Justiça La Iglesia de Santo António das Antas y el Palacio de Justicia ………………………….…125 III PARTE – 1947-1956 1. A preocupação de ser moderno La preocupación de ser moderno ………………………………………………………………163 1.1. A Criação da ODAM La creación de la ODAM……………………………………………………...…..167 1.2. Resistência política e arquitectónica: o cinema Batalha Resistencia política y arquitectónica: el cine Batalha …………………………179 1.3. O Caso do Palácio de Cristal El caso del Palacio de Cristal ………………………………………………….. 205 2. Le Corbusier, os CIAM e a produção teórica em Portugal. Le Corbusier, los CIAM y la producción teórica en Portugal ……………………………… 219 3. A participação da ODAM no 1º Congresso Nacional de Arquitectura. La participación de la ODAM en el 1º Congreso Nacional de Arquitectura…………….... 235 4. Confrontos locais em torno de modelos arquitectonicos. Enfrentamientos locales en torno a los modelos arquitectónicos ……………………….. 249 5. O bloco habitacional de Duque de Saldanha. El bloque de viviendas de Duque de Saldanha …………………………………….……... 255 6. A defesa dos blocos de habitação colectiva La defesa de los bloques de viviendas colectivas…………………………………….…… 271 7. A exposição da ODAM no Ateneu Comercial La exposición de la ODAM en el Ateneo Comercial………………………………………. 281 8. A dissolução da ODAM: contextualização e reavaliação La disolución de la ODAM: contextualización y revaluación……………………………... 295 9. O Grupo CIAM Porto El Grupo CIAM-Porto…………………………………………………………………………. 307 Conclusão Conclusión ………………………………………………………………………………….…. 339 Fontes e Bibliografia Fuentes y Bibliografía …………………………………………………………………….….. 345 Resumos Resumen ………………………………………………………………………………….…… 363 INFLUÊNCIAS INTERNACIONAIS NA ARQUITECTURA MODERNA NO PORTO (1926-1956) INTRODUÇÃO Influências internacionais na Arquitectura Moderna no Porto - 1926/1956 é o título da dissertação de doutoramento que aqui se apresenta e que define à partida o objecto de estudo que lhe está subjacente bem como o enquadramento dos seus limites cronológicos. Estudar e reflectir sobre a Arquitectura Moderna ao longo de três décadas obrigou a uma investigação que se concretizou em duas frentes fundamentais. Tratou-se, por um lado, de conhecer o que os arquitectos pensavam sobre a Arquitectura Moderna, como a divulgavam e como a defendiam e, por outro, perceber como o poder central e, sobretudo, o poder local, isto é, a Câmara Municipal e os organismos sob sua dependência, influenciaram ou condicionaram a escolha dos arquitectos. Esta ultima perspectiva colocar-se-ia, quanto a nós, em relação a qualquer regime político, no entanto, os limites cronológicos que escolhemos referem-se a um período da História de Portugal em que se afirma o fascismo e se instaura o Estado Novo sob a liderança de António Salazar. A questão política colocou-nos perante um facto incontornável relativamente à pesquisa bibliográfica. Tornou-se necessário partir da leitura dos textos sobre arquitectura portuguesa neste período cronológico, textos que nalguns casos foram escritos por arquitectos que vivenciaram o momento político e que realizaram a sua obra nesse contexto. Assim, partindo de leituras comparadas, tentamos estabelecer perante as mesmas um distanciamento histórico de modo a reler criticamente a maneira como as influências internacionais se explicitam na Arquitectura Moderna do Porto. 9 Alexandra Trevisan Esta leitura comparada revelou-nos desde logo a ambiguidade na utilização dos termos moderno e modernismo, contestação que nos levou a incluir na tese um Preâmbulo para explicar a nossa opção inequívoca pelo moderno em detrimento do modernismo. Se um estudo por nós realizado anteriormente sobre a arquitectura Art Déco no Porto nos permitiu começar a discernir aquela que consideramos ser uma primeira influência internacional, difundida a partir da Exposition Internacional des Arts Décoratifs et Industriels Modernes [Exposição Internacional das Artes Decorativas e Industriais Modernas] realizada em Paris em 1925, o estudo subsequente possibilitou-nos aprofundar outras influências, igualmente francesas, provenientes da obra de Mallet-Stevens, Tony Garnier e Auguste Perret. Tornou-se, no entanto, evidente que até meados da década de 1930 as influências são sobretudo intuídas pelos arquitectos e não ojectivamente descritas. Mas, a partir sensivelmente de 1940, passarão a ser expressas de forma continuada tanto nas revistas da especialidade ou de carácter cultural e artístico, como em livros, mas também através de acções concretas como as exposições e as conferências. Necessariamente esta alteração teve implicações na abordagem do período cronológico seguinte. Estudar a cidade do Porto, ainda que num período específico, pressupunha conhecer o contexto institucional e político no qual decorreu a actividade da Câmara Municipal, particularmente no que concerne às decisões relativas aos arquitectos, à arquitectura e ao urbanismo. Todavia, algumas decisões de maior vulto e de maiores consequências para o campo da arquitectura interligam-se com outras, de menor dimensão, que só podem ser verdadeiramente conhecidas e dimensionadas através duma aproximação ao processo de gestão quotidiana que as originava. Foi por isso fundamental recorrer à leitura das actas da Comissão Administrativa da Câmara Municipal do Porto, até 1936 manuscritas, mas que a partir desta data passaram a ser impressas e, consequentemente, mais acessíveis através da publicação do Boletim da Câmara Municipal do Porto. 10 Influências Internacionais na Arquitectura Moderna no Porto (1926-1956) O cruzamento das informações fornecidas pelas actas da Comissão Administrativa com as provenientes dos ofícios, ordens de serviço ou autorizações de aquisições, entre outros aspectos administrativos, oriundos de diferentes serviços municipais e publicadas no referido Boletim, permitiu-nos fundamentar documentalmente a investigação que nos propusemos fazer. Assim, o Boletim e, especificamente, as actas camarárias foram a fonte primária que possibilitou a criação de um pano de fundo que caracteriza o Porto, institucional e politicamente, e o tempo em que decorreram as acções que descreveremos no presente trabalho. Para além desta fonte, as actas da Comissão de Estética (1926-1934), depois designada como Conselho de Estética e Urbanização (1934-1945) e, mais tarde, como Comissão de Estética Urbana (1946-1956), e as da Comissão Municipal de Arte e Arqueologia (1937-1950), revelaram-se igualmente um auxiliar precioso para aferir o grau de interferência da Câmara Municipal, enquanto entidade tutelar destas Comissões, nas opções tomadas pelos arquitectos para a arquitectura e para a Cidade. Infelizmente, quanto às actas da Comissão Municipal de Arte e Arquelogia, o livro correspondente aos anos de 1950 a 1960, encontra-se em falta no Arquivo Histórico do Porto, pelo que só pudemos conhecer algumas propostas e decisões tomadas por esta Comissão relativas ao período de 1950 a 1956, quando nas reuniões camarárias