O Elogio Do Barroco Em Memorial Do Convento

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O Elogio Do Barroco Em Memorial Do Convento Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra O Elogio do Barroco em Memorial do Convento Patrícia Isabel Martinho Ferreira Coimbra, 2009 Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra O Elogio do Barroco em Memorial do Convento Dissertação de Mestrado em Teoria e Análise da Narrativa, na área de especialização de Análise da Narrativa, apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, sob a orientação da Professora Doutora Ana Paula Arnaut Patrícia Isabel Martinho Ferreira Coimbra, 2009 À minha irmã. i AGRADECIMENTOS Nenhuma viagem é definitiva. A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam.(...) O fim duma viagem é apenas o começo doutra. José Saramago Viagem a Portugal Em A Jangada de Pedra, José Saramago afirmou que a palavra «quando dita, dura mais que o som e os sons que a formaram», ficando «por aí, invisível e inaudível para poder guardar o seu próprio segredo». Neste sentido, gostaria de registar aqui, feitos palavras, os meus profundos e sinceros agradecimentos a todos os que, incansáveis, me ajudaram a realizar esta viagem pela escrita. Agradeço a amizade e o apoio inestimável da minha família. Agradeço à Professora Doutora Ana Paula Arnaut a leitura atenta de todas estas linhas, a enorme exigência e a paciência que demonstrou nesta minha aventura saramaguiana. Agradeço a todos os meus professores e profundamente à Professora Doutora Maria Luísa Azevedo pelas palavras de amizade e de incentivo que sempre me dirigiu. Agradeço à Professora Doutora Mioara Caragea por me ter dado a conhecer o Memorial do Convento em língua romena. Agradeço aos meus amigos, em especial à Marisa pelos conselhos preciosos, sem eles eu teria perdido a coragem, e à Amélia pelo optimismo com que encara os desafios. Agradeço à Teresa a energia positiva que me transmite, mesmo à distância. E, finalmente, agradeço ao Pedro por me dizer sempre que, com calma e esforço, tudo é possível. A todos, a minha enorme gratidão. ii RESUMO Memorial do Convento poderá ser lido e considerado à luz da época e estética barrocas, tanto pelo enquadramento da acção narrativa que cria, quanto pela linguagem, temáticas e códigos literários que actualiza através das técnicas da paródia e do pastiche. Nele se reflecte, efectivamente, a sociedade portuguesa setecentista, com os seus costumes, a sua intensa religiosidade e os seus desvios, a ostentação e a grandeza da corte, a opressão e a miséria em que vivia o povo, os amores freiráticos, o poder e o luxo da Igreja, o fogo dos autos-de-fé e o divertimento excessivo das festas religiosas e sociais. Com efeito, quando Saramago nos apresenta o contexto histórico que subjaz a este romance pretende causar a impressão de que é um escritor barroco. Por isso imbrica na sua narrativa, servindo motivos estéticos e funcionais, uma imagística, uma sonoridade, um tipo de linguagem e de discurso que fazem uso de sugestões colhidas em várias formas da vida e da arte barrocas. Nesta dissertação, desvendam-se, assim, as marcas barrocas que estruturam esta obra e que a aproximam de uma época e de um estilo de linguagem marcados profundamente pelos traços do sensorialismo, da teatralidade e do jogo de contrastes. iii ÍNDICE GERAL INTRODUÇÃO............................................................................................................. 2 CAPÍTULO 1. Das impressões aos conceitos 1.1. Saramago do Memorial, um escritor barroco?..................................................... 9 1.2. O Barroco: breves incursões formais................................................................. 16 1.3. A “gramática” do Barroco, aproximações ao Memorial.................................... 25 CAPÍTULO 2. Poética dos Sentidos 2.1. O signo do sensorialismo................................................................................... 33 2.2. Blimunda: do sentido de visão à confluência dos sentidos................................ 54 2.3. Do sensorialismo ao erotismo e ao amor........................................................... 61 CAPÍTULO 3. Poética da Palavra 3.1. Os intertextos barrocos...................................................................................... 70 3.2. Do sensorialismo ao visualismo da linguagem.................................................. 83 CAPÍTULO 4. Poética das metamorfoses 4.1. “The world is a stage”...................................................................................... 102 4.2. Uma estética simbólica.................................................................................... 111 4.3. Luz e sombra.................................................................................................... 124 CONCLUSÃO............................................................................................................ 136 BIBLIOGRAFIA....................................................................................................... 145 ÍNDICE DE AUTORES............................................................................................ 150 1 INTRODUÇÃO Mafra começou por ser, para mim, um homem esfolado. Tinha sete ou oito anos quando meus pais me trouxeram aqui, de excursão com alguns vizinhos. O esfolado era, e continua a ser, aquele S. Bartolomeu que aí está dentro, segurando com a mão direita, enquanto o mármore durar, a pele arrancada. (…) Muitos anos depois, lá pelos finais de 80 ou princípios de 81, estando de passagem por Mafra e contemplando uma vez mais estas arquitecturas, achei-me, sem saber porquê, a dizer: “um dia, gostava de poder meter isto num romance”. Foi assim que o memorial nasceu. José Saramago Cadernos de Lanzarote III Para que as coisas existam duas condições são necessárias, que homem as veja e homem lhes ponha nome. José Saramago A Jangada de Pedra Prémio Nobel de Literatura do ano de 1998, José Saramago publicou em 1982 a obra que mais o distingue entre os escritores portugueses seus contemporâneos. Sendo «o romance pelo qual José Saramago alcança, definitivamente, a notoriedade como escritor»1, Memorial do Convento é, para muitos leitores e críticos, a obra-prima deste romancista que soube educar «as mãos de serralheiro mecânico nos livros pardos das bibliotecas, e assim aprendeu a literatura»2. Efectivamente, ao longo destes anos, Saramago tem-nos oferecido um verdadeiro hino à língua portuguesa, contribuindo, de forma decisiva, «para a instauração e consolidação de novos rumos» na nossa literatura: «os do Post-Modernismo»3. À semelhança do que acontece com outros autores, como José Cardoso Pires, Mário Cláudio ou Mário de Carvalho, as narrativas de José Saramago (sobretudo as do 1.º ciclo4) são pautadas por uma ousadia temática e formal indiscutível e têm sido amplamente analisadas em numerosos estudos críticos, dissertações de mestrado e de 1 ARNAUT, Ana Paula, José Saramago, Lisboa, Edições 70, 2008, p. 27. 2 ALVES, Clara Ferreira, “O cerco de José Saramago”, in Expresso/Revista, 22 de Abril de 1989, p. 60. 3 ARNAUT, Ana Paula, op. cit., p. 15. 4 Tais como Manual de Pintura e Caligrafia, Memorial do Convento, O Ano da Morte de Ricardo Reis, História do Cerco de Lisboa, entre outros romances. 2 doutoramento ou têm mesmo servido de fonte de inspiração e ponto de partida para a elaboração de trabalhos em variados domínios artísticos, como as artes plásticas, o cinema, o teatro ou a música5. A revisitação do passado histórico setecentista feita nesta obra, tal como outras revisitações de «amplitude e de natureza diversas» levadas a cabo em outros romances e em textos dramáticos, não deixa de revelar a «ideologia e as preocupações humanitárias»6 do escritor; preocupações que o levaram a compor a sua matéria diegética a partir da reorganização da (h)História, dando ao leitor outra perspectiva dos acontecimentos. No caso de Memorial do Convento, a utilização paródica «que faz da informação histórica oficial traduz-se, na essência, num aproveitamento que visa o distanciamento crítico»7 e que está subjacente à substituição dos heróis e à modelização dos acontecimentos históricos. Daí a desvalorização das figuras que detêm o poder e a valorização dos construtores anónimos do convento que Baltasar e Blimunda representam; daí também a descrição da procissão da Quaresma como uma festa mais profana do que religiosa ou a descrição da procissão penitente do auto-de-fé como uma exibição sado-masoquista. Para a construção desta nova perspectiva, a de que «não voltarão os homens a ser postos no lugar das coisas» (como o escritor afirmou em Objecto Quase8), Saramago consultou os dados da historiografia oficial e os textos literários da época, modalizou-os através da sua capacidade imaginativa e aproveitou as fontes oficiosas que encontrou (na sua maioria, relatos de forasteiros que viveram no tempo de D. João V), compondo uma obra em que a verosimilhança com a época retratada não pode, de facto, ser posta em causa. Na atitude de distância crítica do narrador face à corte e às suas festas luxuosas, ao clero e às suas procissões ostentatórias, é instaurada a ideologia de quem escreve – um confesso humanista, defensor dos esquecidos pela História e crítico dos vários acontecimentos políticos e sociais da época9. 5 A partir de Memorial do Convento, registe-se a adaptação para ópera (intitulada “Blimunda”) feita pelo compositor italiano Azio Corghi e estreada em Itália a 20 de Maio de 1990. Do mesmo compositor destacam-se as músicas de diversas cantatas e libretos para ópera a partir de vários textos do escritor. Mencione-se, ainda, para além das inúmeras peças de teatro, a adaptação para cinema de A Jangada de Pedra pelo realizador
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