Oficina De Em Lisboa
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AGENDA CULTURAL LISBOA MAR 2019 OFICINA DE UAMUSSESELMA GUITARRA PORTUGUESA BOCA MONSTRA CANTORA CAFÉ EM LISBOA TEATRO NACIONAL D. MARIA II TEXTO ALMEIDA GARRETT ENCENAÇÃO 2019 MIGUEL 1 MAR—7 ABR LOUREIRO FREI LUÍS COM ÁLVARO CORREIA, ÂNGELO TORRES, CAROLINA AMARAL, GUSTAVO SALVADOR REBELO, JOÃO GROSSO, MARIA DUARTE, RITA ROCHA, SÍLVIO VIEIRA, TÓNAN QUITO PRODUÇÃO ANTUNES DE FIDALGO UNIPESSOAL SALA GARRETT SOUSAEspetáculo apresentado no âmbito do Bicentenário do Nascimento de D. Maria II de Morais © Hibou Gris, a partir de Cristóvão PARCEIROS TNDM II Informações e reservas 800 213 250 Bilheteira online www.tndm.pt M/12 CADERNOS ESPECIAIS BoCA 22 OFICINA DE 150 GUITARRA 12 ANOS DO 38 NASCIMENTO DE CALOUSTE PORTUGUESA GULBENKIAN PERCURSOS MONSTRA42 LITERÁRIOS T MÊS BRECH64 CAFÉ CERCOS ANTÓNIO E CIRCOS84 EM LISBOA2 BOTTO 78 ENTREVISTA ARTESAGENDA 26 CIÊNCIAS 40 CINEMA 44 DANÇA 48 Q112 SELMA 18 LITERATURA 54 MÚSICA 58 LEONOR TEATRO 66 VISITAS GUIADAS 70 SILVEIRA UAMUSSE CRIANÇAS 86 CAFE´ L2 ISBOA Pergunte-se a um português qual o café que prefere e uma larguíssima maioria dirá certamente que é o nosso. É quase uma marca identitária, tal é a veemência com que defendemos a nossa maneira de tomar café e é das coisas que mais estranhamos quando viajamos. Afinal o que é o café português? Não somos produtores da matéria-prima mas há características marcantes que o definem, como nos explicaram na Associação Industrial e Comercial do Café (AICC). Desde logo as origens, a composição dos blends (misturas) e a torragem: o café expresso português é obtido a partir de uma mistura de diferentes grãos de café arábica TEXTO e café robusta, num processo de torrefação Tomás Collares Pereira lento. Este método confere-lhe menos acidez, FOTOGRAFIAS Humberto Mouco um aroma mais forte, mais corpo e doçura. É este o conceito de café que a AICC definiu Ee que exportaM para novos mercados, sob o selo Portuguese ´Coffee . Em março a associação promove o Lisbon Coffee Fest, um festival CAFE dedicado ao café, a acontecer entre os dias 22 e 24 de março na LX Factory, que vai ser o palco do 5º Concurso Internacional de Baristas, profissionais especializados em cafés de alta qualidade que criam novas bebidas baseadas em café, utilizando licores, cremes e bebidas alcoólicas. Apesar do peso do hábito e da tradição, há cada vez mais locais na cidade a oferecer experiências diferentes e sofisticadas à volta do café. Variedades exóticas e uma apresentação cuidada com latte art são muito procuradas por turistas e estão a converter os apreciadores locais, sobretudo as gerações mais jovens, mais dispostas a novas experiências e a pagar um preço mais alto. Nas próximas páginas fique a conhecer alguns locais e personagens do mundo do café em Lisboa. LISBOA 3 BARISTAS Joaquim Queiroz Comoba Joaquim veio do Brasil estudar Direito em Lisboa. Completado o mestrado em Direito Constitucional, decidiu mudar de vida. Começou por ser escanção e diz que essa aventura no vinho lhe formou o nariz para as complexidades do café. Tirou um curso de barista em Florença, Itália. 4 Willian Bertuola Comoba Ainda no seu Brasil de origem, Willian deixou a área de Tecnologias de Informação para se dedicar ao café. Estudou para barista numa escola especializada e há cerca de um ano veio para o nosso país, onde a profissão ainda não está generalizada. 5 BARISTAS Adam Deck Wish Natural de Wellington na Nova Zelândia, Adam escolheu Portugal muito graças às possibilidades do surf, sem pensar que vinha para o local mais afastado da sua terra natal, os antípodas. Foi cá que começou a ser barista, que vê como uma extensão natural ao seu treino em Hospitality, uma definição genérica para a indústria de serviços ligados ao turismo. 6 Ricardo Rabello Wish Jornalista baiano, iniciou-se no mundo das cervejas artesanais antes de passar para o café, universos que considera terem muitas semelhanças. Há três anos no nosso país, acha que a apetência dos lisboetas pelas experiências mais sofisticadas de tomar café está a crescer, sobretudo nas gerações mais novas. 7 TORREFAÇÃO Manuel Pina Negrita Cafés Com 70 anos de casa, Manuel Pina continua à frente de uma das poucas torrefacções de escala industrial na cidade de Lisboa. Fundada em 1924, a Negrita começou por ser uma torrefacção por conta-alheia, ou seja, produziam blends por encomenda. Evoluíram depois para misturas próprias que mantém até hoje. Expresso Português (Fonte: AICC) Massa de café torrado moído (dose): 6 – 7g Pressão da água que atravessa a dose de café: 9 bar Temperatura da água à saída da máquina: 90° (± 2°C) Tempo de extração: 25s (± 5s) Volume da bebida (incluindo creme): 35 ml (± 5ml) 8 Stanislav Benderschi Fabrica Coffee Roasters De origem moldava e há 20 anos em Lisboa, Stanislav já conta com duas coffee-houses em Lisboa, e uma outra no Porto. Na Rua das Flores tem uma torrefação sobretudo para blends próprios das mais variadas origens. Considera que os portugueses ainda são muito fechados em relação aos seus gostos e que a mudança ainda tarda. 9 CASAS DE CAFÉ José António Lemos Casa Pereira Nesta casa da Rua Garrett prepara-se e vende-se café desde 1936. É também um dos locais onde ainda se podem comprar os tradicionais balões de vidro, método que José António Lemos diz ainda preferir. Com 41 anos de casa, de que é sócio, aprendeu com o pai a fazer os blends da casa, com grande presença das variedades das ex-colónias. 10 Artur Santos Casa Carioca Artur Santos conta já com 21 anos na Casa Carioca, onde aprendeu tudo sobre café. Aberta desde 1936, esta loja tradicional na Rua da Misericórdia continua a comercializar os seus blends próprios ou de encomenda. Uma clientela fiel continua a pedir os lotes de variedades das ex-colónias e até os cafés de cevada e chicória, sabores de infância para muitos. 11 OFICINA DE GUITARRA PORTUGUESA OFICDEÉ já no final GUITARRA de março que a Oficina de GuitarraPORTUGUESA PortuguesaINA se torna realidade. Sob ges- tão do Museu do Fado, a programação da Oficina estruturar-se-á num primeiro momen- to em workshops e masterclasses à volta da construção do instrumento. Existirão dois espaços distintos, que correspondem às escolas tradicionais na arte da construção da guitarra portuguesa: a de Óscar Cardoso e a de Gilberto Grácio. Uma área adicional de exposição e de venda de instrumentos e acessórios para guitarra portuguesa, a par da biblioteca especializada com equipamento para projeção de filmes e postos de consulta sobre guitarristas e guitarreiros, completam o conjunto de valências da Ofici- na. O primeiro curso de construção de guitarra tem início no ano letivo de 2019/2020 e será constituído pelos formandos selecionados pelos mestres de abril a setembro. Nas páginas seguintes identificamos os vários componentes de uma guitarra portuguesa, indicando sucintamente as fases do seu processo de construção. TEXTO Ricardo Gross citações de À Descoberta da Guitarra Portuguesa, de Pedro Caldeira Cabral FOTOGRAFIA Humberto Mouco com peças de exposição do Museu do Fado 12 O mais antigo nome de O MOLDE “Guitarreiro” constante dos arquivos É o que define a forma portugueses parece ser o de Martim da guitarra, uma vez que a dobra da ilharga tem de Vasques Coelho, activo entre ser adaptada ao molde 1424/1462 o qual poderá ter sido ou forma. O molde pode igualmente (como era costume ser o mesmo mas nunca na época) construtor de violas (de dois instrumentos são absolutamente iguais. mão e de arco), de cítaras, de harpas e de alaúdes. 13 OFICINA DE GUITARRA PORTUGUESA O CORPO No século XIX é claro o O tampo e as costas são desenvolvimento de núcleos com formados por duas réguas de madeira simétricas. Madeiras intensa actividade em várias brandas do tipo abeto e cidades cobrindo as principais casquinha são utilizadas regiões do país, dando origem a para os tampos. Madeiras densas como o pau-santo são verdadeiras “escolas” de violaria, utilizadas para as costas e as geralmente conhecidas como a ilhargas, que correspondem às “escola” do Porto, a de Coimbra e partes laterais do instrumento a de Lisboa. e são dobradas a quente, depois de previamente humedecidas. No tampo é feita uma abertura, também conhecida por boca. À volta da boca são colocados os enfeites. 14 O BRAÇO Normalmente é feito em No século XX, o número nogueira. Pode ser colocado de fabricantes aumentou de dois modos. Pela técnica consideravelmente com os do malhete (saliência contributos valiosos de Álvaro triangular) ou colado ao taco onde as ilhargas irão Merceano da Silveira (Lisboa), encaixar. Na parte superior Francisco Januário da Silva, do braço, a voluta, é aberto (Lisboa), Domingos Cerqueira um rasgo para a colocação do leque. da Silva (Porto), João Pedro Grácio Junior (Cacém), Kim Grácio (Lisboa), Manuel Cardoso (Odivelas), Gilberto Grácio (Cacém) e, mais recentemente, Oscar Cardoso (Odivelas) e Fernando Meireles (Coimbra), para citar alguns dos mais considerados no meio dos guitarristas profissionais. 15 OFICINA DE GUITARRA PORTUGUESA A ESCALA Gilberto Marques Grácio (1936) É colada ao braço e é actualmente quem mais se nela são marcados os rasgos que destaca na família de construtores determinam a de guitarras com origem em colocação dos Coimbrão (Leiria),tendo iniciado a trastes em metal. O sua actividade com apenas doze leque e as cravelhas, também de metal, anos de idade. Herdeiro desta destinam-se à tradição familiar, Gilberto recebeu afinação das cordas. influência directa do seu pai, de quem foi assistente até ao seu falecimento em 1967, terminando algumas das suas guitarras que ficaram inacabadas. 16 A GUITARRA Oscar Cardoso continua a A guitarra de Lisboa é o mais pequeno dos tradição de seu pai, Manuel três tipos de guitarra Cardoso, com o qual se iniciou portuguesa.