Artes Plásticas E Crítica Em Portugal Nos Anos 70 E 80
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Artes plásticas e crítica em Portugal nos anos 70 e 80: vanguarda e pós-modernismo Autor(es): Nogueira, Isabel Publicado por: Imprensa da Universidade de Coimbra URL persistente: URI:http://hdl.handle.net/10316.2/29658 DOI: DOI:http://dx.doi.org/10.14195/978-989-26-0634-7 Accessed : 8-Oct-2021 22:13:41 A navegação consulta e descarregamento dos títulos inseridos nas Bibliotecas Digitais UC Digitalis, UC Pombalina e UC Impactum, pressupõem a aceitação plena e sem reservas dos Termos e Condições de Uso destas Bibliotecas Digitais, disponíveis em https://digitalis.uc.pt/pt-pt/termos. Conforme exposto nos referidos Termos e Condições de Uso, o descarregamento de títulos de acesso restrito requer uma licença válida de autorização devendo o utilizador aceder ao(s) documento(s) a partir de um endereço de IP da instituição detentora da supramencionada licença. 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Trata-se, num primeiro momento, de setenta e oitenta: problemáticas da operacionalidade dos conceitos de traçar uma perspetiva de caráter mais historicista e panorâmico, pautada pela vanguarda e de pós-modernismo, em Janeiro de 2010. Desenvolve, desde CRÍTICA EM PORTUGAL fixação e cruzamento de informação, até à data apresentada de modo disper- 2010, investigação de pós-doutoramento, no domínio de teoria da ima- so ou monograficamente focado. E é precisamente a análise desta informação Série Investigação ARTES PLÁSTICAS E CRÍTICA EM PORTUGAL gem, na Universidade de Coimbra (Faculdade de Letras/Ceis20) e na NOS ANOS 70 E 80: que nos leva a aceitar a hipótese de que estes conceitos nos permitem o en- • Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne (Arts Plastiques et Sciences de l’Art). Imprensa da Universidade de Coimbra tendimento deste panorama, conduzindo-nos, num segundo momento, a um É professora adjunta convidada na Licenciatura em Design e Produção Coimbra University Press VANGUARDA E PÓS-MODERNISMO exercício teórico e epistemológico de definição dos conceitos de vanguarda e de Gráfica, ISEC – Instituto Superior de Educação e Ciências, Lisboa. Lecciona 2013 pós-modernismo, os quais, servem, portanto, de fios condutores deste estudo. as cadeiras de” História da Arte” e “Comunicação e Cultura Visuais” e é NOS ANOS 70 E 80 ISABEL professora convidada na Sociedade Nacional de Belas-Artes, Lisboa. NOGUEIRA Este trabalho culmina na análise da prática artística em Portugal no perío- Lecciona o curso “Da Neovanguarda à atualidade”. do em questão, concretamente nos eventos coletivos de artes plásticas que se É Investigadora do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX / propuseram, conceptual e objectualmente, interrogar e apropriar os conceitos CEIS20-Universidade de Coimbra, no grupo Correntes Artísticas e de vanguarda e de pós-modernismo, procurando perceber se, não obstante os Movimentos Intelectuais, onde coordena a linha de investigação Artes tempos e a intensidade da arte portuguesa maioritariamente não terem sido Visuais e Imagem em Campo Expandido. os mesmos dos centros artísticos mais eminentes, estas exposições – Alternativa Zero: Tendências Polémicas na Arte Portuguesa Contemporânea (1977), Depois do Modernismo (1983), Os Novos Primitivos: os Grandes Plásticos (1984), Atitu- des Litorais (1984), Arquipélago (1985) e Continentes: V Exposição Homeostética (1986) – conseguem, a seu modo, enriquecer e transformar os conceitos em causa, permitindo uma redefinição da própria história da arte portuguesa deste período. 9 789892 605630 IMPRENSA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA COIMBRA UNIVERSITY PRESS Verificar dimensões da capa/lombada (Página deixada propositadamente em branco) I N V E S T I G A Ç Ã O Coordenação editorial Imprensa da Universidade de Coimbra Email: [email protected] URL: http://www.uc.pt/imprensa_uc Vendas online: http://livrariadaimprensa.uc.pt Concepção gráfica António Barros Imagem da Capa: Encontro no Guincho, Ernesto de Sousa, 1969. Na imagem o ator João Luís Gomes. Espólio Ernesto de Sousa, Lisboa. Infografia Carlos Costa Execução gráfica Simões & Linhares ISBN 978-989-26-0563-0 ISBN Digital 978-989-26-0634-7 DOI http://dx.doi.org/10.14195/978-989-26-0634-7 Depósito legal 362087/13 © Julho 2013, Imprensa da Universidade de Coimbra ARTES PLÁSTICAS E CRÍTICA EM PORTUGAL NOS ANOS 70 E 80: VANGUARDA E PÓS-MODERNISMO ISABEL NOGUEIRA IMPRENSA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA COIMBRA UNIVERSITY PRESS (Página deixada propositadamente em branco) SUMÁRIO PREFÁCio .............................................................................................................................7 INTroDUÇÃO ....................................................................................................................... 11 1. MODERNIDADES ADIADAS: AspETos CroNOLÓGICos………..………………….……………………...…15 2. ARTES PLásTICAS EM PorTUGAL Nos ANos SETENTA E oiTENTA: A TEoriZAÇÃO E A CRÍTICA ....................................................................................... 75 2.1. A REFLEXÃO E O ESTADO DA ARTE ………………………………………………………………….……77 2.2. O PENSAMENTO O ESTADO DA CRÍTICA ............................................................................. 142 2.3. UM BALANÇO E UMA PROPOSTA DE COMPREENSÃO…………..…………………………………………...164 3. A CONCEPTUALIZAÇÃO ARTÍSTICA E CRÍTICA: VANGUARDA E PÓS-moDERNismo ............................................................................... 175 4. A práTICA ARTÍSTICA COLETIVA EM PorTUGAL NA RELAÇÃO Com os CONCEITos DE VANGUARDA E DE PÓS-moDERNismo: CONCEPTUALIZAÇÃO E RECEÇÃO ...................... 205 4.1. ANOS SETENTA E O CONCEITO DE VANGuaRDA: ALTERNATIVA ZERO: TENDÊNCIAS POLÉMICAS NA ARTE PORTUGUESA CONTEMPORÂNEA (1977) ................................................................208 4.2. ANOS OITENTA E O CONCEITO DE PÓS-MODERNISMO: DEPOIS DO MODERNISMO (1983), OS NOVOS PRIMITIVOS: OS GRANDES PLÁSTICOS (1984), ATITUDES LITORAIS (1984), ARQUIPÉLAGO (1985) E CONTINENTES: V EXPOSIÇÃO HOMEOSTÉTICA (1986) ...................... 234 CONCLusÃO ...................................................................................................................... 259 BibLioGRAFIA ................................................................................................................... 267 5 (Página deixada propositadamente em branco) O TE mpo Q U E P A ss A A arte produzida em Portugal viveu sempre uma dicotomia entre o “cá dentro” e o “lá fora” que atravessou o século XIX e perpassou como uma sombra pelo século XX. Mais do que uma preocupação identitária, sempre se tratou de uma estranha vivência do isolamento de que sucessivas gerações de artistas se tentaram libertar, quer através da saída em périplos e estadias mais ou menos longos quer, mais recentemente, na procura de formas de distribuição da obra nos circuitos internacionais da arte. Para compreendermos a situação da arte portuguesa entre o moder- nismo das primeiras décadas do século passado e as transformações que foram protagonizadas pelas gerações de artistas que iniciaram o seu percurso público a partir da década de sessenta, é necessário per- correr as vicissitudes da crítica de arte, sobretudo porque, num país sem museus dedicados à arte do seu tempo, à crítica ficou reservada a tarefa de preservação da memória e de construção de planos de de- bate e partilha. Por outro lado, a noção de acontecimento artístico, frequentemente construído como momento expositivo, é o motor da visibilidade da arte em Portugal, num elo que, no vazio institucional, liga as várias gerações de artistas nas várias modernidades. As exposições, desde o modelo salonístico que foi perdurando até ao nascimento da cultura de comissariado, ou curadoria, são a matéria que serve de base à inscrição das obras e dos artistas no tecido da história da arte que, também ela, tardou em se estabelecer no plano de estudos académicos – o que, aliás, ainda hoje se reflete nas nomenclaturas das 7 periodizações académicas, numa permanente confusão entre modernidade e contemporaneidade. É sobre esta matéria, sobre os processos de sedimentação e consti- tuição de memória, que se constrói este livro de Isabel Nogueira e que se estabelece como uma ferramenta fundamental para a compreensão dos diversos momentos de constituição do debate entre crítica e a relação por vezes ácida, outras vezes cúmplice, com a criação artística. A clivagem entre moderno e pós-modernidade que o título ostenta faz parte das preocupações da autora que tem vindo a partir desta di- cotomia para estabelecer o seu mapa de compreensão das vanguardas que despontaram na década de sessenta, em particular a partir desse corolário simbólico que representou a Alternativa Zero. Independentemente